Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 18
The reborn from fire


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi!
Caramba, escrevi esse capítulo com tanta vontade que estou até animada.
Segurem-se, pois um tsunami está por vir!

Ainda tenho fé de que os leitores antigos voltarão e que conseguirei conquistar novos leitores.

Aguardo os comentários de vocês após aproveitarem a renascida do fogo.



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─ Eu vou acabar com você!

─ Quero ver ao menos tentar.

─ Está duvidando de mim, alteza?

─ Não se esqueça que está em meu território, asgardiano! Aqui meus poderes são mais fortes que os seus.

─ E desde quando jardinagem é território de uma futura rainha?

Loki simplesmente interrompeu nossa discussão infantil, jogou de lado sua pá e me encarou cético, aguardando uma resposta. Pelo visto, disputar sobre quem conseguiria salvar mais plantas recém-chegadas o havia entediado.

─ E, desde quando, aqui é o meu território, Loki? ─ zombei de contrapartida, sem ignorar os cuidados que a flor à minha frente ainda necessitava.

─ Desde sempre, creio eu. Até porque essa cúpula foi presenteada especialmente à você, princesa Ignis, futura esposa de Thor Odinson, futura rainha de Asgard.

Revirei os olhos e balancei as mãos em desdém.

─ Parei de prestar atenção em seu discurso, quando você disse a palavra “sempre’.

Estava finalmente terminando de restaurar a última pétala da rosa midgardiana com uma essência feita especialmente com uma única lágrima minha, quando sou pega de surpresa com um ab-rupto abraço, que me distanciou de meu serviço.

─ Loki Odinson, eu ordeno que me liberte imediatamente! ─ esbravejei, tentando parecer irritada, mas o sorriso estampado em minha face simplesmente impedia-me de trazer mais veemência à minha fala.

─ Só lhe solto se me disser o que quero ouvir, Iggy. ─ sua voz doce e suave sussurrou as palavras ao pé de minha orelha, enquanto ainda me abraçava por trás, já descansados nossos corpos no sofá de madeira ali presente.

─ E o que deseja ouvir, príncipe asgardiano? ─ indaguei curiosa, tentando virar meu corpo em seu abraço, sem muito sucesso, para apenas conseguir olhá-lo nos olhos.

─ Que me ama, que ficará comigo para sempre, que deixará que eu seja seu humilde servo, que nunca me abandonará ─ suas palavras foram tomando um tom mais melancólico, tristonho enquanto soava baixo o suficiente para que apenas eu, mesmo que fossemos os únicos ali, ouvisse ─, que deixará que eu a ame por toda a eternidade, que aceitará meu coração como seu, que permitirá que meus filhos carreguem seus olhos e o brilho de seu sorriso, que será minha, Ignis. Para todo. O. Sempre.

Não sei bem em qual momento aquilo aconteceu, mas, de repente, eu estava soluçando de tanto chorar no colo de Loki, agora, capaz de pousar meu rosto em seu peitoral.

─ Por favor, Loki...

Simplesmente não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Ele sabia o quanto aquelas palavras me feriam, e, ainda sim, percebi que chegamos no limite de nosso amor. Ou ficávamos juntos ou... bom. Ficávamos juntos.

Loki era parte de mim, desde o início fora assim.

Anos se passaram, décadas e, sinceramente, séculos. O tempo corria, fluía feito um rio denso e veloz, contudo, ainda sim, nossas vidas seguiam paralelamente: eu seria rainha, esposa de seu irmão e Loki parecia escolher viver fadado a seguir-me feito uma sombra, sem nunca me tocar de verdade, nunca possuir-me como sua, como entendíamos que era seu direito.

Meu coração era de Loki, mas eu não pertencia a ele.

─ Me perdoe, Ignis. Sabe que não queria deixa-la ainda mais triste. ─ ele tentou desculpar-se, contudo eu o calei com um beijo salgado das minhas lágrimas.

