Simple Words escrita por Alfa Stark


Capítulo 1
Carta ao eterno Rei sob a Montanha


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, agradeço a você que chegou até aqui. Peço perdão por qualquer erro gramatical, não revisei muito bem devido ao tempo, espero que compreendam. Senti a necessidade de criar tal "carta", pois a morte de Thorin mexe comigo, logo, eu precisava pelo menos tentar descrever o que sinto, o que Bilbo Bolseiro sente com a partida do "grande amigo" [...] Enfim, do fundo do meu coração, espero que goste, ótima leitura!



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Caro Thorin,

Como um pequeno hobbit, como eu, deve iniciar uma carta? Com um mero “bom dia”? É, acho que não... Pois, afinal, como nosso velho amigo Gandalf diz, um “bom dia”, pode significar várias coisas, como por exemplo: apenas um simples desejo de que seu dia seja bom, ou estou querendo dizer que o dia está bom, independentemente da sua opinião, ou estou querendo dizer que me sinto bem neste dia, ou apenas que este é um dia para estar bem .

Não, eu jamais poderia começar tal documento com um “bom dia”, pois isso não se encaixaria em nada com os dias que venho passando desde a sua partida. Afinal, porque estou tão preocupado com o que está escrito nesse pedaço de papel? Você nunca o lerá de qualquer maneira. Que hobbit mais bobo eu sou [...]

Na verdade, sinto necessidade de escrever apenas para, quem sabe, conseguir colocar para fora coisas que jamais conseguirei dizer a mais ninguém, lembranças de uma época em que eu era um ladrão, o mestre ladrão. Para ser sincero, as coisas nunca mais foram as mesmas depois de nossa aventura, o velho mago cinzento estava coberto de razão quando disse que se voltasse para casa, jamais seria o Bilbo Bolseiro de antes. Não sei dizer ao certo o que necessariamente mudou em mim, mas sei dizer o vazio que você deixou com sua partida inesperada, caro Thorin Escudo de Carvalho, não apenas em meu coração, e sim no coração de todos que já estiveram ao seu redor.

Que você sempre foi um anão extremamente complicado de lidar, isso jamais foi novidade para alguém, bastava olhar em seu semblante para notar o mistério que o rondava, bastava apenas um olhar para entender que estávamos diante do verdadeiro rei, o Rei sob a Montanha. Desde a noite em que apareceu em minha porta, juntamente com os outros anões (quando eu realmente quis matar cada um de vocês e expulsá-los de minha toca), notei que as coisas nunca mais seriam as mesmas. Deveria ter desconfiado que as coisas mudariam,desde aquela tarde, quando Gandalf visitou-me com aquele papo doido sobre aventura. Volto admitir, caro Rei sob a Montanha, que hobbit bobo eu sou.

Qualquer hobbit teria recusado, não tenho dúvida. Afinal, quem gosta de aventuras? Elas nos atrasam para o jantar, incomodam... Mas, eu aceitei. Claro, depois de ter um verdadeiro ataque de pânico (completamente compreensível), porém, não desisti, algo dentro de mim gritou que talvez não fosse uma má ideia essa tal aventura, algo dentro de mim animou-se com a oportunidade de sair da rotina. Hoje, agradeço a essas minhas vozes interiores por terem me encorajado nos últimos minutos.

A princípio, eu senti certo medo, quer dizer, não diria medo, algo relativo a receio, ou semelhante, afinal, eu estava diante do Rei sob a Montanha, um mero hobbit como eu não sabe se portar adequadamente com qualquer um, somos um tanto turrões quando queremos, assim como os anões. Mas, não precisou de muito para que esse receio se transformasse em admiração, respeito, confesso que o que nutri por você, eterno Thorin Escudo de Carvalho, até hoje não tem nome ou definição para um ser tão pequeno quanto eu, não sei dizer o que senti ao seu lado, mas apenas lhe digo que não me arrependo, que independente do que for, tal sentimento ainda está guardado em meu interior, em meu pequeno coração.

Muitos te chamam de lenda, atualmente, mas eu sei que ultrapassa isso. Quando me despedi dos adoráveis anões em Erebor, tentei explicar à Balin o que você significava (muito mais que apenas uma lenda, não há dúvidas), mas não houve palavras, pelo contrário, apenas mais algumas lágrimas querendo escapar pela perda de um amigo como você. Há muito tempo não tenho notícia dos anões, algumas vezes ou outras eles aparecem em minha toca para bagunçar (o que já não é novidade), mas não tenho a menor dúvida de que sentem sua falta. A morte de Fili e Kili também abalou a todos, um pouco de cada um ainda vive em nossa mente, vocês ainda vivem em nosso inconsciente, nos visitam constantemente nas noites mais geladas da Terra Média.

