Percy’s POV

Annabeth é realmente estranha. Há poucos minutos atrás ela havia pirado e brigado por eu ter esquecido o nosso aniversário de namoro. Ela desaparece por alguns minutos e já volta toda carinhosa. Isso que é ser bipolar! Obviamente, não irei comentar nada do que estou pensando, afinal, eu tenho amor à vida!

- E então, cabeça de alga, pra onde você ta me levando? – Graças aos deuses, ela me chamou de cabeça de alga!

- Eu já falei que é surpresa! – respondi rindo. Estávamos caminhando de mãos dadas, até que chegamos na esquina do meu prédio.

- Por que estamos na rua do seu apartamento? – ela perguntou desconfiada.

- Er... Eu só... Esqueci uma coisa! – respondi meio hesitante, acho que não colou. Annabeth arqueou as sombracelhas, com certeza ela desconfiava de algo. Mas, se ela desconfiou, não disse nada.

Continuamos caminhando de mãos dadas. Ela se chegou pra mais perto de mim.

- Você sabe que eu já sei, né? – ela falou sorrindo.

- Hã? – Sério, não entendi o que ela quis dizer! (N/A: ô lerdeza, viu ¬¬)

- Eu já sei da festa, cabeça de alga! – ela respondeu, dessa vez rindo de verdade.

- O que... Mas... Como?

- Vocês precisam de muito mais pra esconder algo de uma filha de Athena. Além de uma aula de teatro.

- Ta bom, como você descobriu?

- Desconfiei quando Juliet e Jake saíram juntos hoje mais cedo com uma desculpa esfarrapada de que iam ver a Isabelle no hospício. E, quando você me trouxe pra cá, tive certeza!

Annabeth ria de se acabar. Legal, mais de uma semana tentando bolar uma surpresa e ela descobre tudo! Droga! Por que fui namorar justo uma filha de Athena?

- Ta, agora sim a Thalia me mata! – Comentei irritado.

Já havíamos chegado no meu prédio, fomos pegar o elevador.

- Pode deixar que eu finjo cara de surpresa! – ela sussurrou, ainda rindo. Eu não consegui evitar e ri também.

Chegamos à porta do meu apartamento. Antes que eu fosse abrir a porta, eu disse:

- Cara de surpresa, não esquece!

Ela apenas riu.

Eu abri a porta.

- SURPRESAAAA!

Sinceramente, eu acho que Annabeth havia feito aulas de teatro, porque a cara de surpresa que ela fez dava até pra acreditar que ela realmente não sabia de nada. Eu tive que rir e ela me deu um tapa no braço. Ela correu para abraçar os nossos outros amigos.

Estavam todos lá: Grover, Thalia, Juniper, Clarisse, Chris, Rachel, os irmãos Stoll Jake, Juliet e alguns irmãos dela que eu sabia que eram mais chegados, além de alguns outros amigos do acampamento. E, também, o pai e a madrasta e os meio irmãos. Agora sim, a cara de surpresa dela era verdadeira! Eu me aproximei deles e segurei a mão dela.

- P-pai?

- Feliz aniversário, Annie!

Annabeth soltou minha mão e abraçou o pai, eu percebi que ela estava chorando. Achei melhor me afastar um pouco, deixá-los a sós. Fui falar com o resto do pessoal, Grover já havia posto algumas músicas pra tocar. Vi algumas pessoas dançando e vi Rachel sentada no sofá. Fui até ela e me sentei ao seu lado.

- Como conseguiu vir? – perguntei.

- Fugi da escola. – ela respondeu dando de ombros. Eu ri.

- Então... ta sendo muito difícil ser o oráculo em uma escola de boas maneiras?

- Nem tanto! Felizmente, ou não, ainda não soltei nenhum tipo de fumaça verde em ninguém... Embora eu quisesse!

Ela riu um pouco, mas logo ficou séria novamente. Eu reparei que ela parecia distante, preocupada com algo.

- Rachel, aconteceu algo?

- Por que? – ela perguntou assustada. Agora eu tinha certeza de que algo a incomodava.

- Você está estranha... parece que ta preocupada com alguma coisa.

Ela soltou um pesado suspiro.

- Percy, eu tenho tido... Sonhos e... – ela parou de falar e desviou o olhar.

- Rachel, o que foi?

- Annabeth está vindo!

- O que?

