– Swan! Oh, como é ótimo encontrá-la. Você realmente pretendia almoçar sem minha gloriosa presença? Sinto-me ofendido.

Killian. Ele havia meio que aparecido bem na hora. Emma estava parada ali há quase um minuto, apenas olhando com pena o estado de Neal, ela não era capaz de respondê-lo. Neal, por outro lado, ao ver Killian, fechou a cara e soltou o braço de Emma. Ele conhecia Killian. Porém, pela sua expressão de ódio diante de toda a felicidade de Killian e do fato de que Emma, diferente dele, continuava radiante como sempre, o fez imaginar coisas totalmente erradas sobre Killian. Afinal, ele era um pegador, não era? E Emma estaria frágil pelo tempo que estavam dando no relacionamento, certo?

– Quer saber Emma, esquece, foi um erro vir aqui.

Tão sorrateiramente quanto chegou, Neal partiu, e Emma queria segui-lo, mas fora impedida pelos braços de Killian, que piscou para ela em seguida e a arrastou até a lanchonete, mesmo contra sua vontade.

Com um sanduíche de queijo grelhado e um enorme copo de café em posse, Emma já podia se debruçar na mesa e lamentar sua existência no universo enquanto Killian, como sempre, a ouvia enquanto já atacava seu almoço.

– Quer dizer... Meu deus Killian, como eu posso encará-lo assim depois de dormir com a mulher mais quente que eu já conheci?

Opa. Falou demais, Emma. Quando a loira já levantou a cabeça, já deu de cara com um sorriso enorme do moreno que quase dividia seu rosto. Assustador.

– Eu sabia que tinha acontecido algo muito bom. Você vai contar todos os detalhes.

Quando Emma fez uma careta sobre isso, Killian revirou os olhos e deu de ombros.

– Tudo bem, garotinha tímida. Vamos só até a parte onde você conseguiu convencer aquele mulherão de tirar uma lasca sua.

Então Emma suspirou e começou a contar sobre sua noite, em detalhes, parando na parte onde havia beijado a mulher e a arrastado para sua casa e já pulou para o dia seguinte e o bilhete que recebera. Killian comemorou tão alto que chamou a atenção de pelo menos quatro mesas ao redor, deixando Emma praticamente da cor de sua jaqueta de couro enquanto ele exasperava em um sussurro.

– Emma Swan, eu sou seu fã. Como pode ainda considerar Neal nessa situação? Você totalmente conseguiu o coração dela!

A expressão de Emma decaiu com aquela frase e ela logo voltou a debruçar-se sobre a mesa, agora, olhando para Killian.

– Você viu a situação que ele estava, Killian. Não consigo deixá-lo daquela forma.

– Ele quem procurou por isso...

– Killian!

– Só estou dizendo Swan! Veja todas as mágoas que ele te causou desde que vocês começaram esse joguinho de vamos morar juntos e ser felizes para sempre! O brilho que você manteve nos olhos diante de certos detalhes que você contava sobre sua noite... Eu nunca vi esse brilho nos seus olhos quando você falava sobre ele.

Emma tinha de engolir a seco. Infelizmente, ele estava certo. Neal era um bom homem, mas a personalidade dos dois não se batia na maior parte do tempo. Como seria quando começassem a morar juntos? Poderia ser ainda pior, ela realmente não queria uma vida onde vivesse de brigas e decepções. Mas ela não poderia continuar agindo assim com Neal, era injusto. Teria que alguma hora encontrá-lo e explicar a situação de vez, com calma, tentando fazê-lo entender sem ficar ainda pior, isso.

Emma ia pensando no assunto enquanto acompanhava Neal de volta a delegacia, agora apenas com metade de seu copo de café em mãos. Quando chegou, notou uma morena muito familiar na recepção e quase caiu para trás. Ela realmente se destacava na multidão, e chamava a atenção de todos da delegacia, que agora olhavam muito surpresos para a morena, como se ela fosse uma aparição divina. Bom, para Emma, ela realmente era divina.

