Fix me. escrita por Sherry


Capítulo 9
Capítulo 9.


Notas iniciais do capítulo

Então gente, voltay.

Vou dizer, que as lembranças agora vão ficar meio grandinhas, eu tentei mante-las pequenas, mas não deu ): Então espero que entendam.

Não betei, ( como sempre ), espero que curtam assim mesmo kkk

Sem mais, boa leitura sz'



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Estava se agarrando com Debrah na cabine do banheiro da chácara. Tentou abaixar aquele vestido pomposo que ela usava mas era complicado. Parecia que ele estava agarrado na pele, e que iria rasgar em qualquer movimento.

— Deixa que eu te ajudo amor. — ela sussurrou com um sorriso sacana.

A garota desceu uma das alças de qualquer jeito, esgarçando aquela parte delicada do vestido preto. Castiel não se fez de desentendido e desceu o rosto para o seio exposto . Ela se jogou contra a parede, e ele a segurou. Ela prendeu as pernas em volta dos quadris dele, e puxou seus cabelos fazendo-o morder o mamilo dela.

— Castiel? — era a voz de Ambre — Castiel você ta ai? — perguntou sem jeito, falando baixo.

Castiel levantou o rosto e rolou os olhos irritado, ele titubeou pensando se respondia a loira, mas Debrah enfiou a cara dele de volta ao lugar de origem, sem a menor delicadeza.


Era a festa de casamento de alguma tia, prima, madrinha, sabe-se-la-oque de Nathaniel. Castiel não queria passar um minuto lá, mas Debrah disse que seria uma boa oportunidade de interação com seus amigos, e o convencera de ir... E, acabaram se agarrando no banheiro. Típico.

— Castiel eu sei que você ta aqui, o Nathaniel disse que te viu entrando com ela nesse banheiro. — a garota insistiu — Vamo’ logo, vai ter seção de foto e o pessoal ta te chamando. — completou cansada.

Debrah rolou os olhos e sussurrou “ Ignora que ela vai embora.” , e puxou o garoto para um beijo de língua feroz. Castiel se deixou levar por alguns segundos, sentindo ela se esfregar contra sua ereção. Como queria que ela abaixasse aquela maldita calça social, e o chupasse até ele gozar. Se tinha uma coisa que Debrah sabia fazer, era um
boquete!

— Não posso, preciso ir. — ele sussurrou para a garota, se afastando dela meio relutante — Prometi pra minha avó que me comportaria. — completou, falando meio entre dentes.

Ambre chamou novamente. Castiel apertou os olhos, tentando pensar em coisas broxantes, para “baixar a barraca”.

— Tudo bem. — Debrah falou docemente, desgrudando dele — Mas só vou te deixar ir, pela Pietra. — explicou, fazendo bico.
— Ah, muito obrigado. — ele falou de forma irônica, e sorriu para ela.

Ela sorriu de volta. Ele quase suspirou. Estava estupidamente apaixonado.

— Castiel! — Ambre chamou novamente, estressada.
— Ta, beleza. — ele falou, abrindo a porta da cabine que estava.

Ele saiu da cabine ajeitando a ereção dentro das calças, como se Ambre nem sequer estivesse ali. Desde que Debrah aparecera, ele não via mais Ambre como “mulher”, agora ela era como uma irmã. Na verdade ele não via mais ninguém com malícia. Estava cego de paixão pela baixinha que conhecera há sete meses atrás.

— Castiel! — Ambre repreendeu, encarando o moreno perplexa, por sua falta de pudor.
— Que? — ele perguntou realmente alheio, deixando a calça de lado para tentar desamarrotar o blazer.

Ambre olhou para ele ainda mais chocada, se possível, e desviou os olhos para Debrah, que se olhava no espelho, se aprumando o máximo possível depois daqueles amassos’. A loira olhou para a morena com tamanha ira, que bufou.

— Você não tem classe? — Ambre perguntou para Debrah, em um tom de asco.

Debrah soltou uma risada debochada e provocativa, e olhou para a loira pelo canto do olho.

— Não começa com a idiotice Ambre. — Castiel falou irritado — Não era nenhuma novidade oque a gente veio fazer aqui. Se não queria ver, porque veio meio chamar? — perguntou, tentando ajeitar os cabelos bagunçados.
— Eu não queria ter vindo! — Ambre começou ofendida, jogando seus cabelos para o lado — Mas esse é o banheiro feminino e nenhum dos garotos quis entrar! — explicou, meio histérica.

Debrah rolou os olhos, como se isso fosse um detalhe bobo.

