Like them... escrita por Aomine Daiko


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Sora, queria te pedir desculpas pela demora, antes de tudo. Na verdade, eu acho que até errei o casal. Acho que me pediu Fluffly TakaMido e eu fiz AoKise, mas é que a inspiração veio com eles, espero que me perdoe.
E, bem, eu ando muito bloqueada com fanfics, vai notar que isso se refletiu em como estou escrevendo (digamos que o rendimento caiu bastante) e ando tão ocupada que só Deus na causa). Mas ontem, quando li sua mensagem, fiquei tão animada e inspirada que voltei nessa fic e a terminei. Então aqui está, para você ♥
Boa leitura para ti e para quem mais veio aqui ler *-* Espero que gostem!!!



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Kise mordeu o lábio inferior tentando não deixar que seu choro ficasse audível. Droga, não queria chorar por uma coisa tão idiota assim, mas a situação já era insuportável, não queria ficar mais um segundo sequer ali dentro, escutando aqueles gritos horríveis. Trancou a porta de seu quarto e olhou para a janela.

Correu até sua mesa de cabeceira e pegou seu celular, junto à sua mochila, que estava sempre pronta para momentos como aquele. Colocou um casaco bem quentinho, estava tão frio, e sapatos. Depois abriu a janela e pulou na varanda, abaixando a janela novamente, para então descer uma escada improvisada que fizera com Aomine... seu namorado.

Digitou uma mensagem rápida para o namorado e correu para longe de sua casa. Nem ao menos olhou para trás, mesmo quando os gritos já sumiam na esquina, nem mesmo olhou para os lados, sabia que encontraria os olhos de pena de seus vizinhos olhando da janela. Todos sempre olhavam quando viam o garoto correndo pelas ruas, buscando algum alívio ou conforto.

A casa de Aomine era um tanto longe e estava muito tarde para passar algum ônibus. Então iria para o ponto de encontro dos dois, uma praça pequena; Aomine costumava dizer que aquela pequena praça sempre o fazia pensar que moravam em uma pacata cidade do interior. Sorriu fraco ao chegar à praça e limpou o rosto com as costas da mão, indo até o meio do jardim suspenso, sentando-se em um banquinho, onde ficava horas e horas abraçando Aomine.

Pegou seu celular novamente e abriu sua conversa com Aomine, ele havia visualizado. Suspirou um pouco preocupado, será que o maior viria buscá-lo? Limpou novamente as lágrimas que deslizavam por seu rosto e respirou fundo. Precisava de Aomine.

Às vezes sentia que era muito incômodo ao maior, até porque ainda estava no Ensino Médio, enquanto Aomine era um universitário. Haviam se conhecido ainda no colégio, quando Kise estava no último ano Ensino Fundamental e acabou por esbarrar em Aomine, que estava no segundo ano do Ensino Médio. A partir daquele dia se tornaram um pouco amigos. E aos poucos o relacionamento de ambos foi evoluindo, assim como seus sentimentos. Até que, um dia, na escada, Aomine se declarou para o loiro.

De início, Kise jamais achou que realmente durariam. Achou que iriam ficar juntos por um ou dois meses e então Aomine notaria que não gostava realmente do loiro. Mas, quando menos notou, Aomine estava no primeiro ano da faculdade enquanto Kise estava no segundo ano do Ensino Médio e o relacionamento dos dois continuava normal.

Estavam juntos há dois anos, completariam três em breve. Sorriu fraco lembrando-se disso. E então algo clareou a praça e olhou assustado para o lado de onde vinha a luz. Era um carro iluminando a praça e então saiu um homem deste mesmo carro. Kise levantou-se rápido sentindo sua garganta fechar novamente.

- Daiki! – Exclamou correndo para os braços largos do namorado, que o apertou com carinho e respirou fundo aliviado. Aomine alisou os cabelos louros de Kise e o aninhou nos braços.

- Estou aqui, anjo, estou aqui... – Sussurrou sentindo os ombros do loiro tremerem enquanto ele chorava baixo com o rosto escondido em seu peito. Pegou a mochila de Kise e colocou em seu ombro, andando ainda com o loiro até o carro. Abriu a porta do passageiro para o mesmo, vendo-o entrar. Fechou a porta e depois deu a volta no carro, entrando e trancando-os ali dentro. Olhou para Kise, que tentava limpar o rosto mais uma vez. – Vou te levar pra casa, lá você me diz o que houve, ok?

