Dollhouse escrita por Amin


Capítulo 1
❝We'll be a perfect family❞


Notas iniciais do capítulo

Escrevendo sobre o capítulo 424 sim, mesmo estando atrasada, mas eu precisa escrever sobre o tempo que eles moraram juntos, poxa! É o otp, afinal. Eu surtei um tempão imaginando eles dois sobre o mesmo teto, e sobre a mesma cama também, apesar do Gray ter se recusado /chora.

Era pra ter terminado há séculos, mas até desenvolver a ideia do que escrever foi difícil, por isso ficou bem simples e direto.

Ainda assim, espero que gostem! :D



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Nos últimos dias o céu tem estado bem nublado. À noite era um céu sem estrelas, apenas iluminado por relâmpagos seguidos de trovões que ressoavam pela vila silenciosa e solitária; lugar esse que vinha sendo castigado com uma forte chuva que não dava trégua.

Tudo parecia nublado aos olhos tristes de Juvia. Nublado, melancólico, vazio. Precisava chover. Precisava que um temporal de trovoadas, vento forte, relâmpagos, raios e chuva levasse toda a angústia que dilacerava seu peito. Seu coração estava tão frio quanto cada gota de água vinda do céu, que caíam sobre ela como se na verdade fossem alfinetes, machucando sua pele.

Por que a chuva caía no chão tão devastadora quando Gray não estava por perto?

Sentada ao relento em frente a casa, a azulada sentia os pingos da chuva correrem livremente sobre seu rosto pálido enquanto algumas gotas também escapam de seus olhos em um fluxo contínuo e silencioso. Entre um pingo e outro, entregue a solidão, viajava na lembrança de dias melhores e alegres que narrassem uma história feliz.

Durante algum tempo, Gray e Juvia acordaram juntos sobre o mesmo teto. E durante esse mesmo tempo, eles brincaram de casa de bonecas. Fizeram suas refeições juntos, trabalharam e treinaram juntos. Juvia viu pela janela dias de sol brilhante e céu azul-celeste que pensara que nunca teriam fim. Os dois foram, acima de tudo, felizes como uma família perfeita.

Juvia cuidava da casa e cozinhava as mais deliciosas refeições; nunca deixava faltar as mais variadas e apetitosas comidas na mesa ou a sujeira se acomodar sobre os móveis. Cuidou do local com muito zelo e carinho, pois ali era a casa de Gray-sama e de Juvia, e ela desejava sempre poder oferecer o melhor a ele. O mago de gelo, por outro lado, poderia ter sua personalidade um tanto egoísta quando se tratava de Juvia, mas não se importou em dividir sua vida com a mulher da chuva durante um tempo. Se sentia satisfeito ao chegar cansado após um treinamento árduo e ter um local confortável para estar ou uma refeição cuidadosamente preparada lhe esperando.

Durante muito tempo, eles brincaram pra valer.

Juvia só pensava em como estava, finalmente, se sentindo realizada. Em suas fantasias românticas, via a si mesma como uma esposa cuidadosa e responsável, que cuidava do lar e amava incondicionalmente seu marido.

— Gray-sama! Não fique tirando suas roupas e jogando elas em qualquer lugar... — reclamava em um falso tom severo, com direto a uma careta desgostosa, enquanto, com muito prazer, recolhia as roupas de Gray que eram acidentalmente espalhadas pelos lugares mais imprevisíveis.

Gray, no entanto, não lhe dirigiu a palavra ou atenção, entretido demais em analisar a horrível mancha negra que, com mais intensidade do que nunca, marcava seu corpo parcialmente desnudo.

— O seu corpo... — Juvia observou-o, em choque. — O que... aconteceu...

Ele pareceu um tanto desconfortável com o questionamento e a expressão amedrontada da mulher, então logo tratou de tranquilizá-la.

— Não se preocupe com isso — assegurou-lhe, sorrindo com a mesma falsidade vista em um boneco de plástico sorridente. Um sorriso que mal surgia em seus lábios.

Incapaz de permanecer com a farsa perante os olhos azuis-escuros que lhe analisavam em busca de uma única imperfeição, Gray virou-se de costas para a maga e se pôs a caminhar na direção da casa.

— Vamos comer — intimou-a, incentivando-a que o seguisse com tais palavras.

Seja uma boa mulher.

E como uma boa mulher, Juvia não tardou a segui-lo, querendo evitar conversas incômodas com o amado.

No momento ela nem desconfiara que a cada vez que virava as costas, por trás das mentiras e daqueles olhos opacos, Gray se arrastava para um abismo escuro e desconhecido, onde sua bondade perecia lentamente.

Depois daquele dia, Juvia passou a se sentir solitária com mais frequência, pois as saídas solitárias de Gray passaram a ser mais prolongadas e constantes; aquelas paredes, que abrigavam e protegiam Juvia e Gray dos perigos presente no mundo exterior, passaram a sufocá-la lentamente dentro de sua solidão. Aquela casa, onde reinava a paz e a tranquilidade, fora entregue às cruéis sombras da saudade.

Juvia deu as costas ao sol e, submetida ao vento frio, correu à procura de Gray durante algum tempo, passando por mais dias solitários. Ao final do dia, voltava para casa e após consecutivamente chamar pelo nome do mago de gelo para ter certeza de que ele não voltara, desabava sobre sua cama e dormia encolhida embaixo dos lençóis, tendo o único consolo através de doces sonhos e memórias.

Não tendo mais o que fazer, Juvia esperou. Enquanto esperava, a chuva começava a cair sem dó. Com o passar do tempo, a chuva só engrossava e o corpo de Juvia padecia. Mesmo assim, exausta e deprimida, esperou. Ela sempre acreditou que iria vê-lo de novo.

A mulher da chuva esperou com persistência a volta de Gray. As roupas dele, que antes recolhia com frequência, ainda permanecem dentro da casa, assim como as memórias de seus dias no paraíso, portanto, Juvia seria incapaz de abandonar seu lar.

Um dia, pensava, o mago teria de voltar para procurar abrigo sobre aquele teto que os dois dividiram. Por isso, continuaria a esperar quanto tempo fosse preciso, mesmo com o cansaço vindo bater a porta, com as lágrimas querendo deixar sua visão turva ou com a dor latejante em seu coração se tornando cada vez mais insuportável. Talvez assim Gray pudesse sentir o que Juvia sentia também.

Juvia...

E quantas das gotas de chuva que caíam sobre a moradia de Gray-sama e de Juvia durante seis meses não eram consequências de suas lágrimas?


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Notas finais do capítulo

Fiquei uma pilha de nervos quando terminei, porque foi a coisa mais curta que já escrevi (!) e, às vezes, tenho medo de não transmitir os reais sentimentos da fic em tão poucas palavras, ao mesmo tempo que tenho medo de ser repetitiva e entediante com muitas palavras. Enfim, ninguém me entende /chora.

Só queria dizer que realmente espero que a ideia principal da fic tenha sido passada, e que vocês tenham tido pelo menos uma noção dos sentimentos da Juvia.

Eu pretendo escrever outra fic sobre esse período do mangá, só que tendo o foco no Gray, se a preguiça deixar logo logo estamos aí na categoria de novo.

Até breve! (porque vou voltar mais ou menos dias, hihihi)



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