Adotada escrita por Marrychan


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um Passo para frente e Dois para Trás


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas - estou começando essa fic entre tantas que tem aqui de Amor Doce, mas espero que curtam, enfim, aproveitem.



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Dizem que algumas pessoas não nascem com sorte, talvez esse seja meu caso. Falam que a cada minuto nasce uma pessoa nova no mundo que vivemos, e talvez a cada minuto entre dez novas vidas, pelo menos cinco dessas pessoas não eram desejadas, talvez esse fosse meu caso, meus pais biológicos não me quiseram, o que restou para mim foi apenas ir para doação. Depois de passar tanto tempo dentro de um orfanato eu acostumei a não ser desejada, dizem que até certa idade se você não é adotada você tem chances muito baixas de ser adotada, e bem, eu estava chegando perto da idade de não ser mais aceita, pelo menos foi isso que pensei até aquela estação, outono.

- Vocês tem certeza? – a voz da coordenadora ressoava na sala enquanto ela arrumava os óculos, ela parecia visualmente apreensiva, tanto que o suor que escorria pela testa era bem visível – Temos muitas crianças aqui, e acredito serem bem melhores do que ela.

- Não, nós escolhemos ela. – a mulher de cabelos castanhos e óculos de fundo de garrafa falava com um sorriso de orelha a orelha, ela parecia decidida.

- Sei que ela salvou a vida do seu filho, mas, tenho certeza que pode achar uma pessoa melhor que ela por aqui.

- Senhora. – o homem loiro, fisicamente forte e com uma expressão um pouco irritada pela insistência da mulher – Nos dê logo os papeis, já decidimos, iremos adota-la, não vemos nenhuma razão para não fazermos isso.

A mulher fez uma expressão de desgosto, enquanto apenas se virava para ir pegar os papeis, meu coração se sentia inquieto, não sabia bem como reagir aquilo. Tudo aquilo começou em alguns dias atrás quando aquele incidente perto do orfanato ocorreu.

Dias anteriores...

A garota de cabelos rosados podia ser vista sentada no balanço com o olhar baixo, os cabelos levemente ondulados pareciam brincar entre si enquanto arrumavam um espaço para se posicionar, os olhos verdes vividos pareciam procurar por algo na areia, até que sons de passos podiam ser percebidos ao se aproximar, a garota sentia um arrepio ao levantar o olhar para frente ao ver o grupo de garotos que paravam a frente dela.

- Ah! Se não é a esquisita, faz quando tempo que você esta nesse orfanato, hm? Dezessete anos? Acha mesmo que vai ser adotada sendo tão esquisita assim?

- .....

- Não vai responder? – o garoto a chutava derrubando do balanço, e o grupo ria da cena enquanto a garota continuava quieta – Por isso ninguém gosta de você, nem mesmo seus pais, quem iria querer uma garota tão esquisita assim?

- Ei! – uma voz podia ser escutada ali de perto – O que pensam que estão fazendo com essa garota?

- Isso não é da sua conta seu esquisito! Vai embora!

O garoto ignorou completamente o grupo e foi perto da garota a ajudando se levantar, a garota levou os olhos de encontro aos deles que ela parecia um tanto surpresa, ele não era dali e tinha o mesmo olhos que os dela.

- Você esta bem? – o garoto perguntava preocupado – Venha, vamos sair daqui.

- E...eu não posso... eu moro aqui.

- Aqui? – ele por um momento pareceu pensativo até que parecia se lembrar de algo, e assim o olhar dele parecia mais firme – Eu disse, vamos sair daqui.

-Ei! Você é igualzinho essa esquisita! Saia daqui!

O garoto estava prestes a atacar o garoto que estava a ajudando na cabeça, foi poucos segundos para reagir mas o corpo da garota reagiu automaticamente, a dor da barra de metal sobre a nuca foi instantânea, depois daquilo tudo ficou branco.

No escritório; dias atuais

Não pensei que aquele garoto estivesse realmente falando sério, foi quando eu vi ele entrando naquele orfanato com os pais dele, estávamos do lado de fora do escritório, eu olhava para aquele garoto de modo curiosa.

- Porque esta fazendo isso?

- O que?

- Me adotando... sabe, normalmente na minha idade não seria mais propicia para se adotar.

Ele me olhou com uma expressão de surpresa, e assim pensou um pouco, e abriu um sorriso sereno.

- Eu disse, não? Que ia lhe tirar daqui.

Minha expressão mudou para um tanto de surpresa, e assim abaixei os olhos um tanto sem graça, eu olhei para minhas mãos tentando achar um foco para me recompor, até que ouvi a voz dele e senti sua presença mais perto, ele estava do meu lado.

- Qual é seu nome?