- Uhum... – Kise acenou e então Aomine segurou seu queixo, puxando-o para um selinho em seguida. Sorriu fraco e suspirou, agora que estava com Aomine poderia realmente ficar tranquilo. Colocou o cinto de segurança e encostou a cabeça no banco. Fechou os olhos e deixou-se relaxar.

Aomine dirigia devagar, Kise havia dormido e não queria que ele acordasse no meio do caminho, parecia estar tão cansado. Suspirou observando as ruas vazias. Até quando o loiro ficaria naquela situação? Tinha de fazer alguma coisa, não podia esperar mais que ele se formasse. Iria pensar em alguma coisa, seja lá o que fosse.

- Não... – Escutou o loiro sussurrar e olhou para ele, parecia estar sonhando. – Não me deixa... – Franziu a testa e observou bem a expressão do loiro, era um pesadelo. Não sabia se acordava ou não o loiro. Suspirou e colocou uma mão sobre a coxa de Kise, observando a rua antes de atravessar. Estavam realmente perto de sua casa, apenas mais duas quadras.

Acelerou um pouco e em poucos minutos estavam em frente à sua casa. Olhou para o loiro, ele parecia tão triste. Colocou a testa no volante e respirou fundo, entraria em colapso com toda aquela situação. Não podiam falar para os pais do loiro que estavam em um relacionamento, já que eram homofóbicos, não podiam nem ao menos se encontrar normalmente... Pedir para que Kise morasse consigo estava fora de cogitação. E havia aquilo que sempre o preocupava: a relação entre os pais de Kise. Os dois estavam sempre brigando, desde que Kise era uma criança, e às vezes partiam para a violência e afetavam o filho.

Não podia suportar toda aquela situação.

Olhou para o menor e passou as mãos pelo cabelo, não podia fazer nada. Aquilo o frustrava tanto. Só podia cuidar do menor até achar um meio de afastá-lo dos pais. Mordeu o lábio inferior ao ver uma vermelhidão no rosto do loiro, sabia muito bem o que causara aquilo. Engoliu o choro novamente e saiu do carro, colocando a mochila de Kise nas costas.

Abriu a porta do passageiro e pegou o menor no colo, sabia que, quando as coisas ficavam complicadas em sua casa, ele se cansava mais e dormia mais profundamente. Trancou o carro e caminhou para dentro de sua casa, agradecendo por ter deixado a porta encostada. Andou pelo corredor de lado, para não machucar o loiro nem ter de acordá-lo; até que chegou ao quarto. Deitou o menor e o observou por alguns segundos antes de voltar e trancar a porta da casa.

Deixou suas costas escorrerem pela porta e sentou-se no chão. Pegou seu celular e olhou o papel de parede, era uma foto em que ele e Kise riam juntos e abraçados. Fora um amigo seu da faculdade que tirara a foto quando saíram todos juntos para beber um pouco em uma enorme pedra que havia na orla da praia. Foi um dia lindo. E, depois do passeio, ele e Kise haviam feito amor quase toda a noite. Havia sido incrível.

Mas por que por trás de tanta felicidade eles estavam daquela forma? Escondendo com sorrisos, beijos e sexo o fato de que aquela situação toda os atrapalhava muito? Mal conseguia dormir de noite pensando em Kise, ou ao menos estudar direito... Claro que não pensava que o menor o atrapalhava, mas sua família sim. Sentiu sua garganta fechar novamente e suspirou deixando que as lágrimas caíssem.

Já perdera a conta do número de noites que tinha de ir buscar Kise, algumas vezes ele estava completamente machucado. Seus pais sempre descontavam a raiva nele. Normalmente diziam que estavam juntos apenas pelo loiro, mesmo que ele preferisse uma separação dos pais. O loiro sentia-se indesejado pelos próprios pais.

E Aomine sentia-se inútil por não conseguir ajudar seu namorado. Sua mãe havia morrido há alguns anos e seu pai morava em outro país. O visitava poucas vezes e, nessas poucas vezes, mal se tratavam como pai e filho, mas não por falta de amor ou algo do tipo, simplesmente eram daquela forma. Se pudesse trazer Kise para sua casa, deixá-lo morar consigo...

Tampou um soluço com as mãos e olhou para o corredor, tinha de voltar para ficar com o menor. Respirou fundo olhando para as fotos que tinha de Kise em seu celular, ele era tão lindo... Mordeu o lábio inferior contendo seu choro. Como podiam tratar um anjo como aquele daquela forma?

