Fallin' For You escrita por BecaM


Capítulo 1
A Aposta




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POV Austin

Sabe quando te propõe um desafio que você sabe que vai ganhar, mas a vida de surpreende? Pois é, o que eu não esperava era que este desafio mudasse completamente o meu ponto de vista sobre tudo…

Dez, Jesse e eu estávamos conversando durante o treino do time de futebol do colégio. O sol estava parcialmente escaldante nesta manhã, a grama ainda continha um pouco de orvalho e o treinador Hall estava com uma postura perfeitamente reta enquanto observava o time correr pelo campo.

As líderes de torcida conversavam e soltavam risadinhas quando eu passava por elas; A banda da escola treinava no outro canto do campo; e Ally Dawson observava o treino com seu pequeno diário no colo e o sorriso no rosto.Após as vinte voltas no campo, Jesse, Dez e eu sentamos na grama para descansar. Kyle nos entregou três garrafas e entrou no vestiário.

Treinador Hall andou até nosso encontro e começou seu discurso totalmente pronto e repetido, porém alterado:

- Atenção! - disse ele pausadamente com atitude e força - No fim deste mês teremos uma partida contra os Kutzers e como vocês sabem, eles são os melhores da liga estadual! Mas esse ano, nosso time tem uma grande chance de vencê-los! - todos comemoraram - Bem, para começar com os avisos, gostaria de mantê-los avisados que: Hayes, nosso Running Back oficial está abandonando o time por pedido do próprio.

- O que? - falei indignado assim como todos do time.

- Mas não se preocupem, - retomou o treinador - Hayes me disse quem ele gostaria que ficasse em seu lugar, e eu realmente tenho que concordar com ele. Afinal, esta pessoa demonstrou que realmente está dando o máximo de si e se tornou não apenas um atleta em si, mas um atleta para ser honrado, afinal além de seguir todas as regras dos jogos, os planos de jogadas e agir por si só nas horas certas ele conseguiu fazer com que um Running Back faça algo que nenhum conseguiu até hoje: desistir de seu posto para dar a chance à alguém. - finalizou o treinador - Uma salva de palmas para o novo Running Back dos Manatees: Austin Moon!

Eu paralisei completamente. Eu? Austin Moon novo Running Back?!

Todos do time aplaudiram a socaram meu ombro.

Eu sempre fui um dos Centers e agora, sou da defesa do Quarterback! É praticamente a segunda posição mais importante do time!Isso é como um sonho realizado! Mas também quer dizer que terei treino dobrado…

Após o treino, fomos todos para o vestiário, e foi aí que aconteceu a seguinte coisa: Havíamos acabado de nos trocar, e como sempre, fomos ao Glenda’s Price, uma lanchonete perto do shopping. Sentamos na maior mesa do local, junto com algumas das cheerleaders de nosso colégio. Quando terminamos de comer ficamos conversando e discutindo sobre assuntos diversos, até que Tristan Mason, atacante reserva do time, fez o seguinte comentário:

- Hey! Olhem, é a Ally Dawson. - disse ele apontando para uma mesa nos fundos do restaurante bem na nossa reta.

Ally Dawson, conhecida como a garota mais inteligente e bonita do segundo ano. Ela fazia parte dos Matletas mas foi expulsa pois diziam que suas técnicas eram muito complicadas para a equipe. Ela é prima do Jesse e melhor amiga de Dallas Centineo, membro do clube de teatro e vendedor de capinhas para celular no shopping. Ally não é o que chamamos de “garota popular”, ela é popular de certa forma, pela suas notas e reputação escolar (perfeitamente limpa) e principalmente pelos boatos relacionados à nós dois… Todos dizem que somos perfeitos um para o outro, todos “sabem” mas ninguém acredita...

Como eu sei tanto sobre ela? Por que ela tem a própria página na Wikipédia! Sim, alguém criou uma página para ela, os motivos ainda são desconhecidos…

- É ela mesma. - confirmou Jason Harries - Ela é bonitinha mas muito estranha… - comentou ele.

- Ela não é estranha. - falei - Só é muito quieta…

Grande parte dos jogadores me olhou com uma certa malicia. Então Tristan disse a seguinte frase:

- Então vamos propor o seguinte desafio: Se você conseguir fazer com que ela aceite ter um encontro com você, eu te dou duzentos dólares.

- Cara, eu não apostar isso com você! - falei.

- Não aceita porque é um medroso de merda.

Ok, agora ele pediu.

Levantei da mesa, peguei meu casaco e minha mochila e andei até a saída. Quando pus as mãos na maçaneta, mudei de idéia. US$ 200 é muito dinheiro... Serrei meus punhos e andei até Ally. Sentei na frente dela inciei o diálogo:

- Oi. - falei simpaticamente.

- Oi… - disse ela sem entender ainda lendo seu livro.

- Então… Eu tava te observando já faz um tempo e…

- Fala logo. - disse ela.

- Ok, er… É meio estranho mas… Você quer sair comigo?

