Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 17
15 anos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Passada a tensão na fic, vamos para a tensão da vida real. Vocês perceberam que to correndo com a história, né?
Pois bem.
Quando comecei #WLL3, pensei em fazê-la com calma durante o hiatus, mas as coisas tomaram um rumo diferente. Eu decidi começar um curso em agosto, e isso me tira o tempo de desenvolver a história com calma.
~um minuto para o choro generalizado~
O que isso quer dizer é que talvez eu termine a história antes do previsto. Também pode ser que eu continue postando apenas aos fds, mas por hora não posso garantir que isso será possível.
Resumindo... ainda não sei como será.
Não fiquem tristes (nem bravos comigo).
Vamos aproveitar por enquanto, ok?

IMPORTANTE: Achei muito interessante o fato de ninguém ter se lembrado que Kate e Castle tem uma data especial a ser comemorada hoje. Ainda bem que eu não esqueci né? hahaha

Ah, e um beijão especial para Jubs e Claudia que favoritaram :)

Beijo, Ari ;)



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A manhã de quinta-feira foi difícil para mamãe Kate Beckett, a começar pela tentativa de sair da cama. Johanna e Alexander a cercavam de um jeito que era difícil conseguir pular qualquer um que fosse. Ela então acabou acordando os dois, o que gerou certos resmungos de “Não queremos ir à escola” e “Sua cama é a melhor do mundo”.

Muitas insistências depois, Kate conseguiu colocar os dois na mesa do café da manhã a tempo, e chegaram pontualmente à escola. A partir dali ela sabia que não precisaria se preocupar. A dificuldade dos irmãos gêmeos era sair da cama, mas depois que isso acontecia, não havia quem os segurasse.

“Que dó eu tenho da professora”, Kate pensou enquanto entrava no carro, e riu sozinha, pensando que Castle diria: “Nós não podemos nem reclamar, esses dois são até que muito bonzinhos por serem nossos filhos”.

Bem, bonzinhos não era bem a palavra. Kate agora pensava se Castle ficaria bravo ou se divertiria quando soubesse que Johanna e Alexander apertaram uma pasta de dente toda e grudaram na parede do corredor para esconder rabiscos de caneta.

De qualquer forma, bonzinhos não era o adjetivo ideal para suas crianças.

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Kate sentiu os olhares a acompanhando quando adentrou a delegacia. Deu um “bom dia” geral e foi direto para sua sala, atraindo consigo apenas Ryan e Espo, que entenderam seu olhar.

Ryan: Como Castle está?

Kate: Se recuperando bem. Se continuar assim, amanhã poderá ir para o quarto.

Espo: Você ficará com ele?

Kate: É o que eu mais quero, mas... eu preciso ver como serão as coisas hoje. Talvez eu não possa me ausentar mais daqui.

Espo: Kate... – Espo se aproximou, e Ryan fez o mesmo – Nós demos aquela versão.

Kate olhou para os dois amigos. Nenhum dos três era de mentir, mas sabiam muito bem que se invertessem a ordem dos tiros que atingiram Bracken, ela seria inocentada. A capitã então assentiu, e mais nada precisou ser dito.

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Corregedor: Bom dia, capitã.

Kate: Bom dia.

Kate adentrou a sala do Corregedor Geral no exato horário marcado. Sentou e respondeu a todas as perguntas feitas. Sua versão da história batia com a de Esposito e Ryan, acrescentados os acontecimentos ocorridos antes da chegada dos dois. Kate contou que Castle havia contratado um advogado e começado a investigar Bracken sem seu conhecimento. Contou também que o ex-senador havia descoberto e o seguido, liberando todas as outras pessoas do local, ficando apenas com Castle. Era vingança, e Kate podia afirmar isso. Bracken havia ameaçado sua família quando a seguira na escola das crianças, e isso também foi apontado ao Corregedor. Por fim, relatou toda a sua tentativa de negociação, o que Bracken recusou, atirando em Castle por puro prazer. Começara, então, uma troca de tiros, na qual ela tinha levado a melhor.

Quando Kate terminou de falar, o Corregedor Geral a olhava fixamente. Não era segredo para ninguém que entre aquela mulher e Bracken havia uma grande história. Por causa dele ela vivera uma grande perda, e começara então uma guerra por justiça. Conseguira o que queria, mas o sistema falhara quando o colocara nas ruas novamente.

