Os Guardiões de Típien escrita por Lervitrín8


Capítulo 8
Capítulo Sete.


Notas iniciais do capítulo

Isso tá ficando bom *-*
Muito obrigada a todos que estão acompanhando e comentando lindamente



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Infelizmente não conseguimos continuar conversando com o Oito, pois a sua mãe insistiu para ele tomar café, mas combinamos de mais tarde conversarmos através do skype, para que possamos explicar toda a situação para ele.

— Muito estranho – Malkina pensa alto.

— O que? – questiono.

— Oito dizer que tem uma mãe — ela responde.

— Provavelmente é a tutora dele, Malkina – Frank comenta.

— Eu me recorde de um homem ter ficado com ele. De todo modo, se o tutor dele estiver como “pai”, por que ainda não repassou a missão dele?

— Porque talvez seja nosso dever fazer isso – sugiro.

— Como está quente aqui – Frank comenta, abanando-se com a mão.

— Esperem aqui! – Malkina comenta e sai da sala, rapidamente volta com meu receptáculo em mãos.

— Porque você o pegou, Malkina? – pergunto desconfiada.

— Faça exatamente como lhe ensinei – ela pede.

— Não vai funcionar. Já tentamos tantas vezes.

— Apenas faça – ela diz.

Conforme Malkina me ensinou, coloco minha mão direita sobre o receptáculo, depois penso no número marcado em meu pescoço, o meu número. Em seguida levanto a minha mão e para minha surpresa, meu receptáculo se abre.

— Como você sabia? – questiono.

— Estava desconfiada há alguns dias. Quando você me contou que Frank havia descoberto a notícia da Um, senti um frio intenso do nada. Agora, você está agitada e o calor surgiu. Louise, sua primeira herança é a Atmocinese.

— Jura? – fico encantada ao ouvir esse nome.

— Você ainda precisa se desenvolver muito, mas, é um ótimo poder! – Malkina comenta super animada.

— Podemos olhar o que tem no receptáculo? – Frank nos lembra.

— Sim! Sim! Sim! – digo.

Malkina se aproxima e olha o conteúdo dentro do receptáculo.

— Três, essa aqui é a rocha raio x – ela pega uma pequena rocha nas suas mãos. – Com ela você conseguirá ver tudo o que há do outro lado da parede ou dentro de alguma caixa, por exemplo.

— E como é que faz para utilizar? – questiono.

— Segure a rocha e se concentre naquilo que ela lhe permite fazer.

— Deixe-me tentar – pego a pedra das mãos de Malkina e olho para baixo, pressionando a pedra em minhas mãos e deixo minha mente concentrada, com este único objetivo. De repente, consigo ver os vizinhos no andar de baixo. – A D. Amora está fazendo crochê enquanto assiste televisão.

— Ótimo Louise! – Frank sorri, contente com minhas descoberta.

Malkina continua a mexer no receptáculo e pega um anel, olhando-o de todos os ângulos.

— Se não estou enganada, este é o anel que permite você se comunicar mentalmente com os demais tipiênicos que também o usam – ela estende o anel.

≥ — ·

— Você vai gostar desse, August – Lucky diz, entregando um pequeno objeto em minhas mãos.

— Qual a serventia? – questiono.

— Você poderá se comunicar com cada membro tipiênico que também estiver com o anel – ele explica. – Basta colocá-lo no seu indicador direito e pensar através dele. Você saberá utilizá-lo.

Coloco imediatamente o anel que Lucky me entrega, mas fico em silêncio, com receio de que ninguém tenha o anel ainda. É engraçado como sei controlar exatamente o que quero que passe pelo anel, chegando aos demais, e o pensamento que fica só para mim. Resolvo tomar coragem.

Oi? – digo.

Oi? — ouço no mesmo momento.

Eu sou o número Quatro, acabei de colocar o anel.

Sou a Três. Acabei de fazer isso também.

