Depois do almoço fui para a casa da Carrie e lá passei a tarde toda tentando aprender a dançar. Naquela tarde tive a certeza de que dança não é pra mim, já Carrie conseguiu realizar alguns exercícios para aumentar sua flexibilidade o que a deixou bem feliz. E no fim nós duas estávamos suadas e cansadas, Oh meu Deus! Como isso fica estranho em uma frase.

O sol já havia se posto quando deixei a casa de Carrie e vim embora a pé, nossas casas não ficavam muito distantes uma da outra. Quando virei a esquina da minha casa já preparava meus ouvidos para a bronca da minha mãe e quando entrei não deu outra:

– Onde você estava? - minha mãe estava sentada com minha irmã na sala vendo tv, e disse isso com a voz mais assustadora possível.

– Que milagre! A dedo duro n°1 não disse as novidades a você. - falei debochada enquanto fechava a porta.

– Fernanda sem brincadeiras! - minha mãe se levantou séria - Aqui não é Cavencity!

– Jura! - falei sarcástica - Acho que eu percebi quando não vi meus amigos na escola hoje.

– Aqui é mais perigoso! - minha mãe se aproximou de mim me olhando irritada - Você pode sair por aquela porta e nunca mais voltar sabia? Você não conhece ninguém aqui!

– Eu falei para ela avisar! - apontei para minha irmã que soltou um risinho no sofá.

– Isso é verdade Can? - agora sobrou pra minha irmã.

– Desculpa mãe é que eu esqueci sabe, escola nova coisas novas...- ela se levantou subindo a escada- Acabei de me lembrar que também tenho deveres novos.

– Na casa de quem você foi? - ela me perguntou dando de ombros sobre minha irmã ter fugido do assunto.

– Carrie Smith.

– Fazer o que?

– Treinar.

– Treinar o que?

– Mãe é o seguinte... - eu falei olhando em seus olhos - Hoje eu acabei sendo posta como cheerleader e você sabe que eu não sei dançar então eu fui na casa dela aprender e também a ensinei a ser mais flexível.

– O que? - os olhos de minha mãe brilharam - Você voltou a ser ginasta?

– É. - eu disse subindo a escada com um nó na garganta.

Minha mãe ficou muda e não me chamou mais, ela fez isso porque sabia o motivo no qual eu havia abandonado esse meu sonho.

Há três meses quando meu pai faleceu junto com ele foi a minha vontade de ser ginasta, sem ele aqui comigo eu não via motivo para continuar ele quem me incentivava a ser ginasta desde quando eu comecei, ele esteve ao meu lado quando dei meu primeiro mortal, quando fiz meu primeiro espacate perfeito. Quando eu voltava pra casa com cada parte do meu corpo doendo ele quem me fazia carinho e uma massagenzinha para amenizar, ele estava lá quando levantei o troféu de campeã e também estava lá me consolando quando eu perdia.

No dia em que ele morreu eu havia recebido uma bolsa de atleta numa escola da Rússia, eu cheguei eufórica em casa para contar a ele. Mas quando adentrei a casa só lembro-me de minha irmã ajoelhada com minha mãe ao chão chorando desesperadas. Naquele mesmo dia eu rasguei a carta e prometi a mim mesma esquecer daquilo.

Liguei o chuveiro e comecei a tomar um banho quente e demorado, vesti meu pijama preto e subi novamente ao sótão até que o jantar estivesse pronto. Deitei-me na cama e acabei apagando, estava tão cansada que dormi sem jantar.

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– É realmente necessário nós faltarmos as duas ultimas aulas pra treinar? - perguntei a Carrie enquanto nos encaminhávamos ao campo.

– Não sei por que você ta reclamando eu odeio aula de gramática. - Carrie fez uma cara estranha que fez com que eu risse.

– Os treinos são sempre aqui fora?

– Ela faz isso pelo Dylan. - Carrie revirou os olhos.

– Aquele garoto é um nojo. - comentei.

– Eu não acho ele bem gatinho. - ela falou com uma cara de malicia - E as garotas dizem que ele é tão bom de cama.

– Carrie! - a censurei.

– Só estou falando o que elas dizem.- ela riu.

– Garotas! Garotas! - a treinadora Jones chamava todas nós até para perto do chão azul.

– Vejo que a senhorita pos o chão adequado aqui treinadora. - eu disse me aproximando dela.

– Nós íamos colocar lá dentro, mas a senhorita Steffens preferiu aqui fora. - olhei para Samantha que me deu um aceno de mão e me lançou um sorriso sarcástico.

– A senhorita já pegou a coreografia? - a treinadora me perguntou.

– Estou trabalhando nisso.- desconversei e Carrie riu ao meu lado.

– Tem que aprender isso imediatamente senhorita, não temos tempo as competições começam no mês que vem.