Bracken era sujo, corrupto e altamente influente. Havia ofendido a honra da NYPD juntamente com policiais corruptos, o que custara a vida de Johanna Beckett. Burlara o sistema judiciário diversas vezes, financiara suas campanhas com dinheiro ilegal e cometera muitos outros crimes. Definitivamente, o papel de vítima não lhe caía bem.

Kate agora sentia o peso dos olhos do Corregedor em cima de si. Ele a observava pensando não se o que ela lhe contara era verdade, mas no que deveria estar se passando na cabeça dela, depois de tudo. Katherine Beckett, uma das melhores detetives que NY havia conhecido, e há quase um ano uma das capitãs mais notáveis da cidade.

Sua fama procedia. Kate era séria, firme, e mesmo cheia de problemas estava ali, encarando a realidade. Ele poderia pedir um reexame de perícia. Ele poderia pedir uma investigação. Mas não, ele não faria isso. A história de Kate era totalmente plausível, e isso bastava. O Corregedor deu o caso por concluído, e a dispensou, desejando melhoras ao marido que estava internado.

Enquanto a via deixar a sala, o Corregedor ainda pensou que Katherine Beckett era boa demais para ser envolvida em escândalos e dúvidas sobre sua reputação. E Bracken... bem, Bracken não faria falta nenhuma.

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Kate não retornou à delegacia. Com o caso fechado, poderia tirar alguns dias para acompanhar Castle. Buscou então as crianças na escola e os três foram almoçar em um restaurante ao ar livre. Sempre falando no papai, Kate, Johanna e Alexander caminharam por uma praça, tomaram sorvete e aproveitaram a tarde de sol.

Por volta das 15h, Kate e os filhos voltaram para casa. Alexis tinha prometido a Castle que ficaria com os irmãos na quinta, pois ele e Kate queriam comemorar algo especial. Era bem verdade que os planos haviam mudado um pouco, mas Alexis não abriu mão do compromisso. Às 16h em ponto estava lá para apanhar os irmãos.

Crianças entregues, Kate tomou banho e se arrumou. Era hora de ver seu amor.

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Dra. Mia: Muito bem, Castle! Estou feliz em ver que tem se recuperado rápido.

Castle sorriu orgulhoso, como se recebesse um elogio da “tia” da primeira série.

Dra. Mia: Tem se alimentado?

Castle: Não sei se podemos chamar de alimento. A comida daqui é horrível! Você pode anotar isso aí?

Dra. Mia: No seu prontuário? Acredito que não. – a médica riu da piadinha do escritor, que sabia muito bem como as coisas funcionavam; ela continuou de olho no prontuário – A pressão está ótima, os batimentos também. Como você tem dormido?

Castle: Exageradamente. Vocês dopam a gente!

Dra. Mia: Isso eu posso escrever no seu prontuário “Se sentindo dopado” – ela riu.

Castle: Quando eu posso ir para o quarto?

Dra. Mia: Talvez amanhã cedo, mas não sem antes passar pelo aval do Dr. Petrovich.

Castle: Certo.

Dra. Mia: Aqui diz que as dores diminuíram...

Castle: Sim, só tem uma que não me larga.

Dra. Mia: Qual? – a médica o olhou séria.

Castle: A saudade dos meus filhotes – Castle pegou a foto e mostrou à médica – Eles não são lindos?

Dra. Mia: São sim – ela sorriu – São gêmeos, não?

Castle: Sim. Amor em dose dupla. Ah e eu tenho outra filha também.

Dra. Mia: A ruivinha, eu sei. Você é um pai e tanto, não?

Castle: Eu tento...

Dra. Mia sorriu para Castle. Num estalo, ele se lembrou de perguntar que horas eram.

Dra. Mia: Faltas dez minutos para as cinco – a médica informou olhando em seu relógio.

Castle abriu um sorriso que dra. Mia logo entendeu.

Dra. Mia: Ela vem agora?

Castle: Sim... – ele sorriu novamente.

Dra. Mia: Aproveite sua visita, Castle. Amanhã eu volto para te ver. Se comporte, ok?

Castle fez que sim, e a médica saiu.

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Kate abriu a porta devagar, mas Castle estava acordado e sorriu ao vê-la.

Castle: Hey...

Kate: Pensei que talvez estivesse dormindo. Alexis me disse que você estava sonolento de manhã.

Castle: Sim, os remédios... – ele fez uma careta, que só se desmanchou com o beijo dela.

Kate: Como você está?

Castle: Melhor agora, e você?

Kate: Também.

Kate fez menção de pegar o alto banco que ficava ali ao lado, mas ele a impediu.

