Edgar já estava em seu pijama e com suas pantufas de coelhinho para dormir, apagou as luzes, deitou na cama, ajeitou o travesseiro e…
- Edgar…- Ouviu uma suave o chamar.- Edgar…
- Lucrécia? Por Shakespeare, o que faz aqui á uma hora dessas?- Questionou pegando seu óculos.
Assim que o homem colocou o óculos e afirmou os olhos, tinha uma Lucrécia em um vestido vermelho que valorizava suas curvas e com um senhor decote que fez o homem ficar de boca aberta.
- Lucrécia?!- Disse incrédulo se levantando da cama.
- Que foi? Não gostou?- Perguntou colocando a mão no peito um pouco teatral.
- Não… Quer dizer, gostei… Gostei até demais…- Falou olhando a mulher de cima a baixo.- Mas o que está fazendo aqui a essa hora e com essa roupa?- Perguntou se recompondo.
- Eu vim aqui por sua causa.- Lucrécia se aproximou de Edgar e o homem ficou de boca aberta enquanto ela dava voltas esbanjando todo o seu charme.
- Minha causa?- Perguntou em um murmurio um pouco hipnotizado pela mulher.
- Sim.- Falou parando em frente a Edgar.- Sabe Ed…- Começou passando uma mão pelo peito de Edgar enquanto com a outra acariciava os cabelos do homem em sua frente.- Há quem queremos enganar? Sempre estivemos nesse chove e não molha, apaixonados um pelo outro e você morre de ciumes do Dr. Heideguer.
- Eu não tenho ciumes daquele doutor de meia tigela!- Se defendeu Edgar e Lucrécia lhe arqueou uma sobrancelha.- Tá, talvez eu tenha um pouco.- Admitiu a contragosto.- Mas é que sempre fomos só eu e você, minha Megera Domada.- Fala acariciando o rosto da mulher.
- Oh Ed, ainda fala em shakespeariano.- Diz Lucrécia toda encantada com o apelido.- Eu amo você.
Edgar fica sério e olha nos olhos da mulher, totalmente fascinado.- Eu também amo você.
Os dois se aproximam e começam um beijo que era, na realidade, o primeiro beijo verdadeiro do casal em toda a sua vida. Sem os termos técnicos.
- Piiiii.- Edgar se afasta de Lucrécia.
- Mas que…
- Piiii.
E de repente sente sua bunda bater em algo duro e gelado. Quando abre os olhos, Edgar esta sentado no chão ao lado da cama com o despertador apitando anunciando que mais um dia começava.
- Foi um sonho…- Se deu conta atordoado desligando o despertador e sentando na cama.- Mas será que…- Edgar pega uma foto dos dois juntos que costumava ficar no criado mudo.- Eu amo a Lucrécia?