— Que frescura. Não é como se um deles fosse perder o pau só por entrar no banheiro feminino. — o garoto falou dando um pequeno sorriso cúmplice para Debrah.

Ela sorriu de volta pelo espelho. E Ambre viu os olhos de Castiel brilharem. Ela teve vontade de chorar, mas engoliu em seco.

— Fodam-se os dois pervertidos. — ela falou, erguendo o queixo e saiu a passos fundos do banheiro.

Castiel deu de ombros, e saiu do banheiro também, mas não sem dar mais um beijo em Debrah, e deixar a garota lá no banheiro.

Assim que saiu da porta do banheiro, deu de cara com Lysandre e Nathaniel. Eles pareciam estar a espera dele.

— Cara, a minha família toda ta aqui! — Nathaniel começou, impaciente — Por que você não avisou que traria sua mina? — perguntou, tentando conter a irritação.
— Qual o problema da Debrah ter vindo? — Castiel perguntou na defensiva, cruzando os braços.
— Nenhum, nenhum... — Lysandre falou, quase entrando entre os dois — É só que... As roupas dela estão chamando muito atenção, e... Vocês dois terem largado a mesa principal de convidados se agarrando pra vir pro banheiro, causou um certo embaraço pro Nathaniel. — explicou, soando um pouco distante.



Castiel se sentiu ultrajado! Seus amigos estavam falando mau da namorada dele! Ele havia achado a combinação dela de vestido de grife, com coturnos masculinos a coisa mais linda do mundo. E não havia se importado em nada em deixar seu cartão de débito nas mãos dela para fazer as compras.

— Oque? Repete! — ele exclamou, irritado, tanto para Lysandre como para Nathaniel.
— Cara, calma. — Lysandre tentou argumentar, e tocou o ombro do amigo.
— Tira a mão de mim. — ele respondeu ríspido, e repetiu a mão de Lysandre com um tapa.

O moreno de cabelos prateados endureceu o olhar para Castiel, e o encarou por alguns segundos. Castiel pensou que teria briga, mas Lysandre apenas virou de costas.

— Quando você cair na real, volta a falar comigo. — Lysandre falou secamente, já se afastando.

Lysandre saiu fora. Nathaniel e Castiel se encararam.

— Você vai deixar isso assim? Vai parar de falar com o Lysandre por causa disso? — perguntou, perplexo.
— Foi ele que decidiu isso, não eu. — o moreno se defendeu.
— Mas foi por culpa da sua atitude idiota! — Nathaniel apontou, estressado — Alias, ser idiota é a coisa que você tem mais feito depois que começou a namorar com essa garota. — completou, colocando um dedo na cara do moreno.

Castiel sentiu seu peito de encher de raiva. A vontade de socar Nathaniel era tão grande que suas mãos suaram e seus braços tremeram.

— Bem que ela me avisou que vocês não iriam ficar de boas com a gente juntos. Vocês são elitistas babacas, que não conseguem aceitar a Debrah por ela ser de família pobre. — Castiel acusou, agora seu dedo estava na cara do outro.
— O que? — Nathaniel perguntou descrente. — Vocês só se conheceram porque eu convidei ela pra cantar na social que eu tava fazendo. Se eu fosse elitista iria chamar ela pra alguma coisa? Pensa bem Castiel, essa garota ta te fazendo mal. Você tem andando com uma turma estranha, vem faltando muito as aulas... — tentou ponderar de forma mais suave.

Mas Castiel não queria suavidade.

— Ah, agora ela é culpada por eu fazer oque eu bem entender da minha vida? Você deveria cuidar da sua vida, e deixar que da minha cuido eu. — virou de costas, para sair andando.

Mas Nathaniel não havia acabado. Ele puxou o moreno pelo blazer, e o segurou pelos colarinhos.

— Você quer deixar essa alpinista social interesseira gastar toda sua herança, problema é seu. Quer deixar ela levar aquela gente estranha pra sua casa, te fazer de trouxa, e afastar todas suas amizades verdadeiras de você, também é problema seu. Mas não esquece da sua avó com câncer largada no hospital, por causa de boceta! — gritou, empurrando-o contra a parede.

No segundo seguinte a primeira seção de socos e pontapés se iniciou entre Castiel e Nathaniel. E Debrah de dentro do banheiro assistia tudo, sem a menor intenção de ir apartar.



—--



— Vim fazer o serviço eu mesmo. — falei casualmente, fechando a porta do dormitório, que ela ainda mantinha aberta, com um baque surdo.

