Pov. Jazmyn

O dia estava lindo, tudo calmo. Hoje eu iria sair com George. Tudo estaria perfeito, se James não houvesse descoberto.
– Você vai sair em um encontro? - James pergunta pela vigésima vez.
– Sim, James. - eu respondo revirando os olhos enquanto procurava uma roupa em meu closet.
Eu já havia colocado todas as roupas de minha mala em meu closet. Meu marido estava sentado em minha cama, fazendo todos os tipos de perguntas bestas sobre meu encontro que ele conseguia imaginar. Eu não tinha certeza do porquê ele estava fazendo isso, já que eu não havia perguntado pela garota que ele havia pegado no dia anterior.
– E o nome dele é George? - perguntou James.
– Sim. - respondo jogando algumas roupas em cima da cama.
– Que tipo de pessoa se chama George? - ele pergunta revirando os olhos. - George é um nome muito... Sei lá. Não tem um macaco chamado George?
– James, qual é o seu ponto? - pergunto cansada parando em sua frente.
– Não saia com ele. - James respondeu me olhando.
– Por quê?
– Porque não.
– Depois eu falo que você tem seis anos e você não acredita. = respondo revirando os olhos.
– Porque eu não quero, então. - ele também revira os olhos.
– Por que você não quer? - eu pergunto incrédula observando o mesmo concordar com a cabeça. - Você não pegou uma garota ontem?
– Duas. - ele murmura contragosto.
– E por que eu não posso sair com um cara?
James ficou em silencio olhando para o chão.
– James, você está com ciúmes?
– Em primeiro lugar, eu não tenho ciúmes. - ele fala me olhando sarcástico. - E em segundo lugar, você é minha mulher, então...
– E você é meu marido, e me cornou ontem com duas, e ai? Como fica? - pergunta revoltada.
James bufa e revira os olhos.
– Você não tem direito de ter ciúmes. - eu respondo o olhando irritada. - E eu vou sair com ele.
– Não vai. - ele responde me olhando bravo.
– Então, basicamente, você pode e eu não? - pergunto o olhando incrédula. - Porque você é homem e eu, mulher?
O loiro continua olhando para baixo parecendo um pouco constrangido, porém nem um pouco culpado. Como se ele estivesse certo.
– Machista! - berro indo até minha porta e a abrindo. - Saia do meu quarto.
– Lovebird...
– Saia daqui. - respondo e assim que ele sai, fecho a porta em sua cara.
Machista.

***

Golfe era um esporte? Tipo, sério? Esse é o jogo mais chato que já joguei em toda minha vida. Eu havia encontrado com George há uma hora em frente a esse campo de golfe gigante, e desde então estamos jogando esse esporte entediante. George era entediante também. Se me arrependo de ter saído com ele? Acho que todos já sabem a resposta.
– Você está ganhando! - ele fala sorrindo para mim.
– Estou? Quer dizer, eba! - falo jogando minhas mãos para o ar.
– Falta só mais uma tacada. - ele comenta enquanto caminhávamos pelo campo. - Quer ir comer alguma coisa?
– Ah, eu queria! Mas eu preciso ir para casa. Minha mãe tem que trabalhar, e eu vou cuidar da minha irmã.
– Ah. - ele responde, mas não parece muito decepcionado. - Quantos anos sua irmã tem?
– Seis. O nome dela é Katherine. - respondo sorrindo, lembrando-me da minha pequena irmãzinha.
– Que amor. - ele falou e, por um segundo, eu imagino se ele não é gay.
Por fim terminamos o jogo. Ao que parece, eu ganhei. Despedi-me de George e voltei para o castelo rapidamente. Fico feliz ao lembrar que eu não dei meu número para ele, porque se não iria ferrar tudo. Chegando ao castelo, corri para meu quarto e tomei um banho, colocando meu pijama logo depois e me jogando em minha cama.
Alguns minutos depois escuto batidas tímidas em minha porta. Murmuro um entre, e logo vejo James enfiando sua cabeça pela porta. Ele parece culpado e triste. Meu marido vem devagar até a lateral da cama e se senta na beira, perto de mim.
– Eu, ahm, queria me desculpar. - ele fala evitando me olhar.
– Uhm. -- murmuro tentando não rir. A cara de James pedindo desculpas era, no mínimo, hilária.
– Eu fui um idiota. Eu não sou machista. Você pode sair com quem você quiser, eu não me importo.
– Tudo bem. - respondo me sentando na cama e abrindo meus braços. - Abraço de amizade restaurada.
James ri e me abraça. Logo eu e ele estávamos deitados lado a lado olhando para o teto. O silêncio não era ruim.
– Você é a única garota que...
– Você conhece e ainda não transou? - eu pergunto rindo. Ele ri junto comigo.
– Não, idiota. A única garota que é minha amiga.
– Eu nunca tive um amigo garoto também, então eu acho que estamos quites. - respondo dando de ombros.
– Como foi seu encontro? - ele pergunta inocentemente.
– Ah, por favor. Nem me lembre disso. - respondo revirando os olhos.
– O que foi?
– Foi o pior encontro da minha vida. Ele é muito chato e monótono. Aquele esporte é idiota.
Ouve alguns segundos de silêncio até nos dois começarmos a rir loucamente.
– Cala a boca. - eu falo quando consigo parar de rir.
– Ah, cara. - ele fala suspirando e depois começa a rir de novo.
– Idiota. - murmuro empurrando ele da cama.
– Hey! - ele berra e tenta me fazer cosquinhas.
– SAI, CAPETA! - eu berro correndo dele.
Nós saímos correndo pelo castelo recebendo olharem divertidos dos guardas. Quando chegamos ao jardim, James finalmente me alcançou e, em vez de ser uma pessoa normal, se jogou em cima de mim. O resultado disso foi eu caindo de cara no chão com a baleia em cima de mim.
– Saia de cima de mim, capeta. - eu falo quase sem voz.
– Eu te dou tantos apelidos legais, e você me chama de capeta? - ele pergunta ofendido se levantando e me ajudando a levantar.
– Você tem cara de capeta. - respondo dando de ombros.
James revira os olhos e começa a andar em direção ao castelo. Quem diria que aquele príncipe certinho e gostoso seria esse idiota que agora é meu melhor amigo? Eu não me importaria de passar o resto da minha vida ao lado deste viado'. Corri até James e pulei em suas costas, fazendo o mesmo segurar minhas coxas levemente e revirar os olhos.
– Anjo encapetado. - falei rindo.
– Está ficando cada vez pior!