Diga Adeus à Inocência escrita por Mahfics


Capítulo 61
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Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei! Está realmente muito dificil de achar um tempo para escrever e me dedicar a história, graças a Deus já estamos no final e assim não deixo vocês tão na mão assim.
Bom, já que vocês responderam minhas perguntas, também vou respondê-las: Sou de São Paulo capital ( mais alguém?), estou no terceiro ano do médio e tenho 16 anos.
Outra novidade ♥ Meu livro ficou pronto, agora ele é um livro físico de verdade! Para quem se interessar, segue o link do site de venda:
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Se alguém se interessar e comprar, me avise! Assim eu posso vomitar arco-íris e te venerar para o resto da vida ♥ ♥
Ps: Também estou pensando em transformar Diga Adeus à Inocência em livro, opiniões a favor? contra? Claro, irei reescrever a história, colocar mais suspense e tudo mais.



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O sentimento da dúvida é o único que nunca acaba, que sempre nos acompanha para o resto da vida; é o pior de todos.

Passei o caminho em silêncio por falta de palavras ou por falta de vontade em pronunciá-las. Minha mãe também não fez questão de conversar comigo, assim como não quis ligar o rádio. O barulho do motor do carro é confortável e chega a acalmar se você se concentrar apenas nesse barulho e abstrair o ambiente de fora.

— Você tem uma sessão de fotos hoje, vai querer ir? – ela quebra o silêncio.

— Não.

— Você sabe que virou uma figura pública agora, não sabe? – ela me encara por rápidos segundos e volta a olhar para a estrada.

— Não, só virei um ícone de curiosidade sobre o que aconteceu comigo. – discordo amarga – Ninguém me ama ou me admira pelo o que eu fiz, só sente curiosidade em saber o que aconteceu comigo.

Ela respira fundo.

— Você se lembra de como era antes disso?

Franzo o cenho.

— Era o quê?

— Você.

— Como eu era? – ergo uma sobrancelha.

— Sim, Bianca.

Comprimo os lábios. Como eu era... É como uma lembrança distinta em minha cabeça. Ainda posso sentir meu sorriso alargar meus lábios e meu coração bater mais forte ao ver o Malic, mas nada que indique o meu eu antes dessa desgraça, como se eu nunca tivesse existido antes disso; um espectro. E de qualquer forma não adianta ficar remoendo isso em minha cabeça e tentar voltar a ser a mesma pessoa. Nunca voltamos a ser o que éramos, faz parte da evolução e da vida.

— Não acho que aquela Bianca iria aguentar tudo isso. – comento indiferente.

— Ela aguentou até você a matar.

— Eu?!

— Bianca, não negue o que está estampado em sua cara. As mudanças que sofremos são de nossa própria autoria. Você está virando uma pessoa horrível.

— Ah! Então quando você for estuprada, comer um pedaço da sua avó e ser perseguida pelo próprio namorado , por favor, venha me dizer o milagre que fez para não ficar afetada com isso.

Mamãe abre a boca para responder e desisti, respirando fundo e apertando o volante. De certa forma, horrível e asquerosa, ela sabe que é impossível ficar imaculada perante tudo isso e no fundo ela só quer se iludir de que nada aconteceu. É só mais um pesadelo, filha.

Me ajeito no banco e abro um pouco o vidro. Queria sumir.

 

 

 

 

Já estamos na rua da nossa casa – não via a hora de chegar em casa e poder ir para o meu quarto e me trancar lá, ficar isolada do mundo. Há um carro parado lá em frente, reconheço.

— O que ele está fazendo aqui? – digo para ninguém em especial.

— Vai querer descer? – mamãe me encara.

— Por favor.

Ela para o carro antes de entrar na garagem e me dá a chance de descer. Caminho até a janela do banco do motorista e dou três batidas, o vidro abaixa e os olhos verdes gelados me encaram ternamente.

— Achei que não iria chegar nunca. – ele murmura.

— O que está fazendo aqui? – franzo o cenho.

