Agentes escrita por Ana Cdween


Capítulo 9
Hospital parte 2


Notas iniciais do capítulo

Estava ansiosa pra postar o capitulo novo! Depois quero reviews o//



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John

Quando eu acordei, já no hospital, tudo que eu queria era ver Jane, era nela que eu pensava antes de apagar, e eu ainda não sabia o que tinha acontecido, só conseguia pensar nela, em como a falta estava em consumindo.

Assim que ela entrou meu coração ficou gelado, foi à mesma sensação de quando eu a vi pela primeira vez, em Bogotá, naquele dia louco. Um gelo e uma sensação de êxtase, pena que não acabaríamos juntos e transando deliciosamente como naquela noite.

Eu me lembro que conversamos um pouco, mas não me lembro de nenhuma palavra, acho que estava alucinando pela pancada na cabeça, será que Jane estava ali comigo mesmo?

E senti sua pele fria e macia e aquele cheiro doce que ela sempre exalava, sim! Jane estava ali comigo.

Acho que me apagaram, porque parecia que eu estava num sono profundo, não sentia nenhuma dor no corpo nem nada, era como um sonho acordado onde eu podia manipular as imagens. Eu fiquei pensando no corpo da Jane no meu um dia desses em casa, na nossa cama, e da forma como ela se entregava.

Acho que fiquei nessa coisa de manipular os sonhos durante muito tempo, eu sentia o cheiro dela, a pele, a respiração e aquela boca gostosa na minha, feroz e insaciável. Já que eu podia manipular o sonho coloquei um pouquinho de ação, e saquei uma arma, colei o cano da arma bem na nuca dela e tentei de qualquer jeito apertar o gatilho, mesmo sendo apenas um sonho eu não conseguia fazer aquilo.

Abri os olhos e lá estava ela, me olhava com aqueles olhos verdes enormes, eram muito magnéticos e pareciam aliviados.

Conversamos um pouco, mas na verdade o que eu queria era que Edd fosse embora pra que a gente ficasse a sós, eu queria saber como ela se comportaria quando a gente ficasse sozinho, qual seria a reação e quais os papos. Não demorou muito para o Edd perceber que precisávamos ficar sozinhos.

Conversamos sobre o acidente e quando percebi que ela só bocejava e eu falei que iria virar e dormir e ela se sentou na poltrona. Acho que dormimos, pelo menos eu dormi. Só acordei quando a dor insuportável na minha perna começou. Era como se ela estivesse sendo rasgada e queimada, acho que a morfina tinha perdido o efeito. Eu me virei e Jane dormia, toda torta, mas seu rosto era sereno e até parecia feliz. Me segurei ao máximo, mas ela acabou acordando.

Se sentou ao meu lado e fez algo que ela só fazia quando eu ficava doente ou quando estamos muito bem, ela ficou mexendo na minha orelha, eu adorava aquilo, me acalmava, me excitava, era carinhoso e tranquilo, coisa rara na Jane.

Fomos acordados pela enfermeira que abriu a persiana fazendo muito barulho.

Jane parecia assustada e me olhava com uma certa incerteza, estava meio descabelada, sem banho, mas mesmo assim, era a Jane pela qual eu tinha me apaixonado.

–-Eu preciso de um banho.

–-Eu preciso fazer xixi querida, mas não tenho ideia de como vou fazer isso.

–-Você deve tá de sonda.

–-Tem certeza?

–-Sim, tem uma bolsinha aqui do lado.

–-Meu Deus, há que ponto cheguei? Da pra você vir para o lado de cá?

–-Pra quê?

–-Para eu fazer xixi.

–-Já vi você fazer isso um milhão de vezes.

–-Me ver de costas é uma coisa, agora ver meu xixi dentro de uma bolsa é bem diferente, constrangedor. Ela se sentou na poltrona do outro lado do quarto, seu corpo parecia duro e ela estava encolhida. –-Querida porque não vai para casa tomar um banho? Descansar um pouco?

–-Tá tão na cara que preciso de um banho?

–-Eu sei que você só acorda de verdade depois de um banho e também sei que você não dormiu direito, então vai, toma um banho e descansa, vou ficar bem sozinho, mas tem que prometer que vai voltar.