Ela abaixou o livro, levantou uma sobrancelha e disse:

- Tipo… Eu e você?

- É…

É óbvio que ela vai aceitar, afinal eu sou o…

- Não. - disse ela voltando a ler.

Merda.

- Tem certeza? Não quer pensar mais um pouco?

- Tenho certeza.

- Mesmo? Pensa mais um pouco, por favor…

- Ta bem.

Ela fechou o livro, parecia impaciente. Ela me olhou fixamente sem demonstrar nenhuma emoção, mordeu o lábio e disse:

- É... Não. - respondeu novamente.

Ela não parou de me olhar, era como se estivesse esperando que eu saísse de sua frente.

- Por quê? - perguntei sem entender.

- Por que o que?

- Por que você não quer sair comigo?

- Simples. Eu não gosto do tipo de pessoa que você é. E além do mais eu não gosto de romance.

- Como assim o tipo de pessoa que eu sou? Que tipo de pessoa você acha que eu sou?

- Você é o tipo de pessoa que se interessa por coisas materiais ou superficiais, ou seja: popularidade, beleza, status social e entre outros…

- Eu não estou interessado em nada disso em você. - falei.

- Claro que não. Até porquê você não está interessado em mim.

- Ahn? - merda.

- Qual é. Vai dizer que você, o astro da escola está interessado em mim? A ex membro dos Matletas e esquisita anti-social da escola?

- Você não é esquisita…

Ela ficou calada, talvez estivesse pensando novamente. Seu celular apitou, ela visualizou a tela, juntou suas coisas e levantou.

- Eu tenho que ir.

Ally Dawson saiu da lanchonete como um foguete, deixando apenas o aroma de amora pelo ar. Levantei depressa e corri até ela.

- Espera! - gritei.

- O que foi desta vez? - disse ela impaciente enquanto tentava chamar um taxi.

- Eu tenho carro. Quer carona?

- Não precisa, obrigada.

- Eu insisto.

Notando que sua tentativa de ir embora falhou, ela aceitou a carona. Entramos no meu carro e comecei o percurso conforme ela ditava.

- Então… - falei para quebrar o silêncio - O que você quis dizer quando disse que não gosta de romances?

- Eu simplesmente acho que o amor é perda de tempo. - disse ela olhando para a janela.

- Não acredita em amor entre um homem e uma mulher?

- Tenho minhas dúvidas devido algumas experiências minhas.

- Nenhum de seus relacionamentos deu certo?

- Não exatamente…

- Você é engraçada.

- Não vi você rir até agora.

- Não é isso... É que você é diferente das garotas que eu conheço.

- Não sou como elas. Sou realista.

- Defina realista.

- Eu vejo o que acredito, e acredito no que vejo. Não tenho a capacidade de ver além e nem a de pensar suposições. Sou mais ciência do que mágica e mais leitura do que filmes. Entendeu?

- Sim, mas…

- Escuta! Eu aceitei a sua carona por que eu preciso chegar em casa muito rápido, ok?

- Ok, mas…

- Sem mas! Quem vai fazer uma pergunta agora sou eu.

- Ta bem…

- Qual é o motivo desse interesse repentino em mim?

- Eu não sei, acho que…

- Vira aqui. - disse ela - Chegamos.

Ela pegou a bolsa e saiu do carro, assim que virou de costas ela deu meia volta e disse:

- Escuta, - disse mais calma - Eu não quis ser tão grossa, é que esses últimos tempos estão sendo horríveis pra mim.

- Como eu posso te ajudar?

Ela me olhou por alguns segundos, depois para o chão e disse:

- Só me deixe em paz e continue com a sua vidinha idealizada.

Olhei para o volante, assenti e dei a partida no carro. Pude ver ela olhando meu carro se afastar e depois entrando na casa quando pensava que estava livre de mim. Foi então que pensei: "Não vale a pena brincar com ela deste jeito, mesmo sendo diferente ela tem sentimentos..."

Tristan que se foda!

Ally parece ser uma garota legal, mas um pouco depressiva... Este fato me deixou intrigado o suficiente para procurar saber sobre.

Olhei para o relógio no painel do carro: 17:48. Parei o carro na primeira rua que vi, peguei o celular e liguei para Jesse.

Um toque. Dois toques. Três toques.

- Alô? - disse Jesse ao atender.

- Jesse. Sou eu, o Austin.

- Ah, oi cara. O que aconteceu? Você tava falando com a minha prima e de repente sumiram. Onde vocês estão?

- A Ally teve que ir embora e eu dei carona. E não, ela não…

- Eu sei que ela não aceitou sair com você.

- Você sabia?

- Óbvio. Eu cresci com ela, conheço aquela garota dos pés a cabeça.

- Então... É sobre isso que eu quero falar com você. Você ainda ta na lanchonete?

- Não, saí logo depois de vocês. Estou em casa, por quê?

- Eu te explico daqui a pouco. Me espera que eu estou indo aí.


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