Quando virei para Lucy, afim de entregar a sacola de remédios que eu havia trazido para ela... Vi a expressão de choque e perplexidade que ela me lançava. Só então notei que eu havia acabado de falar uma coisa com bastante duplo sentido.

A minha intenção não foi soar malicioso, mas já que a coisa saiu desse jeito... Estiquei a sacola pra ela, e ofereci meu melhor sorriso sacana.

Ela piscou três vezes, e escancarou a boca. Prendi a risada que se formou na minha garganta.

— Vim fazer o serviço do entregador da farmácia, e te dar os remédios. — expliquei, balançando a sacola bem na frente de seu rosto.

Então ela abaixou os olhos pra sacola, e sua expressão se suavizou.

— Ah, claro! — ela exclamou, pegando a sacola da minha mão.

Tentei ver sua expressão mas ela abaixou a cabeça e se virou de costas. Deve ser loucura minha, mas eu juro ter visto um ar de desapontamento quando eu falei que tava ali só pra entregar os remédios.

Houve um silêncio rápido entre nós, enquanto ela tirava os remédios da sacola de costas para mim.
Aproveitei para olhar sua cômoda cheia de livros. Eram todos livros didáticos, em as grande parte, sobre enfermagem. E alguns outros sobre psicologia, ética...

— Muita bondade sua, vir trazer os remédios pra mim. — ela falou, com a voz um pouco suspeita — Oque você quer? — completou, desconfortável.

Me virei para ela. Lucy agora estava escorada na beliche, de braços cruzados. Ela era a imagem da ressaca, com aqueles cabelos molhados, o rosto meio inchado, os pés descalços e as roupas caseiras. Mas ainda sim, era linda demais. Seu olhar desconfiado e analítico se prendeu no meu rosto, e minha resposta foi sem pensar.

— Por que você precisa ser tão broxante? — perguntei de supetão.

Ela ergueu as sobrancelhas e pendeu o pescoço levemente para o lado.
Oh céus, eu precisava consertar oque eu havia dito...

— Você acabou com meus planos! — comecei, improvisando uma resposta esperta que me tirasse daquela situação — Eu achei que se te tirasse da ressaca, você poderia me ajudar a esconder o cadáver que eu arrumei. — completei, tentando dar um sorriso descontraído.

A expressão dela se suavizou, e seus ombros relaxaram.

— Só trabalho com corpos vivos, então nada feito. — ela respondeu divertida.

Nos encaramos por alguns segundos, e então ela suspirou, pegando a garrafinha de água que estava em cima da escrivaninha. Já havia bebido os remédios, e eu sequer vi. Estava olhando os livros.

— Sério Castiel, oque você veio fazer aqui? — ela insistiu, se pendurando na beliche, para subir na cama de cima.

Foi uma cena muito fofa, para não dizer engraçada. As perninhas roliças e os pezinhos rosados pendurados para fora da cama, enquanto ela subia, quase se arrastando.

— Normalmente essas camas tem uma escada. — comentei, mordendo o lábio para não rir da falta de jeito dela.
— Haha, não vem zuar. — ela respondeu, se jogando no colchão de qualquer maneira — A Rosalya dormia aqui em cima, porque ela quebrou a porra da escadinha, mas era horrível ter que dormir aqui em baixo com ela subindo e descendo, se pendurando na cama... Acredite ou não, ela tem menos jeito do que eu. — explicou, com a voz meio abafada pelo travesseiro.
— Ou você tem um sono muito leve. — comentei, voltando minha atenção para as coisas dela em cima da cômoda.

Tinham poucos pertences pessoais por ali. Dois cremes de cabelo, um hidratante e três porta retratos. Um deles era dela toda de branco e de jaleco, no meio de outras pessoas de branco no hospital que eu estive internado. Ela sorria radiante.

O outro era ela e outras duas garotas que eu não conhecia. Parecia um bar. Lucy estava na ponta direita, ela tinha os cabelos mais curtos, usava um shorts jeans e uma camisa escrito “ Power girls ” e segurava uma enorme caneca de cerveja. Seu rosto estava novamente radiante, com um sorrisinho maroto.

O maior porta retratos cheio de adornos estava mais para frente, com uma foto dela de beca de formatura. Estava ela e uma senhora, a abraçava com um dos braços de lado. Lucy segurava o canudo, o diploma e uma faixa escrito “ Oradora da turma ”, estava presa na beca. A senhora ao lado dela, era magra baixinha e tinha o porte bem miúdo, apesar do porte diferente dava para ver que a senhora era a mãe dela, Lucy tem o mesmo sorriso que ela. A senhora tinha um rosto cansado, e o olhar desconfiado, mas ainda sim sorria orgulhosa segurando a placa que dizia “ Lucilly Costa Sant’Clarie formada com honras em Enfermagem, na F.F.R.F ” ( Faculdade federal rural francesa ).

