Little Secret escrita por Vivian Duarte


Capítulo 26
Não tenho família


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeee meu povo. Realmente estava inspirada hoje na criação do cap. espero que gostem. Leiam as notas finais.
BOA LEITURA



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Pov’s Bella

Havia algo de estranho no ar desde as palavras de Jasper. Todos na sala o olhavam como se quisessem descobrir qual o motivo de sua consulta. Os rostos variavam, Jane parecia curiosa e pronta para soltar a primeira fofoca que conseguisse, James o olhava com um semblante sério provavelmente querendo saber o que levaria o brilhante advogado Jasper Hale procurar ajuda. Por fim os dois rostos que mais aparentavam preocupação, era visível Alice que a cada cinco minutos lançava um olhar para ele como se a qualquer momento Jasper fosse desaparecer dali e Edward esse mostrava a ruga na testa que significa que o nível de preocupação era alarmante. Eu percebia a vontade que ele tinha de ir lá e perguntar o motivo da consulta, mas toda a vez que ele decidia seu orgulho não permitia. O caso já estava sendo fechado mais alguns dias e tudo estaria terminado. E qual foi o pregresso da missão fazer Edward perdoar Jasper e Alice? Nenhum, eu realmente tinha um futuro marido, cabeça dura. Hoje era a minha consulta com o meu médico-cunhado e mesmo Edward querendo muito ir comigo, ele não podia, faltava finalizar a revisão de alguns documentos, por isso pedir para Leah ir comigo. A consulta estava marcada para a hora do almoço e na hora certa minha doce amiga chegou. Entramos num táxi a caminho do consultório e começamos a conversar. Na verdade eu falava mais e Leah mantinha-se calada olhando fixamente para a minha barriga.

— Bella — ela me cortou. — Quando você descobriu a gravidez como ficou?

— Bem dizer que eu surtei foi pouco, achava que todos estavam me culpando e que destruiria a vida do pai deles — respondi me lembrando das minhas maluquices.

— E como Edward ficou quando ficou sabendo da notícia? — ela perguntou.

— Primeiro não ficou muito feliz em saber, porque naquela época ele estava noivo, mas depois se tornou o melhor pai do mundo — respondi.

— É fácil se acostumar com a ideia que vocês vão ser pais? — ela perguntou com um olhar longe.

— Geralmente não vem um manual para a situação estamos sempre aprendendo, mas te garanto que é a melhor sensação do mundo — respondi. Leah então sorriu e colocou a mão na sua barriga.— VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA! — gritei a assustando ela e o taxista.

— Grite mais Bella a cidade inteira ainda não ouviu — Leah disse um pouco irritada.

— Desculpe, mas estou tão feliz por você — disse a abraçando com os olhos marejados. Leah me abraçou. — Jacob já sabe?

— Ainda não — ela respondeu.

— Por que não contou para ele ainda? — perguntei.

— Eu tentei, mas assim que tocamos no assunto “filho” Jacob disse que não gostaria de pensar nisso até completar 30 — ela respondeu com um olhar triste.

— Mas você tem que contar para ele — disse.

— Eu sei, mas estou com medo — ela disse.

— Ué cadê aquele papo que devemos pensar nos nossos bebes acima de tudo — disse me lembrando de suas palavras.

— Eu sei, mas estou com medo que Jacob me largue — ela disse.

— Se ele fizer isso ele vai ser o maior babaca de todos e acredito que ele não seja assim — disse pagando o táxi e saímos. — Estou do seu lado e saiba que sempre pode contar comigo. Leah sorriu um pouco e juntas entramos.

O exame transcorreu bem e Leah se emocionou junto comigo quando escutamos as batidas dos corações. Agora estávamos na sala dele.

— Pois bem dona Bella espero que aquele estágio tenha acabado — ele disse me fazendo olhar confusa.— Seus filhos já estão na posição de nascer e agora queremos repouso e sem situações estressantes, não estou dizendo que deva se trancar em casa, mas agora precisa de mais cautela do que nunca.

— Eles já estão vindo? — perguntei emocionada.

— Mais preparados do que nunca, está no meio do seu oitavo mês, quero que prolongue até nove, mas em casos de gêmeos o parto pode vir mais cedo — ele respondeu calmamente.

Agradecemos ao meu cunhado e fomos almoçar. Edward ficaria eufórico com a notícia, mas agora mais do que nunca iria querer que eu ficasse em casa. Mais não diminuiria a situação só de pensar que daqui a pouco tempo seguraria meus dois amores não conseguia esconder o sorriso.

