Corações escrita por Twins Are My Buddies


Capítulo 1
Valentona


Notas iniciais do capítulo

Oê! Tudo bem?
Espero que gostem, e comentem!
Sério, comentem.



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Uma garota encontrava-se sentada à mesa, enrolando os cabelos castanhos presos num rabo-de-cavalo, enquanto mastigava um chiclete. Estava visivelmente entediada, enquanto esperava a irmã mais velha para poder ir à escola.

- Narcisa! Chicletes de manhã? Não é possível! – exclamou uma voz, quebrando o silêncio.

A garota fitou a figura feminina a sua frente com desinteresse, até revirar os olhos.

- Cuspa isso fora, agora! – exclamou a mulher, empurrando a lata de lixo para perto de Narcisa. – Onde já se viu, garota! Deste jeito acabará com belas cáries e dor de dente! Que exemplo você dá! A filha de uma dentista com cá...

A visão da irmã de Narcisa fez com que esta pulasse da cadeira, fazendo a mãe interromper o falatório.

- Florência, querida, Garrett vem pegá-la! – a mãe deu um sorriso, que foi desfeito e substituído por uma careta raivosa. – Cuspam todos esses malditos chicletes agora! Malditos chicletes!

Florência, a irmã de Narcisa, cuspiu o chiclete com displicência e disse:

- Vou esperar Ga...

Nem deu tempo da garota terminar de falar, pois ouviu-se uma buzina. Florência arregalou os olhos, pegou a bolsa, afobada, e deu beijos nos rostos da mãe e de Narcisa, gritando “Tchau” para os ventos.

- Mãe! Por que não avisou que Flora iria com Garrett, assim eu me programaria! – esbravejou Narcisa, pondo as mãos na cintura.

- Eu me esqueci, querida, desculpe. E é Florência, nada de Flora.

Bufando, Narcisa pegou a mochila e falou:

- Agora terei de ir sozinha!

A mãe deu um sorrisinho culpado e abraçou a filha, fazendo com que esta revirasse os olhos.

- Tenha um bom primeiro dia de aula. – a mulher meteu a mão no bolso traseiro da calça de Narcisa, puxando uma caixinha de chicletes. – Nada de chicletes! – cantarolou, jogando a caixinha no lixo.

Narcisa fez cara de indignação e um barulho parecido com “humpf”.

O que Narcisa mais odiava no mundo era ir sozinha até a escola. Tinha medo de ser assaltada, estuprada, sequestrada, e mil coisas passavam por sua cabeça naquele momento, fazendo-a andar depressa.

A escola não ficava longe, mas ainda sim era preciso andar um bocadinho. Narcisa andava quase correndo, estava morrendo de medo.

Ao chegar na escola, suspirou de alívio. Diminuiu o passo ao ver adolescentes variados passarem por ali. Estar assim, em companhia, dava-lhe uma certa sensação de segurança. Alguém pulou em suas costas, assustando.

- Calma, sou eu, Alice! – disse uma voz risonha, seguida por risadinhas.

Alice era sua melhor amiga, companheira de todas as horas. Era engraçada e ria bastante.

- Vamos à lanchonete, Cisa? – perguntou Alice, puxando Narcisa pela mão.

- Não é Cisa. – a garota fungou, fazendo uma ligeira careta. – É Ciça.

Alice revirou os olhos.

- Cisa, Cisinha, Cisona! – exclamou.

Ao chegarem na lanchonete, Narcisa sentou-se em uma das mesas, puxou a mochila para as pernas e abriu-a, tirando uma caixinha de chicletes de lá. Jogou os dois chicletes na boca, fazendo cara de quem estava gostando. Fechou a mochila e pôs-se a esperar Alice, com o rosto apoiado na mão esquerda.

Quando Alice chegou, estava cantarolando uma música que soava como “Parabéns para você”, e saltitava. Narcisa revirou os olhos outra vez, sabendo do que se tratava.