Lembro-me muito bem de suas palavras antes de sair da minha casa igual um louco – com toda a razão.

— Fui injusto com você, até um pouco egoísta. – ele dá de ombros – Deve ser péssimo isso tudo o que você está passando e... E querendo ou não, Malic sempre foi- tampo sua boca com a mão e fecho os olhos.

— Por favor, não termine. – peço.

Dói lembrar de tudo o que já senti por ele e depois saber que tudo isso é culpa dele.

Matthew afasta minha mão gentilmente e sorri.

— Enfim, resolvi voltar e concertar as coisas.

— Que bom que voltou.

Na verdade, não sei se é bom ele ter voltado ou não.

A porta do carro é aberta, afasto-me para dar passagem. Ele desce de uma forma cautelosa, como se calculasse seus movimentos e encosta a porta com o quadril, envolvendo minha cintura com as mãos.

— Você me perdoa?

A voz entala em minha garganta e as minhas desconfianças passadas começam a bombardear a minha cabeça. E se ele for? E se estiver me enganando? Como um cão traiçoeiro esperando que estendemos a mão para morder. O que eu faço? Taco tudo na cara dele e saio correndo? Ou finjo que não sei  de nada? Se eu agir por impulso, talvez não termine do jeito esperado – já fiz isso uma vez para aprender a lição.

— Claro. – sopro as palavras para fora e forço um sorriso.

Um sorriso mecânico e calculado, como se os músculos de minha face forçassem a abertura dos meus lábios para revelar os dentes, um sorriso que não muda o forma do rosto e nem ilumina os olhos; receoso e sôfrego, cauteloso diante do perigo. O sorriso nervoso que damos seguido de uma respiração funda para aliviar os nervos que sobem a pele.

O sorriso de quem enfrenta seu predador.

— Você quer entrar? – quero, desesperadamente, me afastar de suas mãos.

— Estava pensando em dar uma volta com você.

O sorriso some. Fico lívida.

— Fiz uma viagem cansativa demais, gostaria de descansar um pouco. – balbucio.

— Para onde foi? – ele ergue uma sobrancelha.

— Para a casa de minha vó. – minto.

— Casa da sua vó? – ele ergue uma sobrancelha, desconfiado.

— Não essa vó. – solto um riso nervoso – Tenho uma outra vó.

— Desconfiava. – sua feição de suaviza.

— Vamos entrar.

Dessa vez não dirijo a palavra como uma pergunta, é uma afirmação de que vamos entrar e não vamos mais sair dessa casa sozinhos e nem ficar nela sozinhos. Não posso sair gritando para os quatro ventos no que acredito, principalmente depois do que Eduardo me confessou hoje. Se eu gritar avisando sobre o lobo é capaz dos caçadores me caçarem para silenciar o ataque e deixar a sociedade absorta.

Entramos e aproveito que minha mãe está vendo um filme para me juntar a ela.

— Matthew. – ela levanta – Fico muito feliz que tenha voltado.

Ele sorri.

— Fico feliz em revê-la. – ele aperta sua mão.

— Estão resolvidos? – ela me encara.

— Todo mundo briga, não é mesmo? – ele ergue uma sobrancelha, me encarando por cima do ombro de minha mãe.

— Claro. – concordo.

 

Passamos a tarde no sofá vendo qualquer coisa, eu só precisava ficar perto de outra pessoa para me socorrer do aperto no pescoço.

— Bianca.

Ergo o olhar para encará-lo.

— Você não me desculpou, não é mesmo?

— Quem sabe se eu morrer e nascer de novo. – retruco desgostosa.

Ele fecha os olhos e suspira.

— Não leve a sério o que eu falo quando estou nervoso, por favor. – ele murmura.

— Palavras ferem mais que armas, Matthew. – comento – E sabe, até parece que você falou o que sempre desejou. Você queria que eu estivesse morta?

— Não! – ele arregala os olhos – Claro que não. – suspira – É que ser comparado com o Malic... Depois de tudo que já passamos... Você gostaria de ser comparada com a Helena?