Castle: Não, senta aqui comigo. Quero você pertinho...

Kate obedeceu, e sentou-se na beira da maca.

Castle: Como estão as crianças?

Kate: Morrendo de saudade. Aliás, Rick, por que você desligou o telefone? Tentei ligar várias vezes para que eles falassem com você.

Castle: Desligar? – Castle fez que não, e pegou o aparelho – Ele está é morto desde ontem à noite.

Kate: E você não tem um carregador! – ela concluiu.

Castle: Passei o dia todo no tédio. Como a internet faz falta...

Kate: Ah, coitadinho... – Kate apertou as bochechas dele, que riu – Se eu soubesse teria trazido um carregador. Prometo que trago amanhã.

Castle: Ok.

Os dois se olharam fixamente.

Kate: Bem, quanto às crianças... nós almoçamos fora hoje.

Castle: É mesmo?

Kate: Sim. Hoje eles foram para a escola. Depois que eu saí da reunião peguei os dois e resolvi que devíamos passear um pouco.

Castle: Foi sobre aquele dia? – Castle a olhou sério.

Kate: Rick... eu não sei se quero falar sobre isso aqui. Você está se recuperando e...

Castle: Kate, eu preciso saber o que houve.

Kate respirou devagar. Ela até tentou fugir, mas o olhar de Castle a indagava fortemente. Tomou, enfim, coragem e falou.

Kate: Eu o matei, Castle.

Kate não escondeu mais. Falou olhando nos olhos dele. Simples. Sincera. Castle pensou um pouco no que devia perguntar.

Castle: Vocês... lutaram? Houve troca de tiros?

Kate: Não, Rick. Eu atirei pelas costas.

Castle a fitou visivelmente surpreso.

Kate: E depois eu quis descarregar a arma nele. Eu só não fiz isso porque Espo chegou e me impediu. – ela fez uma pausa, e continuou – Eu quis matá-lo, Rick. Quando eu te vi naquele chão, sangrando, se despedindo de mim... eu quis matá-lo.

Castle a olhava sério. Ele ainda não sabia o que dizer.

Kate: Você está assustado comigo, não é?

Castle: Não...

Castle abriu os braços e puxou-a para seu peito. Kate continuou a falar, agora com a voz embargada.

Kate: Eu tentei, Rick... eu tentei durante anos não me vingar na mesma moeda. Eu tentei ser justa por todos os meios legais possíveis. Mas agora... agora foi demais. Ele estava disposto a tirar mais uma vida de mim. Mais uma pessoa que eu amo. Eu não suportei...

Castle: Ei, Kate... – ele a levantou para que o olhasse – Você não precisa se explicar. Não para mim! Se tem alguém que te conhece no mundo, esse alguém sou eu. Eu entendo tudo que você fez, e eu jamais te julgaria por isso. Eu só não quero que você se julgue...

Kate: Não – ela balançou a cabeça – Eu não me arrependo. Eu não queria fazer isso, Rick, eu juro. Mas as circunstâncias não me deram outra opção. E não, eu não me arrependo. Eu sinto uma espécie de...

Castle: Paz – ele concluiu antes que ela falasse, e ela concordou com a cabeça. Castle realmente a conhecia – Acabou, meu amor.

Castle a abraçou de novo. Com a cabeça deitada em seu ombro, Kate agora respirava tranquila.

Castle: O que vai acontecer agora?

Kate: Comigo?

Castle: É.

Kate: Nada. Eu passei pela corregedoria hoje.

Castle: Então essa era “a reunião”.

Kate: Era. Na verdade foi uma audiência, eu só não quis te preocupar. Mas agora está tudo bem. O caso foi fechado.

Castle: Sem perguntas?

Kate se levantou do ombro dele e explicou tudo, palavra por palavra.

Kate: Foi isso. Espo e Ryan me ajudaram.

Castle: Eu teria feito a mesma coisa por eles.

Kate: É, eu também.

Castle: Então... – ele alisou seu braço, parando em cima da mão – O que você acha de encerrarmos esse assunto? Não falar mais nada?

Kate: Uma excelente ideia.

Castle: Ok então.

Kate: Ok.

Castle: Fale-me das crianças.

Kate: Ah, eu tenho mesmo algo para você – Kate pegou o celular e entregou a Castle. No vídeo, Jo e Alex liam o poema escrito pelo pai, dizendo que amaram e mandando beijos. Castle assistiu abobado.

Castle: Que lindos meus pequenos...

Kate: Quer saber o que os seus pequenos aprontaram ontem à noite?

