Broken - Emison escrita por Anna LittleLiar


Capítulo 4
Capítulo 4




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POV ALISON

As poucas palavras escritas por Emily ecoavam na minha cabeça desde o momento em que eu as li pela primeira vez. Hoje, quinta-feira, estou aqui fazendo a mesma coisa de sempre: trancada no quarto, com meu iPod tocando Ed Sheeran nas alturas.
A diferença é que eu não paro de encarar esse pequeno pedaço de papel.

A confusão na minha cabeça está enorme...

Porque ela se deu ao trabalho de mandar essa mensagem pra mim? O que ela quis dizer com essas palavras? Queria muito ter a coragem de chegar nela e perguntar ‘por que?’ mas sei que isso não é possível.

Minha mãe interrompe meus pensamentos informando que o jantar estava servido. Lavei as mãos e desci as escadas.

...

Byron: Filha, você disse que tinha achado o grupo de apoio interessante, mas não falou mais nada... o que você achou?

Alison: Ah, não sei... só fui uma vez, não deu pra tirar muitas conclusões.

Ella: Então você quer ir de novo depois de amanhã? – seus olhos brilharam com a possibilidade

Alison: Acho que sim. Pelo menos mais uma vez.

Ella: Você não sabe o quanto eu fiquei contente em saber disso. Que você está dando uma chance. – uma lágrima solitária rolou por seu rosto.

...

A sessão já estava na metade e várias pessoas já haviam dado um depoimento. Algumas falaram pela primeira vez sobre seu problema, outras comentaram sobre seus êxitos durante a semana que se passou. Eu os ouvia atentamente, mas não tinha nenhuma vontade ou até coragem de abrir a boca pra falar algo.

Quando começou o último depoimento do dia a porta se abriu e Emily entrou na sala lentamente, não querendo atrapalhar a garota que estava falando. Ela sentou ao lado do seu pai e dessa vez ele que a entregou alguns papéis.

Lucy, a garota que falava já estava com lágrimas nos olhos... mas ao final soltou um pequeno sorriso, agradecendo as pessoas que ficaram ao lado dela em todos os momentos de angústia e dor. Ela também contou que pela primeira vez conseguiu ir à praia, que antes era seu lugar preferido, mas havia deixado de ser, pois foi onde seu irmão mais novo havia morrido afogado no ano passado. Disse que não entrou no mar, mas que só essa atitude já foi um avanço gigantesco.

Eu a admirava tanto por conseguir compartilhar uma história que lhe causava tanta dor. Coloquei-me no lugar dela por alguns segundos e imaginei a tragédia que seria se eu perdesse minha irmãzinha. Meu Deus.

No final todos aplaudiram e Wayne encerrou a sessão. Todos saíram da sala restando apenas eu e Emily, que por sinal nem entendi a razão dela ter ficado. Resolvi ficar esperando meu pai na sala mesmo, já que se saísse com ela lá seria falta de educação, e claro... queria saber se ela iria falar algo sobre o bilhete.

Fiquei mexendo no celular sentindo-me um pouco constrangida. Emily estava lá sentada lendo os papéis atentamente, e agindo como se eu não estivesse ali. Normalmente eu acharia bom, pois o que eu mais odeio ultimamente é quando alguém vem puxar papo comigo.

Emily: Encarar é feio sabia. – Falou sorrindo ainda olhando pros papéis.

Alison: Q-quem disse que eeu tava encarando?

Emily: Minha visão periférica é boa, e minha capacidade de perceber as coisas também. Por isso que eu não te cumprimentei semana passada.

Alison: Não sei do que você tá falando

Emily: No momento em que eu cheguei naquele dia, você foi a primeira pessoa que eu vi. Seu olhar estava perdido... distante. Quando me apresentei você estava olhando pra mim, mas não pro meu rosto. Exatamente como está fazendo agora. – sorriu.

Ela colocou os papéis de lado, ficando apenas com uma folha e veio se sentar mais próximo de mim, deixando uma cadeira entre nós duas.

Emily: E quando eu fiz menção de levantar pra cumprimentar a Spencer, você imediatamente encolheu-se na cadeira e enfiou as mãos nos bolsos. Não é preciso palavras pra decifrar alguém, basta perceber os sinais.

Alison: Você percebeu quais sinais em mim?

Não sei o que me deu, mas eu estava extremamente curiosa com essa garota. Ela estava me decifrando assustadoramente bem. Eu queria saber até que ponto ela iria conseguir fazer isso.

Emily: Todos aqui têm um tipo de trauma emocional e/ou psicológico, mas o seu vai além disso. Foi algo físico, algo que você não superou nem um por cento. Por isso você não quis me tocar, por isso sua postura é defensiva, encolhida... até mesmo amedrontada. Você como todos aqui veio por causa dos seus pais, que provavelmente não sabem mais o que fazer, nem como lidar com você. O aroma do seu hidratante de maça verde está contrastando um cheiro leve de naftalina vindo das suas roupas, sinal de que você praticamente não sai de casa. Talvez por vergonha, ou por não se sentir segura. Ou até pelos dois. Quero que saiba, que aqui nós somos diferentes, não vamos te cobrar nada... não quero que se sinta pressionada. Quando você quiser, pode falar comigo... ou dar um sinal, pode ter certeza de que eu vou entender.

Minha garganta estava seca, meus olhos arregalados. A moça que me viu apenas duas vezes e trocou meia dúzia de palavras comigo, me entendeu mais do que qualquer pessoa que tentou me ajudar nesses últimos sete meses.

Meu celular acendeu e era uma mensagem do meu pai avisando que já estava lá embaixo. Levantei devagar, mas ainda estava confusa e desnorteada com as palavras da Emily. E eu sabia que precisava lhe dar uma resposta.

Alison: Eu.. Eu..

Emily: Te vejo no sábado Alison. – sorriu e colocou a folha que antes estava em suas mãos e agora estava perfeitamente dobrada em cima da cadeira ao meu lado. Depois levantou-se e foi recolher suas coisas.

Alison: Tchau. – murmurei pegando o papel e saindo da sala.

Mais uma vez esperei chegar em casa e estar sozinha no meu quarto pra ver o que estava escrito naquela folha.

‘’O segredo da força está na vontade.’’

Se precisar, não hesite em ligar! 555-9624

– E


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
XOXO



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