Cinco, Sete, temos companhia! – ouço a voz de um garoto.

Já percebi, Dois — uma garota responde.

Vocês já se falam há muito tempo? – questiono.

Aqui é a Sete. Nos falamos há pouco tempo, porém, eu e Dois estamos juntos indo para Irlanda, encontrar a Cinco. Estou comentando isso desde já para que todos fiquem cientes que a proteção não existe mais. – ferrou!

— Lucky, não estou mais protegido – comento assustado.

— Como não? – ele retribui com a expressão mais apavorada que já vi em seu rosto.

— Dois e Sete estão juntos. Estão indo encontrar a Cinco – explico.

— São só os três e você? – ele pergunta.

— Não, a número Três também acabou de colocar o anel – respondo.

— Então só falta Seis e Oito.

Eu sei onde o Oito está ­– diz a número Três. Engraçado que a partir do momento em que eles se identificam, é como se eu já soubesse de quem pertence a voz. – Ele não sabe de exatamente nada. Meu amigo encontrou uma postagem dele na internet sobre a cicatriz que temos, então, foi fácil de contatá-lo.

Onde vocês estão? – Cinco questiona.

Eu estou com minha tutora e um amigo, em Portugal – Três explica.

Eu moro em Tóquio, com Lucky, meu tutor – digo.

E o Oito está onde? – Dois pergunta.

Brasil – diz Três.

— Certo, só precisamos descobrir onde está Seis – Cinco comenta.

Daqui a dez minutos vou conversar com Oito via internet. Devo explicar tudo para ele? – Três questiona.

Acho que sim – Sete diz.

Três, você pode permitir que escutemos a conversa de vocês? – Dois pede.

Posso tentar – ela afirma.

Quais heranças vocês possuem, Três e Quatro? – Sete questiona.

Até o momento descobri a Atmocinese, mas não sei controlar ainda – Três admite, um pouco envergonhada.

Eu só sei ficar invisível – digo.

Só? Isso é muito massa, cara! – Dois fala.

Valeu! E vocês?

Eu sei voar e tenho visão noturna, por enquanto – Dois diz. – Sei usá-los faz algum tempo.

Pirocinese, ou seja, controle do fogo – Sete comenta – e Ilusionismo.

Eu apago o fogo da Sete, controlando a água – Cinco brinca.

Juntos somos quase indestrutíveis, isso é incrível! – Dois parece estar bem empolgado.

Gente, está na hora, vou conversar com Oito!

≥ — ·

Ligo o meu computador rapidamente e abro minha conta no skype. Em seguida adiciono o endereço que Louise me passou e em alguns segundos vejo seu usuário disponível. Resolvo chamá-la, afinal, estou muito curioso para esperar. Charlotte teve de ir embora, o que em minha opinião é até melhor.

Você está aí? – envio.

Estou sim! Podemos ligar o vídeo? – ela questiona.

Tudo bem – Em outras ocasiões não ligaria, mas acho que eles possuem muitas informações sobre mim, mesmo sem me conhecer.

Louise enviou uma chamada de vídeo: ACEITAR | RECUSAR

Clico em aceitar e ajeito a webcam do meu computador e coloco meu headset. Assim que a imagem abre, vejo que ela não está sozinha. Há uma senhora ao seu lado e um rapaz ao fundo.

— Oi Jay! Eu sou a Louise. Estes são Frank e Malkina, que você conversou mais cedo.

— Oi pessoal – me sinto um pouco constrangido.

— Jay, o que temos para lhe contar pode te assustar um pouco, mas tenho certeza que você entenderá muito bem com o passar do tempo – Louise comenta.

— Certo.

— Gostaria que você ouvisse minha história por inteiro, só preste atenção. No final você pergunta o que quiser, pode ser? – ela parece estar bastante preocupada.

— Claro, tudo bem!

— Jayden? Quem está aí? – minha mãe bate na porta.