É o que mais vem acontecendo comigo.

— São águas passadas. – ele continua – Por favor, me perdoe.

Não tenho energia o suficiente para nadar contra o meu gradiente de concentração.

— Tudo bem. – me ajeito no sofá e volto minha atenção para a televisão.

Isso dominou minha vida de tal forma que não permite mais que eu a viva novamente, virou uma obsessão da minha mente. Tudo me leva para o passado e me impede de apreciar meu presente e ver o futuro chegar. Fiquei presa naquele porão e nunca mais consegui sair. Minha vó não gostaria de me ver assim...

Encaro Matthew.

Será que ele seria capaz disso? Ele é uma pessoa estranha... Exótica, mas parece estar sendo sincero com seus sentimentos e posso até me colocar no lugar dele sobre como me sentir em ser comparado com alguém de um relacionamento passado, no lugar dele qualquer um tem a opção de surtar. Palavras ferem e são jogadas da boca para fora. Os olhos verdes podem ser frios, no entanto são translúcidos para a alma. Virou tão comum desconfiar das pessoas que faço isso automaticamente, como se fosse uma respiração.

Tenho que aprender a ser a Bianca de novo, me reencontrar.

— Você promete nunca me fazer mal?

Os olhos verdes me observam desconfiados.

— Promete nunca me fazer chorar?

O verde translúcido parece possuir força própria e envolver o meu corpo, apertando-me.

— Promete nunca surtar comigo de novo? Me entender?

O aperto fica mais forte à medida que as palavras vão sendo pronunciadas, ao mesmo tempo que sufoca, traz uma sensação de reconforto. Quente. Embalando meu corpo e me tragando para dentro de sua imensidão.

Em vez de me responder, Matthew pressiona meus lábios contra os seus lábios.

Talvez tivesse sido mais fácil para a Chapeuzinho ter se vestido de lobo, assim os dois ficariam quites.

***

Domingo.

Não por ser domingo, mas hoje é um dia chato. Está uma garoa fraca e um clima ameno. O típico dia que só quero ficar embaixo do cobertor dormindo. Meu pai havia prometido que viria almoçar com a gente, porém acabou quebrando a promessa e ligando avisando que tinha um compromisso no trabalho, agora cabe a nós acreditar se havia mesmo compromisso no trabalho ou se era algum outro tipo. Minha mãe não parece se importar, mas eu sim.

— Vai querer comer o que? – ela senta ao meu lado no sofá.

— Estou sem fome. – dou de ombros.

— Ah, Bianca. – ela suspira – Não vá reprimir por causa dele.

— Não é isso...

— É sim. – ela insisti.

— Comida japonesa. – coloco um ponto final na história antes que isso vire um assunto mais profundo.

Ela revira os olhos enquanto respira fundo e se afasta discando no telefone. Puxo o cobertor. Me sinto mal em ficar fazendo isso com ela, só que isso é para o bem de nós duas.

Muda para o canal do noticiário.

“ Suicídio com ajuda?”

“O caso trata de uma jovem que foi encontrada morta a 30 km de São Paulo. Meu coração para. Seu corpo foi encontrado pendurado em uma árvore por uma corda enrolada em seu pescoço. No começo tudo indicava que ela havia cometido suicídio, mas após a perícia do corpo foi comprovado que ela foi morta antes de ser enforcada, ou seja, foi assassinato. A causa da morte foi asfixia, assim as marcas no pescoço seriam tituladas para o aperto da corda. Um detalhe peculiar no caso é que a jovem foi encontrada com um cigarro nos lábios e no mesmo se encontrava a palavra “inocência” escrita. A polícia não conseguiu ligar o caso com o Lobo de Villa Lobos.

Mais um assassino?”

