– Algo errado Nan? – Dylan falou se levantando da cama e ficando frente a frente comigo.

– É que eu... – olhei para o teto e mordi meu lábio inferior, reunindo a coragem que me faltava para lhe dizer que ainda era virgem. – sou virgem.

– Eu já desconfiava. – ele riu consigo mesmo, eu levei as mãos ao meu rosto o tampando. Foi quando senti as mãos dele me envolvendo em um abraço – Quando você estiver pronta.

– Obrigado. – agradeci, retribuindo seu abraço.

Voltamos para a cama e nos deitamos lá, permanecemos sem a roupa de cima, claro que eu com o sutiã. Falamos sobre as próximas fases da competição e sobre os jogos dele, ele me disse que iria tentar uma bolsa de estudos na faculdade por intermédio do futebol. Acabei lhe contando sobre a proposta que tive em ir para a Rússia.

– Você deveria ter ido. – ele falou enquanto acariciava meus cabelos.

– Não podia deixar minha família sozinha. – respondi enquanto arranhava levemente seu peito no qual estava deitada – Elas são fortes mas nem tanto.

– Você é muito perfeita sabia? – ele falou carinhoso.

– Sou mesmo. – respondi convencida.

Ergui minha cabeça alguns centímetros acima onde eu conseguisse alcançar sua boca e começamos a nos beijar, agora nos beijamos calmamente, porém havia intensidade.

– Filho eu... – a porta se abriu de repente e a mãe de Dylan entrou, ao me ver sobre Dylan o beijando só de sutiã e seu filho sem camisa, a mulher ficou estática e boquiaberta.

– Mãe não é nada disso que você esta pensando. – ele respondeu enquanto eu me levantava rapidamente em busca da parte de cima de meu uniforme e Dylan de sua camisa.

– Desculpe senhora O’brien. – foi a única coisa que eu consegui dizer e logo depois achei a peça do uniforme o colocando de imediato. A mãe dele me olhava como se eu fosse uma prostituta, não podia me sentir mais constrangida.

– Mãe para de olhar ela assim. – ele falou bravo com a mãe que o olhou irritada.

– Você sabe que não pode fazer isso dentro de casa! – ela disse ríspida a ele, como se eu não estivesse ali – E quando a Samantha? Vocês namoravam, não acho justo isso com ela e você sabe que sempre apoiei o relacionamento de vocês!

Ok. Essa foi cruel e doeu de verdade.

– Me desculpe mesmo. – eu disse pegando minha bolsa de cima da cadeira – Estou muito envergonhada por ter a ofendo, com licença. – pedi a ela para sair do quarto, ela saiu da frente da porta dando-me passagem – Tchau Dylan. – disse sem olhar para trás.

Enquanto atravessava o corredor do andar de cima pude ouvir a pequena discussão dos dois:

– Porque disse aquilo? Eu e Samantha nunca tivemos algo sério! – Dylan parecia realmente furioso.

– Não é o que parecia. – a mãe respondia na defensiva.

– Ouça bem – ele praticamente berrava afinal eu já estava descendo a escada e ainda podia ouvir a discussão lá em cima – Eu gosto daquela garota!

Por um momento meu corpo travou, e eu pensei em esperá-lo ali, mas eu não iria correr o risco de encontrar a mãe dele novamente.

– Ei não vai. – Dylan me alcançou quando estava saindo pela porta.

– Ela tem razão, você e a Samantha tem uma história, eu me meti nisso. – falei tentando me soltar dele e pela primeira vez em muito tempo senti meus olhos marejarem.

– Não ligue para o que ela disse, a mãe de Samantha e a minha são amigas de infância sabe e ela sempre nos quiseram juntos, até tentamos durante um tempo, mas eu vi que não deu certo.

– Não é o que parece. – falei me referindo a aproximação deles na escola, soltando-me dos braços dele consegui chegar até o portão sem ser barrada.