–-Se acha que vai ficar bem sozinho, eu vou porque estou me sentindo um lixo sem banho e sem dormir.

–-Quero que você descanse.

–-Eu volto para almoçar com você.

–-Sério? Fiquei surpreso porque achei que seria mais difícil fazer Jane ficar comigo.

–-Por que eu não viria?

–-Esquece o que eu disse amor, apenas vá para casa e descanse o suficiente.

–-Qualquer coisa me liga, quer que eu traga alguma coisa?

–-Um travesseiro, um cobertor, afinal não sei quanto tempo vou ficar aqui.

–-Quer algo para comer?

–-Estou bem, fica tranquila.

Ela sorriu de ladinho como sempre fazia e se aproximou de mim, unindo as mãos na boca, provavelmente sentindo seu hálito adormecido e me beijou na bochecha. Após o beijo ela encostou a testa na minha e me olhou dentro dos olhos.

–-Sente dor?

–-Só um pouco.

–-Você vai ficar bem.

–-Tomara.

Ela se levantou, pegou a bolsa e foi até a porta, piscou e saiu. Era engraçado vê-la toda bagunçada daquela forma, chegava a ser excitante.

Jane

Acordei no susto com a persiana sendo aberta. John me olhava e esboçou um sorriso. Me olhei pela tela do celular e eu estava um bagaço total, descabelada, com olheiras, ainda sem banho e sem escovar os dentes. Troquei algumas palavras com John e decidimos que eu iria para casa tomar um banho e descansar, mas a verdade é que eu não queria deixa-lo, porém, a necessidade era grande, eu necessitava de um banho.

Ele tinha cara de dor e eu queria correr para abraça-lo e tentar amenizar com carinho, mas minha cabeça insistia em dizer que não era certo me entregar de bandeja dessa forma, não tão fácil.

Fui para o apartamento e Alfred me fez uma entrevista, me perguntou sobre tudo, e não tive saída a não ser lhe contar cada detalhe.

–-Então a Senhora Smith vai voltar?

–-Só até ele ficar bem.

–-Tomara que ele demore a se recuperar.

–-Alfred, como pode pensar assim?

–-Assim você fica bastante tempo lá, junto com ele, vocês dormem juntinhos, namoram bastante e colocam as coisas no eixo.

–-Ele está todo ferrado, e além disso, não vamos voltar, só que sou a única pessoa que ele tem aqui em NY, porque Edd é um desastre, sou a única com competência para cuidar dele.

–-Humnmn, ele está todo ferrado então?

–-A perna dele está um desastre.

–-Mas pensa pelo lado positivo, aquele rostinho lindo, aquele corpo gostoso e o que ele tem dentro das calças estão a salvo.

–-Alfred!

–-Jane, pare de bobeira, afinal, é disso que você gosta.

–-Eu gosto, mas não é momento para isso, estamos separados, só vou para cuidar dele.

–-Se está dizendo, eu finjo que acredito.

–-Alfred, não sei como te aguento.

–-Aguenta sim querida, afinal, você aguenta a tal da Jas.

Após o banho e a conversa com Alfred eu tomei um café e deitei para dormir, liguei no celular do John, mas ninguém atendeu, deduzi que talvez o celular não estivesse com ele.

Acordei um pouco antes do meio dia e fui até nossa casa para buscar o que John tinha pedido.

Quando eu entrei foi estranho, só fiquei dois dias longe dali, porém me parecia tão diferente e desconhecido. Subi para o nosso quarto e peguei uma coberta no closet, a cama estava feita como eu havia deixado. Desci para dar uma olhada na ordem da casa, estava tudo limpo como eu havia deixado, tirando a cozinha que estava cheia de garrafas de cerveja na bancada. Subi para o quarto de hospede onde John tinha dormido e encontrei o travesseiro dele junto ao meu, não resisti e o peguei sentindo o cheiro dele que ainda estava ali. Era tão suave e excitante. Eu não contive o sorriso e vários filmes se passaram na minha cabeça, de várias noites em que deitamos e rolamos pela casa. Quando virei, me vi no espelho, eu estava abraçada ao travesseiro, sentindo o cheiro, meus olhos brilhavam e eu até sorria por dentro.