Castle: O que?

Kate então contou toda a história da parede rabiscada e tapada com pasta de dente. Castle riu, e ela riu junto. Não havia mais nada a se fazer, afinal. Ela também contou da empolgação deles em dormirem na casa da irmã mais velha hoje.

Kate: Não quiseram nem tomar banho em casa, acredita? Tiveram que levar uma troca de roupa e os pijamas. Ah, e claro, alguns brinquedos. Ou seja, saíram carregados.

Castle riu. Ele podia imaginar exatamente a cena.

De repente, ambos pararam num olhar. Foi Castle quem quebrou o silêncio.

Castle: Você lembrou?

Kate: Claro. Eu jamais me esqueceria.

Castle: 15 anos...

Kate sorriu.

Castle: Eu tinha reservado o Four Seasons. Nós jantaríamos e passaríamos a noite lá.

Kate: Babe, isso não importa...

Castle: Eu queria tanto que fosse especial...

Kate: É especial. Você está aqui para mim. Quer algo mais especial do que isso? – os olhos de Kate se encheram de lágrimas ao se lembrar que quase o perdera.

Castle: Eu te amo, Kate...

Ela avançou nos lábios dele, em meio a lágrimas.

Kate: Eu é que te amo. Te amo muito. Em qualquer situação, em qualquer lugar. Always.

Castle: Always.

Quando os dois se beijaram, a porta se abriu. O horário de visitas havia acabado.

Kate: Eu queria ficar mais... – ela ainda tinha os olhos molhados.

Castle: Eu também.

Ela se levantou, mas não conseguia soltar a mão dele.

A enfermeira, que havia saído, retornou.

Enfermeira: Senhora Castle, a senhora precisa sair.

Kate fez que sim. Olhou de novo para Castle, e os dois tinham o olhar bem triste pela separação. Ela sussurrou mais um “Eu te amo” e saiu.

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Ao deixar o quarto, Kate não conseguia esconder os olhos vermelhos. Deixá-lo era sempre muito triste, ainda mais num momento daquele. Ia andando tão abstraída em seus pensamentos que nem percebeu quando dra. Mia passou por ela.

Dra. Mia: Senhora Castle?

Kate: Oi... oi dra. Mia – Kate estendeu a mão à médica.

Dra. Mia: Aconteceu alguma coisa? – ela olhou bem nos olhos vermelhos de Kate.

Kate: Não, é só que... eu deixei o quarto de Castle agora.

Dra. Mia: Ah...

Kate: É sempre muito ruim para nós dois nos separarmos.

Dra. Mia: Entendo. Mas provavelmente amanhã ele estará no quarto, e você poderá ficar de acompanhante – a médica sorriu.

Kate: É, eu sei, isso é mesmo muito bom. É que hoje era uma data especial. Enfim... não importa, o que importa é que ele está se recuperando bem, não é mesmo?

Dra. Mia: Aniversário de casamento?

Kate: Não – Kate fez uma pausa pensativa – Talvez possamos chamar assim. Hoje faz 15 anos que nos conhecemos. E como não nos separamos desde então...

Dra. Mia: Quinze anos é bastante tempo, ham?

Kate: É sim...

Dra. Mia: Sabe Kate... eu posso te chamar de Kate?

Kate: Claro.

Dra. Mia: Castle fala muito de você. Na verdade, ele fala de você o tempo todo.

Kate não sabia onde a médica queria chegar, mas sorriu com aquilo.

Dra. Mia: Você sabe que eu sou a chefe da UTI, não sabe? – Kate assentiu – Eu posso permitir que você fique um pouco a mais com ele...

Kate tentou absorver a informação. Parecia irreal.

Dra. Mia: Se você quiser, claro.

Kate: Se eu quiser? É o que eu mais quero nesse momento!

Dra. Mia: Bem – a médica fez um esforço mental lembrando-se da ficha de Castle – A última medicação dele será às 22h. Você pode ficar até esse horário.

Kate: Até as dez?? – Kate repetiu como se ainda não acreditasse – Muito, muito obrigada – Kate se adiantou e abraçou a médica que ela mal conhecia.

Dra. Mia: Só não diga para ninguém por aí.

Kate: Não.

Dra. Mia: Pode voltar então – a médica sorriu e apontou o caminho de volta.

Kate: Espera. Tem uma cantina aqui, não tem?

Dra. Mia: Tem sim, fica bem ali.

Kate: Eu preciso de algo antes.

