Cores do Meu Outono escrita por renata_chazy


Capítulo 3
Madrugada Diferente


Notas iniciais do capítulo

— O editor aqui tá uma titica, ae fico meio estranho o texto. NÃO FOI CULPA MINHA -q. Boa leitura amores !



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 Deitei depois de
ensaiar muito, já tinha terminado a letra e só faltava ensaiar bastante.
Escutei uns estalos na janela, fiquei em silencio por alguns instantes
esperando os estalos novamente. Talvez fosse algo da minha cabeça. Mas logo
veio a resposta, ouvi mais um estalo. Levantei indo para a janela e abrindo a
mesma, assim que coloquei a cabeça pra fora senti um pedrinha pequena bater em
minha testa.


- Ai, isso dueu. – Resmunguei esfregando a testa. Olhei lá
pra baixo e vi Naruto rindo com algumas pedras na mão. – O que faz aqui Naruto?
Vou chamar a policia pra você seu vândalo, você me acertou baka...


- Desce aqui, vou te levar pra um lugar bem legal.


 Olhei para ele
hesitante, meus pais não me deixariam sair de madrugada. Apesar de ser
arriscado eu estava afim de ir... Droga, esse garoto estava tornando minha vida
tão mais agitada, nunca se quer pensei em fugir de casa, ainda mais na madrugada. Mais a
idéia me pareceu tão tentadora.


- Espera ai quietinho... Já desço.  – Corri apressada pelo quarto. Coloquei uma
calça jeans pouco desbotada e uma blusa de moletom cor de rosa bem quentinha,
já que lá fora estava frio. Arrumei meus cabelos e sai do quarto sem fazer
barulho. Desci degrau por degrau bem devagar, passei pela cozinha e levei um susto
ao ver minha irmã pegando algo na geladeira. Recuei alguns passos devagar quando
estava chegando embaixo da escada eu bati a cabeça na parte mais alta, soltei
um gemido baixo e a luz da cozinha que já estava apagada acendeu de novo.


- Quem está ai? – Tampei minha boca com as mãos me odiando
por ser tão desastrada.


- Miauuu. – Miei em voz fina tentando imitar o nosso gato.


- Tom? Ai você me mata do coração seu gato fedido... – A luz foi
apagada novamente e ela saiu subindo as escadas sem me ver. Suspirei aliviada e
andei devagar até a porta da frente, sai sem fazer barulho e corri até Naruto.


- Que demora vaquinha. – Reclamou ele em cima da moto preta.


- Pare de me chamar de vaquinha, e eu não ando mais nesse
treco assassino. – Apontei pra moto torcendo o nariz.


- Sobe logo, vou te levar para um lugar que você vai gostar.


 Olhei para ele e para
a minha casa, tinha que me decidir rápido antes que minha irmã intrometida nos
visse e contasse com gosto para os meus pais, ou até mesmo meu velho visse e me
colocasse de castigo até meus 35 anos. Já tinha passado um sufoco pra
sair, agora tinha que aproveitar.


- Vamos logo. – Coloquei o capacete e subi com dificuldade
na moto. Ele sai dali rumo a um lugar que eu não fazia idéia onde era. – Aonde
vamos?


- Para de ser curiosa vaquinha... – Depois de algum tempo
ele parou em um lugar que eu não conhecia. Nós descemos e um cara alto e moreno veio até
a gente com uma chave na mão.


- Tá ai a chave, faz como a gente combino. Me devolve amanhã
cedo. – Ele sorriu e Naruto retribuiu o sorriso.


- Valeu cara.


  Nós entramos e lá
dentro era muito bonito, havia uma pista de gelo enorme. Ele me estendeu um par
de patins.


- Eu não sei andar nisso...


- Você aprende, ué.


 Coloquei os patins assim
como ele e ele me ajudou até a pista de gelo. Nunca tinha subido naquela coisa,
era mais difícil do que eu pensava. Tentei deslizar sobre o gelo, desajeitada.
Ele ria segurando minha mão.


- Para de rir de mim...


- Desculpe, mais é muito engraçado...


 


 Fechei a cara
soltando da mão dele e tentando me equilibrar sozinha. Deslizei devagar ainda
com um pouco de dificuldade.


- Viu? Tô conseguindo, haha... – Sorri satisfeita, ele veio
atrás de mim muito mais habilidoso. Eu admirada com o deslize dele perdi o
equilíbrio e cai pra trás, ele me segurou me abraçando pelas costas e caiu
junto comigo.  Nós dois caímos na
gargalhada, senti meu bumbum queimar dolorido, com certeza tinha conseguido um
belo hematoma.

 Tentei me levantar mais acabei caindo de
novo, agora de joelhos e de frente pra ele. Olhei para frente e percebi que
estava muito próxima dele. Conforme ele respirava a fumaça saia de sua boca,
por causa do frio. O hálito quente dele invadiu minhas narinas num aroma tão
delicioso e eu encarava os olhos azuis dele atônita. Ele colocou uma das mãos
coberta pela fina luva em meu rosto, de imediato senti minhas bochechas
queimarem, o que não era novidade. Ele se aproximou mais até nossos lábios se
encontrarem num beijo lento, seus lábios estavam frios, mas sua língua bem
quente. Sua boca se mexia em perfeita sincronia com a minha e nossas línguas se
entrelaçavam com tanto desejo. Pela primeira vez desde que nos conhecemos eu
não estava sentindo raiva dele, ao contrario, o que eu sentia naquele momento
era um sentimento maravilhoso que eu não conseguia definir. Nunca tinha sentido
isso...