─ Não acha que sou eu quem deveria me desculpar? Fui eu quem permiti que tudo isso acontecesse, Loki... Se eu tivesse um pouco mais de coragem, se eu fosse um pouco mais forte, talvez...

─ Talvez você acabasse com tudo entre a gente. ─ ele interpretou minha fala e simplesmente deixou aquelas palavras fluírem.

─ Não! ─ esbravejei e ergui-me de se colo, ficando de pé em sua frente. ─ Eu lutaria pelo nosso amor! Lutaria por nós, Loki!

─ E acabaríamos morrendo por isso, Ignis. ─ ele rebateu, agora posicionando-se de forma mais firme em nossa discussão ─ O que foi? Acha mesmo que Odin, meu pai, permitiria que você, deusa do renascimento, casasse-se comigo?

─ Por que sempre que voltamos à esse assunto, discutimos, Loki? Por quê? Precisamos parar, ou vamos nos magoar de verdade. ─ tentei uma reviravolta, pois temia o caminho que esta conversa rumava, mais uma vez ─ Eu o amo. Amo mesmo, de todo meu coração. Corpo e alma. Cada parte do meu ser é teu e somente isso. ─ pousei minha mão em seu peito, onde exatamente podia sentir o batimento cardíaco e desenfreado do meu único e verdadeiro amor. ─ Pra sempre, por toda a imortalidade. Nossa imortalidade.

─ Nossa imortalidade. ─ ele repetiu, feito um mantra, enquanto me puxava para si e me aconchegava em mais um de seus abraços.

─ Nós vamos conseguir. Vamos fazer durar. Eu tenho fé nisso. Tenho fé em nós. ─ passei meus braços em volta de sua cintura e abracei-o o mais forte que fui capaz.

Ficamos abraçados ali, em silêncio, aproveitando o momento que nos foi presenteado pelo universo. Ou... pelo menos, foi o que tentamos fazer.

Um estrondo bem próximo de algum vaso de plantas quebrando fez com que nos soltássemos por imediato e buscássemos a razão do som.

Ao olhar para trás, percebo a expressão horrorizada de Ilídia se afastar e, de repente, virar-se em direção à saída e se retirar correndo.

Por segundos ficamos paralisados, atordoados, encarando a figura dourada de minha irmã em seu melhor vestido correr às pressas pela ponte que ligava minha cúpula ao castelo. Nada foi dito e, ouso pensar, nada foi visivelmente movimentável durante aqueles longos segundos. Se que uma respiração ou bater de coração puderam ser ouvidos.

Até que, de súbito, consegui despertar do transe, assim como Loki e nos encaramos atordoados.

─ O que faremos? ─ a pergunta foi imediata e eu não conseguia pensar em uma resposta rápida ao meu amado.

─ Ela vai nos entregar. Vai contar à Odin sobre nós. ─ ele verbalizou nossos maiores medos.

─ Não! ─ rebati ─ Ela é minha irmã, Loki. Não faria isso... Eu vou... vou... ─ não sabia o que iria fazer. Tudo o que consegui foi me afastar de Loki, da cúpula e correr o mais rápido que consegui, atrás do ponto dourado que poderia ser a causa da minha ruina.

Cada segundo que passou se tornou precioso e nunca, em toda minha vida, desejei tanto poder fazer renascer uma ponta de esperança em meu coração. Que tipos de influência minha palavra poderia surtir na mente de minha irmã que já havia organizado todos os conceitos adequados à efetivação da minha derrota?

Nunca passou pela minha cabeça que minha derrota viria de alguém tão próximo a mim.

Tão, mas tão próximo...

Não demorei a alcança-la.

Ilídia estava andando apressada pelo corredor, olhando para todos os lados e apresentando uma respiração ofegante.

Talvez... Só talvez... Se eu ao menos conseguisse...

─ Ilídia, por favor! Espere.

Ela olhou para trás e deixou a mostra todo o atordoar que circundava sua mente. Ela estava desnorteada. Apavorada. Assustada.

─ Precisamos conversar, irmã. Por favor. ─ parei no corredor e esperei que ela fizesse o mesmo.

