Play! escrita por Cactus Stories


Capítulo 45
Bilhetes.


Notas iniciais do capítulo

Aí está, o capítulo de 2.000 palavras que eu prometi! ^-^



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.P.O.V. Lilly.

Quando entrei no Grêmio, a primeira coisa que eu percebi era que estava tudo vazio, o que me desapontou um pouquinho, afinal, a July tinha colocado tanta coisa na minha cabeça, mas, no fim, isso nem importava. Entrei no Grêmio mesmo assim, mas, assim que bati meus olhos na mesa de centro do lugar, notei um bilhete, escrito num papelzinho amarelo, daqueles que você destaca e coloca na geladeira ou no quadro de avisos.

Peguei o bilhete, que, por acaso, estava com meu nome, e abri.

"Na biblioteca."

Era tudo o que dizia naquele bilhete, saí do Grêmio e fui para a biblioteca, que era o primeiro lugar que o Nath tinha me mostrado quando eu cheguei em Sweet Amoris, era um dos meus lugares preferidos daquela escola inteira, era quieto, calmo, tinha livros aos montes, era tudo o que eu podia querer.

Assim que entrei, a bibliotecária olhou pra mim e sorriu, me entregando outro papelzinho, dessa vez azul, peguei o pequeno pedaço de papel e abri cuidadosamente, lendo o conteúdo.

"Porão."

Dessa vez o papel tinha menos palavras ainda, mas, um significado ainda maior, assim que descobri o porão, comecei a ir para lá com muita frequência, eu não tinha um motivo aparente, só gostei daquele lugar, bem, o fato era que, quando eu ficava triste, eu também ia par aquele lugar, ninguém sabia aonde eu ia, só o Nath.

Acho que era pelo mesmo motivo que ele sabia que o Lys e o Castiel também sumiam, eu peguei as chaves também, peguei com o Castiel, depois de insistir por dias, ele me deixou fazer uma cópia. Então, bem, eu tinha as chaves do porão. Cheguei no mesmo, abri a porta trancada e entrei, percebendo logo de cara o bilhete verde.

"Terraço."

Esse era outro lugar que eu tinha as chaves, fiz a cópia dessa chave junto com a do porão. Falando desse jeito parecia que eu era uma delinquente que roubava todas as chaves do colégio e podia entrar em qualquer lugar.

Eu achava que parecia mais uma espiã ou algo do tipo, mas, o que importava era que, além de mim e do Castiel, outra pessoa que tinha todas essas chaves era o Nathanaiel, ele sabia que eu tinha as chaves, mas nunca me proibiu de usá-las.

Subi as escadas para o terraço, já cansada daqueles joguinhos com bilhetes. Porém, a primeira coisa que eu percebi quando cheguei, era que ainda teria que andar um bocado. O bilhete roxo estava bem à mostra, em cima do único banco daquele lugar, peguei o papel antes que os pombos rasgassem, pensando que era comida.

"Clube de Música."

Aquele tinha sido o maior bilhete até aquele momento, podia ser que a busca estivesse acabando, não? Desci as escadas correndo, e voltei para o corredor, abri a porta da sala que abrigava o clube de música e entrei, meio receosa.

Esperava que houvesse alguma coisa diferente ali, mas, nããão, só MAIS UM bilhete, aquilo já estava irritando! Abri o bilhete laranja, que estava em cima da bateria, e li.

"Ok, juro que esse é o último, me encontre na sala B"

O quê?! Quer dizer que eu rodei essa escola INTEIRA, sendo que poderia simplesmente ter ido para a sala B?! Estou me sentindo muito burra! Bem, de qualquer maneira, andei até a sala B, já tinha desistido de correr, afinal, quem quer que fosse a pessoa que tinha mandado aqueles bilhetes, não deveria estar com pressa, afinal, tinha esperado sentado enquanto eu corria feito uma besta pela escola, atrás de bilhetes coloridos.

Abri a porta da sala, entrando e fechando a porta atrás de mim, eu estava exausta, me virei para as carteiras e vi o Nathaniel, sentado em uma delas, com um embrulho pequeno em cima da mesa, sorri para ele, que sorriu de volta, e andei até ele.

– Que tipo de ideia é essa? - mostrei o bilhete para ele, que riu.

– Ideia da July? - eu que ri depois daquela.

– Só podia ser. - sentei na carteira do lado dele. - Afinal, por que estou sendo tão requisitada?

– Bem... eu, queria falar com você porque... ahn... - ele corou, olhando para o lado, nervoso. - É que eu andei pensando e... gostaria de te fazer uma pergunta...