–-Jane! Eu gritei para mim mesmo.

Pelo jeito John tinha dormido com meu cheiro, porque meu travesseiro estava bem atravessado na cama, como se ele estivesse dormindo o abraçando, não contive a gargalhada pela situação em que nós dois nos colocamos.

Peguei o travesseiro e sai. Quando cheguei ao hospital John estava sentado na cama e lia uma revista qualquer. Abri a porta e entrei bem devagar, ele me olhou e pude sentir sua felicidade. Como poderia alguém ficar tão feliz só pelo fato de eu ter chego? Esse era John! Meu John!

–-O que vai comer?

–-Não sei qual o menu aqui do hospital.

–-Será que não posso comprar comida para você?

–-Acho que não.

–-Tomou café?

–-Sim, até que não foi tão ruim, e um médico veio falar comigo.

–-E ai?

–-Saio em 4 dias.

–-Humnm, até que vai ser rápido.

–-Graças a Deus, quero minha cama.

–-Falando em cama, você está dormindo no quarto de hospede?

–-Nosso quarto, nossa cama, nós dois, entende?

–-John, isso não tem nada a ver.

–-Jane, é uma coisa minha, deixa pra lá, quando você voltar, e a gente dormir juntos, eu volto para o nosso quarto e para a nossa cama.

–-John não vamos dormir juntos.

–-E se eu precisar de você?

–-Só você me chamar, ou me ligar!

–-Você é má!

–-Não sou nada, to até aqui cuidando de você!

–-Você bem que podia me dar um beijo.

–-John, estamos nos separando.

–-Chata.

O almoço dele chegou e desci para comprar o meu na praça de alimentação. Comemos juntos e conversando, ele ficou me cantando, mas na maioria das vezes ele me fez rir. Os 4 dias foram como nos velhos tempos, comemos juntos, conversamos sobre várias coisas, ele me respeitou mas não perdeu uma oportunidade de me pedir um beijo ou um carinho, dormimos um olhando para o outro, e na última noite eu estava tão cansada que até me rendi e deitei na cama junto dele, ele me abraçou, porque eu sentia frio, e ficamos juntos, eu sentia a respiração quente dele no meu rosto, seus lábios tocaram minha testa, meus olhos, minha bochecha e meu queixo repetidas vezes, ele queria me beijar, porém tinha medo de que eu brigasse com ele. Fez carinho na minha cabeça e me abraçou várias vezes quando eu tremi. A verdade é que eu não dormi um só minuto por medo de machuca-lo, mas era tão confortável e tão quente que eu fiquei ali, até sermos interrompidos por uma enfermeira que me fez sair da cama.

–-Vocês estão lindos juntos, mas se o Doutor pegar, sou eu quem levo xingo, então Senhores, por favor, tentem se controlar.

–-A gente só estava...

–-Namorando, eu sei, vocês são lindos juntos, por mim não tem nenhum problema, mas são as regras do hospital!

–-Eu estava dormindo. Tentei me explicar de qualquer maneira.

–-Só não façam de novo, ou vão me causar problemas. Ela saiu rapidamente.

Olhei para o John e ele sorria como se tivesse gostado do que havia acontecido.

–-Do que tá rindo?

–-Você tentando se explicar querida, é hilário.

–-John, só que nós...

–-Jane, não precisa ficar negando, nós ainda somos casados, não tem nenhum problema em dormimos juntos, na verdade, você cria o problema para você mesma. Ninguém sabe que a gente tá separado, nem eu, porque minha ficha ainda não caiu.

–-John, não estou criando nenhum problema para mim, só queria que ela soubesse que a gente não estava namorando.

–-Jane, parecia que estávamos namorando.

–-Parecia?

–-Sim, e você parecia muito confortável nos braços do papai aqui.

–-Bom saber que parecia então, porque não vai acontecer de novo, a gente precisa aprender a conviver com isso.

–-Eu não quero aprender a conviver com isso, querida.

–-Mas você precisa...

–-Ainda acha que vai ser fácil?

–-John, não dá para...