A médica fez que sim, e foi chamada para um atendimento. Kate agradeceu mais uma vez, e foi em direção à cantina.

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Castle estava perdido em seus pensamentos quando ouviu batidas na porta. “Que estranho... ninguém bate para entrar aqui...” – ele falou sozinho.

Castle: Entra... – disse alto, ainda meio desconfiado.

Kate: Foi daqui que pediram serviço de quarto?

Castle: Ka... Kate? O que você está fazendo aqui?

Kate: Mudei de ideia. Acho que nós precisamos mesmo de um jantar.

Castle: Kate... você não pode estar aqui agora.

Kate: Na verdade eu posso sim. Dra. Mia permitiu que eu ficasse com você até às 22h.

Castle: Permitiu? – Castle se levantou um pouco.

Kate: Eu disse sobre nosso aniversário – Kate sorriu. Castle tentou se levantar rapidamente até ela, mas soltou um gemido de dor – Ei, ei, pode ficar quietinho aí que eu chego até você – ela o ajeitou na cama, beijando-o demoradamente.

Castle: Até às dez? – ele soltou seus lábios, surpreso e feliz.

Kate: Até às dez. – ela sorriu também.

Castle: Nós não teremos um jantar, mas pelo menos teremos a companhia um do outro... – ele segurou a mão dela.

Kate: Quem disse que nós não teremos um jantar?

Castle: Kate, você não vai querer comer a sopa daqui. É horrível!

Kate: É, não vou. É por isso que eu trouxe algo.

Castle: Você trouxe o jantar? – os olhos dele brilharam.

Ela fez que sim.

Castle: Kate, eu te amo tanto!

Kate: Ande, feche os olhos.

Castle obedeceu. Ela então puxou uma espécie de mesinha que estava num canto, forrando-a com guardanapos de papel abertos. Depois, posicionou uma rosa ao centro, uma garrafinha de suco, pacotes de bolachinhas e dois copinhos descartáveis.

Kate: Pode abrir.

Castle abriu com um sorriso, que se desfez ao ver a mesinha.

Castle: Isso é o nosso jantar? – ele estava visivelmente desapontado – Eu pensei que seria um cheeseburger!

Kate: Castle! Você não pode comer essas coisas, lembra?

Castle: Você disse jantar, não isso! – ele emburrou.

Kate: Pois se quiser, é só isso que você vai ter! – Kate se afastou dele, cruzando os braços e olhando para baixo.

Castle: Me desculpa, amor... – ele tentou se esticar, mas não a alcançava, e cada vez que fazia isso sentia dor – Ai.

Kate: E para de se mexer, Castle! – ela ficou mais brava ainda.

Castle: Me desculpa, babe, me desculpa... você toda preocupada e eu reclamando. Eu não mereço o que você faz...

Kate: É, não merece mesmo – ela ainda olhava para baixo.

Castle: Eu sou o pior paciente do mundo.

Kate: É, o mais mimado e reclamão!

Castle: E mesmo assim você preparou um jantar especial para mim...

Kate levantou os olhos para ele.

Kate: Para você não... para nós. É o NOSSO aniversário.

Castle: 15 anos que você me atura.

Kate: 15 anos que minha vida tem sentido...

Castle: Não é o lugar...

Kate: Somos nós – ela completou e sorriu; ele esticou o braço chamando-a, e ela se aproximou da maca novamente – Sabe, uma vez alguém me disse que mesmo passando por fases difíceis, não devíamos deixar de celebrar o amor.

Castle: Quem foi essa mente brilhante?

Os dois pararam frente a frente, olhos nos olhos.

Kate: Eu sei que não é uma grande coisa isso, Rick – ela apontou para a mesa improvisada – Mas...

Castle: Não – ele a interrompeu – É imenso isso que você fez. Todo esse cuidado e amor comigo...

Kate: Como você sempre foi comigo também.

Castle segurou o rosto dela com as duas mãos.

Castle: Por favor, nunca deixe de me amar...

Kate: Isso está totalmente fora de questão – Kate sorriu e o beijou, um beijo calmo, longo, que de repente ganhou uma força inesperada.

Castle: Ok, acho melhor pararmos por aqui – Castle se afastou buscando ar.

Kate: Bom saber que nem tudo está machucado nesse corpo... – ela arqueou a sobrancelha e correu os olhos pelo lençol que o cobria.

Castle: Ah isso está bem inteiro! – ele respirou forte – E animado!

Os dois riram.

Castle: Vamos ver o que temos aqui – ele se virou devagar para a mesinha, enquanto ela puxou o banco – De maçã e canela!