Ela apontou e vi Annabeth se aproximando de nós. E ela não estava com uma cara muito boa. Só agora eu percebi que eu estava muito próximo de Rachel.

Rachel se levantou e disse:

- Já estou indo! Parabéns Annabeth! – Ela deu um abraço rápido em Annabeth e acenou para mim. – Tchau Percy!

Rachel foi embora, deixando eu e Annabeth ali.

- E então, o que estavam conversando?

Eu me levantei e respondi:

- Nada demais... Acho que ela teve uma visão, mas não quer falar o que é!

O rosto de Annabeth suavizou, não estava mais irritada, mas parecia preocupada.

- Você acha que tem alguma coisa a ver com a nova Grande Profecia?

Eu dei de ombros.

- Talvez... Mas algo me diz que não era isso... Aliás, custava você ter segurado um pouquinho seus ciúmes e ter sido um pouco mais educada com a Rachel? – Eu brinquei, lembrando de algo parecido com o que ela havia me dito duas semanas antes. Annabeth me deu um tapa no braço e revirou os olhos.

- Você continua o mesmo idiota de sempre, sabia?

Nós dois rimos e Annabeth me puxou pela mão para a “pista de dança” improvisada.

- Ah, Annabeth, qual é! Você sabe que eu não sei dançar!

- O pior é que eu realmente sei, mas e daí?

Foi ai que eu prestei atenção na música que estava tocando.

- Eu não acredito que você vai me fazer dançar isso!

Annabeth não me ouviu, ou pelo menos, fingiu não ouvir. Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e me beijou.

Ouvi alguns assobios, risos e até gritos de “Aeeeeeee!”.

Nos separamos, ambos vermelhos e rindo. A música já estava no refrão. Annabeth me abraçou e ficou cantando junto com a musica no meu ouvido:

You are the reason that I breathe,

You are the reason that I still believe,
You are my destiny,
Jai Oh! Oh-oh-oh-oh!

No there is nothing that can stop us,
Nothing can ever come between us,
So come and dance with me,
Jai Ho! (oohh)

Eu não agüentei e ri.

- Não sabia que gostava de Pussycat Dolls. – comentei.

- E não gosto! É que eu fiquei com essa música na cabeça.

- Ta...sei!

Nós dois rimos e nos beijamos novamente.

Minha mãe chamou todo mundo para cantar parabéns pouco tempo depois.

****

Todo mundo já havia ido embora. Annabeth ajudava eu, minha mãe e Paul a arrumar a bagunça. Um tempo depois, eles foram dormir.

Annabeth se jogou no sofá, visivelmente cansada. Eu me sentei ao lado dela. Ela recostou a cabeça em meu ombro, mas levantou em um pulo.

- Que foi? – perguntei preocupado.

Ela não respondeu e foi pegar a mochila dela. Ótimo! Eu adorava ficar sem respostas.

Annabeth tirou uma caixinha de dentro da mochila e me entregou.

- Feliz aniversário de namoro! – ela disse e me deu um selinho.

Eu fiquei um pouco sem graça por ter esquecido.

- Não se preocupa comigo. Vou considerar a festa presente de aniversário e o livro presente de aniversário de namoro! Feito?

- Feito! – respondi sorrindo. – É por isso que te amo!

- Só por isso mesmo?

Eu revirei os olhos e a beijei.

-Não, por isso também! – respondi rindo.

Ela corou, mas mesmo assim, sorriu.

- Anda, abre logo o presente.

Eu abri. Era um cordão de contas, parecido com o do acampamento. O pingente era um coração entalhado em madeira com a figura de uma coruja no centro.

- Não é lá grandes coisas, mas... Eu não sabia direito o que te dar. – era engraçado vê-la atrapalhada daquele jeito. – Eu queria te dar algo que você pudesse lembrar de mim e soubesse que, não importa o que aconteça, eu vou sempre estar ao seu lado e...

Eu não a deixei terminar e a calei com um beijo. Logo, o cordão estava caído esquecido no chão e estávamos em um verdadeiro amasso no sofá.

Só tinha algo que eu não havia dito: Annabeth não precisava me dar nada para eu lembrar dela, pois ela não saia da minha cabeça um segundo sequer. Mas bem... eu não ia parar só pra falar isso, principalmente depois que ela começou a tentar a tirar minha blusa.

Continua...