–-Para você ficar me negando o tempo todo, não depois de ter dormido comigo assim, tão confortável e quente pra nós dois.

–-John, não é nada...

–-Jane, já chega de ficar me anulando, de ficar dizendo que eu não faço nenhuma diferença, sua boca pode até dizer isso, mas seu corpo não.

Não tive o que falar, John tinha sido bem feliz dizendo isso, me desarmou fácil, fácil. Respondi apenas com um sorriso frouxo.

–-Licença. E fui ao banheiro. Escovei os dentes e arrumei meu cabelo que estava todo bagunçado. Eu percebi que eu cheirava a John em toda a roupa e quando me olhei no espelho, eu sorria. O que está acontecendo comigo? Eu me perguntava na mente.

–-Você não o ama. Eu sussurrei enquanto olhava para o espelho.

Sai mais confiante porque tinha colocado minhas ideias no lugar naqueles minutinhos que passei no banheiro.

John estava sentado na cama e o médico conversava com ele.

–-John você já pode ir para casa, mas precisa de cuidados, por isso eu recomendo que alguém fique com você o dia todo, porque você vai precisar de ajuda nas tarefas mais fáceis, como andar até o banheiro, por exemplo.

–-Tudo bem Doutor, se Jane não der conta nós contratamos uma enfermeira.

–-Aqui no hospital tem uma lista de enfermeiras de confiança, caso precisem.

–-Muito obrigado, Doutor. John virou para me observar. –-Já podemos ir para casa, querida.

–-Que ótimo John, vou providenciar sua saída então.

–-Sra. Smith, seu marido deu muita sorte, a recuperação da perna está sendo um sucesso e logo ele pode tirar os pontos e começar com a fisioterapia, terá de pegar no pé dele para fazer os exercícios corretamente e nos dias certos.

–-Não se preocupe Doutor, nisso eu dou jeito, não é amor? Olhei para o John e ele fez uma cara de espanto.

–-Vou me comportar Doutor, quero fazer tudo direitinho para voltar com as tarefas cotidianas.

–-Isso mesmo Sr. Smith. Bom, sua ficha de alta já foi entregue, pode se arrumar e ir para casa.

–-Graças a Deus.

John comemorou muito, segurou minha mão bem forte e soltou um sorriso mais lindo do mundo.

–-Obrigado por ficar aqui comigo, Jane.

–-Minha obrigação de ex-esposa.

–-Dói quando você fala ex.

–-John!

–-Tudo bem Jane, podemos ir para casa?

–-Claro! Eu o ajudei a sair da cama, ele tinha muita dificuldade em fica em pé e se apoiar na perna operada.

–-Tá muito sexy nessa camisolinha de hospital, John. Não resisti e dei um belo tapa no bumbum descoberto dele.

–-Tá me gozando, Jane?

–-Não. Gargalhei.

–-Como você consegue pensar em sexo comigo assim?

–-Não estou pensando em sexo.

–-Eu estou em um momento vulnerável com meu traseiro de fora e você me da uma dessas.

–-Vulnerável John? Me comeria no banheiro se pudesse.

–-Ai é diferente, ficar nu com você é divertido, não usar uma camisola com um rasgo nas costas, me deixa menos másculo, entende?

–-Não está menos másculo John, te asseguro!

–-Não pareço? Sério?

–-Machão, sério!

–-Me ajuda ir ao banheiro, quero escovar os dentes.

–-Vem.

–-Ah querida, esta linda com esse cabelo solto, meio bagunçado, é sexy! Acho que o encarei por longos segundos, seus olhos eram fogo ardendo, até cintilavam.

Andamos juntos até o banheiro, ele escorou-se na pia e eu pude solta-lo. Ele escovou os dentes, sorriu e me puxou segurando meu rosto com as duas mãos.

–-John, você vai cair se não se apoiar na pia.

–-Estou me apoiando em você.

–-Sabe que não pode fazer isso, não sabe? Ele foi se aproximando e me tomando nos braços.

–-O que? Te dar um beijo? Ele aproximou a boca ainda mais da minha, sentia seu hálito quente no meu rosto.

–-É, a gente não pode mais... Cada palavra que eu disse só serviu para os nossos lábios se tocarem devagar.