Olhei para a garota jogada na beliche de cima do dormitório, com a cara enfiada no travesseiro de ressaca, e pensei, que ela era a mesma garota radiante da foto que havia se formado com honras em uma faculdade federal. De repente, me senti meio burro. Mas foi só por um segundo.

— Eu não sabia que você era tão CDF. — falei, em tom de provocação.

Lucy virou o rosto no travesseiro de lado, e me olhou apenas com o olho esquerdo. Apontei para a foto dela de formatura, e ela revirou os olhos.

— Não é tão difícil quando se estuda oque gosta. — respondeu, se arrastando para se sentar.
— Tenho certeza que sua mãe não diria isso. — garanti, dando uma rápida olhada para a foto — Ela parece muito orgulhosa segurando essa placa de “ formada com honra”... — comentei, afim de ver se conseguia alguma resposta sobre ela.

Eu estava, loucamente e indevidamente curioso sobre Lucy, sobre sua vida, sua família, sobre quem ela era de verdade. Eu queria saber mais dela para não ter só aquele olhar de “ Namorada do meu amigo ”, talvez assim, fosse menos pior de fantasiar com ela.

— Como você sabia que era minha mãe comigo na foto? — ela perguntou realmente surpresa, tirando a cara do travesseiro e se arrastou na cama para se sentar escorada na parede.
— Por que vocês tem o mesmo sorriso... — falei, obviamente e voltei para olhar a foto — As mesmas sobrancelhas, e apesar de não terem os olhos parecidos, vocês tem o mesmo olhar desconfiado. — expliquei, virando-me para encara-la de volta.

Lucy me olhava com um pequeno sorriso e as sobrancelhas arqueadas.

— Sério? — ela perguntou, meio descrente.
— Claro. Ta na cara que ela é sua mãe! — garanti, firmemente — Ela é, não é? — perguntei, agora meio inseguro.

Vai que era uma tia, ou sei la oque? Lucy tava insistindo muito pra ver se eu tinha certeza, então vai que não era?! Mas que parecia, parecia.

— É, é minha mãe sim. — ela garantiu, com uma risada rápida — É que as pessoas dizem que eu não pareço nada com ela... Falam que eu pareço mais com... Meu, pai. — explicou, meio desconfortável.
— Não conheço seu pai, mas acho você herdou toda a beleza e os encantos da senhora de olhos verdes aqui da foto. — garanti, dando uma piscadela para Lucy.

Ela revirou os olhos e mostrou a ponta da língua.
Não aguento mais ver ela fazer isso, sem poder dar uma mordida nessa língua, ta virando paranoia.

— Antes que você pergunte... Essas duas comigo na foto do bar, são minhas amigas lá da cidade que eu morava. Estávamos comemorando minha maioridade, e minhas boas notas da faculdade. Essa outra foto, comigo toda de branco, foi quando eu consegui o estágio remunerado no hospital em que eu cuidei de você. — tagarelou, casualmente.
— Você entrou pra faculdade quando era menor? E ainda diz que não é CDF. — provoquei novamente.

Ela rolou os olhos fazendo pouco caso novamente. Então se arrastou para frente da cama, e sentou na ponta, deixando as pernas balançando no ar.

— Agora que você já fuçou minhas fotos e meus livros, posso saber oque você veio fazer aqui? — ela insistiu, com um ar divertido.
— Se te incomoda tanto, eu vou embora. — falei, indo até a porta.

A verdade é que eu não ia embora merda nenhuma, só queria fazer uma graça.
Ela piscou duas vezes desnorteada e abriu a boca em um pequeno “O” adorável.

— Não! — ela garantiu, acenando para mim — Eu só quero saber se você ta precisando de alguma coisa. Tipo... Você chegou do nada né?! — ela se explicou, olhando para o lado .

Me aproximei da cama e notei que suas bochechas estavam levemente avermelhadas. Oh deus, ela estava constrangida! Tive vontade de ataca-la!

— Eu tava na rua comprando remédios quando você disse que tava caindo de ressaca. — expliquei, me escorando na beliche perto de suas pernas — Então resolvi retribuir o favor que você faz as pessoas. — completei, dando de ombros.

