Zatanna: O Conceito de Magia escrita por Larenu


Capítulo 6
Um Grande Espetáculo em Gotham - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito, mas muito tempo mesmo, estamos de volta na jornada de Zatanna. Agora em horário fixo: de quinze em quinze dias, de segundas, intercalando com minha fic de Marvel.



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20 Anos Atrás - Nimue Inwudu

Entro na casa de Giovanni sorrindo. Não o vejo desde os tempos da Liga Sombria. Sou recebida alegremente por ele, o que é bom, considerando a tragédia que vivemos nos tempos da Liga. Culpa de Constantine, claro, mas isso não vem ao caso.

— Como vai Sindella, Giovanni?

— Bem, obrigado por perguntar.

— E a bebê? Zatanna, não é?

— Sim, Zatanna. Sindella foi dar de comer para ela e já vem.

— Oh, está bem. Sempre achei a história de vocês muito romântica, Giovanni. Um mago que se perdeu no gelo e foi resgatado por uma poderosa feiticeira. Os dois se apaixonaram e viveram felizes. Não para sempre, pois isso não existe.

— Obrigado, Nimue.

Sindella entra na sala com um bebê no colo. Ela está agarrando o bebê como que para protegê-lo de algo. 

— Nimue, como é bom ver você!

— Olá Sindella, tudo bem? Imagino que essa seja Zatanna.

— Sim, é ela.

Me aproximo da bebê e olho em seus olhos.

— Ela é linda, Sindella. Será uma grande mulher um dia.

— Assim espero. Para isso necessitaremos de sua ajuda, Nimue.

Olho para ela e percebo que há algo errado.

— O que aconteceu?

— Allura escapou — diz Giovanni.

— Como isso aconteceu?

— A espada em que ela  estava presa estava solta no sótão. Alguém deve tê-la libertado.

— Não necessariamente. Tantos anos aprisionada podem ter servido para reunir seus poderes. Mas, voltando ao assunto, acredito que vocês tenham medo que ela venha atrás de Zatanna.

— Sim, Nimue. Queremos que você a encontre para que a capturemos.

— Eu o farei com orgulho, meus amigos. Tudo para proteger sua filha.

Retiro um baralho de tarô de minha bolsa e o espalho sobre uma mesa. Recito um feitiço e as cartas começam a flutuar na direção do corredor principal.

— Vamos, Allura deve estar lá.

Seguimos pelo corredor até a parede do fundo. Para nossa surpresa, as cartas de tarô caem no chão.

— Espere... Isso não devia estar acontecendo...

— A bebê! — grita Sindella.

Nós corremos de volta para a sala onde estávamos e nos deparamos com uma mulher de vestido perto do berço. Ela lentamente se volta para nós.

Vocês. Sabia que viriam!

— Entregue-se pelo seu bem, Allura — ordena Giovanni.

Eu a conheço. Sei que não vai funcionar.

— Allura, sejamos racionais. Você não tem nada a ganhar.

— Calada, Nimue. Você é uma serpente tão venenosa quanto todos os outros! Fui traída, vocês me apunhalaram pelas costas!

— Afaste-se dela — pede Giovanni.

— Um bebê é tão importante assim para você? Pois bem, me afastarei. Mas não sem lançar uma maldição!

Os olhos dela são tomados por um brilho branco, como se ela estivesse possuída, e seus braços caem para trás.

— Eu rogo que Giovanni e Zatanna Zatara jamais se olhem novamente. Caso contrário, a morte baterá à sua porta!

Irritada, arremesso uma bola de cristal em Allura, mas ela se teleporta antes que eu a acerte. Faço a bola voltar para mim.

— Me desculpe, Giovanni. Eu devia ter feito algo...

Ele permanece calado. Sindella o abraça.





Presente – Zatanna Zatara

— Quem é você? — eu grito, flutuando na direção dele.

Um dia já fui conhecido por um nome comum. Hoje, porém, sou o Desafiador.

Estabilizo meu voo e paro em frente a ele.

— Deixe-me em paz. Mantenha distância!

Quem vai me obrigar?

— Eu.

Ele ri.

Você e que exército?

