POV EMILY

Xx: Olha, quando eu disse que você devia me ligar pra contar as novidades não imaginava que seriam tantas... e até sonho estranho rolou... nossa!

Emily: Hanna, não zoa. Anda, o que você acha?

Han: Então... sobre a Alison eu não posso dizer muita coisa, já que você nunca entrou em detalhes sobre o problema dela... mas enfim... isso do sonho , você tem que relaxar..

Emily: Ah, você fala como se fosse fácil...

Han: E é fácil. Na verdade é muito simples...

– Olha, eu não sou estudiosa dessas coisas de sonhos, mas é óbvio que isso é um medo que você tem. De os pais dela descobrirem e acharem que você tá se aproveitando dela. – fez uma pausa. – O certo a se fazer é conversar com eles, colocar as cartas na mesa. Aposto que a Alison não vai se importar... talvez ela se sinta ainda mais segura... sinta que você realmente gosta dela.

Emily: A Ali sabe que eu gosto dela. Eu já disse. Mas você tem razão, eu tenho que fazer as coisas certas... vou falar com os pais dela o mais rápido possível. – falei decidida.

Han: É assim que eu gosto! – deu uma risadinha. – Mas espera, o que você vai falar exatamente pros pais dela? ‘’Sr, e Sra Montgomery, eu to ficando com sua filha, mas não se preocupem, eu gosto dela de verdade’’ – imitou minha voz.

Emily: Não debocha caramba!

Han: Eu não tou debochando. – bufei. – Quer dizer, só um pouquinho... mas é sério, você tem que dar algo concreto a eles, entende?

Emily: Aham... – suspirei caminhando de volta pro meu quarto. Abri a porta devagar, colocando só a cabeça dentro do cômodo. Era quase 11 horas e Alison continuava dormindo. Ela estava cansada mesmo.

– Mas eu não sei Han... eu disse a Alison que a gente ia com calma... sem pressão nem nada, e como que eu vou chegar nela e falar que eu quero oficializar nossa relação e contar pros seus pais?!

Han: Então pergunta pra ela... vê o que ela acha e depois você resolve. A resposta dela será positiva… vai por mim.

Emily: Tá... vou fazer isso. – voltei a caminhar pelo corredor. – Obrigada Han, de verdade.

Han: Por nada. Depois me conta se deu tudo certo.

Encerrei a chamada e fui até a cozinha preparar algo pra Alison comer. Desde que acordei com aquele pesadelo só tinha conseguido cochilar por alguns minutos, mas permaneci na cama até decidir ligar pra Hanna. Precisava muito de uma segunda opinião.

Coloquei na bandeja algumas torradas, um copo de suco de laranja e uma pequena tigela com frutas cortadas, granola e mel. Alison tinha que comer coisas saudáveis, coisa que eu tinha quase certeza que ela não estava fazendo em casa.

Abri a porta do quarto e para a minha surpresa Alison já estava acordada, sentada na cama e me encarando com um doce sorriso nos lábios.

Emily: Bom Dia, dorminhoca.

Alison: Bom dia Em.

Emily: Descansou? Como se sente? – sentei na ponta da cama, colocando a bandeja também sobre ela.

Alison: Descansei sim... me sinto bem melhor. – sorriu. – Isso é pra mim? – apontou para a bandeja

Emily: É sim. E trate de comer tudo.

Alison: Mandona. – Deu língua. – Mas eu vou comer tudo, não se preocupe. – sorriu.

…

Ali tomava café em silêncio enquanto eu checava meus emails, pois esperava mais informações sobre a primeira etapa da seleção de estágio.

Não havia nenhuma mensagem do departamento de fisioterapia, então a data da prova ainda não foi decidida. Desliguei o notebook e caminhei até a cama, sentando ao seu lado.

Emily: Muito bem. – disse satisfeita ao ver que ela tinha comido tudo.

Alison: Eu ganho um beijinho por comer tudo? Eu ganhei ontem... – sorriu

Emily: Claro que sim! – sorri de volta. Inclinei-me e depositei um selinho carinhoso em seus lábios.