– O-Ok... - já estava nervosa só de ouvir a palavra "pergunta".

– Lilly, você... quer namorar comigo? - perguntou, ansioso.

– O-Olha... - comecei, confusa, eu não sabia o que fazer, eu realmente gostava dele, mas... e se não desse certo?

Antes que eu pudesse responder, ele se aproximou um pouco mais e encostou seus lábios nos meus, ficamos assim por alguns segundos, e a minha dúvida começou a e dissipar. Lembrei de quando eu o conheci, no Purrfect, no começo das férias, lembrei de quando ele me defendeu daquele garoto briguento, lembrei do almoço na casa dos pais dele, quando eu o ajudei.

Aquelas lembranças eram muito importantes para mim, e seria ótimo criar lembranças novas como aquelas. Nós nos soltamos e eu corei, olhando para o chão, aquilo era mais difícil do que parecia.

– E-Eu... aceito. - sorri de leve. - Aceito namorar com você.

Ele sorriu e me abraçou com força, abracei ele de volta e ficamos assim até ouvirmos um barulho vindo da porta, a July estava parada, olhando pela janelinha de vidro, do outro lado, ela pulava animada e batia palmas, parecia estar assistindo uma peça ou algo do tipo, notei que a Peggy estava se aproximando, mas ela mandou a garota embora, irritada.

Sorri com essa cena e me virei para o Nath, que me estendeu o embrulho, olhei para a sacola, ansiosa, e abri, sorri ao ver o que havia ali dentro, uma Mamegoma de pelúcia, muito fofa e apertável. Sorri e dei um beijo no Nath, quem diria que eu iria acabar namorando uma pessoa que conheci nas férias, durante o meu trabalho?

Bem, eu nunca diria isso.

Até conhecer o Nath.

.P.O.V. Bianca.

Assim que descobri que a Lilly estava namorando com o Nath, fiquei super feliz por eles, mas, ao mesmo tempo, fiquei meio triste, afinal, eu era a única pessoa do nosso grupinho que não estava namorando, até o Alexy já tinha começado a namorar o Rick, irmão da Lilly. Eu estava me sentindo totalmente vela, só tinha sobrado eu... bem, tinha o Lys também, mas, logo ele estaria namorando também, ele era uma pessoa incrível, tinha certeza que um monte de garotas adorariam namorar com ele.

E, por falar no Lysandre, tínhamos combinado que ele passaria na minha casa hoje de tarde, para eu ensiná-lo a fazer os coelhinhos de pelúcia. Sorri com a ideia de ter que ensinar alguma coisa para o Lys, normalmente era ele que vivia me ensinando coisas novas. Assim que o sinal tocou, me levantei, arrumei todo o meu material e fui esperar o Lysandre, que tinha perdido o bloco de notas de novo.

– Achei! -ele exclamou, pegando o pequeno bloquinho {N/A: Aquele pequeno objeto satânico que vive sumindo!} de debaixo dos armários do corredor.

– Que bom! - sorri. - Agora, vamos indo?

– Claro. - ele sorriu de volta, indo para o meu lado. - Mas, me diga uma coisa...

– O quê?

– Costurar coelhos é muito difícil? - ele perguntou, receoso.

– Ah, nem tanto, logo você pega o jeito. - pisquei para ele. - Olha, já estamos quase em casa.

Andamos em silêncio até a minha casa, assim que entramos, minha irmã me perguntou o motivo de o Lysandre estar comigo.

– Ah... - comecei. - Eu vou ensiná-lo a fazer coelhos de pelúcia, Melody!

– Sinceramente, que tipo de ideia é essa? - perguntou, pondo as mãos na cintura. - Bem besta, não?

– É para arrecadar dinheiro para a ONG! - expliquei, ansiosa para sair de perto dela.

– Então, preciso te falar sobre isso. - começou, praticamente ignorando o Lysandre. - Eu falei com a mamãe e o papai sobre essa tal ONG, onde você trabalha com a Liliana e o Lysandre, e eles concordaram comigo que você precisava se dedicar mais aos estudos e não tinha tempo para isso.

– O quê?! - exclamei, ainda chocada. - Mas, a minha média foi nove em todas as matérias!

– Oh, desculpe, esqueci de comentar isso com eles. - ela sorriu, falsamente.

– Eu vou ligar pra eles agora mesmo! - falei, determinada, subindo para o meu quarto e pegando meu celular.

– Alô, pai? - falei, assim que eles atenderam.

– Bianca? - questionou, confuso. - Oi filhinha!