Pov’s Jasper

Eu sabia que tinha que voltar, mas assim que conseguir um tempo a sós. Eu fugi, todos me olhavam com pena parecendo saber o que estava acontecendo comigo. Eu tinha câncer, pois ninguém chama um oncologista no seu consultório para olhar um paciente a não ser que ele tenha câncer. Mesmo que o Dr, Jenks tenha me dito nada de concreto eu sentia que estava certo. Provavelmente era castigo. Castigo por ter feito aquelas coisas com Edward. Minha família. Não merecia viver, isto estava claro. Entrei no primeiro boteco de vir e comecei a beber. No segundo copo de uísque pedi que deixasse a garrafa. Meu celular vibrava, sabia que era alguém me procurando, Edward devia estar furioso comigo, bem pior do que já estava, mas aquilo não importava. Minha cabeça parecia que ia explodir, entretanto a cada copo de uísque, o álcool diminuía a dor. Depois de beber uma garrafa e meia de uísque a dor havia desaparecido agora era uma sensação de paz. Meu corpo parecia flutuar. Peguei meu celular e vi meio embaçado as chamadas perdidas. O número do escritório ganhou a maratona de chamadas. Já estava praticamente deitado no balcão dormindo.

— Ei — o barman me chamou. — Acho que está na hora de você ir para casa.

— Eu quero beber mais — disse com a voz embargada.

— Claro que quer — ele disse sorrindo cansado como se aquilo fosse normal para ele.

— Eu tenho dinheiro — disse balançando enquanto tentava pegar a carteira.

— Eu sei que tem, mas a educação que tive não me permiti pegar dinheiro de um homem completamente bêbado — ele disse. — Veio aqui como?

— A pé — respondi.

— Então vou chamar um táxi para você garoto — o homem disse. Eu não queria ir para casa queria beber mais. Apoiei a minhas mãos no balcão e levantei cambaleante.

— Não precisa e vou embora para um bar onde eu vou beber mais — disse saindo cruzando as pernas para fora. A primeira coisa que notei foi o frio e depois que havia anoitecido. As poucas pessoas que passavam por mim se afastavam como se eu fosse uma praga. E eu realmente era uma praga.

Acordei com uma voz nada agradável e um chute nas pernas.

— Aqui não é lugar de dormir não vagabundo — um homem disse. Abrir meus olhos e os fechei de novo. A claridade parecia querer acabar comigo e a dor de cabeça que se seguiu a isso foi muito pior. — Anda idiota.

Com a pouca força que eu tinha levantei e sair dali antes que aquele homem tentasse me agredir. Eu cheirava mal, muito mal. Álcool parecia estar impregnado na minha pele. Comecei a colocar as mãos nos bolsos procurando meus pertences, pelo menos tudo estava ali. Peguei um táxi e fui para casa. A principio o motorista não queria parar, mas assim que mostrei o dinheiro o homem praticamente abriu a porta para mim. Quando cheguei ao meu apartamento a primeira coisa que fiz foi tomar um banho e depois de limpo simplesmente desmaiei na cama.

O barulho da porta era irritante, alguém parecia querer arrebentar ela. Minha cabeça estava zunindo. Meio abobalhado caminhei para fora da cama e abrir a porta e acho que foi por eu estar abobalhado que não conseguir desviar do soco que recebi me fazendo cair

— QUAL A MERDA DO SEU PROBLEMA? — Edward gritou perguntando entrando sem ser convidado.

Tentava colocar os fatos em ordem. Eu praticamente sumir ontem do serviço, bebi como se fosse morrer, peraí eu ia morrer, acordei num beco sujo e fedendo e agora meu primo que não falava comigo a tempos estava na minha casa gritando comigo. Será que eu não podia ficar em paz? Levantei do chão

— Sinta-se em casa — disse irônico. Edward me olhou mortalmente.

— Olha Jasper não sei o que se passa com você e muito menos quero saber, mas suas atitudes estão causando problemas no caso, ontem você praticamente sumiu e não atendia o celular ficamos todos preocupados...— ele começou a dizer, mas eu o cortei.

— Não pedi pela preocupação de vocês — disse frio. — Na verdade não quero que sintam pena de mim por nenhuma razão. Edward riu.

— Jasper o que eu menos tenho é pena de você — ele disse. — Na verdade eu não queria estar aqui, mas Bella praticamente me enlouqueceu dizendo que eu tinha que vir aqui, o que acontece com você não me importa nem um pouco por mim nunca mais ria ver a sua cara — ele disse com raiva. Dizem que apenas três tipos de pessoas falam a verdade: as crianças, os bêbados e as pessoas com raiva. Edward sentia aquilo. Mas não deixaria me abater eu procurei aquilo.

— Pois bem Edward talvez seu desejo se torne realidade — disse. Ele me olhou confuso. — Talvez eu suma da sua vida para sempre, quer dizer da vida de todos.

— Ah entendi, você vai fugir como um covarde que você é sempre soube disso — ele disse com ironia.

— Sim irei fugir — disse. — Afinal sou um covarde. — Agora se retire tenho coisas para fazer. Passei por ele sem o deixá-lo ver que suas palavras tinham me afetado. — Mais uma coisa feche a porta quando sair.