Limpou suas lágrimas pela última vez e levantou-se, caminhando para o quarto novamente. Deixou seu celular e o de Kise carregando e retirou o casaco que estava usando, assim como as calças e a blusa, ficando apenas de boxer para dormir. Retirou as peças de Kise também e deitou-se, puxando o menor para seus braços.

- Boa noite, meu anjo... – Sussurrou antes de fechar os olhos e tentar dormir.

Kise acordou devagar, sentindo um pouco de dor na cabeça. Agradeceu pelo quarto de Aomine não ficar muito iluminado pela manhã. Olhou para os lados e não viu o namorado ao seu lado, mas havia um bilhete junto a algumas peças de roupa sobre a mesa de cabeceira. Pegou o papel e viu a letra itálica do moreno.

Bom dia, anjo.

Olha, hoje eu tenho uma apresentação muito

importante na faculdade e não posso faltar.

Me perdoe por isso. Vou voltar pelas seis horas,

então vá para o colégio e volte para a minha casa,

ok? Passei na sua casa, seus pais pareciam um

pouco mais calmos e conversei com a sua mãe.

Seu uniforme está aí, o material eu peguei

também. Caso não esteja com vontade de ir,

pode ficar em casa me esperando também.

Eu te amo, viu? Vou trazer algo gostoso

para comermos.

Daiki”

Kise olhou para seu uniforme e suspirou, voltou a deitar e deixou o bilhete novamente sobre a mesa e cabeceira. Não queria ver nem mesmo a entrada da escola hoje.

Enquanto voltava a dormir, Aomine olhava arquivos em seu notebook ao lado de Kagami Taiga, um colega de curso e seu parceiro de trabalho. Estavam verificando se a apresentação estava correta. Mais Aomine do que Kagami, já que fora o ruivo quem havia feito os slides. Então, com pouco interesse naquilo, Kagami se levantou e foi até a mesa ao lado, observando o projeto que haviam feito.

- Você dormiu bem, Aomine? – Perguntou, tocando alguns locais para ter certeza de que tudo funcionaria como desejavam. Olhou para o moreno e o viu suspirar. – Me deixe adivinhar, Kise... de novo.

- Cala a boca, Kagami. – Resmungou o moreno, digitando rapidamente. – Não é da sua conta.

- Sei... – Mas o ruivo foi atrapalhado com a chegada de outro colega. – E aí, Midorima?

- Bom dia. – Respondeu o homem de cabelos verdes. – Nossa, Aomine, você está bem, nanodayo?

- Hm? – O moreno olhou para o colega e suspirou, girando na cadeira até ficar de costas para o notebook de Kagami. – Na verdade, não muito. – Apoiou os cotovelos nas coxas e passou as mãos pelo rosto. – E, nesse momento, mais alguns amigos entraram. Murasakibara e Akashi. – Oi, gente...

- Parece que alguém não está bem aqui. – Comentou Akashi.

- O que aconteceu, Mine-chin? – Murasakibara sentou-se ao seu lado e colocou uma mão sobre seu ombro.

- Os pais do Kise brigaram ontem à noite. Aí ele foi para a minha casa, está mal. – Aomine suspirou e sorriu de canto. – Mas está tudo bem, vamos fazer alguma coisa sobre isso.

- Daiki... não acha que esse relacionamento está desgastando você? – Perguntou Akashi, sentando-se enquanto cruzava as pernas e os braços juntos. – Sabe, só esse mês, é a sexta vez que isso acontece. Não é normal. Tem certeza de que é melhor continuar com esse garoto?

- Akashi, a única pessoa que ele tem sou eu. – Olhou com raiva para o menor de cabelos fúcsia.

- Está com ele por dó ou amor? Se estiver com ele apenas porque ele precisa, não vão chegar a lugar nenhum. – Aomine arregalou os olhos e levantou-se de salto. Encarou Akashi uma última vez e saiu da sala.

- Ei, Aomine! Nosso trabalho! – Gritou Kagami, mas viu que o outro não teria cabeça para voltar naquela hora. Então apenas suspirou e voltou a sentar-se na cadeira onde antes estava Aomine. – Merda.

- Bem, melhor ele ir pensar agora do que ficar com a cabeça cheia. – Falou Midorima. – Ele precisa resolver esse assunto logo, está acabando com ele.

- Não sei se é bom ele terminar com o Ki-chin. – Disse Murasakibara retirando um pirulito do bolso, colocando-o na boca após retirar a capa. – Digo... Mine-chin gosta de verdade dele, ou não estaria há tanto tempo ajudando Ki-chin e tudo o mais. Eles estão juntos há quase três anos e nenhum de nós realmente sabe a história deles. – Deu de ombros e suspirou, retirando o pirulito da boca. – Na verdade, acho que o Mine-chin realmente ama o Ki-chin. Ele não faria algo assim por outra pessoa, não acham?