Ela se inclinou levemente de lado pra mim, e me olhou curiosa. Seus olhos castanho-amendoados grandes e adoráveis.

— Que favor? — ela perguntou, visivelmente confusa.
— Ué, você cuida das pessoas não é? Então, resolvi cuidar um pouco de você. — expliquei, esticando o pescoço para ela.

Ficamos a uma distancia mínima. Eu podia sentir o cheiro adocicado do xampu que ela usava , junto com cheiro natural de mulher que sua pele exalava.

— Como assim... — ela falou baixo, quase sussurrando.

Me inclinei levemente mais para perto, meu queixo tocou seus seios, e eu me estiquei mais um pouco, e tocamos nossos narizes levemente.

— Cuidar de mim? — ela completou oque tinha dito previamente.

Sua voz saiu mais baixa e doce, que senti o amigão la em baixo pulsar criando vida. Como se o cheiro, os olhos ansiosos, o corpo curvilíneo e os lábios incrivelmente convidativos já não fossem o suficiente, ela usava aquele tom de voz.

— É. Eu posso cuidar de você... — garanti, com a voz mais rouca do que o normal — Se você quiser. — completei, colocando uma das mãos em sua nuca

Ela tocou a testa na minha, e passou a mão direita pelo meu cabelo, afastando-o do meu rosto, colocando aquela maldita mecha insistente para trás da orelha.
Desviei os olhos dos lábios dela, para olhar em seus olhos. Ela me encarava fixamente, dentro dos meus olhos. Como se procurasse alguma coisa. Firmei nossos olhares por alguns segundos. Ela nem sequer piscava.

E ali estávamos nós, com as testas unidas, em silêncio, nos encarando a uma proximidade tão absurda que eu podia sentir o calor de sua pele em mim.

Eu não aguentei mais aquela tortura, e juntei nossos lábios. Ela afastou a cabeça, mas eu aproveitei que estava com a mão em sua nuca e a puxei de volta para mim. Ela se desequilibrou com o puxão inesperado, (que não foi nada delicado), e se viu obrigada a segurar em meus ombros. Neste segundo em que ela tentava se afastar de mim, e segurava em meus ombros com medo de cair, me posicionei entre suas pernas e lambi seu lábio inferior.

Ela abriu os olhos, parecendo chocada, e me sacudiu pelos ombros. Segurei seu pescoço com força contra mim, e fui segurar seu quadril com a outra mão para ver se ela sossegava. Sua blusa havia subido um pouco no abdome, e acabei apertando na pele desnuda; Sentir a maciez de sua pele nas minhas mãos, não foi uma experiência de muita sanidade para mim, porque se antes eu já não estava muito controlado, agora é que não estava mesmo.

Ela se debateu jogando-se para trás, mas consegui puxa-la para meu colo. Ela caiu de frente para mim, e tentou por os pés no chão, mas eu a apertei com o braço direito pela cintura. Ela tirou minha mão de sua nuca e bufou com o rosto dentro do meu, as mãos nos meus ombros, o rosto vermelho e afobado.

— Casti- ela tentou falar, mas a calei segurando-a pelos cabeços,puxando-a de encontro ao meu rosto.

Era impossível que ela não tivesse afim. Eu tinha certeza que ela queria! Dava pra ver nos olhos dela, dava pra sentir no ar!
Lysandre havia me falado que ela era meio difícil, eu queria ver se era mesmo verdade.

Batemos com a testa levemente quando a puxei para mim, e lambi seu lábio inferior. Ela tremeu levemente, mas se debateu querendo sair. Andei até a porta e a imprensei ali, para ver se ela parava tanto de se debater.
Coloquei o joelho entre suas pernas, e a segurei com força contra a porta. As duas mãos em suas pernas, mantendo-a presa em mim e impedindo-a de escapulir e pular para o chão.

Agora que eu não podia mais segurar sua cabeça, ela desviou das minhas tentativas de beijos duas vezes. Na terceira, afastei a cabeça e a encarei com um sorriso debochado.

— Se você tentar essa maluquice de novo, eu vou te morder. — ela alertou, tentando parecer emburrada, mas dava pra ver o brilho de excitação em seus olhos.

Ela ofegava levemente, e já não tentava mais me empurrar. Apenas mantinha as mãos espalmadas no meu peito.

— Eu vou adorar. — garanti, investindo para um novo beijo.

Toquei nossos lábios e ela deu passagem. Oh glória. Senti a maciez de seus lábios nos meus, e quando busquei por sua língua, ela me mordeu bem na ponta da língua. Mordeu mesmo. Tipo, com força!

