Depois de uns 10 minutos na enfermaria, não chegamos a nenhuma conclusão:
–Talvez você só tenha falado coisas sem sentido mesmo – Disse Yukki ao meu lado enquanto íamos pro pátio, já que eu tinha perdido as três primeiras aulas.
–Não sei não, esse for algum tipo de sinal? - Perguntou Maya encarando uma mecha de seu cabelo.
–Pode ser, eu sinto que aquilo não era só um sonho estranho meu... Era alguma coisa importante. Aquele uivo era importante. Aquela pessoa era importante. Só não sei como. - Eu disse, as encarei e elas retribuíram o ato, estávamos nós três paradas no meio do corredor.
Passaram 5 minutos, que pra mim pareciam uma eternidade, “acordamos” do nosso pequeno transe e fomos pra uma árvore que tinha um pouco longe da multidão de alunos e professores andando de um lado para o outro, já disse que odeio multidões? Pois é, eu odeio multidões.
Estávamos conversando até que aparece Lewis e seu grupinho do time de basquete:
–Ei, se não são as esquisitas da classe - Lewis disse rindo com seus amiguinhos, porque esquisitas? Meu cabelo é azul, o da Yukki é branco, e a Maya só é chamada assim porque anda com a gente.
–O que você quer Lewis? Quer apanhar de novo?-Perguntou Yukki, é ela já brigou e ganhou do Lewis, porque ele tinha jogado terra na gente durante um passeio da escola.
–Dessa vez não Yukki - Ele disse,quando tentou dar um soco em Yukki,que desviou e revidou dando um chute na barriga dele, e os dois saíram rolando pelo chão de terra em volta da árvore.
–Yukki! – Eu gritei, eles tinham brigado no terceiro ano, nós estávamos no primeiro do ensino médio agora, ele estava grande e forte, puro músculo e nenhum cérebro.
Yu deu um soco na cara de Lewis que ficou deitado no chão gemendo de dor, Yukki levantou e veio até mim e Maya, e logo depois nós saímos indo em direção a sala de aula já que o sinal havia batido há alguns segundos e os corredores estavam desertos.
Ouvi Lewis levantando e senti o mesmo correr em nossa direção (como? não sei) me virei e já ia dar um soco nele, quando o mesmo me levantou pelo pescoço e bati as costas na parede. Aquela parede que tinha um prego solto virado para fora, uma coisa perigosa e nunca consertaram e agora tinha acabado de perfurar meu corpo.
Minhas costas doíam, senti minha camiseta molhada, vi o que antes era o azul claro de minha blusa se tornar vermelho sangue.
Vi um vulto branco passar na minha frente empurrando Lewis, olhei pra frente e vi o resto do grupinho de basquete indo em direção a Maya, (e não sei como) ela derrubou todos eles.
Olhei na direção que o tal vulto tinha ido, era Yukki. Ela empunhava uma espada estranha, que emanava uma luz negra, e tinha asas grandes da mesma cor. Ela sorria. Mas não como quem está feliz, ela sorria como alguém que fez algo que não devia. Yukki me olhou esperando uma reação.
Eu não tinha reação.
Yu encarou Maya, que a olhava em pânico, eu não entendi o que havia acontecido ali, mas sabia que era algo ruim. May me levantou e puxou meu pulso, olhei para trás, as asas de Yukki tinham sumido e ela jogou a espada longe, mas antes da mesma tocar o chão ela desapareceu em uma fumaça escura e brilhante.
Maya me puxava correndo para o portão e Yukki vinha atrás, saímos da escola e corremos para casa.