- Precisamos pelo menos comemorar, Cisa! – disse Alice, puxando a mochila para os joelhos.

- Não, Allie, já disse que não quero festa! – Narcisa franziu o cenho, meio aborrecida.

- Aceite meu presente, pelo menos. – Alice tirou um embrulho da mochila preta.

Narcisa sempre adorou presentes, desde pequenina. Por isso arregalou os olhos e pegou o presente de Alice nas mãos, rasgando o embrulho apressada.

Lá tinham, na verdade, dois presentes. Um vestido bonito, preto, que provavelmente ia até os joelhos, e uma caixinha aveludada. Narcisa pegou a caixinha e abriu-a. Encontrava-se ali um lindo anel, que tinha um formato pequeno e redondo.

Narcisa tirou a joia e meteu-a no dedo indicador, admirando. Perfeito.

- É... estupendo, Alice. Muito obrigada!

- Ficou bom! – elogiou Alice, rindo.

Narcisa riu e abraçou a amiga.

- Muito obrigada!

***

Narcisa e Alice estavam na sala de aula, conversando, escoradas na cadeira, quando de repente Alice arregalou os olhos para a entrada e se engasgou com a própria saliva.

- Alice? – perguntou Narcisa, preocupada.

Depois de um pequeno acesso de tosse, Alice apontou para uma cadeira em especial e falou:

- Cisa, tá vendo aquela menina ali?

- Quem? – perguntou Narcisa, tentando enxergar pela sala.

- Ali. – falou Alice, impaciente. Ela virou a cabeça da amiga até que a mesma enxergasse uma garota magrinha, de pele branca, cabelos castanhos e olhos pretos. Parecia muito frágil, como se fosse de porcelana, e tinha mãozinhas delicadas. Estava pondo a mochila na cadeira, e sentou-se graciosamente depois.

- Sabe quem é ela? – perguntou Alice. – A maior valentona. Foi expulsa de duas escolas por agredir várias colegas.

Narcisa riu, descrente.

- Quem, ela? Essa menina de cabelo castanho?

- Não se deixe enganar pelas aparências. Ela é mais forte do que você pensa.

Narcisa riu, desdenhando.

- Vamos ver. – murmurou, indo em direção à cadeira da garota.

- Narcisa, não!

Tarde demais. Narcisa já estava quase chegando na garota. Ao chegar, murmurou:

- Você não parece ser muito valentona, não é?

A garota virou-se com uma expressão confusa no rosto.

- Quê?

- Você não parece ser muito valentona. – repetiu Narcisa.

A garota deu um sorriso em desafio.

- Ah, é?

- O que você faz, derrota seus oponentes lixando as unhas?

- Não. – respondeu a garota, apertando o punho direito. – Eu faço isso.

Em seguida, deu um soco na bochecha esquerda de Narcisa. A bofetada doeu mais que o esperado, fazendo Narcisa arregalar os olhos e apertar o local.

- Essa foi demais. – murmurou, dando bofetadas seguidas no nariz da garota, com a intenção de quebrá-lo.

A garota também dava bofetadas, mas errava muito, por estar com os olhos fechados. Sangue escorreu de suas narinas, fazendo Narcisa parar, dando vantagem a garota, que subiu em cima de Narcisa. Ela puxava os cabelos de Narcisa com os dedos finos, que Narcisa sentiu mais como se estivessem fazendo carinho nos seus cabelos. Não era como se a garota estivesse tentando.

Os demais estudantes gritavam, excitados, enquanto Alice parecia prestes a desmaiar.

Narcisa trocou de posição com a garota, ficando por cima. Prendeu o tronco da garota com as pernas, e segurou as mãos da mesma com as próprias. Elas estavam com os rostos próximos, e Narcisa ia dando um sorriso triunfante, quando a garota chocou a testa com sua.

Teria sido cômico se não fosse trágico. O baque foi tão forte que Narcisa caiu em cima da garota, perdendo os sentidos.


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