Alison parecia tão leve apesar da tensão de ontem. Eu não fazia ideia do que havia desencadeado sua crise, mas agora ela parecia tão bem... E eu estava com receio de tocar no assunto e acabar deixando-a triste ou chateada. Fora que eu ainda tinha que falar com ela sobre seus pais. OK, uma coisa de cada vez...

Emily: Ali... – comecei hesitante. - você acharia ruim se eu quisesse que seus pais soubessem sobre nós?

Alison: Como assim? Por que isso agora? - perguntou confusa

Emily: É que eu não quero correr o risco dos seus pais descobrirem da forma errada e... sei lá... reagirem mal. – Alison franziu a testa, como se o que eu tivesse dito fosse uma bobagem. - De repente eles podem achar que de alguma forma eu estou tentando me aproveitar de você. – lembrei-me do meu sonho, e das palavras de sua mãe..

Alison: Emily, você é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Mas essa foi a maior bobagem que você já disse em sua vida. – sorriu de canto. – Meus pais nunca iriam reagir desse jeito, eles gostam de você. – disse segura.

Emily: Como você pode ter tanta certeza?

Alison: Por que eu tenho. Eles sabem que você me faz bem… que você se preocupa comigo. E mais, eles sabem que você é muito importante pra mim. – acariciou meu rosto. – Eles nunca farão nada para nos separar. Eu garanto.

Peguei sua mão, que estava em meu rosto e a trouxe para meus lábios.

Emily: Então eu posso falar com eles? – ela apenas concordou com a cabeça.

– Mais uma coisa... eu, ahm…. sei que combinamos de irmos devagar e tudo mais, e também não queria falar assim, sem preparar nada.. tudo meio que de supetão... mas ao falar com seus pais, eu gostaria de me apresentar como sua namorada. – disse receosa. – Você permite?

Alison: Não. – tranquei os dentes. Fiz merda, putz. Mas ela tá sorrindo. Pera, agora eu tou confusa...

– Você não acha que tem que ME pedir em namoro, antes de querer se apresentar como minha namorada? – enfatizou o ‘’me’’, mas ainda sorria.

Emily: Ah... me desculpe. – sorri sem jeito. Peguei suas duas mãos e a encarei nos olhos. É agora...

– Alison, eu realmente estou insegura sobre a reação dos seus pais ao saberem do nosso envolvimento, mesmo você me dando essas garantias eu só vou sossegar quando tiver a bênção deles. – Alison suspirou, mas acenou em concordância.

– Quero que você saiba que eu não tinha a intenção de fazer isso aqui, no meu quarto... sem preparação alguma. Acho que você merece muito mais... Algo especial. Só que eu não posso mais esperar... – meu coração estava quase saindo pela boca. Isso é clichê, mas era a mais pura verdade. Outro clichê... enfim... eu tava quase morrendo. Pronto!

– Então... ah... – respirei fundo. – Alison, você aceita ser minha namorada?

Minha boca estava seca, meu coração estava a ponto de explodir... eu nunca havia me sentido tão indefesa, tão pequena como estou me sentindo agora. E os cinco segundos que se passaram entre o término da minha fala e o início da de Alison pareciam uma eternidade.

Alison: É claro que eu aceito. – sorriu largamente.

Não esperei por mais nada, apenas puxei Alison para os meus braços, apertando-a o mais forte que eu consegui. A felicidade que estava dentro de mim não podia ser medida. Era surreal, era maravilhoso... e único. Eu sabia que só e somente Alison poderia me proporcionar isso.

Emily: Eu sou a garota mais sortuda do mundo sabia? – falei em seu pescoço.

Alison: Por que?

Emily: Dentre 7 bilhões de pessoas, eu, Emily Rose Fields sou a que você escolheu. Isso é a coisa mais incrível do mundo! – dei um beijo em sua testa.

Alison: Eu discordo. – Aproximou nossos rostos. Narizes se tocando, respirações se misturando. - Sorte não tem nada a ver com isso. – sussurrou.

– Eu te escolhi porque eu te amo.