Balancei a cabeça atordoado de dor, e sem querer afrouxei o aperto entre nós. Ela me empurrou e escorregou para o lado saindo de perto de mim rapidamente.

Coloquei a língua pra fora, vendo um pequeno filete de sangue escorrer. Não havia sido um corte enorme, foi superficial, mas por se tratar da língua, doeu bastante.

Me virei para Lucy. Ela me encarava com uma expressão superior, quase arrogante, de braços cruzados e séria. A encarei meio perplexo.

— Eu avisei! — ela falou em um tom mandão.

Passei a mão pelo cabelo meio estressado. Ela realmente era uma coisinha complicada. Tava óbvio que queria, mas não se deixou levar.

Nunca tive a chance de conhecer uma garota difícil assim. Ela se mostra cada vez mais interessante.

Me peguei quase sorrindo pra ela, e ajeitei o amigão dentro das calças.

Lucy me lançou um olhar incrédulo, escancarou a boca, deixando os braços penderem ao lado de corpo, em total choque.

— Talvez, se você não arrancar sangue, eu não te largue na próxima vez que você morder. — anunciei, me aproximando novamente.

Ela olhou para os lados, como se tivesse observando um modo de fugir, e me olhou desacreditada.

— Eu namoro o Lysandre, Castiel. — ela falou em um tom de alerta, com a voz frágil.
— E não transou com ele até hoje porque? — perguntei, cheio de sarcasmo — Olha Lucy, eu gosto muito do Lysandre, ele é meu melhor amigo, mas a gente sabe que ele não é homem pra você. Até ele sabe disso. — confessei, impaciente parando há um passo de distancia dela.
— Se eu soubesse que você iria usar essa informação contra mim, não teria te contado. — ela falou, visivelmente chateada.
— Ei, não é nada disso. Eu não fiquei sabendo por você! — garanti, atraindo o olhar curioso dela. — Foi o Lysandre que me disse que vocês não tiveram nada mais íntimo. — garanti, meio debochado.

Ela pareceu refletir por alguns segundos, e bufou, emburrada. Tão linda...

— Acho que não vai rolar mesmo... — ela começou, parecendo realmente chateada.

Resolvi me afastar um passo pra deixar ela desabafar. Parecia que o momento pegação foi deixado de lado um pouco.

— Fala pra mim, pode falar. — tentei, suavizando a voz e estiquei o braço para tocar seu ombro.

Ela se afastou de mim bruscamente, e me lançou um olhar irritado.

— Que foi? — perguntei preocupado.
— Não é como se você não tivesse tentado me agarrar há meio minuto atrás ! — ela pontuou, apontando o dedo para mim.

Revirei os olhos descrente, e a encarei. Ela continuava parada me lançando um olhar irritado.

— Não é como se você não tivesse gostado. — afirmei, puxando meus cabelos para trás, afim de tira-los da minha cara.

Ela trincou os dentes e desviou os olhos para o lado.

— Você é muito convencido. — murmurou, cruzando os braços.
— Ah qualé Lucy, pensei que você não era desse tipo. — falei provocativo, e fui até a beliche.
— Que tipo? — ela perguntou, tentando parecer irritada, mas estava curiosa.
— Do tipo que fica negando. — expliquei, passando para a sua cama sem cerimônia — Você sabia que eu tentar alguma coisa, alguma hora. — afirmei.

Ela franziu as sobrancelhas, e me olhou como quem diz “ Sabia?

— Sabia? — ela verbalizou, me olhando sasaricar em sua cama.
— Claro que sabia. — garanti, tentando arrumar uma posição confortável naquilo que ela chamava de colchão — Sinceramente, como você consegue dormir aqui nessa cama? Que colchão desconfortável, puta merda. — confessei, me contentando em ficar apenas sentado na ponta da cama.

Ela franziu os lábios, e foi subir na cama. Ofereci minha mão para ajudar, mas ela deu um tapa na minha mão amiga, e subiu na beliche toda desajeitada, como havia feito da outra vez. Assisti tudo, tentando não rir.

— Essa é a cama que uma pessoa que não é podre de rica, dorme. — ela falou, ajeitando-se na ponta da cama, bem ao meu lado — E para sua informação, não. Eu não sabia que você iria tentar me assediar. — completou, drasticamente.

Olhei para ela de lado, esperando ela rir ou dizer que era brincadeira, mas ela continuou séria olhando para os próprios pezinhos, que balançavam no ar.