–-Eu disse que minha ficha ainda não caiu, não disse? Ele me beijou, bem devagar, eu senti seus lábios quentes nos meus. Eu não pude evitar o beijo e me entreguei. Suas mãos seguraram as minhas, ele acariciava meus dedos enquanto nosso beijo continuava. Era engraçado como eu adorava a boca do John na minha ou no meu corpo, e mesmo assim queria poder mata-lo. Sua língua molhada brincava com a minha numa sintonia de dar inveja, acho até que nossa boca ansiava por um beijo desde o dia em que John sofreu o acidente.

John

4 dias perfeitos, ou quase, diga-se assim. Jane ficou comigo quase o tempo todo, se eu não a mandasse ir para casa, nem banho ela tomaria para ficar comigo. Se faz de durona, mas vi o olhar dela quando me viu tremer de dor. Minha perna me deu trabalho, o inchaço das primeiras horas foi aterrorizante, a dor mais intensa que já senti. Minha sorte é que Jane estava aqui me acalmando com aquelas mãozinhas frias e delicadas, e aqueles olhos verdes intensos e firmes.

Comemos juntos, conversamos sobre várias coisas esporádicas, lembramos de vários eventos do nosso casamento, repassamos algumas conversas sobre nós, mas não tocamos no assunto da separação, gargalhamos juntos, dormi olhando para ela, sentada na cadeira, tremendo de frio, ela deve ter feito o mesmo enquanto eu dormia, porque eu senti ela me olhando.

Mas o melhor foi a última noite, eu consegui faze-la deitar comigo na cama do hospital, como já tinha visto num filme. Eu a abracei forte tentando aquecer aquele corpo gelado que era a Jane. Quando ela dormiu era quase irresistível, aquele rosto lindo, delineado, aquela boquinha carnuda e gostosa, eu me segurei ao máximo para não tascar logo um beijo e acordar ela de vez, mas eu queria que ela descansasse. Eu beijei seu rosto todo tentando evitar sua boca, fiz muito cafuné e carinho, queria que ela sentisse a ternura que tava rolando entre a gente, de novo, como no começo e quando a gente queria ser carinhoso um com o outro. Era engraçado ela dormindo com a cara enfiada no meu pescoço daquele jeito, aquele cheirinho doce da pele dela, a respiração quente e a mão no meu peito, e pensar que brigamos alguns dias atrás.

Acordamos no susto quando uma enfermeira muito engraçada entrou, o nome dela era Betty, ela cuidou de mim nesse tempo em que estive no hospital. Ensinou Jane como me ajudar no banho, trocou minha sonda, ficou batendo papo comigo quando Jane estava fora e me deu várias dicas de como fazer minha perna não inchar.

Enfim o médico veio para anunciar minha alta. Graças a Deus eu iria para casa!

Eu comemorei o máximo que pude, não era muito porque eu não podia pular de alegria com a perna travada daquele jeito. Jane me ajudou a ir para o banheiro para escovar os dentes e começar me arrumar para sair dali. Era hilário vê-la morrendo de medo de me derrubar, se esquivando para não chegar nem perto da minha perna machucada.

Eu senti um impulso irresistível em beija-la. Queria os lábios dela nos meus e não me contive. Ela até tentou lutar contra, mas era inevitável, acho que quando ela se deu por si, nossas línguas já se entrelaçavam deliciosamente.

Eu a abracei forte e tive de segurar suas mãos que pareciam inquietas sem saber o que fazer. A principio, achei que ela faria de tudo para me afastar, mas assim como eu, ela também queria muito aquele beijo, aquele contato íntimo tão especial e tão sincero que rolava entre a gente. Quando ela me deu o último beijo antes de sair de casa, foi tão doído, apesar de ter rolado um tesão, um arrepiozinho, na verdade estávamos sofrendo. Agora era diferente, estávamos com saudade ou qualquer outro sentimento desde mesmo sentido.

O beijo se arrastou por longos minutos, eu soltei suas mãos quando senti segurança no ritmo do nosso beijo, ela não pararia, não agora que estava tão quente e bom.

