Um Belo Errado escrita por Mila Karenina


Capítulo 21
Parabéns mamãe!


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a resposta que muitos pediram, não me xinguem please! O drama está só começando!



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Peter ainda olhava para o teste e ainda parecia sem reação, perdi a paciência e me levantei da cadeira tentando pegar o teste de sua mão e descobrir finalmente se eu estava mesmo grávida.

— Calminha aí! — Ele falou com os olhos brilhando e eu deduzi que não estava grávida.

Ele se levantou devagar e veio até mim, me puxou pela cintura e me abraçou apertado, eu continuava sem entender nada.

— Parabéns mamãe! Vamos ser pais! — Ele exclamou animado e eu tive de me segurar para não cair ali mesmo naquele instante.

— O que? — Perguntei achando que aquilo poderia ser uma brincadeira, já que Peter não parecia triste ou chocado, parecia apenas feliz de verdade, nunca havia visto aquele brilho em seu olhar.

— Isso mesmo Jade! Vamos ter um filho! Isso não é uma maravilha! Vou ser pai de novo! — Ele falou me levantando e eu ainda não conseguia me sentir animada com a ideia.

— Peter isso é loucura... — Falei quando ele finalmente me pos no chão.

— Filhos são bençãos Jade! — Ele me respondeu ainda risonho, ele não parava de sorrir de nenhuma forma.

Abaixei a cabeça pensando no que meus pais fariam, no que Maria faria, e ainda consegui pensar no que a louca da Lauren faria.

— Não sei o que meus pais dirão sobre isso... — Sussurrei cabisbaixa e Peter levantou meu rosto olhando no fundo dos meus olhos.

— Seja lá o que eles pensarem, nós vamos ter um filho Jade, e isso não é algo que eles podem mudar. — Ele falou e em seguida me deu um selinho que eu não quis retribuir de nenhuma forma, não me sentia bem.

— Eu vou... pra casa. — Falei ainda pensativa.

— Vá, quando eu sair daqui, eu vou até lá e converso com seus pais. — Ele falou me dando outro selinho.

Saí do escritório confusa e sem direção, não entendi exatamente a reação de Peter que pareceu feliz demais, e agora eu teria de enfrentar meus pais.

Chamei um táxi e alguns minutos depois eu estava em casa, a porta me encarava e eu encarava a porta, eu sabia que no momento que eu a abrisse eu deveria dar respostas e talvez estas respostas não agradassem em nada.

Decidi que não entraria agora e me sentei encostada na porta, não queria encarar meus pais ainda, eu então finalmente olhei para a minha barriga e finalmente consegui me enxergar como uma mulher grávida.

Bati com a cabeça na porta, uma, duas, três vezes, pensando no escândalo que seria eu estar grávida e grávida de Peter, o pai da minha melhor amiga, ser madrasta de Maria seria um desafio, e ainda mais dar um irmão a Maria, ela me odiaria para o resto da vida sem dúvidas.

Lauren com certeza diria que isso tudo é um absurdo e diria para eu fazer um aborto. ABORTO essa palavra anda na minha mente com muita frequência, a minha mãe com certeza achará que essa é a melhor solução, mas eu não vou matar uma criança inocente, uma criança que é minha, minha filha ou filho, sem contar que Peter nunca aceitaria uma coisa dessas, como eu já li um dia, o aborto dói no corpo e dói na alma.

Diana iria me odiar ainda mais, se é que isso é possível, eu estava definitivamente tomando seu lugar, e agora ela acharia que eu estava completando o processo, mas Deus sabe que isso foi acidental, meu Deus porque não nos cuidamos?

Escutei passos vindo em direção a porta e rapidamente me levantei, não queria que eles achassem que eu estava ali o tempo todo, então antes que alguém abrisse a porta, eu abri e dei de cara com a minha tia que sorria inocentemente, mal ela saberia que aquilo iria virar um caos em poucos minutos.

