Um Belo Errado escrita por Mila Karenina


Capítulo 17
A hora da verdade


Notas iniciais do capítulo

Cara, esse capítulo promete muitas emoções...



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" If you ever leave me, baby,
Leave some morphine at my door
'Cause it would take a whole lot of medication
To realize what we used to have,
We don't have it anymore.
There's no religion that could save me
No matter how long my knees are on the floor
Oh so keep in mind all the sacrifices I'm makin'
To keep you by my side
And keep you from walkin' out the door.
'Cause there'll be no sunlight
If I lose you, baby
There'll be no clear skies
If I lose you, baby
Just like the clouds, my eyes will do the same
If you walk away
Everyday, it will rain, rain, rain
I'll never be your mother's favorite
Your daddy can't even look me in the eye
Oooh if I was in their shoes, I'd be doing the same thing
Sayin' there goes my little girl
Walkin' with that troublesome guy
But they're just afraid of something they can't understand
Oooh but little darlin' watch me change their minds
Yea for you I'll try I'll try I'll try I'll try
I'll pick up these broken pieces 'til I'm bleeding
If that'll make you mine" Bruno Mars - It Will Rain.

Meu celular continuava tremendo e eu não queria atender, mas eu conhecia a minha mãe e sabia que se não atendesse seria mil vezes pior, por isso me levantei da cama e me vesti rapidamente, em seguida retornei a sua ligação.

— Alô. — Falei nervosa quando minha mãe atendeu o telefone.

— Jadeline Clarckson... Eu só vou perguntar uma coisa pra você, e diga se sim ou não! — Ela falou em um tom de voz muito alto no telefone e meu medo aumentava cada vez mais.

— Tudo bem... — Sussurrei e saí pela porta do quarto, Peter me olhou confuso.

— Você está com o senhor Guire, não está!? — Ela falou e aquelas palavras me partiram por dentro, ela sabia.

— O que? — Perguntei ainda não acreditando no que ela estava me dizendo.

— Isso mesmo que você ouviu, eu sei Jade, eu sei de tudo... — Ela falou abaixando o tom de voz e nesse momento eu estava petrificada.

— Mãe... Como você... — Eu não conseguia terminar a frase.

— Apenas desça as escadas e abra a porta. — Ela falou e desligou o telefone.

Fiquei parada por pelo menos dois minutos antes de finalmente descer as escadas, cada degrau parecia ser o fim do mundo para mim e quando finalmente terminei de descer as escadas não tinha certeza se deveria abrir a porta.

Mas eu abri, e parecia que a minha vida estava passando toda em minha frente, quando a porta finalmente terminou de ser aberta, eu vi minha mãe parada com os braços cruzados em cima do peito e com um olhar triste.

— Vamos pra casa. — Ela falou me olhando intensamente.

— Calma mãe... — Eu respondi cabisbaixa.

— Que vestido é esse? — Ela perguntou reparando em meu decotado vestido vermelho.

— Foi um presente do Peter... — Respondi ainda me recordando de nossos momentos juntos.

— Meu Deus! A que ponto chegaram! — Ela disse balançando a cabeça.

Minha mãe ainda estava parada quando eis que Peter surge, vestido graças a Deus, com um camisa preta e uma calça jeans.

— Ora, ora, se não é o safado! — Minha mãe falou descruzando seus braços.

— Senhora Clarckson? Não quer entrar e beber alguma coisa? — Ele perguntou inocente e naquele momento eu sabia que minha mãe iria perder a cabeça.

— A única coisa que eu quero é tirar a minha filha das suas garras! Seu maníaco! — Minha mãe gritou e pegou em meu braço, mas eu retirei sua mão.

— Vamos embora daqui Jadeline! — Ela gritou ainda mais alto, mas eu voltei e entrei novamente na casa, Peter não havia se mexido, estava parado.

— Jade? Vá com ela... — Peter pediu e eu não pude acreditar naquilo, ele estava desistindo.

— É isso mesmo!? Você vai desistir assim? — Perguntei irada e ela abaixou a cabeça.

— Jadeline vamos! E quanto ao senhor... Deveria se envergonhar... Você é o delegado da cidade e está agindo como um muleque! — Minha mãe falou me puxando novamente e dessa vez, eu acatei sua ordem.

— Não leve como um adeus, apenas como um até mais... — Peter falou, mas eu ignorei, aquilo era o fim, aquilo era o nosso fim.