Acho que, afinal, o que sentia quando estava perto de você, era proteção. Sim, eterno amigo, proteção, eu sabia que sempre que precisasse de socorro, você estaria disposto a ajudar (mesmo que depois de alguns instantes de excitação), você sempre esteve ali. Eu nunca pude agradecer como deveria, apesar de ter tentado diversas vezes. Quando o vi ao chão, sendo atacado pelos orcs, a morte aproximando-se cada vez mais, não vi outra opção a não ser interferir. Nesse momento, eterno Rei sob a Montanha, eu estava tentando agradecer pelas vezes em que me salvou, esteve ao meu lado. Na verdade, acima de tudo, estava tentando lhe passar a proteção que você sempre me passou, ou tentando fazer com que você confiasse, pelo menos um pouco, em mim. Confesso, que me senti menosprezado e magoado diversas vezes com você, senti saudade de casa (como um bom hobbit que sou), quis desistir, mas a motivação de ajudá-los a retomar a casa que sempre foi dos anões, me levava adiante.

Infelizmente, as coisas foram mudando, não é mesmo, Rei sob a Montanha? Lentamente a doença do ouro foi lhe atingindo, e eu não poderia deixar isso acontecer, doeu intensamente ver meu bom amigo transformando-se no ser irreconhecível e ganancioso, não me perdoaria jamais se permitisse que você enlouquecesse, sei que , antes de partir, você acabou entendendo porque não entreguei a Pedra Arken em suas mãos, eu não queria perdê-lo a loucura, não agüentaria viver com tal culpa. Quando abraçou-me naquela montanha, após eu ter conseguido salvá-lo dos orcs (não sem a ajuda dos outros anões e magos), finalmente me senti membro da companhia. As águias que nos rondavam naquele momento, a princípio, tornaram-se um sinal de que tudo, enfim, acabara bem, mas não foi necessariamente assim que a história terminou. Quando você partiu, elas estavam nos sobrevoando novamente, mas daquela vez, a história não teve seu final feliz. São tantas lembranças em minha pequena mente, que lentamente elas se misturam e trazê-las a tona faz todo o meu interior se prender em um nó de saudade, lágrimas teimam em escapar por meus olhos, mas luto constantemente, em honra à você, que não se cansou de lutar, perdeu a vida em prol de suas lutas e ideais.

Gostaria de tentar concluir dizendo que jamais me arrependi de tal aventura ao lado de sua Companhia, também, como poderia? Adquiri experiências que jamais algum outro hobbit sonhou em viver, conheci pessoas e lugares inimagináveis para qualquer ser do Condado, acima de tudo, tive a honra de conhecê-lo, Thorin, e apenas esse fato já valeu por qualquer coisa que tenha acontecido. Quando lhe disse que fico feliz por todos os perigos pelo que passei, não estava mentindo, graças a você e toda a sua Companhia, tenho orgulho de dizer que vivi, vivi experiências que jamais outros hobbits serão capaz de viver. Termino essa tentativa de desabafo, dizendo que plantei aquela semente que havia pegado, e hoje ela já dá seus frutos. Sempre que a olho, meus pensamentos tomam formas e viajam para os momentos mais perigosos e nostálgicos ao seu lado, sempre que pego meus livros e sento em minha poltrona, você está em minha mente [...] Você, Thorin Escudo de Carvalho, disse-me antes de partir, que se mais pessoas fossem como eu, o mundo seria melhor, logo, tenho que dizer, que se mais pessoas corajosas, preservassem seus laços familiares, como você, qualquer problema estaria resolvido, ou parte dele.

Sentimos sua falta, mais necessariamente, eu sinto sua falta, eterno Rei sob a Montanha. Você é muito mais que uma lenda para mim, é aquela pessoa que nos encoraja apenas com um olhar, quem sabe guiar um reino até de olhos fechados, você, Thorin Escudo de Carvalho, é o maior e mais bravo anão que já existiu na Terra Média. Ah, e sim, apenas para concluir, eu sempre amarei você!

Atenciosamente, Bilbo Bolseiro

( seu pequeno e eterno ladrão)


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Notas finais do capítulo

Enfim, isso foi um mero desabafo de minha parte, lutando para não ser tomada novamente pelas lágrimas. Jamais superarei a morte de Thorin, Fili e Kili [...] Comentários e favoritos são muito bem-vindos. Obrigada por chegar até aqui. Perdoem-me por qualquer coisa, qualquer erro, no momento a emoção me toma. Até um próximo encontro!



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