Os outros ficaram em silêncio e Akashi suspirou. Não entendia nada de sentimentos, sua vida se baseava muito em lógica e lucro. E, para ele, Aomine e Kise juntos não eram um lucro para Aomine. Achava que as pessoas complicavam muito as coisas, era óbvio: se estar com Kise atrapalhava o rendimento de Aomine na faculdade, o melhor era que terminassem de uma vez.

- Bem, que seja, vou voltar para o meu prédio. – Akashi falou enquanto levantava e caminhava para a porta. – Boa sorte com a apresentação, Kagami. – Sorriu um tanto sarcástico e saiu. Midorima suspirou.

- Ele não muda...

Kagami deu de ombros e checou tudo uma última vez, estava tudo pronto. A apresentação ainda demoraria, então podia ir atrás de Aomine e tentar acalmá-lo. Suspirou e olhou para Midorima e Murasakibara, ambos acenaram e saíram. Detestava quando tinha de fazer Aomine voltar ao normal em relação à Kise. A verdade era que, mais do que qualquer pessoa, ele desejava que ambos terminassem. Aomine devia notar o quanto o amava.

- Argh, esquece, Taiga. – Bagunçou o cabelo e se ergueu, não adiantaria nada ficar pensando naquilo. Aomine jamais pensaria em si dessa forma.

Saiu da sala e foi para o lugar que sempre encontraria o maior: o terraço da faculdade. Correu para lá e o achou encostado em uma das paredes, encarando a vista que se tinha de toda a faculdade, Aomine nem ao menos virou o rosto para si. Sentou ao lado do maior e lhe deu um soco leve no ombro.

- Cara... não fica assim. – Suspirou. – Não vai adiantar nada.

- Eu sei, mas é complicado, Kagami. – Riu baixo, olhando para o lado enquanto passava a mão pelos fios curtos de seu cabelo. – Se fosse apenas me acalmar e arranjar um meio de tirá-lo disso, eu estaria muito bem agora. Mas não posso suportar isso... ver a pessoa que eu amo sofrendo assim.

- E-eu entendo, mas... – Kagami engoliu em seco, detestava isso... tudo isso. – Mas isso te faz mal...

- E? – Aomine olhou rápido para o ruivo, franzindo a testa. – É claro que me faz mal. É meu namorado apanhando em casa! Não tem como não ficar mal.

- Então devia acabar com isso de vez, droga. – Kagami irritou-se. – Você olha tanto para esses problemas que não vê que poderia ser feliz com outra pessoa, que te ama e te faria bem. – Sentiu seu rosto ficando vermelho. – Já passou da hora de acabar essa bobagem que você tem com o Kise, ele ainda é um garoto... e... – Respirou fundo, não adiantava mais voltar atrás, Aomine já entendera o que queria dizer. – E eu amo você. Eu te faria muito mais feliz.

- Você que pensa. – Retrucou o maior levantando-se. – Kagami, você é um cara legal, mas não passa de meu amigo. O Ryouta não me faz mal, muito pelo contrário, me faz o homem mais feliz do mundo e todos os dias eu me sinto abençoado por ele me amar também. O que temos não é uma bobagem, é um relacionamento sério e sólido, nós nos amamos. E não o chame de criança, você nem ao menos o conhece direito. – Aomine passou as mãos pelo rosto ao notar que estava magoando o amigo, mas não podia engolir que falassem daquela forma de Kise. – Ele suporta coisas que você nem ao menos imagina e jamais me falaria o que acabou de dizer... E, não, você não me faria mais feliz, pois ele é o homem que eu amo.

Kagami ficou em silêncio sentindo sua garganta fechar, não era seu intuito insultar Kise, apenas disse o que lhe veio em mente. Mas parece que cometera um dos maiores erros de sua vida em relação a Aomine. Não sabia que os sentimentos dele eram assim tão concretos, não conseguia acreditar que Aomine realmente amasse tanto Kise.

- Aomi... – Tentou falar, mas sua garganta emitiu um soluço, fazendo um choro silencioso se iniciar.

- Não é minha intenção magoar você, Kagami. Mas eu jamais deixaria o Kise, principalmente agora e não é por pena, mas por amor. – Suspirou e passou a mão pela nuca. – Me perdoe se fui grosso, mas somos nada além de amigos. Eu vou pra casa, pode ficar com o trabalho só para você, não me importo de repetir essa matéria.

