Jason quase ficou preso dentro do avião. Sua sorte foi que a aeromoça era muito gentil e acordou-o antes que o avião seguisse para onde quer que seja o lugar que os aviões ficam quando não estão voando.

Jason tentou afastar a névoa do sono de seus olhos.

– O quê? – Perguntou à aeromoça que de acordo com o crachá se chamava Cassandra.

– O avião já pousou. – Disse ela com um sorriso fofo.

Jason levantou apressado.

– Há quanto tempo?

– Cerca de meia hora. – Respondeu-lhe calmamente. – Já estávamos indo para...

Jason nunca descobriu onde os aviões ficam – embora ele não fosse idiota a ponto de não ter uma vaga ideia – pois nesse momento ele já estava praticamente voando pela escada que levava para fora do avião. Pela risadinha que Jason ouviu antes de deixar o avião, Cassie – apelido inventado por ele três segundos atrás – não se importou com sua saída indelicada.

Jason correu como nunca em sua vida. Nico e Percy o fariam em pedacinhos.

Os dois morenos observavam de um café no aeroporto enquanto um loiro completamente suado se dirigia em sua direção.

– Suando em uma noite fria dessas, Jason? - Brincou Percy.

– Eu corri... Até aqui... Pra nada? – Perguntou Jason ofegando com as mãos sobre os joelhos. – Nem uma bronca... Pelo atraso?

Os dois trocaram um olhar e sorriram lentamente de um jeito muito psicopata.

Agora que você comentou. – Começou Nico calmamente dando tempo apena para Jason pensar “por que eu fui falar?” antes que ele começasse a gritar. – ONDE VOCÊ ESTAVA ATÉ AGORA, CARALHO?!

– NÓS ESTAMOS AQUI TE ESPERANDO HÁ QUARENTA MINUTOS! – Gritou Percy.

– TEM IDEIA DE QUANTOS CAFÉS PEDIMOS PARA A GARÇONETE NÃO NOS EXPULSAR?!

Jason sentou (lê-se se jogou) na cadeira, irritado e encarou-os.

– Ok, ok já entendi. – Resmungou. – Também senti falta de vocês à propósito.

Percy e Nico sorriram amigavelmente desta vez.

– Sentimos sua falta, cara. – Disse Nico sincero.

– Eu até te abraçaria, - Disse Percy estendendo os braços como se fosse mesmo abraça-lo... E recolhendo-os logo em seguida. – mas você tá nojento.

Nico e Percy caíram na risada com essa frase enquanto Jason encarava-os sério.

– Há, há, há. – Proferiu Jason sarcasticamente.

Percy e Nico olharam Jason com expressões sérias durante exatamente dois segundos e começaram a rir mais ainda.

E no final todos os cafés que Percy e Nico pediram não adiantaram de nada, pois a garçonete os colocou para fora por estarem “espantando os clientes”. Depois disso até Jason teve que rir.

Os três pegaram um táxi e passaram o endereço para o motorista.

Depois de uns quinze ou vinte minutos eles chegaram a frente à enorme casa – e Jason fez Percy e Nico pagarem o táxi, já que de acordo com ele mesmo era uma gentileza já que ele havia acabado de chegar.

Caia uma chuva leve e eles se apressaram até a entrada.

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Depois de se acalmarem do ataque as três olharam ao seu redor. Era confortável, - embora meio vazio até agora – acolhedor e o mais importante de tudo: (na opinião das três.) ERA UMA SALA DE MUSICA!

E obviamente Thalia teve que verbalizar esse pensamento.

– DEUSES, É UMA SALA DE MUSICA! – Gritou Thalia.

E obviamente Annabeth teve de zoar com ela por isso dizer algo tão óbvio.

– Não, - Disse (lê-se berrou) Annabeth alongando o ‘não’ ironicamente. – esse é o banheiro, Thalia.

– Vai se fuder, Annabeth. – Respondeu Thalia mostrando seu dedo mais “fofinho”.