Finalmente podia respirar aliviado. O caso havia acabado. As reuniões e as idas ao tribunal tinham finalmente finalizado. Ganhamos a causa para Aro Volturi e agora eu finalmente podia ficar em paz. Chega de olhar para Alice e Edward. Podia tentar seguir com a minha vida. Os resultados dos exames estariam prontos em pouco tempo. Edward que antes era educado comigo no profissional agora nem olhava na minha cara depois de nossa conversa. Mas isso era bom. Não contei para ninguém sobre o meu estado. Não queria aqueles olhares de pena, aquilo me irritava profundamente. Quando meus pais morreram era assim que me olhavam e se soubessem como aquilo me magoava mais talvez não tivessem feito isso.

— Parabéns Jasper — Bella disse me tirando do meu pensamento.

— Parabéns Bella — disse retribuindo ao aperto de mão.

— O que vai fazer agora que terminou tudo? — ela perguntou.

— Vou cuidar de mim — respondi. Ela me olhou confusa.

— Bella vamos logo — Edward a chamou sério. Suspirei e me afastei da única pessoa que era simpática comigo a não ser James.

— Até logo Bella — disse. — `Parabéns pelos gêmeos. Ela sorriu calmamente e meu um tchau. Encostei-me à parede com um copo de uísque na mão este era o meu verdadeiro amigo.

— Não sabia que bebia tanto — Alice disse ao meu lado me assustando.

— Isto é um novo habito — respondi engolindo o liquido.

— Muito ruim devo dizer — ela disse.

— Eu sei, mas as circunstâncias pedem — disse.

— Que circunstâncias? — ela perguntou.

— O destino — respondi me desencostando da parede.

— O que está havendo com você Jasper? — ela perguntou parecendo preocupada. Mas é claro que não respondi. Alice merecia ser feliz com um cara que não estivesse praticamente morto.

— O destino, a vida, carma — respondi sorrindo frio. — Chame do que quiser — me afastei dela e sair. Caminhava pelo corredor quando a dor surgiu definitivamente esta era pior.

Praticamente me arrastei ao banheiro e joguei água gelada no meu rosto. Eu suava frio então veio a tosse. Seca e acompanhada de uma quantidade considerável de sangue. Comecei a perder as forças e me desesperei como uma criança. Iria morrer ali, sozinho, sem ninguém. Minha cabeça doía, então sem ter como gritar ou fazer algo eu fechei os olhos.

O barulho era de um bip e o local macio. Definitivamente não estava no chão frio do banheiro, abrir meus olhos e percebi uma sala escura. Olhei envolta e constatei estava num hospital. Então o Dr. Jenks entrou.

— Jasper que bom vê-lo acordado — ele disse segurando um envelope.

— O que é isso? — perguntei.

— A resposta para as suas dores — ele respondeu. Suspirei cansado era agora que ele confirmava o meu diagnostico. — O que vimos nos seus exames não é câncer — ele disse primeiro me deixando processar a informação calmamente. Então eu não iria morrer. — É um cisto aracnoide, geralmente eles são benignos, não fazem mal a saúde por serem pequenos, mas em casos raros como o seu eles crescem muito e começam a afetar regiões nobres do cérebro. Veja bem — disse retirando a ressonância. — Estão aqui e aqui, regiões importantes e o tratamento a ser realizado é a cirurgia.

— Então vamos fazer logo — disse eufórico. Porra eu não ia morrer.

— Mas complexo do que isso Jasper, pelas áreas onde eles se encontram a cirurgia é bastante complexa, é óbvio que a retirada dos cistos é importante, mas devo ressaltar também o perigo da cirurgia — ele disse me olhando cauteloso.

— Me deixa ver se entendi bem, se faço a cirurgia eu corro o risco de morrer e se não faço corro risco também — disse.

— Exatamente — ele disse.

A euforia passou e logo veio a raiva. Ótimo não era câncer, mas ainda assim praticamente estava com um pé na cova.

— Sei que é um assunto delicado e se quiser conversar com a sua família eu entendo — ele disse.

— Que família? — perguntei.

— Jasper estão todos aí fora seu padrinho e sua esposa, seus primos e sua namorada — ele respondeu. Não vou mentir dizendo que não fiquei alegre em saber disso, mas esse momento passou. Eles estavam aqui por sentir pena de mim.

— Doutor Jenks não quero ver ninguém e não preciso deles para tomar as decisões e exija que todos saiam daqui — disse frio como gelo. Ele me olhou confuso. — Não quero ter que processá-lo por quebrar o acordo de fidelidade médico paciente, pois tenho certeza que o senhor contou a eles o meu quadro, então para que não tenhamos problemas futuros sugiro que faça o que eu mandei.

— Mas eles são a sua família — ele disse nervoso pelo a mudança do meu tom de voz.

— Eu já disse antes para você e vou repetir eu não tenho família — disse.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que muitos vão achar a atitude do Jasper infantil, mas vejam pelo lado dele. Ele não quer a pena das pessoas, ele já teve uma vez quando os pais dele morreram. Por favor tentem ver pelo lado dele.
AGRADEÇO e vejo vocês nos comentários!!!