— Ninguém mãe! – respondo e olho para o computador, assustado. Louise faz um sinal de positivo e coloca o dedo indicador sobre a boca, pedindo silêncio.

— Mas estou escutando você falar – minha mãe argumenta.

— É só um jogo, mãe! – invento.

— Desça daqui a pouco para jantar, querido – ela pede, delicadamente.

— Não to com fome, mãe. Depois eu desço! – e escuto os passos dela descendo a escada.

— Ela já foi? – Louise questiona.

— Já sim. Desculpa.

— Certo, Jay. Há muito tempo atrás uma nave espacial chegou ao Planeta Terra, transportando seres de outro planeta, sendo oito crianças e oito adultos. Vieram de um planeta em destruição, por uma raça muito perigosa. Cada um desses adultos ficou responsáveis por um criança e se espalharam pelo mundo para protegê-las. Essas crianças têm como missão guardar Típien, o planeta, e de algum modo, tentar trazer o planeta de volta. Para isso, cada uma dessas crianças recebeu um tipo de herança, poderes de Típien. Assim como um receptáculo, com pedras poderosas. Antigamente existia uma proteção, que permitia que as crianças fossem mortas somente em ordem numeral, que é esse número que temos na nuca. Ah, sim, estão tentando matar essas crianças. Quem? Aquela raça que destruiu o planeta aos atrás. A criança número Um já foi morta, uma menina, chamada Petrícia. Quando ela morreu uma cicatriz apareceu em todos nós, nas costas, você não é o único a tê-la. – Louise levanta-se da cadeira e ergue sua camiseta, exibindo uma cicatriz exatamente igual a minha. – Como eu lhe disse, essa proteção não existe mais, então, os Daliperianos podem matar qualquer um de nós, assim que nos encontrarem. Hoje, quando abri o meu receptáculo, utilizei o anel que permite que todos os tipiênicos que estão utilizando se comuniquem. Dois, Cinco e Sete já estão juntos. Quatro está no Tóquio e eu, Três, em Portugal. Ainda não conseguimos contatar Seis, mas sabemos onde o Oito está!

Fico em silêncio por um longo tempo, assimilando tudo o que Louise acaba de me apresentar.

— Louise, você pode achar loucura, mas não tenho por que desconfiar de você. Tudo pra mim é novo e pelo visto não sei usar nada ainda.

— Sem problemas, Oito. Onde está o seu tutor, quer dizer, o adulto responsável por você?

— Não sei. Será que é minha mãe ou meu pai?

— Jay, seus pais não são desse planeta – Malkina fala pela primeira vez.

— Sim... Digo: meus pais adotivos? – me corrijo.

— Você tem alguma foto deles para eu ver? – Malkina questiona.

Jayden deseja transferir um arquivo: ACEITAR | RECUSAR

— Sim, é ele. Thonny.

— Hanks – corrijo.

— Ele deve ter forjado sua identidade. Seu verdadeiro nome é Thonny – Malkina explica.

— Alguma sugestão? Meu pai nunca comentou nada, não é agora que ele vai querer falar.

— Querido, de todos você é o mais vulnerável, no momento – Malkina menciona. – Você ainda não descobriu nenhuma herança e está totalmente desprovido de conhecimento e ajuda. E se você, talvez, pegasse um...

— Ai meu Deus! – escuto Louise dizer, assustada.

— O que foi? – questiono.

— Seis acabou de colocar o anel e falar com a gente.

≥ — ·

Quem está aí? – questiono logo após Théo me explicar como utilizar o anel comunicador. Estamos seguros, por enquanto, em um quarto de hotel em Portugal, que Théo conseguiu rapidamente.

Dois, Três, Quatro, Cinco e Sete mentalmente – ouço um rapaz dizer. – E Oito via internet.

Todos? – Exclamo surpresa!

Exato, Seis! Todos!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido!
Beijosss.