Annabeth obviamente retrucou na mesma moeda, - ou, no caso, mesmo dedo – enquanto Piper se contorcia de tanto rir no pufe que se encontrava na frente do mini palco já que seus joelhos haviam fraquejado há algum tempo.

Depois de um tempo Thalia e Annabeth riram também – como sempre, mas a conversa que veio depois é mais importante para nós.

– Espera. – Disse Annabeth arregalando os olhos repentinamente.

– O que foi? – Piper perguntou ainda um pouco risonha.

– Nossas aulas na Goode começam segunda. – Afirmou ela.

– Sabemos. – Disse Thalia estreitando os olhos azuis na direção da loira.

Annabeth revirou os olhos cinza.

– Jura? – Perguntou Annabeth irônica e cortou Thalia antes dela proferir qualquer palavra. – Não responda. Mas isso quer dizer que...?

– AI MEUS DEUSES, - Gritou Piper. – NOSSA APRESENTAÇÃO NO CONCRSO É SEGUNDA!

Para explicar melhor, as três participariam de um concurso de bandas e cantores na Goode High Scholl, quem ganhasse levava uma bolsa (no caso de bandas todos os integrantes) para o melhor curso de musica do país. Todos os que se inscreveram – incluindo Thalia, Annabeth e Piper – fariam uma apresentação no primeiro dia de aula, ou seja: segunda, dois dias após sua chegada à Nova York.

Thalia sorriu maliciosamente.

– Estão pensando o mesmo que eu? – Perguntou ela.

As três sorriram com um único pensamento: hora do treino.

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Assim que entraram na casa, os garotos ouviram musica vindo do andar de cima. Estava realmente alta e só não era ouvida do lado de fora por causa da chuva e ainda por cima era de uma das bandas favoritas deles.

Ao subirem as escadas – depois de babar pela sala de estar – os garotos constataram que a musica, She’s a Rebel, vinha da ultima porta ao fim do corredor que estava entreaberta.

Os três obviamente não perderam a oportunidade de escutar a musica – que ainda estava no começo – que por acaso estava sendo tocada por três garotas extremamente bonitas.

Thalia:

De Chicago para Toronto
Ela é o um que eles
Chamam "Oh, qualseunome?! "

Ela é o símbolo
De resistência
E ela está segurando meu
Coração como uma granada de mão

As três estavam tão entretidas com sua musica que sequer perceberam a recém-chegada plateia.

Annabeth:

Ela está sonhando
O que eu estou pensando?
É ela a mãe de todas as bombas
Que irão detonar

Ela é um problema
Como eu sou um problema?
Faça isso em dobro
Um desvio de destino
Ou uma melodia que

Todas:

Ela canta a revolução
O amanhecer de nossas vidas
Ela traz esta liberação
Que eu apenas não consigo definir
Nada vem a mente

Annabeth fez seu “solo” na guitarra de maneira perfeita assim como Piper na bateria e Thalia no baixo.

Ela canta a revolução
O amanhecer de nossas vidas
Ela traz esta liberação
Que eu apenas não consigo definir
Nada vem a mente

Annabeth:

Ela é uma rebelde
Ela é uma santa
Ela é o sal da terra
E ela é perigosa

Thalia:

Ela é uma rebelde
Vigilante
Elo na beira
De destruição

Annabeth:

Ela é uma rebelde
Ela é uma santa
Ela é o sal da terra
E ela é perigosa

Thalia:

Ela é uma rebelde
Vigilante
Elo na beira
De destruição

Todas:

Ela é rebelde, ela é rebelde, ela é rebelde

Annabeth e Thalia:

E ela é
Perigosa

Todas:

Ela é rebelde, ela é rebelde, ela é rebelde

Piper:

E ela é
Perigosa

As três se entreolharam sorrindo: os anos de treino valeram a pena.

É claro que os sorrisos sumiram depois das inesperadas palmas.