Song From a Secret Garden escrita por Magical BananA


Capítulo 1
AMO-te


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada para quem decidiu ler ♥ Er, eu deixei o final em aberto, e seria bom saber o final que pensaram para a conclusão da estória *^^^* Mas bem, isso já é decisão de vocês (=3=)"
Boa leitura~~
P.S.: Ah sim, há uma variação de tempo entre cada parte XDD



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– Partiste sem razão, e retornaste com tristeza fedendo em tuas feições. Diz-me, Filho, o que haveria passado em tua caminhada para retornar em tão debilitado estado?

– Que me aconteceu? Aconteceu o amor, a paixão. Ardi nas chamas dos desejos e caí nas tentações do vício para deitar nos braços de um demônio, disfarçado de estonteante dama. Via-me caindo cada dia mais por ela, rastejei e implorei, supliquei por atenção; e no fim, o ser das trevas tomou minha alma e partiu para longe com outro, deixando-me como um simples recipiente vazio...

– Ora, o que acha que diz? Apaixonar-te significa sofrer. Questionei o porquê voltara assim tão decadente, sem que parecesse ser de linhagem nobre; não sobre como conheceste o gosto do amor.

– Já que é assim, nunca mais permitirei que o amor acometa minha sensibilidade novamente. Este sabor amargo que permanece em minha alma não será esquecido, e jamais perdoado!

[...]

– Conta-me criado, alguma vez caiu enfermo por culpa de uma paixão?

– Sim, meu senhorio. Se me permite dizer, ainda permaneço enfermo.

– Então, logo vai perecer.

– Está errado, caro mestre. Pereci anos atrás, e o que resta de mim é apenas o esqueleto ambulante do que um dia foi um homem; todavia, até mesmo num corpo sem vida eu continuo a sofrer por amor.

– Minhas escusas... Sequer pensei que esta desgraça pudesse ser um veneno tão poderoso, capaz de levantar do chão um moribundo. Agora, jovem criado, somos dois amigos, dois irmãos: partilhamos do mesmo sofrimento. Revela-me teu nome!

[...]

– Filho! Que pensas que está a fazer, conversando com um simples criado como se fosse este um nobre? Manchas o nome de nossa família, tolo! Já correm rumores sobre até mesmo tua suposta preferência por um rato do que uma dama.

– Querido pai, peço que não insultes meu companheiro de tal forma se sequer o conhece!

– Ah, e tu o sabes? Esteve a ignorar teus criados por toda tua vida, mas agora que retornou da maldita viagem age de cabeça para baixo. Já não percebe as blasfêmias que diz, destrata teu pai e tem a ousadia de proteger um mero servo!

– Jamais destratei-te, e sequer uma blasfêmia foi proferida por mim; ao contrário do senhor, que diz asneiras. Sim, prefiro-o comparado a uma dama falsa, que conversará comigo somente por meu título! Rato não é, isto posso afirmar. A situação faz o homem, e a situação que ele sofreu – seja esta qual for – o transformou num verdadeiro cavalheiro!

– Estás louco! Gritas loucuras como se estas fossem as verdades do mundo!

– E estas são! As verdades do mundo, estas são! Somente tua idade avançada impede-te de ver!

– SAI DAQUI, JOVEM INSOLENTE! NÃO APAREÇA PARA MIM ATÉ ESTAR SÃO!

– Senhorio...

– Tu ouviste esta discussão? Perdoe meu pai, ele é velho e não tem mais ideia do que diz.

– Amo, temo que o Senhor da casa esteja certo. Não deveria aproximar-te de mim mais que o necessário, sou somente um servente.

– Oh, não acredite em tamanha baboseira! Já dizia Aristóteles: “andorinha só não faz verão”. Não deixe que a opinião dele abale-te, sim? Agora, vamos para o jardim.

[...]

– Possuo curiosidade, bom amigo: como passou a tomar o veneno do cálice dos amantes? Já me disseste antes que o que mantém-te em doença são os ramos desta nova dor, e angustia-me saber que continua a sentir tal agonia.

– Caí de amores por uma empregada do antigo castelo onde trabalhava, mas aquela bela mulher fugiu na calada da noite com o Mordomo-Mor, meu velho amigo e confidente sobre os fogos de minha idolatria. Quebraram-me por inteiro e nada pude fazer... Mudei-me para cá, na esperança de deixar meu coração partido em minha antiga moradia, entretanto pareço estar acorrentado a esta toxina corrosiva.

– Queria apagar estas lembranças de ti. És um dos mais nobres e fortes homens com quem já conversei, não merece sofrer de tal forma... O amor não é puro como sussurram por aí, agarra-nos o corpo e destrói nossa alma!

– Sim... Mas, agradeço por ser este total decadente; pois pude aproximar-me de ti, Senhorio, e a companhia de outro como eu supera o preço de qualquer desafeto.

– Tuas palavras sempre possuem o poder de me animar, companheiro. Deverias deixar de ser um mero criado e tentar entrar em minha guarda, valentia sobra de teu espírito! Ainda permaneço em frangalhos por maldita besta que me enganou e tu, que caiu mais uma vez nesta armadilha traiçoeira, está completamente curado; respeito-te muito.

– Fico feliz em ouvir tal frase vinda do senhorio, Amo, porém curado não estou. Convivo todo dia com minha pessoa amada e tudo que sou para ela é um amigo fiel! Contudo eu estou bem, porque sei que o coração dela jamais pertencerá a mim e a mais ninguém, e este entendimento diminui um pouco meu sofrimento.

– Destino cruel paira sobre ti, amigo. Diz-me o nome desta dama que a convencerei que és o melhor dos partidos, e cairá na boa ilusão que a paixão correspondida traz. Mesmo que deixemos de ser como irmãos, tua felicidade é meu alvo.

– Jamais convenceria tal pessoa, Mestre, pois aquele por quem me apaixonei não é ninguém senão o senhorio...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado~~ Muito obrigada para quem leu até o fim YuY
Se houver qualquer erro ou parte que não entenderam, por favor me contatem que eu corrigirei o mais rápido possível!
Kissus o/ ~~