No caminho para casa minha mãe não falou uma palavra, apenas bateu duas vezes com força no volante do carro, quando finalmente chegamos, desci do carro e corri para casa, subi rapidamente as escadas e me tranquei no meu quarto.

Depois de trancar o quarto, me encostei na porta e deslizei devagar até chegar ao chão, e então desabei em lágrimas, eu já sabia que ficar sem Peter era a maior tortura possível para mim, e eu não queria vivê-la novamente.

No entanto eu sabia que meus pais nunca permitiriam nossa relação, mas eles não podem me proibir para sempre, já que daqui a menos de duas semanas eu terei dezoito anos, e então serei livre, livre para viver o meu amor.

Batidas na porta fizeram eu me levantar, mas não, eu não abri a porta, não queria ouvir sermões de minha mãe ou ouvir ela dizendo como eu havia agido como uma vadia qualquer, porém a voz que me chamava não era a de minha mãe, e sim a de meu pai.

— Jade... — Ele chamou sereno, meu pai era muito mais compreensível do que minha mãe.

Me aproximei da porta e a abri devagar para ter certeza de que minha mãe não estava ali também, mas não estava, ele estava sozinho e tinha sua habitual expressão calma.

— Podemos conversar? Oh filha! Você está chorando!? — Ele falou entrando em meu quarto e me abraçando, não entendi o motivo, mas seu gesto de carinho fez com que eu chorasse ainda mais.

Meu pai se sentou na cama junto comigo e enxugou minhas lágrimas, talvez ele me entendesse, ele sempre foi meu porto seguro.

— Filha... Não chore mais, por favor... — Ele pediu e eu tentei parar nem que fosse por alguns segundos.

Sequei minhas lágrimas e dessa vez eu finalmente consegui parar de chorar, ele sorriu quando viu que minhas lágrimas haviam cessado.

— Sua mãe me contou o que aconteceu... — Ele começou e eu revirei os olhos esperando que ele mesmo fosse me dar o sermão.

— Eu não quero ouvir nenhum sermão! — Falei nervosa.

— Não vou te dar sermão algum... — Ele me tranquilizou.

— Agora me conte como tudo isso aconteceu... — Ele pediu e eu me senti sem graça por contar como eu me vi envolvida rapidamente com o pai da minha melhor amiga, aquilo havia sido tão rápido, em pouco mais de uma semana nós já havíamos trocado juras de amor.

— Aconteceu que no momento que eu pus os olhos nele, eu me apaixonei, me apaixonei de verdade e perdidamente, no começo eu pensei que era só uma atração estúpida, mas não, aquilo era muito mais que isso, e era muito maior que eu... então um dia nós nos beijamos, e eu soube que ele também gostava de mim, no começo eu achava que ele não gostava de mim, queria sei lá... só me pegar, mas eu descobri que era muito mais que isso... — Eu falei certa do que estava dizendo e pareci pegar meu pai de surpresa, mas não ele não fez cara feia ou nada disso, pelo contrário, ele sorriu, sorriu como se entendesse a situação.

— Posso ser sincero? É bem pior do que eu imaginava! — Ele falou risonho.

— Por que? — Perguntei curiosa.

— Eu pensei que eu viria aqui e você me contaria que foi só carnal e que não iria querer mais, mas olha pra você, está apaixonada! E de nada adianta eu dizer para que você fique longe dele ou ameaçá-lo de morte, não vai adiantar de nada! O amor só acontece uma vez na vida e eu seria hipócrita se te impedisse de vivê-lo ou dissesse que tudo isso é um absurdo porque não é! Apenas viva a sua vida querida... — Ele falou me dando um beijinho na testa e naquele momento eu chorei, não de tristeza ou de raiva, mas de emoção por ter um pai como aquele.

— Pai? — Eu perguntei ainda com os olhos cheios de lágrimas.

— Oi? — Ele respondeu.

— Eu te amo... — Disse da forma mais sincera que pude e ele sorriu.

— Eu também te amo querida. — Ele falou e saiu de meu quarto.

Me joguei na cama e tentei esquecer daquilo tudo, mas era impossível, como meu pai havia dito o amor só acontece uma vez na vida e eu tenho que vivê-lo.


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Notas finais do capítulo

A cena com o pai dela foi inspirada em uma minha kk.
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