— Sério? Assédio? Vai me denunciar a policia agora? — tentei brincar, mas ela me olhou emburrada — Aaah Lucy, para com isso. Você sabe que eu to afim de você! E você sabia que isso acontecer alguma hora. — completei, meio estressado.
— Eu só não achei que você fosse realmente tomar a atitude, e fosse ser tão... Insistente. — ela falou meio descrente, e balançou a cabeça negativamente ao falar ‘insistente’.
— Eu posso insistir muito mais. — garanti, me aproximando furtivamente pelo lado.
— E o Lysandre, ta esquecendo do seu amigo? — ela perguntou meio ácida — Agente pode não ter transado, mas ainda estamos namorando. — completou.

Voltei pro canto aonde eu tava, me roendo de vontade de falar que ele foi encher a cara com a Nina e que dormiu com ela. Mas eu não iria entregar a mancada do Lysandre assim. Ele que teria que falar pra ela.

Houve um breve silencio.

— Você acha que eu sou esse tipinho de vadia frígida, que enrola o namorado pra tentar bancar a boa moça e dar o golpe do casamento e enquanto isso vai procurar sexo com outros? — ela perguntou ofendida, com a voz firme e gelada.

Agora eu que estava chocado, perplexo e sem chão! De onde que ela tirou essa ideia? Aonde que eu falei aquilo? Nunca que um pensamento tão doido e macabro se passaria na minha cabeça. Puta merda!

— Não! Caralho! De onde você tirou isso mulher? — perguntei de supetão, completamente desajustado. — Eu só pensei que pelo rumo das coisas que ele me contou que aconteceram entre vocês ontem a noite... Tivessem terminado. — me expliquei, falando rapidamente.

Ela desviou os olhos acusatórios de mim, e olhou para baixo. Houve mais uma rápida pausa, e ela deu uma risada rápida e meio triste.

— Ridículo não é? — ela falou, dando um sorriso melancólico.
— Oque? Oque é ridículo, pode me contar. — insisti, compadecido.

Ele se virou na cama, ficando de frente para mim, mas ainda de cabeça baixa. Me inclinei um pouco para frente, para ouvi-la.

— Eu quis namorar o Lysandre, porque desde o início ele foi muito atencioso e gentil comigo... — suspirou, e levantou o rosto para mim — Sabe aquele clichê, da garota que vem do interior e fica meio perdida no meio da cidade de grande e encontra o carinha descolado e gentil, que se oferece pra ajudar ela a encontrar as salas de aula, mostrar a lanchonete, apresenta os amigos... — explicou, fazendo uma careta sem graça.

Assenti para ela, olhando-a nos olhos, tentando incentivar ela a falar. Eu queria que ela soubesse que eu estava ali, e que me importava.

— Esquece, você não vai querer saber dessas besteiras. — ela falou, acenando a mão na frente do rosto de forma displicente.
— Não, não! Claro que eu quero saber. — garanti, ganhando um olhar descrente dela — Olha Lucy, eu não quero só entrar nas suas calcinhas, quero saber oque se passa nessa sua cabeça maluca, e nesse coração esquisito. — confessei.

Ela arregalou os olhos, e então caiu na gargalhada. Começou a se contorcer, e deu alguns espasmos. Eu não pude ficar serio, com o som da sua risada, e acabei dando um sorriso também.

— Eu me sinto um comediante perto de você. — falei, meio sem graça.

Ela foi controlando a gargalhada, até virar um sorriso. Ela me olhou, e tocou meu ombro; Seus olhos estavam brilhando de lágrimas de tanto que havia rido.

— Essa foi coisa mais bizarra e fofa que já me disseram. — ela garantiu, soltando meu ombro — E acho que a mais sincera também. — completou, dando um suspiro tranquilo no final.
— Você pode sempre contar com a minha sinceridade, isso posso garantir. — afirmei, ainda sentindo um sorriso bobo na minha cara — Mas agora, você pode continuar oque tava falando. — completei, solene.

Ela deu mais um sorriso, e revirou os olhos.

— A princípio foi aquela coisa toda sabe? Ele popular, cheio de amigos legais, me levando pra conhecer a cidade... Mas ai, começamos a namorar a coisa ficou meio estranha. — ela torceu a cara — Ele é muito controlador, e machista. Acha que precisa ficar no meu pé o tempo todo e sabendo aonde eu to 24h por dia, mas eu não posso fazer o mesmo com ele. E ainda tem as tietes de plantão, que ele faz sempre questão de ser atencioso e educado. — ela desviou os olhos — Você não ta gostando de ouvir isso... — garantiu.