- M-mas...! – Porém ao ver o olhar de Aomine desistiu de falar, apenas abaixou a cabeça e continuou ali, apenas escutando os passos do maior se afastar cada vez mais.

Aomine correu para dentro da casa olhando os cômodos até chegar ao seu quarto, vendo o corpo pequeno de Kise acomodado entre seus lençóis enquanto o menor assistia à televisão e comia brigadeiro. Parou na porta, encostando-se ao batente e cruzando os braços. Kise era um preguiçoso aproveitador, que corou ao notar o olhar reprovador e, ao mesmo tempo, apaixonado do maior.

- Não faz mal faltar um dia, né? – Perguntou baixo o loirinho, encolhendo-se mais na cama. Aomine riu e suspirou olhando para a televisão, era mais um filme romântico daqueles que o loiro gostava e Aomine detestava, sempre faziam Kise chorar. Voltou os olhos para o menor, que sorriu fraco. – Não devia estar na faculdade? Não estou tão errado, você também está faltando...

- Sim, eu estou... – Aomine caminhou até a cama, retirando o doce das mãos do loiro e deixando sobre a mesa de cabeceira, o loirinho acompanhando todos os seus movimentos na espera do que o maior faria. Viu Aomine retirar a camisa, mostrando o tronco malhado e suspirou, era tão lindo. E então o maior retirou as calças, os sapatos e as meias, ficando apenas com uma boxer preta. Corou ao olhar para o namorado daquela forma, nunca se acostumaria com a beleza de Aomine, principalmente com aquele seu olhar apaixonado.

Teria seu pai olhado assim para sua mãe algum dia?

Aomine foi até a televisão e a desligou, depois até a janela e fechou as cortinas, deixando o quarto quase escuro, apenas uma parte estava aberta, iluminando seus rostos e ainda assim a luz era amena. O maior caminhou até a cama e deitou-se sob os cobertores que aqueciam o loiro, com um pequeno sorriso e deitou sobre o loirinho, que ainda corava observando-o com cuidado. E então se abraçaram forte.

Teriam seus pais se abraçado daquela forma algum dia?

E então seus lábios se tocaram com carinho e as mãos fortes de Aomine o seguraram com cuidado, deslizando por sua pele macia e aquecida pelo repouso sob os cobertores, enquanto suas mãos passavam pelo corpo ainda frio do maior, acolhendo-o em seu calor. Suspiraram juntos em meio ao beijo, voltando ao ato. Não era preciso ter palavras, ambos sabiam bem o motivo para estarem ali, trocando beijos e carinhos com tanto amor.

Era tão errado... mas tornava-se tão certo.

Aomine ajeitou-se entre as pernas do loiro, deslizando uma mão pela coxa roliça do loiro, suspirando. Amava-o tanto, cada pedacinho daquele garoto, cada coisinha nele. Seus lábios foram diminuindo o ritmo aos poucos, apenas o sabor de chocolate e um deslizar molhado e macio permanecia entre seus lábios. Aomine encostou sua testa na de Kise, que segurou seu rosto entre ambas as mãos, suspirando com a intensidade do carinho do mais velho. E então sorriu.

Aomine e ele. Não queriam ser como os pais do loiro. Queriam ir até o fim... um fim tranquilo, um fim sem um real fim. Não era possível que aquilo não fosse amor realmente. Não era possível que não conseguissem... Nada, jamais, ficara ou ficaria entre eles. Não deixariam.

- Ryouta... – Sussurrou o maior, escondendo o rosto no pescoço do loiro, sua voz embargada. – Eu amo você. – Kise prendeu a respiração e sorriu fraco, segurando o rosto do maior para olhar em seus olhos.

- E eu te amo... te amo muito. – Sorriu e beijou a testa do moreno, abraçando-o com força. – Nós não seremos como eles...

- Não. Não mesmo. – Aomine envolveu a cintura do loiro e suspirou, tomando os lábios rosados novamente com os seus. E, em apenas um beijo, Kise sentiu que ali estava sua fortaleza, seu porto seguro. Naqueles braços fortes, naquele corpo quente, naqueles beijos apaixonados e voz firme, mas delicada e insegura, com medo. Aomine jamais lhe faria mal...

Fechou os olhos e deixou que o maior o mostrasse isso... mostrasse com seu corpo o quanto o amava. O quanto o amor de ambos era real...


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado >.< Até qualquer dia da vida aê :3