Voa para além da existência escrita por Tachibana Aoi


Capítulo 1
Prólogo - A mania do chapeleiro


Notas iniciais do capítulo

Então, espero que aproveitem das minhas dorgas HURITHURHT gastei muitas pra ter esses devaneios, sério. Acho que corre o risco de eu reescrever o prólogo, mas... Okay. Espero que gostem ♥



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Nos campos do castelo duma família nobre, havia uma árvore de copa retorcida. Nas raízes dessa árvore, havia um buraco.

Não eram todas as pessoas que conseguiam ver esse buraco. Algumas, bem raras, até enxergavam, não obstante era raro que algum ser afirmasse, de fato, a existência dali. O medo chegava a expulsar alguns de checarem mesmo o boato que se espalhava sobre o lugar.

E havia Mikaela. Ele acreditou e mergulhou no poço sem receio algum.
Descobriu que mais abaixo na terra, ficava o país das maravilhas.

Já haviam se passado longos quatro anos desde a primeira vez que Hyakuya visitava o país das maravilhas. Lá era um lugar lindo, uma ilusão da realidade, que apesar de já ter guerreado entre seus reinos, foi salvado por uma garota chamada Alice e agora era mantido na paz. As pessoas daquele lugar eram engraçadas, os animais e as plantas falavam, o mundo inteirinho se comunicava. Não era um local de solidão e de apatia protuberante como a superfície de ar poluído.

Olhava para a casa. Toda decorada, rica, bem esculpida, bem decorada. Que nojo. Reto demais para se conseguir felicidade.
Então, mais uma vez, ele foi para detrás da árvore e mergulhou sua alma, caindo em meios aos pianos, meias e camas, para novamente encontrar a chave em cima da mesa.

Seus olhos arderam mais do que de costume quando abrira a porta para sair. O céu estava incrível, todo arroxeado e violeta. Foguetes amarelos e laranjas estouravam, uma parte não tão distante dali estava toda iluminada. Então Mikaela, curioso, perguntou a uma das plantas o que estava acontecendo.

— É a sucessão do chapeleiro, meu querido! Só que dessa vez a pessoa não é tão maluca quanto deveria ser — expôs. Parecia alegre com isso, e balançava e balançava suas folhas no ritmo de uma música que ainda não estava sendo tocada.

Intrigado e triste, quis satisfação.

— Mas por que estão trocando o chapeleiro? Ele morreu?

— Não, meu querido, não é nada disso! Demônios não morrem cedo nem no seu mundo nem no nosso. Porém, há uma época em que isso acontece mesmo, o chapeleiro atual só está ficando velho demais.

Aliviado, o garoto agradeceu pela informação e se despediu, correndo pela ladeira, descalço, quase escorregando na grama.

Quando chegou, duas pilastras ambulantes formavam o portão. Uma mesa vermelha, com forro vermelho, enorme, cheia de gostosuras, se exibia gratuita para quem fosse convidado e para quem não fosse. Lamparinas e lâmpadas e tochas estavam espalhadas iluminando os arredores, barracas e tendas coloridas traziam atrações como os chamados circos trariam. Mais a frente, estava uma cadeira almofadada, com detalhes bem bordados de arranhados e o tecido manchado de café e chá. Era ali que o chapeleiro normalmente se sentaria. E quem estava encostado ali, provavelmente seria o sucessor.

Aproximou-se sem demoras ou enrolamentos. Gostava muito do chapeleiro como pessoa e psicólogo, com toda a certeza gostaria de conhecer o novo.

Nem precisou abrir a boca.

— Olá! Você deve ser a Alice, certo?

Alice? Nem de longe. Estava com uns óculos enormes e logo os retirou. Hyakuya somente riu da cena.

— Ah, desculpa... Malditos, por que me dão logo os óculos errados quando ainda têm convidados chegando? — Ele parecia bem bravo, e era mesquinho, sem paciência nenhuma. Logo se levantou da cadeira e queria começar uma briga.

— Se aquiete, você nem queria ser o chapeleiro! O máximo que pode fazer agora é aguentar a zoeira — disse a lebre, que se aproximara de fininho, e milagrosamente não atirou nada em alguém.

— Chega mais e eu te parto em duas, lebre! Cai dentro! — A fúria do chapeleiro parecia fazer sua pele evaporar.

Era estranhamente bonito. Diferente do outro, que tinha cara branca e cabelos mal penteados. A semelhança entre os dois era a roupa e o chapéu, confeccionados exatamente da mesma maneira, com a linha passada no mesmo local. A aparência, céus! Completamente oposta. Os cabelos eram arrumados e castanhos, os olhos verdes, a pele sem nenhum pó e o porte físico mais bem formado, não tão definido, mas em suas medidas. Mikaela chegou a duvidar se aquele homem sabia mesmo confeccionar chapéus.

Passados alguns semi-barracos, ele foi cumprimentar Mika.

— Oi... É, desculpa pela bagunça, sabe... E você deve ser Hyakuya Mikaela. Foi mal por te confundir com a Alice... — Estava todo sem graça depois do que aconteceu e de ter perdido o pavio numa ocasião daquelas. Ao menos tinha vergonha na cara e não era demasiado orgulhoso a ponto de sempre se achar certo.

— Nah, tudo bem. De primeira vista, muita gente me confundiu com garota, já. — Pensamentos tristes se passavam em sua mente. Até a própria mãe...

— Eu já te vi por aqui algumas vezes antes, é do mundo lá de cima, não é?

— Sou. Onde já me viu?

— Ah, no castelo da rainha branca. Depois que a rainha de copas, a Krul, foi presa. Outras vezes, só zanzando por aí com a lebre, a rata ou o chapeleiro, digo... O antigo chapeleiro.

Algo de errado não estava certo. Ele só tinha saído com a rata uma vez, e quando foi no castelo, não havia ninguém lá além da rainha. Eram poucas pessoas que o conheciam e menos ainda as que lembravam dele. Por mais que viesse de cima, não era tão chamativo quanto poderia. A maioria das pessoas estava conhecendo ele somente agora! A menina misteriosa. Se perguntava o porquê do atual chapeleiro tê-lo visto tantas vezes — praticamente todas — nas quais ia ali para baixo.

— Não se sinta espantado, esse aí te segue toda hora! — disse uma das flores. Seus pensamentos estavam certos.

Afinal, quem era o chapeleiro?


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Notas finais do capítulo

É... Isso aí. Eu ainda tenho muita coisa para falar sobre os outros personagens, mas vai ficar tudo na moita mesmo. Eu citei a Krul, mas provavelmente ela não vai aparecer se esse enredo tiver continuação de shortfic. Não vai ser nada tão grande, anyway. Espero que tenham gostado ♥ (a categoria ainda n tem muita fic ;u; a gente tem que contribuir q)



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