O controle cai de minha mão e o atrito com o chão faz com que suas pilhas saiam voando. Mais uma menina? Quero vomitar. A única coisa que me alivia é saber que não tem ligação com o Lobo, no entanto continua sendo assustador do mesmo jeito.  Outro assassinato? Desse jeito parece ser fácil sair matando as pessoas sem ser preso, tudo bem que nossa política judiciaria ajuda nisso. Será que o Lobo está sendo usava como exemplos e assassinos anônimos estão tomando coragem para agir? Um movimento estratégico para sobrecarregar a polícia e fazer com que fique tudo certo e nada resolvido?

Antes que eu possa pegar minha linha de raciocínio, minha mãe grita meu nome. Levanto em um sobressalto com o coração acelerado e procuro por ela. Está parada na porta acompanhada de uma outra mulher e uma criança. Franzo o cenho. Não estava esperando ninguém.

— Lembra de mim? – a mulher me encara.

A voz é familiar... Busco em minha memória algum rosto para coincidir com a voz... Helen.

— Nossa, quanto tempo.

Da última vez que escutei seu nome foi quando te atropelei e fui presa.

— Sim. – ela se aproxima.

— Vou terminar a ligação do lado de fora. – minha mão sai.

Digiro o olhar para Cesar. Está tão grande, já parece um “homenzinho”; mini cópia do pai, perfeita cópia.

— A que devo sua visita? – coloco a televisão no mudo.

— Preciso esclarecer uma coisa. – ela coloca Cesar no chão e arruma sua camisa.

Será que devo ser cortes e perguntar como foi sua recuperação? Ou ignorar e fingir que não me lembro de nada? Ficará muito na cara fingir que não lembro que a atropelei e que matei no marido dela? Muito forçado?

— Nem sei como dizer. – ela solta o ar, pesado.

— Quer sentar? Água? Café?

— Água, por favor. – ela cruza os braços. Parece desconfortável.

Corro até a cozinha e encho um copo d’água, não tardando a voltar para a sala.

— Sem pressão, mas sou uma pessoa muito curiosa e ficar enrolando o assunto só irá piorar. – vou direto ao ponto e lhe entrego o copo.

Ela respira fundo.

— Todos falaram para eu ficar em casa e esquecer isso, diziam que não valia a pena voltar nessa questão e que tudo já havia sido resolvido, principalmente em te atormentar com isso novamente. – ela começa – Iria criar um inferno por nada, principalmente por não haver provas concretas sobre o que vou dizer.

Cruzo os braços, adquirindo a mesma postura que a dela.

— Acontece que eu sempre fui apaixonada pelo Malic, desde a adolescência e pode parecer estranho, mas ter o Cesar com ele foi o ponto máximo do meu prazer na vida. Existe uma coisa que veio de nossa união, algo concreto e não apenas frutos de minha memória.

— Vá direto ao ponto. – corto-a.

Ela limpa a garganta.

— Estou aqui para defender o pai do meu filho. – ela diz, convicta.

Não acredito nisso.

— Helen, saia da minha casa. – peço.

— Não, você precisa escutar. – ela continua imóvel.

— Não vou escutar merda nenhuma, saia! – me aproximo.

— Mas – interrompo-a agarrando seu braço:

— Não quero escutar nada que venha dele ou em defesa dele! – esbravejo.

Cesar começa a chorar.

— Saia da minha casa! – começo a arrastá-la até a porta.

— Era uma mulher! – ela grita.

Paraliso.

— Foi uma mulher que me empurrou em cima do seu carro aquela noite, tenho certeza absoluta disso. – ela me encara, com os olhos marejados – Nunca viria aqui para mentir, até mesmo porque sei o que você passou. Nunca brincaria com isso.

— Uma mulher? Como sabe disso? – solto se braço e me afasto, como se tivesse levado um choque.

Helen pega Cesar e o aninha ao peito, fazendo-o parar de chorar.

— Devia estar usando tênis ou algo parecido, porque me alcançou muito rápido e olha que eu corri mais que estou acostumada. Estava passando pelo beco para cortar caminho para o prédio do Malic, mas quando encontrei a figura estranha no meio do caminho encostada na parede, fiz meia volta e apertei o passo. Quando notei que estava vindo atrás de mim, corri como nunca antes na minha vida. Chegando perto da calçada, avistei o farol do seu carro e por impulso parei, o encontrão foi mais forte e me jogou para frente, acabei sendo atropelada.