– Regina!

Ótimo garotinha de colegial continue falando como uma garotinha boba apaixonada e mostre quão patética e fácil de se apaixonar você é. Emma se repreendia mentalmente por seu tom de voz, mas a morena, ao ouvi-lo, abriu um sorriso largo que quase fez seu coração sair pela boca. Em algum momento, Killian havia sumido de seu lado e agora ali estava Regina, abraçando-a.

– Miss Swan, é bom revê-la. Eu consegui uma pausa em meu serviço, mas percebo que já almoçou. É uma pena.

Era sufocante ficar perto da morena. Ainda mais quando o olhar de toda a delegacia estava em ambas. Emma pigarreou e a olhou, praticamente sussurrando a resposta.

– Eu ainda tenho uma meia hora de almoço, ou mais. Ainda posso te acompanhar enquanto você almoça.

Regina sorriu agradecida e concordou com a situação, caminhando para fora da delegacia. Enquanto acompanhava a morena, a loira conseguia ouvir muitos comentários, muitos deles diziam que nunca tinham visto Regina sorrir tanto na vida, nem mesmo em entrevistas. Ela realmente era a mulher fria e séria que todos diziam? Emma realmente não conseguia imaginar isso.

Quando se deu conta, Emma estava novamente no carro de Regina. Novamente indo para algum lugar chique. Por um momento a loira se perguntou quanto dinheiro a morena tinha afinal, ela parecia gastar muito. Enquanto Regina almoçava, ambas conversavam e Emma, contava sobre seu dia como sempre de forma que fazia a morena rir. Obviamente ela ocultava o ocorrido com Neal, ela não estava preparada para contar que, enquanto ela estava se encantando com a morena, ela também tinha um noivo em péssima situação com o pequeno desentendimento de ambos. O olhar curioso de Regina a retirou de seu devaneio e ela percebeu que a morena havia feito uma pergunta.

– Desculpe, eu não estava escutando.

A morena riu com a afirmação e balançou a cabeça.

– O que tanto está distraindo-a, afinal? - Oh, nada de mais, apenas esses seus lábios incrivelmente sexys que eu estou com tanta vontade de beijar agora. Emma mordeu o lábio inferior para se impedir de realmente dizer aquilo. - Eu disse que amanhã é o aniversário do meu filho, Henry. Neste fim de semana, eu irei fazer uma festa, nada muito extravagante, irei apenas convidar alguns amigos da escola dele, sua professora e acho que alguns familiares vão também. Estou convidando-a para ir junto, e para o jantar especial que farei amanhã, que não terá convidado algum, apenas você. O que acha?

Emma engoliu a seco. Apenas ela? Aquilo... Parecia muito cedo. Não queria que o garoto estranhasse. Vendo quão desconfortável que Emma parecia ter ficado diante da pergunta, Regina apressou-se em consertar sua fala.

– Não se preocupe Miss Swan. Por enquanto, estarei a apresentá-la como uma amiga. E vocês dois são extremamente parecidos, ele vai adorá-la.

Emma optou por confiar em Regina, embora ainda estivesse amedrontada sobre o dia seguinte, então acabou por aceitar o convite, com uma pequena falta de confiança que não passou despercebida pela morena.

Quando o almoço acabou, Regina a levou de volta para a delegacia, e, antes que Emma saísse do carro, a morena a puxou para perto para sussurrar:

– Espero que goste de lasanha, Miss Swan. Há um boato que diz que a minha enfeitiça qualquer um que experimentá-la. Espero que tenha o dobro de efeito em você, assim eu terei maiores chances de fazê-la ser minha.

E com isso, e um beijo na bochecha, Emma foi deixada na porta da delegacia antes que pudesse formular alguma resposta. E ali ficou um bom minuto parada, cérebro sem mais funcionar corretamente, até que fora salva por um Killian rindo, que nem precisava saber da situação, conseguia perfeitamente adivinhar muita coisa pela expressão atônita de Emma no momento.