O primeiro dia de verão amanhecera como a maioria dos cariocas gosta: ensolarado. Ronald Weasley, um fotógrafo recém-formado, saía em busca das fotos perfeitas para fazer sua divulgação como profissional. O rapaz, ruivo de olhos azuis como o fundo de um oceano, gostava de fotografar paisagens naturais, ou pessoas comuns fazendo coisas comuns. Ronald, ou Rony como estava acostumado a ser chamado, sempre captava os melhores momentos de descontração das pessoas. Para ele, não havia nada mais bonito que um sorriso sincero, principalmente se fosse de uma criança.

A paixão pela profissão começou quando Rony era ainda muito jovem. Quando criança, seu brinquedo preferido era uma máquina fotográfica, que o menino carregava onde quer que fosse. Conforme foi crescendo, a paixão só aumentou e ao chegar à idade adulta, o rapaz decidiu que seria isso o que faria para o resto da vida.

Todos os dias pela manhã, o ruivo pegava seu material de trabalho e saía às ruas, sempre a procura de um novo clique, um novo rosto, um novo olhar. Às vezes só voltava para casa quando já havia anoitecido. Essa era sua rotina diária, e mesmo quando estava exausto, nunca reclamava.

Sempre que chegava em casa, Rony descarregava as fotos tiradas durante o dia em uma nova pasta no computador. Deixava-as organizadas por datas, e quando precisava de alguma já sabia onde procurar. Certo dia, o rapaz resolveu separar as melhores fotos para montar seu site pessoal, e acabou reparando que em várias pastas havia fotos de uma mesma moça, e em todas as fotos tiradas ela estava sempre lendo ou estudando. Curioso, Rony resolveu olhar em todas as pastas, e em todas elas lá estava a jovem de cabelos castanhos e pele alva.

O ruivo não achou estranho não lembrar da moça, afinal, tirava inúmeras fotos durante o dia, mas sim o fato de ela estar presente em lugares diferentes. Era algo incomum de se ver. Havia tantas fotos da mesma garota que Rony acabou criando uma pasta só para ela.

No dia seguinte, o rapaz fez como de costume, pegou seu material de trabalho e saiu às ruas. Primeiro fotografou a praia da Barra, onde diversos artistas têm o costume de frequentar, chegou a fotografar alguns em seus momentos de descontração, depois foi até a Prainha, o lugar preferido dos surfistas. Mas foi no início da tarde que sua atenção fora tomada. Enquanto se preparava para começar a fotografar os arcos da Lapa, Rony avistou a tal garota das fotos. A jovem carregava algumas pastas nas mãos, além de uma enorme bolsa, e como andava rápido demais pelas ruas do centro da cidade, o ruivo acabou perdendo-a de vista, então voltou novamente sua atenção ao trabalho.

Mesmo não conhecendo a moça, Rony sentiu uma pontada de frustração por não conseguir acompanhá-la onde quer que estivesse indo. Queria poder trocar ao menos algumas poucas palavras, saber seu nome, e o porquê sempre tinha um olhar perdido em todas as fotografias que tirava.

Naquela mesma noite, assim que chegou em casa, Rony montou seu site pessoal. Como forma de divulgação, o ruivo usou diversas fotos que havia tirado inclusive algumas delas eram da morena que vira mais cedo. Depois de duas horas editando as informações necessárias no computador, o rapaz finalmente havia terminado, o site estava no ar.