–-Me segura. Peguei as mãos dela e coloquei a minha volta, e ela me apertou.

Eu queria sentir a pele dela, por isso antes do beijo continuar, escorreguei minhas duas mãos para dentro da camiseta dela, sentindo a pele da cintura, tão delicada e macia.

–-John, a gente tem que ir. Ela tentou fugir do meu olhar.

–-Xiuuu, eu preciso disso, acabei de passar por um trauma.

–-Que dó!

Eu a beijei de novo, dessa vez foi bem mais fácil porque ela respondeu ao beijo me mordendo os lábios e me apertando com as mãos. Jane queria aquilo tanto quanto eu, a diferença é que ela escondia o desejo e eu já não estava mais nem ai com nada, queria minha mulher comigo, queria a boca dela, o corpo dela, carinho, cheiro, pele e sexo.

–-Satisfeita? Eu parei o beijo quando ela apertou minha bunda com força.

–-Eu tinha que fazer isso.

–-Bem agora, todo esse romantismo?

–-Acha que te beijei por quê?

–-Só pela minha bunda? Ela ainda continuava com as duas mãos no meu traseiro.

–-É irresistível.

–-Jane!

–-Eu tinha que fazer isso mais uma vez.

–-E eu achando que o beijo estava sendo sincero.

–-Foi sincero, só que com segundas intensões, querido.

–-Não sei o que faço com você!

–-Não faz nada, só me deixa aproveitar aqui, do seu bumbum. Ela me deu um belo tapa, que estalou pelo banheiro.

–-Você é uma safada.

–-Olha quem fala!

–-Tenho os mesmo direitos então, não me xingue se eu te apalpar pelo corpo, quem sabe seus seios!

–-Não vai fazer nada. Parei! Ela me soltou e colocou as duas mãos para cima.

–-Esperta você, mesmo assim ainda vou te apertar qualquer dia desses!

–-Nem pense nisso, estamos separados.

–-Cada vez que você falar nessa merda de separação eu vou apalpar sua bunda.

–-Nada disso. Só temos de começar a encarar isso, entende?

–-Você é patética às vezes. Segurei na pia e sai andando, ou melhor, mancando.

Bem na porta do banheiro havia um cabideiro onde estavam minhas roupas, me apoiei na parede, tirei a camisola idiota e vesti a camiseta.

Jane ficou por alguns instantes no banheiro, mas quando saiu se deparou comigo tentando vestir a calça.

–-Não usa mais cuecas?

–-Não achei a cueca.

–-Vou pegar, espera aqui, e cuidado, se você se machucar vou me sentir responsável.

Positivei com a cabeça.

–-Aqui, eu te ajudo a vestir, senta na cadeira.

–-Só passa pela minha perna machucada.

–-Ta.

–-Estava pensando aqui, talvez fosse necessário alguém para me ajudar.

–-Eu já disse que eu vou ajudar.

–-Mas eu não quero Jane, não desse jeito.

–-Qual é John? Achei que tínhamos conversado sobre isso na noite passada.

–-Eu sei, mas eu quero você inteira Jane, esse lance da gente ter que manter distância e ter restrições, eu não quero.

–-John, eu já...

–-Você vai lá para casa até eu encontrar alguém para me ajudar, já que você quer o divórcio, eu não vou dificultar para você.

–-Obrigada por facilitar, mas eu ainda quero cuidar de você.

–-Mas eu não quero você cuidando de mim.

–-Nossa John, ta bom, eu só...

–-Não desse jeito, eu amo você e estou cansado do desprezo, se for para tudo acabar, vamos acabar de vez, não quero ter que ver você e muito menos sentir seu cheiro e saber que você está no quarto ao lado e que eu não posso te tocar nem nada.

–-Se você prefere assim, por mim tudo bem, podemos encontrar alguém.

–-Eu já tenho alguém em mente, você pode pelo menos me levar para casa?

–-Claro.

–-Obrigado.

Jane ficou meio transtornada, acho que a peguei de surpresa, mas eu estava decidido a lutar pesado para trazer ela de volta, nem que eu precisasse fazê-la sentir o que eu tava sentindo.


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Notas finais do capítulo

Xo Jolies



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