Ilídia encarou-me distante, examinando minhas feições e, por fim, virou 80° e caminhou em direção à porta ao seu lado.

Acelerei meus passos até segui-la em direção a onde quer que estávamos indo. Antes de fechar a porta, olhei para as duas direções do corredor, certificando-me de que não havia ninguém por perto ou que seguiu alguma de nós até ali. Nem mesmo Loki eu desejava encontrar naquele instante e, felizmente, não precisei dizer isso pessoalmente, pois visivelmente ele compreendeu a nossa situação.

Virei-me em direção à minha irmã e percebi que estávamos em uma das salas de lazer disponibilizadas no castelo.

Ilídia estava virada de costas para a parede e, de certa forma, uma margem em seu corpo foi feita a partir da claridade que a janela disponibilizava. Parecia até mesmo um anjo daquele jeito. Um anjo vingador, que me olhava de forma amedrontadora.

─ Sei o que está pensando sobre mim, mas antes que diga ou pense em fazer qualquer coisa, quero confiar em você algo muito importante.

─ Você ama o Loki. ─ ela parecia tentar adivinhar o que eu diria a seguir e, portanto, cortou-me imediatamente ─ E vai deixar Thor, Odin, Asgard por conta desse amor.

─ Não! ─ neguei imediatamente ─ O que você pensa que ouviu sobre nós, Ilídia? Não ouviu tudo. Não vou deixar Asgard, não vou deixar de ser rainha.

─ Mas ia dizer para Odin que ama o outro filho dele. Que desaprova o noivo que foi selecionado há séculos especialmente para você! ─ seu tom de voz aumentou conforme ela caminhava em minha direção em passos lentos, porém firmes ─ O que estava pensando quando deixou-se levar por esse sentimentalismo bobo, Ignis? Você é uma herdeira. Ponha-se no seu lugar.

 ─Ilídia, eu amo Loki muito antes do que você possa imaginar. Não é algo recente... Eu... nós estamos juntos há mas tempo do que você sonha.

─ Quanto tempo? ─ ela resolveu indagar ─ Quanto tempo você e ele embarcaram nessa coisa de passarem a imortalidade juntos? Quando isso começou, Ignis?

─ O baile da neve. ─ as palavras escaparam antes mesmo que eu pudesse controlar o que iria falar.

Esperei que ela fosse capaz de voltar no tempo o suficiente para recordar do período a qual se tratava, até que seu rosto, de repente, mudou de inconformismos para surpresa.

─ Iggy, mas isso tem mais de mil luas... São tantas que nem me recordo direito de como foi... ─ seu olhar finalmente se tornou gentil e até um pouco piedoso ─ Todo esse tempo e você e ele... simplesmente... esconderam?

─ Foi necessário. Como você sabe, estamos prestes a guerrear com sabe-se lá quantos povos. Que tipo de repercussão essa notícia poderia ter até mesmo em nossa casa, Lidy?

Ilídia acomodou-se na ponta do sofá ali disposto e ficou pensativa por um tempo. Parecia que uma longa briga se instaurava em seu coração, pois durante alguns minutos ela silenciou-se e encarou o vazio do salão em que estávamos.

─ Sei que sua coerência e dever com a coroa neste exato momento estão pedindo para você ir direto ao papai e contar tudo à ele, mas tudo o que peço é que            reconsidere, por favor. Pense em quantas vidas serão destruídas, Lidy. Não somente a minha e de Loki, como a de tantas pessoas que dependem do meu reinado em Asgard.

Minha irmã ergueu sua cabeça e, por um breve instante, acreditei que realmente estava tudo a salvo. Até, claro, ela abrir sua boca.

─ Você tem tudo. ─ levantou-se do sofá e caminhou até mim ─ Tudo mesmo, Ignis. Exatamente tudo. Um reinado se aproximando, uma família próspera, um noivo ansioso para tê-la para ele, amigas que estão sempre ao seu lado e, para completar, um homem capaz de comer o resto só pra te ter pertinho dele. ─ ela parou de andar até conseguir ficar cara-a-cara comigo ─ O que você tem de tão especial que teve de nascer perfeitinha do jeito que é e o que eu tenho de tão miserável para nem ao menos receber um elogio sequer de nossa mãe?

