-Em cinco, quatro, três, dois, um...feliz ano novo ! –anunciou Federico, todos aplaudiram e gritaram, enquanto se abraçavam, se cumprimentavam e diziam as mesma coisas de todos os outros anos, desejando que fosse melhor que o anterior.

-Se eu fosse você e tivesse na sua situação, eu juro que já teria tomado mais de sete taças de champanhe, Violetta – comentou Lara e em seguida deu um risinho.

Violetta nunca, em qualquer circunstância, considerou isso, ela e Lara, era como a piada mais sem noção que poderia chegar ao seus ouvidos. Violetta observava Francesca do outro lado da sala, a italiana estava rindo nos braços de Diego enquanto tomava mais uma taça de vinho, certamente já estava bêbada. Aquilo era perturbador, ela nem queria estar ali, Francesca havia jurado que ficaria com ela a noite toda, porém, aparentemente, estar com Diego e bêbada era mais interessante.

-Eu já vou indo – anunciou para Lara, aquele apartamento que cheirava bebida alcoólica já estava a dando náuseas, normalmente ela não se importaria mas, as coisas mudaram, ela não era mais a mesma.

-Você costumava ser mais divertida – Lara pareceu pensar um pouco e logo um pequeno sorriso diabólico surgiu em seus lábios – desde que Leon lhe chutou você ficou tão...careta – ela sorriu maldosa e Violetta suspirou fundo, indagando-se se deveria manter a classe e educadamente deseja-lhe uma boa noite, dar meia volta e sair andando ou como faria antes de...como bem Lara disse “Leon a chutar”, se rebaixar ao nível de Lara e dar-lhe um tapa no rosto, e talvez até ir além disso, como a completa vadia que era.

-Tenha uma boa noite, Lara – saudou Violetta, empurrando o casal a frente para poder sair daquele cubículo que era o apartamento de Diego.

Três dias depois

Violetta encarava aquela revista, ela se sentia perturbada, obsessiva, já havia lido e relido aquela matéria centenas de vezes e ainda tentava saber se estava mesmo escrito aquelas palavras ali, com aquela textura simples, vermelha e chamativa LEON VARGAS ANUNCIA SEU NOIVADO COM GERY TORRES certo que os dois não eram desconhecidos, mesmo quando ela e Leon estavam namorando – o que ainda ocorria a três meses atrás – ele muitas vezes a traía com Gery, e ela sempre esteve ciente disso. Era comum para ela entrar no escritório dele e encontrá-lo com vestígios de batom pela roupa e perfume feminino no ambiente mas, era inacreditável o que seus olhos estavam lendo. Ele sempre afirmou a Violetta que não era de “relacionamento sério” e mesmo depois de oito anos de namoro ele nem sequer tocou no assunto “casamento” e com Gery só levara três meses ? Era isso mesmo ? Tudo que ela queria saber era o que Gery tinha que ela não tinha. Violetta dera tudo a Leon e da noite para o dia ele a pensou e rompeu o que eles tinham, como se fossem menos que simples ficantes, e detalhe, o termino ocorreu por uma mensagem de texto em que ele dizia “Ei! Foi maneiro, mas, acho que já deu. Sem ressentimentos!” e por fim um emoticon sorrindo e uma piscadela. Ela até pensou que só poderia ser uma pegadinha de muito mal gosto de alguém porém, o próprio Maxi no mesmo dia foi reconfortá-la dizendo “Meu irmão é um idiota! Eu disse para ele não fazer isso, eu sinto muito Vilu”.

Seria tolice se dissesse que Violetta faria qualquer coisa para tê-lo de volta ? Eles se conheceram com apenas nove anos de idade, eram melhores amigos, os amigos deles viviam dizendo que um gostava do outro desde o quinto ano e não é que era verdade ? No primeiro colegial, Leon pediu Violetta em namoro, levou até rosas vermelhas – as preferidas dela – ele foi o primeiro tudo dela: primeiro beijo, primeiro namorado, primeira vez...depois que a avó de Leon – que havia mais o criado do que os próprios pais ou empregados – morreu, ele morou com Violetta por quase um ano, não querendo sentir a solidão nem a dor do luto, sozinho.

Violetta, sentia suas pernas completamente bambas, apoiou-se na lareira, suas respiração estava ofegante, sua cabeça bagunçada, por que ele havia a deixado ? Era tudo que ela queria saber, ela faria qualquer coisa para tê-lo de volta mas, qualquer coisa mesmo, ele era tudo para ela, tudo mesmo. Os pais de Violetta haviam morrido a dois anos atrás, ela não tinha irmãos, nem parentes. As mesma coisas martelavam em sua cabeça, seu peito doía, o gosto de sua boca estava amargo e um infeliz nó em sua garganta estava a corrompendo. Violetta pegou o vaso de cristal que Leon havia a dado e jogou no chão, em seguida enquanto ainda poderia escutar o estridente barulho de vidro se quebrando, jogou-se no chão e gritou.

“Fui eu quem os apresentei.”

“A culpa é toda minha.”

“Eu sou uma idiota.”

“Imbecil ! Imbecil ! Imbecil ! Imbecil !”

“Ele nunca me amou.”

“Tola ! Tola ! Tola !”

“Como o odeio, como me odeio.”

“Eu o dei tudo ! TUDO ! T-U-D-O !”

Violetta, deitou-se no chão, esperneando, e chorando o mais auto que podia – e conseguia – ele definitivamente não merecia as lágrimas dela mas, sinceramente, se ele estalasse os dedos, ela voltaria correndo para ele, estava ciente disso. Assim como sabia que uma hora, Gery se cansaria dele ou vice versa e ele correria de volta a ela mas, quanto tempo isso demoraria ? Ela sempre seria uma segunda opção ?

Violetta fechou os olhos, ainda sentindo as gélidas lágrimas que escorriam pelos seus olhos castanho, lentamente, levantou-se e foi até o banheiro, apenas tirou a maquiagem borrada e deitou-se em sua cama. Em seu criado mudo, ainda havia uma foto dela e de Leon, ela rapidamente pegou aquele objeto e começou a fitar a imagem de ambos eles sorriam ternamente, Violetta revirou os olhos e prendeu seu cabelo em um coque desajeitado, e como se mil coisas passassem em sua cabeça, apenas uma delas tinha um eco que a fazia raciocinar. Após dar um suspiro, Violetta, murmurou.

-Você vai se arrepender de ter me deixado Leon, eu serei seu pior pesadelo, você pela primeira vez vai conhecer seu inimigo...