— Ursinha, você chegou! — Minha tia falou utilizando meu apelido de infância e me abraçando forte.

Não entendi o motivo, mas me senti tão bem com aquele abraço que ele acabou por durar tempo demais, eu acho que estava mesmo precisando de um abraço.

Não aguentei mais e comecei a chorar, molhei toda a roupa de minha tia, que agora vestia um tubinho rosa, ela afagou meus cabelos e beijou minha testa.

— Calminha querida, vai ficar tudo bem. — Ela prometeu enquanto me olhava.

— Onde estão os meus pais? — Perguntei curiosa por eles não terem aparecido ainda.

— Seus pais saíram... foram fazer compras, logo eles estarão aqui. — Minha tia falou séria e não risonha como sempre.

Nós duas nos sentamos no sofá e eu abaixei a cabeça jogando todos os meus cabelos pra baixo, enfiei meus dedos neles e mexi tentando me acalmar.

— Eu não queria perguntar, mas você está mesmo grávida? — Ela perguntou ficando vermelha no mesmo momento já que era tão branca.

— Sim. — Respondi seca e ela pareceu chocada.

— Meu Deus! — Ela exclamou e voltou a me abraçar, e no fundo eu a agradecia por isso.

Finalmente depois de quase uma hora a porta se abriu revelando assim meus pais, meu pai com seus cabelos ondulados bagunçados e minha mãe com seus olhos verdes fixos em mim, eu tremi por dentro porque sabia que a minha hora estava chegando.

Sem falar nada, minha mãe jogou as sacolas no chão e veio até mim, sedenta por respostas, ela se abaixou e me olhou detalhadamente como se fosse uma detetive à procura de uma prova de crime, e no meu caso a minha prova estava dentro de mim, a prova do meu crime, um crime irreversível.

Meu pai veio em seguida e se sentou no outro sofá, mas apoiou seu rosto em seus braços que se encontravam em cima de seus joelhos, ambos queriam que eu dissesse algo, mas eu não quis falar nada, esperei que eles perguntassem.

— E então...? — Minha mãe finalmente se pronunciou e eu sorri sem entender o motivo.

— Parabéns vovó! — Eu disse e lhe joguei o teste de gravidez, em seguida me levantei do sofá sem olhar pra minha mãe e consequentemente sem saber a sua reação.

Já ia subindo as escadas quando meu pai me segurou e disse:

— Parabéns minha filha.

Eu o olhei agradecida e tentei continuar subindo as escadas, mas parei quando ouvi o grito de minha mãe.

— Isso não pode ser verdade! — Ela gritou enraivada e eu desci as escadas degrau por degrau para poder entender o motivo daquilo tudo.

— Como isso pôde acontecer justo com a minha filha? — Ela falou caindo no choro e minha tia a consolava como havia feito comigo.

— Calma... calma... — Minha tia sussurrava para minha mãe que a afastou e se levantou em um pulo.

— Esta criança! — Ela falou apontando para o meu ventre.

— Não pode nascer! — Ela terminou a frase e eu bufei de raiva.

— O meu filho vai nascer! Você querendo ou não! — Eu gritei para ela que levantou a mão para me bater, eu já esperava sentir o tapa, mas ela parou no meio do caminho e olhou em meus olhos.

— Se você vai mesmo insistir com essa loucura, você já pode sair por aquela porta e nunca mais voltar! — Ela gritou e saiu andando para a cozinha.

Perplexa, eu estava perplexa com o que tinha acabado de acontecer, ela estava mesmo me expulsando de casa? A minha mãe que sempre disse me amar e estar do meu lado pra tudo? Isso era mesmo verdade ou era tudo apenas um pesadelo horrível que parecia não acabar? Não era pra ela estar feliz em ser avó? Por que ela não é simplesmente como o meu pai? Essas questões estavam se tornando sem resposta para mim naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Acho que hoje não vou fazer o responda nos comentários kkkk
Mas comentem mesmo assim!