De repente, um bumerangue em forma de morcego atravessa-o. Olho para cima da Torre Wayne. É Batman, o vigilante de Gotham, e seu parceiro, Robin!

— Estou com ela.

Desafiador dispara uma bola de fumaça na direção da plateia.

Saiam daqui!

De repente, algo surge e golpeia o disparo, rebatendo de volta para Desafiador. É Etrigan e sua foice.

Etrigan? O que faz aqui?

— Pergunto o mesmo, Desafiador.

Junto de Etrigan, consigo ver o Monstro do Pântano.

Não vão me deter.

Aponto a varinha para ele.

— Satrac! [Cartas] — grito.

Uma série de cartas de baralho brilhantes sai da varinha, voando na direção dele. Ele é acertado em cheio e cai para trás.

— Salogra sadaçalertne! [Argolas entrelaçadas]

Duas argolas presas voam na direção de Desafiador e se prendem aos braços dele. Etrigan pula e o golpeia, fazendo um corte com a foice. Uma fumaça sai no lugar de sangue.

Monstro do Pântano cria uma ponte na direção de Desafiador, na qual Batman e Robin escorregam. Novamente, o Batarangue de Batman o atravessa, bem como o bastão de Robin.

Basta! — grita Desafiador.

Ele flutua e abre os braços, derrubando a ponte e me jogando, junto de Etrigan, no chão.

Sou um fantasma. Vocês não podem me derrotar!

É quando uma mulher surge na rua abaixo, já vazia.

— Talvez eles não. Mas eu posso!

Olho para ela. É impossível.

— Tia Martha? — pergunto.




20 anos atrás – Nimue Inwudu

— Tudo bem, Nimue. A culpa não é sua — diz Sindella.

Giovanni me olha.

— Vai ter que me ajudar. Se eu não posso cuidar de Zatanna, você pode. Pode se passar por uma tia dela. Finja que é minha irmã. Zele por Zatanna enquanto eu não puder.

Engulo em seco.

— Está bem. Posso fazer isso por vocês. A partir de agora, me chamem de Martha Zatara. Sua irmã.




Presente – Zatanna Zatara

— Oi, querida — diz ela.

Ela é sua tia? — pergunta Etrigan.

— Sim.

Tem certeza­?

— Sim. Por quê?

Ele suspira.

Zatanna, essa é a Madame Xanadu. Nimue Inwudu.

Estonteada, tento me levantar.

— Isso é verdade? — pergunto.

Mas ela não responde. Uma bola de cristal surge sob seu braço, e ela arremessa na direção de Desafiador.

Não! — grita ele.

Ele desaparece, sugado para dentro da esfera. Ela olha para mim enquanto a bola de cristal volta para suas mãos.

— Oi, querida.

Ela corre para perto de mim e me abraça. Recuso o abraço dela, emburrando-a.

— Quem é você de verdade?

Repreensiva, ela olha rapidamente para Etrigan.

— Sou sua tia, Martha...

— Quero a verdade.

Ela engole em seco.

— Eu... sou uma antiga amiga de seus pais. Me conhecem como Madame Xanadu, mas você pode me chamar de Nimue.

Nimue pega minha mão e acaricia. Tiro bruscamente.

— Tenho coisas a fazer.

Olho para onde Batman e Robin estiveram. Eles não estão mais lá. Então, me lembro de Bruce e Tim. Onde estariam eles?

­— Tia... ou melhor, Nimue. Pegue suas coisas e venha comigo e com meus amigos. Vamos fazer uma visita a Bruce Wayne.

Quieta, ela apenas obedece. Consigo ver, dentro da esfera, Desafiador, batendo em uma tentativa frustrada de sair.

— Acho que vamos andando — digo para Etrigan.

Antes que desçamos do palco, Nimue me cutuca.

— Coloque seu chapéu no chão.

— Como?

— Tente, por favor.

Relutante, faço o que ela disse. Nimue sussurra uma palavra ao meu ouvido. Repito em voz alta.

— Etropsnartelet arap Oãsnam Enyaw!

