Pov. Barry

–É só você continuar pressionando o ferimento com o pano, vou chamar a médica... -a jovem enfermeira me diz e eu reviro os olhos.

–Você mesmo não pode fazer isso? -reclamo. Só queria sair logo dali.

–Não, só faço estagio aqui há duas semanas, o máximo que eu posso fazer é um curativo, e acho que isso vai precisar de pontos... -ela responde e sai fechando a cortininha.

Me remexo desconfortável na maca a espera da médica, odeio hospitais. Até alguém entrar me chamando a atenção.

–Olá, sou a Dra. Snow... -a bonita moça sorri para mim e eu automaticamente sorrio de volta- E você deve ser... -ela procura em sua prancheta.

–Barry Allen! -digo, por algum motivo ainda sorrindo. A observo de cima abaixo, ela é realmente muito bonita, debaixo do seu jaleco aberto, usava uma camisa folgada roxa e uma saia lápis cinza escuro, deixando suas pernas amostras (e que pernas!).

–Okay... -ela pareceu meio sem graça, porem com um sorrisinho, será que ela notou meu "check out"? -Vamos ver o que aconteceu aqui...

Ela se aproxima e eu tiro o pano da minha testa revelando o machucado.

–Não está muito fundo, mas vai precisar de pontos mesmo assim... Não se preocupe, quatro no máximo... -sua expressão suave me acalmou.

–Não estou preocupado! -tento parecer corajoso.

–Ótimo, porque acabou a anestesia! -ela fala séria e eu arregalo meu olho apreensivo. Então ela ri. Um sorriso lindo.-Estou brincando!

Deixo escapar um suspiro de alivio. A Dra. se vira para preparar a anestesia e logo volta com uma seringa na mão.

–Não vai doer nada! -ela sorri e se aproxima novamente, mas dessa vez ainda mais perto, ela coloca uma das mãos em meu rosto e de repente meu coração começa a bater mais do que o normal.

Sinto uma leve picada em cima da minha sobrancelha.

–Pronto... -ela sorri novamente, eu já estava sorrindo- Agora vamos acabar logo com isso!

Ela pega a agulha e começa o procedimento. Enquanto eu, a observava atentamente com seu roto tão perto do meu. Ela é linda em tudo, o nariz, as bochechas rosada, aqueles olhos cor de amêndoas e os lábios tão bem desenhados.

–O que? -ela pergunta e eu volto sua atenção para seus olhos que me observavam atentos.

–Nada! -digo sem jeito. E vejo um mini sorriso querendo aparecer em seus lábio.

–Então, como isso aconteceu? -ela pergunta retornado paro o machucado.

–Digamos que eu sou um pouco desastrado... -falo e ela solta uma risada- Eu trabalho em um laboratório de evidencias na policia de Central City, fui pegar uma caixa com tubos de ensaios dentro, na ultima prateleira, tive que subir em um banquinho, mas me desequilibrei, caí e a caixa veio junto... algum tubo deve ter causado isso...

–Você tem que tomar mais cuidado Sr. Allen! Poderia ser algo bem mais sério! Pegue uma escada da próxima vez! -a médica diz e passa um algodão com álcool na minha testa.

–Vou anotar isso Dra. Snow! -sorrio para ela, que retribui.

–Está pronto! -a moça diz e se afasta. De repente queria que meu machucado fosse maior.

Ela pega sua prancheta anota alguma e volta a olhar pra mim.

–Volte daqui a duas semanas para tirar os pontos...

–Você acha que vai ficar uma cicatriz muito grande? -pergunto descendo da maca.

–Não, deve ficar uma marca, mas eu conheço uma pomada que vai deixar esse seu rostinho bonito novo em folho! -ela sorri e eu sinto minhas bochechas esquentarem levemente- Fale para sua namorada não se preocupar com isso também...

–Eu falaria, se tivesse uma! -respondo sorrindo.

–Nenhuma policial bonitinha? -ela brinca.

–Não, na verdade eu trabalho mais no laboratório cientifico, sem coleguinhas de turno, deve ser diferente aqui no hospital... -digo sutilmente.

–É, tenho alguns amigos aqui, mas ou são estagiários de 17 anos ou doutores de 40, quero alguém que esteja na mesma fase que eu, na casa dos 20...

–Tenho 24, só para você saber! -brinco e ela ri.

–Eu preciso ver, minha próxima vitima... -diz e eu rio, a Dra. pega um papel e anota algo- Aqui... -ela me entrega- No caso de precisar de alguma coisa...

Olho no papel e tem seu celular, e embaixo escrito "Caitlin (Dra. Snow)". Sorrio. Caitlin. Nome bonito.

–Não sabia que agora os médicos, dão seus telefones pessoal para os pacientes...

–Eles não dão! -ela pisca para mim e vai embora.

Sem conseguir desfazer o sorriso do rosto, vou para sala de espera onde Joe estava.

–Finalmente! -ele exclama assim que me vê- Pela sua cara parece que está tudo bem...

–Está tudo ótimo! -respondo.

–Barry Allen, o que aconteceu? -meu pai adotivo pergunta com um sorriso malicioso.

–Nada, digamos que eu passei a amar hopitais!

–Sei... -ele diz desconfiado.

–Vamos para casa Joe!

Saímos dali. E o caminho todo da volta, uma certa médica insistia em ficar na minha cabeça. Algo me diz que ela ainda vai cuidar muito de mim.