– Eu preciso falar com você! O que a Melody falou foi uma grande mentira, ela falou que eu estava indo mal na escola, mas eu tirei nove em todas as matérias! Eu não posso sair da ONG, ela está passando por um momento difícil! - expliquei, com a voz meio embargada, enquanto Lysandre aparecia do meu lado. - Se vocês não acreditarem podem deixar que hoje mesmo quando vocês chegarem do trabalho eu mostro meu boletim para vocês!

– Veremos. - ele respondeu. - Agora, eu tenho que ir filha, beijos.

– Tchau.. - murmurei, e ele desligou.

Me joguei na minha cama, fechando os olhos, isso não podia estar acontecendo! Que droga! Justo comigo? O que eu tinha feio de errado, afinal? Que droga! Primeiro, todas as minhas amigas estão namorando, menos eu, depois, meus pais querem que eu saia da ONG, o que faltava acontecer?

Eu estava prestes a chorar, quando senti uma mão na minha cabeça, abri os olhos um pouquinho e vi que era o Lys, passando a mão no meu cabelo. Com toda essa correria eu até me esqueci que ele estava ali, quando percebeu que eu abri os olhos, ele tirou a mão do meu cabelo, sorrindo.

– Achei que tinha dormido, então, resolvi te acordar. - ele explicou. - O que aconteceu?

– Talvez eu saia da ONG. - murmurei, fechando os olhos novamente. - Mas, não vamos pensar nisso, precisamos começar os coelhos, não é?

– Claro. - ele concordou com a cabeça, e eu me levantei.

Peguei o tecido, o enchimento, minhas agulhas, linha e tudo o que é necessário para enfeitar bichinhos de pelúcia, como laços, botões, etc. Dei uma parte para o Lys e peguei a outra parte, começando a explicação, ele fez exatamente tudo o que eu tinha dito, e, assim que terminou, tinha um pequeno coelho branco, com olhinhos de botão e uma laço verde no pescoço.

– Viu? - sorri. - Nem é tão difícil.

– Vamos fazer mais alguns, para começar o trabalho para a ONG, se você não puder ir comigo, eu entrego para eles e falo da sua participação. - ele completou.

Eu concordei com a cabeça e continuamos fazendo os coelhos e colocando-os numa cestinha, quando estávamos com mais ou menos dez coelhos, eu percebi que estava escuro, e eu precisava falar com os meus pais, o Lysandre falou que iria embora, e eu pedi para ele levar os coelhos de pelúcia com ele.

Ele concordou e eu me despedi dele, indo falar com os meus pais, dei o boletim para eles olharem minhas notas e subi para o meu quarto, ia me jogar na cama de novo quando notei algo diferente, um coelho de pelúcia branco, com olhos de botão e um lenço verde no pescoço. Junto dele, havia um bilhetinho, uma folha de bloco pequeno.

"Não se preocupe, tudo vai dar certo. ~Lysandre"

Eu esperava que realmente as coisas dessem certo, precisava muito ir para a ONG, aquele lugar era meu refúgio, eu adorava ficar lá, cuidar dos coelhos, conversar com o Lys e a Lilly, ajudar com a comida e a limpeza dos animais. Era tudo tão incrível naquele lugar, eu precisava continuar indo para lá.

Fui tomar um banho e esperar os meus pais resolverem o que fazer, assim que saí do banho, coloquei meu pijama de frio e me joguei mais uma vez na cama. Olhei para o coelho de pelúcia que o Lys tinha feito e sorri, o Lys era uma das poucas pessoas que conseguia me fazer sorrir nesses momentos.

Meu celular apitou e eu peguei o aparelho para ver de quem era a mensagem, era da July.

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"Bianca"

"Bianca"

"Bianca"

"Bianca"

"Bianca"

"Bianca"

"O Q FOI, CRIATURA DESESPERADA?!"

"Nossa, n precisa estressar, afinal, n fui eu q te ignorei a tarde toda!"

"Sorry! Estava ensinando o Lys a costurar coelhos de pelúcia pra ONG! :D"

"Ah, ok, então... Bem, só queria te chamar pra ir no shopping comigo e com a Savy esse fds, q tal?"

"Claro!"

"Então tá combinado, dps te passo o horário, okay? (agr brnque de Hazel e Gus direito e responda "okay"!)"

"Okay!"

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Sorri com as mensagens da July e me virei, pegando no sono logo depois.


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Notas finais do capítulo

Mamegoma pelúcia: http://perfect-world.loja2.com.br/img/c50ae0083348b39f13fb4c08be2382cb.jpg


Gente, do chat da Bianca com a July "fds" é "fim de semana", okay? Não pensem besteira (que nem eu pensei da primeira vez que me mandaram "fds" heheh)