 Me afastei e levantei desajeitada.


- Temos que ir, daqui a pouco meus pais vão acordar e ver
que eu sumi.


- Ah vaquinha, acabamos de chegar...


- Naruto...– Reclamei e ele assentiu contra a vontade e
me ajudou a sair da pista de gelo, coloquei meus sapatos e fomos até a moto.
Não trocamos mais nenhuma palavra até chegarmos em casa. Desci da moto e
entreguei o capacete a ele.


- Desculpa se eu fiz algo que tenha te ofendido.


 Balancei a cabeça num
sinal negativo, coloquei meus cabelos atrás da orelha e sorri.


- Obrigada por essa noite, eu adorei. Nunca tinha andado de
patins antes...


 Dei um beijo na
bochecha dele e ele abriu um sorriso enorme.


- Até amanhã vaquinha.


 Entrei em casa em
silencio e subi para o meu quarto. Tirei aquela roupa e coloquei meu pijama
novamente. O relógio já marcava 4:30 da manhã, não tinha dormido nada e com
certeza eu não conseguiria mais dormir. Apenas deitei na cama, pensativa...
Lembrei-me do beijo e senti um friozinho na barriga. Ele mexia comigo de um
jeito, aqueles cabelos loiros desalinhados e perfeitamente desarrumados...
Aqueles olhos azuis tão sinceros e meigos, e aquele sorriso infantil então? Eu
faria de tudo pra ver aquele sorriso todos os dias estampado no rosto daquele
bobão. Fechei os olhos e balancei a cabeça tentando afastar aqueles
pensamentos. Nunca conheci uma pessoa que me fizesse tão bem...


 


(...)


 


 Acordei assustada com
a Ayume me sacudindo.


- Sakura, você perdeu a hora sua baka...


 Olhei para o relogio
confusa, já era quase meio-dia.


- Droga, Droga, Droga. – Me levantei calçando meus chinelos.


- Vô conta pra mamãe que você perdeu aula hoje.


 Bufei ao escutar a ameaça tão infantil, entrei na brincadeira.


 – Vô conta pra mamãe
que você perdeu aula hoje. – Imitei ela numa voz mais irritante possível. –
Sabe o que eu vou contar pro papai? Que você fica dando mole pro nosso vizinho
novo.


 Ela fechou a cara e
saiu do quarto e eu fui pro banheiro fazer minha higiene, depois desci almoçar.
Meus pais estavam no trabalho e Ayume já tinha ido pro colégio. Sentei no sofá
com meu prato de comida, o Tom começou a se esfregar na minha perna pedindo carinho e ronronando. Acariciei com a ponta dos dedos a cabeça dele, sentindo a pelagem aspera e branca.


- Você me salvou ontem seu gato feio e fedido. - Falei sorrindo numa voz bem cuti cuti (?), meu Deus eu estou falando com o meu gato? Deixei o Tom de lado e sentei direito, a convivência com o Naruto já estava começando a me afetar. Quando ia começar a comer a campainha toca.


- Nem comer em paz eu posso mais. – Deixei o prato em cima
da mesa de centro e corri atender a porta. 
– Se eu soubesse que era você nem tinha atendido.


- Nossa, que educada você é vaquinha.


 Mostrei a língua e
voltei para o sofá, ele entrou logo depois de mim fechando a porta e
sentando-se ao meu lado. Soltei um gemido baixo ao sentar.


- Que foi vaquinha?


- Tô com um roxo enorme no meu bumbum pelo tombo de ontem...


- Quer massagem? - Olhei pra ele com aquela cara "tôrindo?". - Tô brincando vaquinha, que mau-humor.


- Servido? – Perguntei apontando para meu prato de comida.


- Não, obrigado.


 Comecei a comer,
enquanto assistia a TV.


- Seus pais não te pegaram ontem à noite?


- Não, Não. Só perdi a hora da escola hoje. – Ele riu me
olhando. – E os seus?


- Er... Eu não tenho pais. Eu moro com meus avôs. E eles têm
o sono super pesado, eu posso ligar o som no último volume naquele rock pesadão
e os véio ainda iam dormi na boa.


 Eu ri enrolando o
macarrão no garfo.


- O que aconteceu com os seus pais? Se não quiser responder
não precisa...


- Eles morreram num acidente de carro quando eu tinha 13
anos. – Ele olhou para o chão, percebi que aquele assunto trazia dor a ele e me
arrependi de ter perguntado. – Desde então eu moro com os meus avôs, eles são
muito legais.


Abri um pequeno sorriso e ele retribuiu.


- Mais mudando de assunto, amanhã é o dia do festival, o que
você vai apresentar?


- Surpresa! – Fiz cara de mistério e pisquei pra ele – Você vai estar lá
torcendo por mim né?


- Pode ter certeza...


 Sorri satisfeita.


- Você até que é legal, falou algumas frases agora sem
incluir “vaquinha” no meio.


- Então você gosta que eu te chame de vaquinha? – Ele riu se
levantando e indo até a porta. – Até amanhã minha vaquinha.


 Fiquei olhando ele
sair pela porta da frente.


-“Minha vaquinha?”


 Eu ri sozinha. Agora
além de ser uma vaquinha eu era dele... Ain que garoto bobo, cara.


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Notas finais do capítulo

— Gente espero que estejam gostando Próximo capitulo é o festival, posto quinta-feira se pá. Deixem seu review, kissus amovocês sz'



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