– Irei me esforçar, mas por enquanto... - fiz uma pausa com medo da resposta dela - posso simplesmente fazer minha ginástica sozinha?

– Oh é claro! - ela respondeu para o meu alivio - Mas só essa semana, por favor.

– Está bem. - eu disse saindo de perto dela.

– Onde você vai? - Carrie me perguntou.

– Vou fazer treinar meus saltos e você aprenda um jeito de me ensinar a dançar. - disse a Carrie que sorriu e se pos no lugar dela.

Andei até ficar longe o suficiente delas, porém ainda podia ouvir a musica Lets Move que elas dançavam. As vezes eu me perguntava o que eu estava fazendo ali, meu negocio era livros e musica clássica e se fosse para mim me arriscar em uma dança seria balé.

Enquanto fazia meu alongamento avistei Matt que ia em direção ao campo.

– Hey Matt! - o chamei que me olhou surpreso e veio ao meu encontro.

– Olá Fernanda.

– Nanda. - o corrigi - Pode me ajudar com meu alongamento?

– Claro. - ele disse largando o equipamento no chão. Digamos que um garoto ajudar uma ginasta a se alongar é no mínimo obsceno.

– Eu acho - disse enquanto me apoiava em seus ombros e erguia a perna na altura dos mesmos - Que te devo desculpas.

– Pelo que mesmo? - ele perguntou prestando atenção no que eu fazia e não no que eu falava. Indiscreto.

– É - eu desci minha perna e soltei seu ombros, fiquei de costas e dei minhas mãos para ele segurar. - Fui muito inoportuna falando de Samantha naquele dia. Eu não sabia... me desculpe.

– Eu que fui um idiota. - fiquei de frente repetindo o alongamento da perna novamente.

– Então está tudo bem. - eu ri e terminei de me alongar. - Melhor você ir o treinador esta te olhando como um leão olha para um cervo.

– Melhor mesmo. - ele falou me dando um beijo na bochecha.

– Obrigado pela ajuda. - agradeci.

– Por nada. - ele respondeu se abaixando para pegar o equipamento e sem ter o minimo de discrição olhou por baixo da micro saia do uniforme de cheerleader.

Depois que ele se foi comecei a treinar e usei a musica para ganhar ritmo nos meus saltos e até mesmo arrisquei alguns movimentos de dança imitando as garotas que estavam um pouco afastadas de mim e quando dei um mortal para trás meu coração quase saiu pela boca.

– Para uma nerd você é habilidosa e gostosinha sabia? - a voz debochada de Dylan falou suave a mim que o observava incrédula, ele estava mesmo me chamando de gostosa?

– Como é que é? - eu disse o encarando.

– Claro que eu estou falando de uma nerd, afinal você nunca será mais gostosa que uma capitã do time como a Sam. - ele olhou para ela que deu um aceno para ele.

– Considero isso um elogio para mim. - disse plantando bananeira e voltando. Porque você não sai daqui?

– Porque no campo há lideres de torcida e bom... Você. - ele se aproximou de mim me olhando nos olhos.

– Espero que isso não seja um flerte.

– E não é. - ele falou se afastando.- Pra mim ficar com você só se eu estiver muito bêbado.

Okay aquela doeu.

– Sai daqui agora seu imbecil! - falei irritada para ele.

– Você me chamou do que? - ele me encarou e foi para perto de mim, olho no olho.

– Imbecil. - praticamente soletrei.

– Olha aqui! - ele apertou meu dois braços - Você não é ninguém para me chamar de imbecil, você é uma nerd patética que caiu de para quedas na minha escola! Eu sou o rei aqui.

– O rei? - eu ri debochada e ele apertou ainda mais meu braço.

– Eu mando na escola inteira e isso inclui você. - ele falou autoritário.

– Me solta! - eu falei irritada com ele, será que ninguém via o que estava acontecendo ali?

– Eu solto quando eu quiser. - ele falou em deboche com um sorriso sinico nos lábios.

– Eu avisei! - foi então que eu usei o truque mais sujo e também a única saída de uma garota desesperada sobre um homem, dei um chute bem lá. Um bem forte, fazendo com que ele se ajoelhasse no chão aos meus pés, suas mãos estavam na altura do membro o protegendo.

– Desgraçada! Você vai me pagar! - ele falava sentindo dor, eu sorri vitoriosa e me abaixei a sua altura sussurrando em seu ouvido:

– Nem você, nem ninguém manda em mim seu babaca! - sorri provocativa na cara dele e sai vitoriosa retornando para perto das cheerleaders.

Foi uma sensação ótima fazer aquilo, deixar um babaca literalmente aos seus pés.

OLÁ GENTE ENTÃO, EU PROCUREI IMAGENS PARA AJUDAR VOCÊS A IMAGINAREM MELHOR OS PERSONAGENS: