Um mês se passou desde que eu comecei a estudar no colégio Keio, não está sendo nada fácil minha vida aqui com tudo o que esta acontecendo. Porque será que as pessoas são assim? Eles têm de tudo e ao invés de fazer o bem só pensam em si mesmos, e desprezam qualquer um que não esteja no “nível” deles. Eu sinto que estou a ponto de explodir.

Hoje estou muito feliz, apesar da humilhação de hoje na aula nada vai tirar a minha felicidade. Amanhã é sábado e como a Yui não tem aula ela vai vir passar o fim de semana comigo e com a Chiyo, estou com tanta saudade dela. Estou indo comprar algumas guloseimas, pois amanhã vamos ter uma verdadeira festa do pijama e nada nem ninguém vai estragar o meu fim de semana.

POV Haru

— Então Haru, nenhum progresso com a garota nova? — perguntava Akira enquanto jogávamos uma partida de basquete de um contra um no ginásio do colégio.

— Pior que não, não pensei que fosse ser assim tão difícil. Aquela gatinha tímida está sendo mais forte do que aparenta. — respondi enquanto fazia outra cesta deixando o placar em 25x3 a meu favor, mas quem é que estava contando?

— Se continuar assim ela vai acabar te derrotando, acho que você deveria levar isso mais a sério, se é que me entende.

— Eu sei que disse que quero tirar ela do colégio, mas você sabe muito bem que odeio machucar tanto as mulheres. Afinal elas são um presente dos céus. Mas vou tomar uma atitude e por um ponto final nessa historia, me aguarde. — outra cesta.

— To sabendo. Mudando de assunto umas amigas me chamaram pra um show hoje e disseram pra eu te levar, o que acha? —Akira já estava ofegante, como ele pode ser tão fraco?

— Mas é claro que eu topo, agora vamos parar por aqui antes que seu orgulho desapareça. — joguei a bola para ele e andei até a arquibancada para pegar a minha toalha.

POV Mio

— Enfim tudo pronto é uma pena a Chiyo não poder ter vindo fazer compras comigo. — ainda estava no centro da cidade, o clima estava tão bom, o sol já estava se pondo, mas ainda sentia uma brisa quente bater em meu rosto.

De repente entrei em uma rua e avisei alguns colegas de classe, como dependia daquela rua para chegar ao dormitório infelizmente ia ter que passar por eles. Então atravessei a rua, abaixei a cabeça e andei o mais rápido que pude, até eu esbarrar em alguém, porque eu sou tão desastrada?

— Você deve amar se esbarrar comigo não é? — eu sabia de quem era a voz, tinha que ter esbarrado justo nele? Eu congelei e não sabia o que fazer. — Não está me ouvindo neko-chan?

— Me desculpe isso não vai mais se repetir. — tentei encará-lo, ele estava com um suco e alguns salgadinhos nas mãos, com certeza ele estava com o grupo que estava do outro lado da rua.

— Você acha que tudo se resolve com um pedido de desculpas?! — ele estava praticamente gritando.

— E o que você quer que eu faça? Me ajoelhe? — perguntei sarcasticamente.

— Isso poderia ajudar, mas eu me contento só com isso. — então ele jogou o copo com o suco em cima de mim e como se não bastasse ainda despejou o pacote de salgadinhos.

— O que você pensa que você fez?! — meu sangue estava fervendo, isso tinha sido a gota d’água.

— Como é que você diz? Desculpe-me. Satisfeita? Está tudo resolvido agora. — ele estava rindo, mas é claro, ele amava essa brincadeira, mas eu cansei de ser a vitima.

— Seu idiota! Você deve achar muito engraçado se divertir à custa das outras pessoas, não é? Você pode sempre estar cercado de pessoas, mas na verdade todas elas só estão te usando e você sabe muito bem disso não é mesmo? No fundo você não passa de um idiota solitário digno de pena. Quer brincar comigo e me humilhar? Faça isso se for pra se sentir menos solitário e chamar a atenção das pessoas ao seu redor. Mas saiba que eu NUNCA vou desistir do meu sonho por uma pessoa tão insignificante feito você! — quando acabei senti meu corpo mais leve e sai correndo em direção ao dormitório.

Uma semana depois

— Mio, parece que o Haru realmente decidiu te deixar em paz. — disse a Chiyo enquanto colocava um sushi na boca, estávamos na sala de aula na hora do intervalo.

— Eu não tenho muita certeza disso. — eu estava me deliciando com um temaki de salmão, havia um grande chefe culinário no colégio para fazer as refeições dos alunos.

— Mas ele nunca mais fez nada contra você depois do que aconteceu, talvez ele tenha aprendido a lição.

— Não acho que ele tenha aprendido a lição, ele não parece ser o tipo de pessoa que desiste fácil. Acho que ele está tramando alguma coisa. Licença vou ao banheiro e já volto.

O colégio dividia as salas da seguinte forma: no primeiro andar ficava a diretoria, biblioteca, laboratório e as salas dos clubes, as salas do primeiro ano ficavam no segundo andar, as do segundo no terceiro andar e as do terceiro ano no quarto andar. As escadas cortavam a escola ao meio e minha sala era a última por isso era a mais longe do banheiro feminino.

Quando estava passando pelas escadas alguém me agarrou e me puxou. Preciso dizer quem era?

— Oi neko-chan! — ele tinha me puxado pela cintura e me colocado contra a parede.

— Posso saber o que você quer comigo? — disse com o rosto virado de lado para evitar olhar para ele.

— Eu só quero conversar, eu juro. Eu preciso me desculpar com você. —sei, como se eu acreditasse em uma palavra do que ele fala.

— Então será que poderia me soltar?

— Sim, claro. — ele me soltou, mas ainda continuava com as mãos apoiadas na parede uma de cada lado do meu corpo — Eu realmente estou muito arrependido do que fiz e eu gostaria de pedir uma trégua. — se eu não o conhecesse iria dizer que ele estava receoso ao falar comigo.

— E como eu vou saber que você não está aprontando mais uma comigo?

— Eu sei que não mereço o seu perdão, mas o que você me disse outro dia mexeu muito comigo. — ele mordia os lábios com uma expressão deprimida. — Eu só queria uma chance para mostrar que mudei.

— Ainda preciso de um prova de que isso não é mais um de seus truques. — eu havia cruzado os braços.

— Eu prometo que se você me der uma chance não irá se arrepender. — então ele esticou sua mão direita apenas com o dedo mindinho esticado — Se for para você acreditar em mim vamos fazer o Yubikiri Genman. — então nós cruzamos nossos mindinhos e dissemos “Yubikiri Genman Uso Tsuitara Hari Senbon Nomasu. Yubi Kitta”.