─ Lidy, eu...

─ Cala a boca, Ignis. ─ ela interrompeu-me imediatamente ─ Você acha mesmo que eu iria deixar passar a chance de destruir a sua vida, depois de todos esses anos em que fui obrigada a ficar em segundo lugar? ─ franziu a testa, fazendo-se de surpresa e, em seguida, fez algo que me surpreendeu: soltou uma risada seca, irônica e única ─ Acha mesmo que deixaria isso passar? Ficaria do seu lado, mais uma vez? Sendo submetida a ser substituída pela minha irmã mais nova? Por aquela que roubou tudo de mim? Não, queridinha. É melhor você se sentar e assistir o que eu tenho pra fazer com você.

Tudo parou. Na verdade todo o meu ser parou. Ilídia não, já que conseguiu se afastar de mim e sair da sala com toda sua classe e elegância.

Meu mundo estava prestes a desmoronar e tudo o que eu conseguia pensar era em como minha irmã ficaria linda queimada viva. Era difícil aceitar que havia um monstro escondido atrás de toda a beleza e sutileza que Ilídia aparentava. E, pior ainda, era acreditar que minha própria irmã fincaria a pior das facas em minhas costas.

Mas eu não deixaria ela ganhar. Não mesmo.

Meu amor por Loki me daria forças para vencê-la e, se necessário, derrota-la.

Segui caminho em direção ao corredor e não demorei muito a avistá-la, agora mais distante, caminhando em direção ao local que mais temia: o salão das mulheres.

Meu pai não estava em Asgard, só chegaria amanhã, portanto, ela iria recorrer à nossa mãe e aos seus castigos. Não, claro, se eu a impedisse antes.

Projetei meu chicote, minha arma favorita, utilizando meu fogo e lancei-o em direção à Ilídia, até que alcançasse seus pés. Assim que obtive sucesso, puxei a ponta que estava enlaçada em meu antebraço, até que minha irmã caísse de encontro ao chão e eu a arrastasse pelo corredor até se aproximar de mim.

─ Você não vai me ferir, irmã. Não mesmo. Acho que se esqueceu de quem eu sou, não é mesmo, Ilídia? Eu sou a phenix. Renascida do fogo eterno. Princesa das terras gélidas de Muspelheim e do verão dem fim de Niflheim. Filha do herdeiro de Surt, o mestre do fogo, bem como herdeira da força de Nidhogg, o dragão da névoa. Sou dona do renascimento e da cura das almas. O próprio fogo renascido em forma divina. Eu. Sou. Ignis. ─ A cada palavra que soltei, era um metro a mais que Ilídia se aproximava de mim e, quando finalizei minhas palavras, ela já estava tão perto que podia sentir o cheiro da carne queimava.

─ E você está se esquecendo de quem eu sou, irmãzinha. ─ Ilídia virou seu corpo e pronunciou aquelas palavras entredentes, antes de contra-atacar da melhor forma que sabia ─ Socorro! Alguém! Socorro! Alguém me ajude.

Surpresa com sua façanha, deixei meu chicote se desfazer pelos ares e olhei apavorada para minha irmã.

─ Você perdeu, renascida do fogo. ─ e essas foram as últimas palavras de minha irmã antes dos guardas se aproximarem e meu mundo desabar por completo.


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Notas finais do capítulo

Alguém esperava por essa?
Alguém, por acaso, imaginou que Ilídia pensava tudo isso da irmã e esperava que ela "atacasse" de modo tão certeiro??

Bom, finalmente estamos a passos de descobrir quem assassinou o pai da doce, meiga e desesperada Ignis.

Alguém tem alguma aposta??
Será que foi Semha? Odin? ou até mesmo um parente muito próximo da família da Ignis? (opssssssss, sem spoilers).

Aguardo vocês nos comentários!



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