Eu não podia dizer que estava gostando de ouvir, mas estava entendo ela. Então só acenei negativamente para ela continuar a falar.

— Como eu disse pra você no bar, não é como se eu tivesse morrendo de amores e perdidamente apaixonada, mas eu não gosto de ser deixada de lado, ou de sentir que não sou especial. — ela explicou dando de ombros — Se eu sou a namorada, deveria ser exclusiva, e não só mais uma ali. — completou, em ultraje.

Assenti novamente e nos encaramos por alguns segundos. Nos entendendo em olhares.

— Por isso você não quis transar com ele. — afirmei, e ela desviou os olhos sem graça — Porque você não sente segurança no relacionamento de vocês, não se sente exclusiva e única. — completei, ganhando um olhar esperançoso dela.
— Exatamente. — quase sussurrou, me encarando cheia de expectativa — Você entende... — completou, dando um pequeno sorriso singelo.
— Claro que eu entendo. — garanti solenemente — É meio óbvio até, só o pateta do Lysandre que não se toca. — completei, meio indignado.

Era um pecado deixar uma garota tão bonita, atraente, legal, doce e prendada como Lucy, insegura. Era um pecado, e um ato de grande burrice.

— É, pois é... — ela murmurou, derrotada.
— Olha Lucy, eu não quero botar lenha na fogueira, nem te desacreditar, mas prometi ser sincero com você e vou ser. — comecei.

Ela me olhou de baixo para cima em total expectativa e se empertigou na cama, assentindo para eu continuar.

— Eu não acho que o Lysandre vá mudar, simplesmente porque ele é assim. Sempre foi. Ele é atencioso e educado com todo mundo, meio tapado, dramático, devagar quase parando , e cheio daquelas coisas dele com poemas... É parte de quem ele é. — expliquei, tentando soar suave.
— É eu sei que não vai, por isso que eu acho que não vai dar certo continuar com ele. — ela falou firmemente, comprimindo os lábios.

Ficamos em silencio por alguns momentos... Em partes eu me sentia bem em saber que o motivo dela querer terminar com o Lysandre não tinha nada a ver comigo, por outro lado eu achava uma merda, porque eu queria que ela largasse ele pra ficar logo comigo.


— Tenho que admitir que você tem uma pontada de culpa nisso tudo. — ela falou de supetão, de um jeito meio divertido e meio sem graça.
— Ah, nem vem! Eu já sou culpado de muita coisa, não quero ser pivô de separação de ninguém! — me defendi, meio estressado.
— Para de graça Castiel, é só que... — ela desviou os olhos e voltou a me olhar — Acho que se não fosse por causa de você, eu não iria ver as coisas com tanta clareza agora. Você ta sendo uma pessoa muito especial pra mim, e... — ela foi falando, e parou me olhando muito profundamente nos olhos.

Nos encaramos por alguns segundos, e eu resolvi tomar a palavra.

— E... — incentivei ela a terminar de falar.
— E, seus olhos são de uma cor que eu nunca vi pessoalmente. — ela falou do nada, e virou a cabeça para o outro lado, desfazendo nosso olhar.
— Ah. — agora eu fui pego de surpresa — São acinzentados, bem esquisitos na verdade. — dei uma risada meio nervosa.

Eu não esperava mesmo ouvir aquilo. Foi tão de repente. Chegou a ser surreal.

— Acho que é bonito. — ela deu de ombros, e voltou a olhar para mim.
— Acho que você é toda bonita. — confessei. — Linda, na verdade. — me corrigi.

Ela me olhou descrente, e rolou os olhos, iria ralhar alguma coisa, mas Rosalya interrompeu porta a dentro, fazendo maior estardalhaço falando muito sobre precisar ter uma conversinha com Lucy. Ela ia continuar a tagarelar, mas quando me viu ali, sentado na cama com Lucy, se interrompeu e nos lançou um olhar pra lá de acusatório, colocou as mãos nos quadris bufou.

— Oque você pensa que ta fazendo aqui com a minha amiga Castiel? — ela perguntou autoritária.
— Eu vim trazer os remédios de ressaca pra ela. Já que você, superamiga, não tava aqui pra ajudar. — falei, pulando da cama — De qualquer forma, eu já tava indo. Boa tarde pra vocês. — falei já batendo a porta do dormitório.


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Notas finais do capítulo

Então reviews? Eu tenho visto que a fanfic tem alcançado mais visualizações e acompanhantes, e nada de comentários... Eita ingratidão viu?!

Mas, preso os comentários lindos das leitoras que sempre estão me incentivando e dando opinião sobre a fic



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