– Não vai. – ele falou me prendendo contra o portão, porque ele sempre me encurralava daquele jeito? – Eu gosto tanto de você Nan, você nem imagina. – ele olhou nos meus olhos e então eu o beijei, um beijo diferente de todos que eu dei. O beijava com urgência e possessividade, querendo provar para mim ou para quem quer que fosse que ele era meu. Ele gosta de mim, e bom agora sei que gosto dele.

Separamo-nos com um sorriso no rosto.

– Te levo para casa. – ele falou dando-me um selinho e voltando para dentro da casa.

Enquanto ele não vinha, fiquei observando a rua praticamente vazia, vez ou outra passava algum carro e cães latiam dentro das casa procurando algo no escuro.

Quase dei um grito de susto quando vi algo vindo em minha direção tão rapidamente que não consegui nem raciocinar direito.

– Calma. – Dylan tirou o capacete e ria feito um maluco. – Caramba você tinha que ver sua cara.

– Cala a boca idiota! – falei irritada com ele. – Desde quando você tem moto? – observei a moto era uma bela ducati amarela e preta.

– Tem uma baba escorrendo bem aqui. – ele disse colocando o dedo no canto de sua própria boca.

– Cala boca O’brien. – eu disse o olhando irritada.

– Meu pai me deu de aniversário ano passado, não usei muito. – ele disse me jogando o capacete.

– Pensei que ele não fosse muito ligado a você.

– Minha mãe faz com que ele seja. – ele riu consigo mesmo e fez sinal para que eu subisse na moto, foi o que fiz.

– Olha eu só andei de moto quando criança, então estou com medo de cair.

– Você ta falando sério? – ele perguntou sarcástico. – Você ta comigo Nan.

– Por isso mesmo. – respondi séria colocando o capacete.

– Boba. – ele respondeu colocando o seu também.

– Onde eu seguro? – praticamente gritei.

– Olha eu sei que você ta de capacete, mas não precisa gritar. – ele falou maroto – Segura na minha cintura.

– Está bem. – eu disse apenas segurando ao lado de sua cintura.

– Você quer mesmo cair né? – ele falou ligando a moto e arrancando, no mesmo instante enlacei em sua cintura apertando firmemente, eu podia sentir o sorriso de Dylan se formar.

– Dá pra ir devagar? – perguntei segurando com toda a minha força.

– Mais do que isso? Você não viu nada. – ele falou rindo e empinou a moto me fazendo gritar e agarrar-me ainda mais ( se é que isso é possível) ao corpo de Dylan, que parecia gostar do nosso tão apertado contato.

Ele acelerava por entre as ruas da cidade cada vez mais, percebi que não estávamos indo em direção a minha casa mas sim para o centro da cidade, onde ficamos dando voltas e voltas até ele cansar.

Na metade do caminho eu já havia relaxado e aproveitava o passeio, sentia meu corpo arrepiado devido ao vento que a moto proporcionava, porém era muito legal ver as coisas passarem tão rapidamente por você.

Enfim ele parou a moto suavemente em frente a minha casa, as luzes da cozinha e da sala acesas, presumi que minha mãe e irmã ainda estavam acordadas.

– Vai ter problemas? – ele perguntou enquanto eu descia da moto.

– Não. – respondi entregando o capacete – Elas pensam que eu fui para a boate.

– Nossa noite foi melhor do que um dia nessa tal boate né? – ele falou me puxando para junto de seu corpo e me prendendo em seu braços.

– Com certeza. – eu respondi lhe dando um beijo, ele colocou a mão na minha nuca puxando meu cabelo e nosso beijo foi intenso e prazeroso.

Quando nos separamos, fiz uma pequena trilha de beijos até seu ouvido e sussurrei:

–Boa noite idiota.

– Boa Noite. – ele beijou minha testa e me soltou, ligou a moto e se foi. Fiquei o observando até ele virar a esquina.

Sacudi minha cabeça tentando me livrar do efeito que Dylan causava sobre mim, é uma pena que esse efeito não tenha limites.