Fui capaz de absorver poucas palavras de seu relato. Uma mulher... Isso muda a história toda!

— Sei que era uma mulher porque as mãos eram pequenas demais para pertencer a um homem e se ela não estivesse correndo do jeito que estava, não conseguiria me empurrar com tanta força. – ela continua.

— Por que você não disse isso antes?! – passo a mão pelo cabelo.

— Eu falei! – ela se exalta – Mas todos acharam que eu estava confusa por quase do acidente e não me deram ouvidos, afinal, como um Serial Killer pode ser uma mulher? Somos tão inferiorizadas na sociedade que essa ideia acaba sendo absurda. Iriam rir de mim. Conversei com o delegado Eduardo sobre o caso e ele disse que entraria em discussão com os outros, mas nunca mais encontraram em contato comigo.

Uma mulher! Se o assassino foi uma mulher, então todas as suspeitas estavam erradas... Todos os suspeitos. Minhas pernas ficam moles.

— Então você quer dizer que... – minha voz falha.

— Que você é uma assassina e que pode ter matado alguém inocente. – a firmeza em sua voz serve como uma faca contra a minha alma, me cortando e vendo agoniar no chão.

NÃO! Isso não pode ser verdade. Tem que ser o Malic, não posso tê-lo matado em vão. Não! Eu não aceito isso! Se ele for inocente... Eu...

— Quero avisar que prepare um advogado e que fique preparada, pois vou entrar com um recurso para investigarem o caso e provar que meu marido era inocente e que você não passa de uma louca. Não vou medir esforços para te ver na cadeia.

Coloco a mão na frente da boca. Ela pode me condenar a cadeira elétrica se conseguir provar que o Malic era inocente, morrer será muito mais agradável do que viver com isso em minha cabeça, com essa culpa que já começa a me esmagar agora. Tenho medo dela conseguir provar o que fala, não por ser julgada e virar assassina, mas por ter matado ele, o amor da minha vida, por ter acreditado em minha loucura e acusá-lo de tais atos. Se não for o Malic sou capaz de me atirar da ponte e nem a morte irá curar o que sinto.

Helen se retira com a mesma pose que entrou; confiante, decidida, convicta do que fala. Minhas pernas tremem e meus joelhos encontram o chão. Finco os dedos no meu cabelo e aperto com tanta força que sou capaz de escutar o barulho dos fios sendo arrancados.

A noite da morte de Malic volta a minha de uma outra perspectiva, onde tudo o que acontece prova sua inocência no caso – tudo influenciado pelo relato de Helen. Minha cabeça entra em colapso.

Grito e curvo o corpo.

Uma dor em meu peito parece esmagar meu corpo no chão e pressionar cada vez mais forte. Posso escutar a voz dele na minha cabeça e vê-lo bem diante de meus olhos. Tudo o que passa na minha cabeça tenta me convencer de que Helen está certa e que eu sou uma assassina. Toda a certeza que eu tinha... Tudo o que eu planejei, articulei, calculei... Toda a convicção do caso...  A dor... Tudo virou sangue.

Minha mãe entra correndo.

— Bianca! – ajoelha ao meu lado – O que aconteceu?

— Mãe... – puxo o ar – Mãe... Inocente... Ele...

— O que?

— Malic... Pode... Ser... Inocente. –  a falta de fôlego faz a frase sair baixo.

Mamãe arregala os olhos.

— Você tem certeza?

— Helen tem.

Abraço-a. Agarrando sua blusa e puxando seu corpo contra o meu na tentativa inútil de me manter sã e agarrar algo em que acreditar, me segurar para não cair.

Malic precisa ser o assassino.

 

 

  Helen cumpriu com sua palavra e em questão de uma semana, não só a polícia havia sido acionada, como o Brasil todo já estava a par da nova reviravolta da história.

 


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Notas finais do capítulo

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