Kate: Claro, é sua preferida!

Castle: E vejo que temos variedades!

Kate: Sim, essa daqui é de coco, e aquela ali salgada – Kate sorriu orgulhosa do banquete.

Castle: E isso aqui, eu posso mesmo beber?

Kate: Pode, é de laranja e é natural.

Castle sorriu enquanto ela enchia os copos. Os dois brindaram com os copinhos descartáveis.

Kate: Por mais quinze anos.

Castle: Pela eternidade – eles sorriram e beberam – Hum, isso é bom!

Kate: E você desfazendo antes mesmo de experimentar! – ela pegou uma bolachinha de maçã e canela e levou até a boca dele.

Castle: E essa rosa?

Kate: Roubei no jardim. Eu certamente teria ganhado algumas se você não estivesse aqui...

Castle: Teria mesmo – ele piscou – Você pensou em tudo...

Kate: Nós merecemos, você não acha?

Castle: Eu tenho certeza! – Castle mordeu mais uma bolachinha de maçã e canela. Agora ele estava adorando aquilo.

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Quando terminaram, Kate juntou tudo, jogando o lixo de volta na sacola que levaria consigo, e devolvendo a mesinha ao local onde estava inicialmente.

Kate: Pronto, tudo em ordem. Nem eu nem você vamos levar bronca.

Castle fez sinal para que ela se deitasse na maca junto com ele, e ela se espremeu de lado.

Castle: Eu poderia passar a vida dividindo um pacotinho de bolacha com você.

Kate: Eu também, meu amor.

Se alguém visse os olhares apaixonados, rapidamente entenderiam porque o casal tinha tantas datas a comemorar.

Kate: Mas eu prometo que quando você estiver bom nós faremos uma “noite do cheeseburger”.

Castle: Justo.

Os dois riram. Castle afastou os cabelos de Kate, e começou uma trilha de beijos que saiu de seu pescoço, alcançando os lábios. Foi exatamente aí que o telefone de Kate tocou alto.

Ela esticou o braço para pegá-lo, e os dois leram no visor juntos “Alexis”, mas sabiam muito bem quem estava por trás daquela ligação.

Castle: É só a gente começar a fazer sexo que eles ligam...

Kate: Castle, nós não estamos fazendo sexo!

Castle: Estaríamos se eu tivesse em condições!

Kate revirou os olhos e atendeu, já colocando no viva voz.

Kate: Alô.

Jo: Mamaaaae o Alex escondeu o lápis vermelho!

Alex: Ela rabiscou meu desenho, mamãe!

Jo: Porque ele falou que eu estava pintando feio a capa da Chapeuzinho!

Alex: Você estava mesmo.

Jo: Olha ele, mamãe!

Castle: Vocês dois pintam maravilhosamente bem.

Um silêncio se fez do outro lado, de repente cortado com um “Papaaaai” em coro.

Castle olhou para Kate e riu.

Alex: Papai, você está com a mamãe?

Castle: Na verdade é a mamãe que está aqui comigo.

Jo: Papaizinho, nós estamos com muita saudade de você.

Castle: Eu sei minha princesa, e eu estou com muito mais!

Alexis: Vocês pegaram meu celular? – a voz de Alexis apareceu ao fundo.

Castle: Sim, eles pegaram. Quem manda você dar sopa – Castle respondeu e riu, sabendo que as crianças já estavam com o viva voz ligado também, pois nunca havia consenso sobre a vez de cada um falar.

Alexis: Oi pai! Você está bem?

Castle: Sim minha querida, muito bem – ele olhou para Kate e sorriu – E mais feliz agora falando com meus três filhos lindos.

Jo: Papai, volta logo?

Castle: Assim que eu puder, voltarei correndo!

Alex: Você não pode correr, papai. A mamãe disse que você tem que ficar quietinho.

Castle: Foi modo de dizer, filho – Castle riu – Eles não deixam passar nada! – ele sussurrou para Kate, que riu e concordou, balançando a cabeça negativamente.

Falar com o pai era tão mais importante, que Johanna e Alexander esqueceram porque tinham ligado. Depois de alguns minutos e promessas de obedeceram a irmã mais velha, as crianças desligaram.

O casal então se abraçou novamente, espremidos na maca. Quase nada mais foi dito. O calor e a intimidade daquele momento falavam por si. Não havia tido jantar em restaurante, mesa com velas, sobremesa e sexo quente. Mas havia tido amor.

Muito amor.


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