- Meu nome...? Eu não tenho um nome.

- Não tem? Como assim?

- Ninguém no orfanato se importou de me chamar, sempre me chamavam de esquisita ou garota, então, não tenho um nome.

- Mas quando veio para cá não lhe deram um nome?

- S..sim... mas ninguém usa.

- Então?

- Momo... – falava em um tom quase inaudível, fechei os olhos com certa força quando falei meu nome, e assim aos poucos abri os olhos para olha-lo, ele ainda estava sorrindo.

- Momo? Combina com você, é fofo. Me chamo Kentin, é um prazer conhece-la, Momo.

Meu rosto acabou ficando inteiramente vermelho, meu coração parecia que ia sair de dentro do meu peito a qualquer momento, pela primeira vez, alguém me chamou pelo meu nome, alguém me olhou para mim normalmente, aquilo me fez me sentir....feliz, pela primeira vez. Os pais de Kentin saíram de dentro do escritório com um sorriso, eu os olhei um tanto perdida, o que seria agora?

- Você deve ser a garota que Kentin falou, certo? Esta tudo bem com sua cabeça? Acabou o protegendo de levar a pancada, mas e deu rosto, parece roxo. – a mãe dele se aproximou tocando sobre meu rosto preocupada.

- E..eu estou bem, a pancada já foi, já fizeram os primeiros socorros não dói mais. O roxo no meu rosto foi porque bateram em mim, por eu ter protegido seu filho...

- Bateram? Como assim?

- A diretora, falou que eu devia apenas ficar calada e escutar essas coisas porque eu mereço.

Por um momento ficou um silêncio ali, eu não entendia bem o porque, mas por um momento senti os braços daquela mulher me contornando, um abraço, era quente. Conseguia sentir as lágrimas dela cair sobre meus ombros, o que estava acontecendo? Eu só vi o semblante daquele homem entrando no escritório novamente, e senti Kentin tapar meus ouvidos, eu não entendia o que estava havendo, mas pela primeira vez, eu comecei a sentir o aconchego de uma família, então, aquilo que era ter alguém?

Por alguma razão a diretora daquele orfanato saiu atrás da gente pedindo desculpas por algo que não entendia, e não ficamos para eu tentar entender, apenas entrei dentro daquele carro e esperei, ao lado dele, que segurava minha mão com certa força.

- ....? Tudo bem?

- Acho que eu devia fazer essa pergunta a você, você esta bem?

- Sim.

- Digo, com essa situação...como você pode ficar bem?

- ....Bem, me disseram que eu não era desejada, que eu não devia ter nascido, então apenas aceitei, eu pensei que não seria mais adotada, eu não tenho mais idade para isso... mas dai você apareceu, me defendeu, falou meu nome e sorriu sem me chamar de estranha. – dei uma breve pausa e coloquei uma das mãos sobre meio do meu peito – De repente, eu senti um aconchego aqui, pela primeira vez eu me senti assim... Então, sim, eu estou bem, mesmo que seja uma mentira isso...pela primeira vez eu estou feliz.

Ele me olhou com uma expressão pasma, não sabia dizer exatamente o que ele estava sentindo, mas ele me abraçou passando os dedos pelos fios de meus cabelos, e sussurrou baixo, a voz dele parecia estar embalada pelo choro, ele estava chorando, talvez?

- Isso não é um sonho, sua boba, nós a queremos, e você agora é uma parte importante de nossa vida e família, e não diga coisas assim novamente, você é uma ótima garota.

Eu apenas afirmei com a cabeça retribuindo o abraço, parece que eu vou ter que me acostumar com aquelas demonstração de afeto, era algo novo, não sabia ao certo como reagir, mas sem duvidas, eu estava feliz. Chegamos pelo que parecia a casa deles, eu olhava de certa forma curiosa, então...era ali que eu ia ficar? Era até uma casa bem aconchegante, parecia um tanto grande para uma família de três pessoas, quando entrei Kentin se colocou a minha frente com o sorriso de sempre.

- Bem aqui que você vai morar daqui em diante, junto conosco.

- Não se preocupe querida, eu e Kentin vamos comprar roupas novas a você e também lhe matricular na escola.

- C..certo... obrigada, e desculpe pelo incomodo...mãe. – meu rosto pareceu ferver um pouco quando eu falei aquilo, que me fez abaixar o olhar sem graça – E...eu posso chama-la assim?

- Haha! – ele me abraçou rindo enquanto colocava ambas as mãos no meu rosto sorrindo – Claro, nós somos uma família agora, não? Seja bem vinda, Momo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sei que para primeiro capitulo esta bem parado, mas a historia apenas esta começando, não? Enfim - logo, logo postarei o próximo capitulo! Aproveitem.



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