Valentino‏ escrita por TM


Capítulo 31
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Meus olhos fizeram-se arregalados e rapidamente soltei-me de Vittorio Ciro. O encarei de cima á baixo, guardando cada detalhe em minha memória.

— Não queres que os cavalheiros e damas aqui presentes perguntem-me o que acabaste de dizer-me, não? — Ele semi-cerrou os olhos. — Então, meu senhor, saiba que de agora em diante, perfídia¹ e mentiras não se encontrarão nesta família que esta a formar-se. Desejo-lhe sabedoria e mais amor consigo mesmo, espero que consiga achar alguém para satisfazer-lhe.

— Mas eu já achei, o problema é que o cavalheiro está casado com a cadela maquiavélica! — Vittorio disse em alto e bom som, todos presentes viraram para encarar-nos.

— Guardas! Prendam esse homem! Vossa senhoria estais a difamar a família Machiavelli e Medici. Não permito tal feito, e quero repreende-lo o quanto antes!

Os dois homens de trajes vagabundos correram para cima de Vittorio. Com as mãos, imobilizaram-o, deixando-o com um aspecto inútil e um tanto quanto infantil. O mais velho dos guardas, disse-me prontamente:

— Vossa Graça, onde quer que eu deixe-o?

— No porão. Deixe-o por lá para refletir seus tempos ditosos² antes de ter a infeliz atitude de falar tais besteiras. Depois que a festa der-se por acabada, irei negociar sua pena, até lá, paciência!

Os dois homens carregaram Vittorio como se ele não pesasse menos que uma pena de alguma ave do Novo Mundo. Tinha de falar o que acontecera para Bartolomeo. Os olhares percorreram o salão com um ar indeciso, amedrontado, e curioso sobre o que acabara de acontecer.

Pedi para que o músico continuasse, e rapidamente fizeram-se os pares e encheram o salão com vida novamente. Alguém puxara-me pelo braço enquanto eu ia procurar meu marido, fazendo-me voltar.

— Vossa senhoria sabe quem eu sou? — Ousei-me ao dizer.

— Sim, duquesa! — A voz de Cesare pesou o ar que passava entre nós. — Tu és a grã-duquesa de Toscana, e devo dizer-lhe, que estou honrado quanto á isso. Sem contar que agora, tu passarás a ser a mulher mais cobiçada de toda a Europa.

— O que estais a dizer? Perdeu sua sanidade? — Cesare Borgia deu-me um sorriso mesquinho. — Agora eu sou uma mulher casada, e acho que toda a Europa estais a saber disso.

— Vossa Graça acha que os homens importam-se com casamentos? Ou talvez noivados? Não faça-lhe de boba, Dannata! O único que lhe ama de verdade é minha pessoa, e estais a querer a prova disso? — Arqueei uma sobrancelha e confirmei com a cabeça. — A prova disso estais em sua barriga, meu amor! Meu herdeiro!

— Nunca mais fale desse assunto, ?

— O que a incomodas tanto? Vamos ter um filho! Isso não é maravilhoso?

— Tenho que ir. Meu marido deve estar me esperando. Por que não mandas uma carta para Charlotte? Acho que Vossa Graça vai adorar saber que alguém importa-se com ela.

~[]~

Andei com passos rápidos e curtos, sem ter tempo para cumprimentar os cavalheiros que passaram por mim ao caminho. Depois de perguntas e espiadas, descobri que Bartolomeo estava no quarto, provavelmente dormindo por conta da embriaguez que encontrava-se.

Entrei no majestoso quarto vermelho com detalhes em brancos, e principalmente dourados. Quarto de uma verdadeira princesa, ou devo dizer-lhe, uma grã-duquesa e seu marido.

Bartolomeo estava largado na cama como um cadáver, e decidi aproximar-me aos poucos. Ele puxava o ar lentamente e o soltava rapidamente, fazendo o duque soltar um som do qual lembrava um trator, ou até mesmo um porco. Deixei-o como estava e deitei ao seu lado, o ambiente estava tão calmo que deixei-me esquecer dos problemas e de Vittorio Ciro, permitindo-me fechar os olhos e cair no sono tão rapidamente quanto entrara naquele quarto.

Acordei com um cheiro diferente em meu quarto... Alguma coisa forte.

— O que é isso? — Resmunguei. 

— Espero que tenha um bom dia, meu amor. — Bartolomeo parecia sorrir. — Isso é uma mercadoria vinda do novo mundo, chamam-na de café.

Abri meus olhos lentamente, acostumando-me com a claridade do quarto. Bartolomeo Benedetto estava com uma xícara de porcelana na mão e dentro da mesma, continha o líquido dono do cheiro que recendia o quarto, continha uma cor escura e parecia-me agradável.

— Isso é de beber? — Ele confirmou rapidamente com a cabeça. — Ah, fico feliz que esteja acostumando-se com o Novo Mundo. Mas... Eu tenho que falar-te á respeito de um assunto sério, que diz respeito á nós dois e ao nosso casamento.

— O bebê está bem? — Confirmei com a cabeça. — Então, sobre o que quer falar? 

— Vittorio Ciro. — Um sorriso formou-se nos lábios do grão-duque.

— Gostou tanto assim de meu condottieri?

— Vossa senhoria á ama tanto quanto eu. Prendi-o no porão para aplicar uma pena necessária, pois vossa senhoria disse tantos males á vós que nem sei como explicar-te!

— Pois bem, o que ele disse-lhe?

— Que queria fazer... Sexo com Vossa Graça.

— Sempre suspeitei disso, mas agora obtive a confirmação disso. Eu providenciarei todas as penas necessárias, e como tal, vou executá-las sem sua presença. — Bartolomeo pegou em minha mão delicadamente. — Enquanto á outro assunto, devo informar-lhe: Hoje, um menino de aproximadamente cinco anos virá á corte para firmar um acordo que fiz antes do nosso casamento.

— E qual seria tal acordo?

— Como você dará a luz á um bastardo dos Borgia, tomei a liberdade de adotar um homem para mim, ao caso de Vossa Graça não conseguir ter herdeiros, já tenho o meu. Vossa senhoria vem do Sacro Império Romano da Nação Germânica, seu nome será Lorenzo Giuliano di Medici, e ele será tratado como um legítimo. 


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Notas finais do capítulo

¹ - Traição, engano
² - Tempos felizes



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