Um vórtice surge, brotando do meu chapéu. Etrigan e Monstro do Pântano entram primeiro. Nimue os segue rapidamente, e eu vou por último. Um brilho toma conta de minha visão. De repente, tudo escurece. Então, bruscamente, estou no interior da Mansão Wayne, com o chapéu na cabeça.

— Isso foi... incrível — digo. — Obrigada.

Nimue sorri. Ela realmente parece com minha tia Martha.

— Bruce?! — chamo.

Alfred surge na sala, vindo de um corredor. Ele estranha nossa presença por lá.

— O que estão fazendo por aqui? Não ouvi vocês entrarem.

— Precisamos falar com seu patrão — diz Etrigan, já na forma de Jason Blood.

— Oh, perdão. O patrão Wayne ainda não retornou, infelizmente.

— Deixe que eu assumo daqui — diz a voz de Bruce.

Junto de Tim Drake, o milionário de Gotham sai de uma porta.

— Desculpe não ter alertado você sobre a presença deles, Alfred. Até mesmo eu fico surpreso.

— Está bem, senhor. Vou me retirar agora.

Alfred nos deixa ali.

— Como chegaram aqui tão rápido? — pergunta Bruce, intrigado.

— Quem faz perguntas aqui sou eu, Bruce. Por que abandonaram o espetáculo assim que o Desafiador apareceu?

— Autoproteção. Um colega me sugeriu isso. Trata-se de escapar do perigo para sobreviver.

Fico irritada com essa atitude esnobe, mas não me pronuncio.

— E quem é esta mulher­? — ele pergunta, olhando para Nimue.

— Madame Xanadu — ela se apresenta.

— Já ouvi falar em você antes, madame. Sou Bruce Wayne.

— Com certeza já ouvi sobre você antes — ela ri.

Bruce sorri.

— Jason, se me permite, venha cá um momento?

— Claro, Bruce.

Etrigan segue Wayne de perto para uma sala. Tim fica conosco, e sinto que ele nos está supervisionando. Nimue coloca a bola de cristal em cima de uma mesa.

— Aqui está o fantasma que assombrou o espetáculo — ela diz. — Precisamos interroga-lo. Para isso, porém, precisaremos de uma sala vazia.

— Sei um lugar perfeito. Venham comigo.

Eu, Monstro e Nimue acompanhamos Tim até uma sala vazia na mansão, exceto por um tapete e alguns quadros.

— Este é o quarto de hóspedes. Os móveis foram retirados para limpeza, então o lugar está vazio.

— Perfeito — diz Nimue. — Pode ir agora.

Desconfiado, Tim reluta antes de sair. Nimue pega alguns gizes compridos em seu bolso e desenha alguns símbolos no chão, formando um círculo. No centro, sobre um símbolo em branco, ela posiciona a bola de cristal.

— Devemos dar as mãos em volta do círculo agora. Assim, Desafiador não sairá do círculo que eu delimitei.

Ela estende o braço na minha direção e eu lhe dou a mão. Um cipó brota de cada mão do Monstro do Pântano, de forma que ele consegue segurar nossas mãos.

— Pode sair, Boston — diz ela.

E o Desafiador está livre dentro do círculo. Ele se senta, sabendo que não tem a onde ir.

O que querem de mim?

Nimue olha para mim. É a minha deixa.

— Quero respostas. Onde estão Allura e Constantine?

Desafiador olha direto nos meus olhos.

Quer encontra-los, é? Pois bem. A verdade pode ser mais dura do que parece. Neste exato momento, estão no local onde seu pai morreu. Sabe por quê?

Fico com medo de perguntar.

— Por... quê?

Estão indo atrás de Sindella!

Espantada, eu largo a mão de Nimue. Então, Desafiador sai do círculo voando sem limites. É quando Etrigan invade a sala, com sua foice, e corta o espírito ao meio. Nimue lança nele uma carta de tarô, absorvendo-o. Estampado na carta agora está Desafiador.

Imediatamente, desabo no chão e choro. Nimue me entrega um lenço e enxugo o rosto.

— Precisamos parar Allura — eu digo. Estou decidida a mata-la.


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Notas finais do capítulo

Estaremos nós nos aproximando do fim do Ato I? Muita coisa para acontecer ainda, então é cedo para dizer...



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