Agentes escrita por Ana Cdween


Capítulo 2
Missão - Viciadas.


Notas iniciais do capítulo

Oie, é com um prazer imenso que posto hoje o primeiro capitulo oficial da fanfic. Se deliciem com Jane e John



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Jane

Ele entrou e não disse nada, nem um “bom dia”, nada! Ficou me olhando com cara de tarado, seus olhos corriam pelo meu corpo, por um segundo me senti envergonhada, mas logo me lembrei que é meu marido, conhece a mim como ninguém. Ele ligou a ducha e tomou seu banho rápido, não tirou os olhos de mim, mesmo quando eu estava de olhos fechados lavando o cabelo pude sentir seus olhos de desejo. Me surpreendeu pois me deu um beijo de bom dia e saiu exalando cheirinho de banho, cheiro de gente limpa. Eu gosto disso nele, é agradável, mesmo depois de um dia em uma obra qualquer ele chega em casa e me da um beijo cheirando a “John”, gostoso e excitante.

Foi tão rápido que achei muito estranho, porque eu tinha certeza de que ele tinha segundas intenções tomando esse banho comigo. Ele se secou perto do box, ainda me olhando, lhe dei as costas tentando disfarçar que estava um pouco incomodada com os olhos famintos dele no meu corpo, mas mesmo virada pude perceber o quanto ele ficou excitado me vendo nua, afinal, já fazia algum tempo que ele não me via despida assim. O desgaste depois de cinco anos fez desaparecer nossas intimidades, eu sinto necessidade, torço pra John tomar a iniciativa e quem sabe retomarmos a fase boa do relacionamento quando estávamos sempre nos pegando.

Sai enrolada na toalha e desfilei pelo quarto, John já estava vestido e assistia a uma corrida na tv, pelo incrível que pareça acho que ele estava me esperando pra descer pro café. Eu tirei a toalha e fui nua pro closet, fiquei olhando pra ver se ele desviaria o olhar da tv pra mim e ele o fez. Com um olhar pervertido ele desligou a tv e deitou na cama, ficou me olhando como se eu fosse uma pintura num quadro, seus olhos acompanharam cada peça que vesti.

John

Ela ficou nua desfilando na minha frente enquanto eu via tv no quarto, geralmente ela se veste no closet e desce pronta, mas hoje tinha algo diferente. Jane está me provocando e vou retaliar. Ela mostrando interesse assim esta me enlouquecendo, ela não sabe quem é John Smith.

Jane

Desci para a cozinha e John veio atrás de mim como um cachorrinho. Preparei algumas torradas com pasta de amendoim pra ele, fiz também uma xícara de leite cremoso do jeito que ele gosta, ele pegou minha xícara na bancada, preencheu com café e deu um gole, me olhando, esperando que eu falasse algo sobre ele tomar na minha caneca, mas eu já nem ligava mais. Tomei um pouco do leite dele e dei de ombros. Trocamos as canecas.

John

Eu sempre a irrito muito no café, e confesso que de uns tempos pra cá tenho feito de proposito porque eu adoro deixa-la irritada, ela fica linda brava, aparecem suas covinhas, e eu adoro, acho até que nosso relacionamento só não desmorona mais porque temos coisas um no outro pela qual adoramos.

Jane

John ficou se esbarrando em mim o tempo todo, parecia me confrontar, será que eu não parecia irritada o suficiente? Resolvi quebrar o gelo.

–-Não vai trabalhar hoje?

–-Vou, só não tenho pressa. John se sentou num banco na bancada.

–-Humnn, entendi.

–-Quer sair hoje querida?

–-Sair?

–-É. Um almoço pode ser no Royal, no pub, onde você preferir.

Eu travei nesse momento me perguntando, há quanto tempo John não me chamava pra almoçar?

–-Ah pode ser, eu deixo você escolher dessa vez.

–-Passo no seu trabalho, de lá a gente resolve onde vai comer, prometo ligar antes.

–-Tudo bem então. Coma suas torradas, eu tenho que ir, hoje será um dia meio tenso no escritório, missão de fechamento.

–-Missão de fechamento?

–-Ah é quando fazemos os acertos nos servidores grandes, inspecionamos os clientes e exterminamos os vírus da sociedade, sabe como é nada melhor que prevenir as panes de sistema não é? Me virei tremendo, tinha me enrolado mais uma vez falando do meu trabalho com John.

–-Ah legal, hoje temos entrega de projeto, na verdade já passei da data, mas eu sou o chefe e dei a volta por cima na construtora.

–-Mas esta tudo bem? Peguei minha bolsa as chaves do carro apenas esperando que John respondesse para eu dar o fora dali.

–-Vai ficar tudo bem, não se preocupe com isso.

Quando ele terminou de falar apenas dei um sorriso, abri a porta e sai.

Entrei no carro e dei a partida, me lembrei que havia esquecido de pegar alguns apetrechos fundamentais da missão de hoje então teria de esperar John sair para eu entrar em casa e pegar tudo tranquilamente.

John

Eu fico doido quando ela fala do trabalho dela, ela é tão inteligente que me excita, pena que cada vez fala menos disso.

Comi as torradas que ela preparou e estavam uma delicia, bem melhor do que tomar café com Edd todos os dias no Grany’s, peguei uns projetos e sai.

Jane

Vi o carro de John dobrando a esquina então voltei pra casa e fui direto para a cozinha. Abri meu compartimento escondido onde guardava minhas armas, escolhi uma pistola linda, de prata que poli por horas enquanto planejava a missão, duas facas afiadíssimas para o trabalho corpo a corpo e um ponto de ouvido que já estava configurado na iTemp por onde eu receberia as recomendações das meninas. Coloquei tudo na bolsa e quando me virei pra sair algo me chamou atenção; John havia tirado a mesa do café, lavado as xícaras e guardado a torradeira. Tudo estava limpo e devidamente no lugar. Isso nunca havia acontecido, ele sempre ia trabalhar e deixava toda à bagunça para eu arrumar quando chegasse do trabalho. No começo eu reclamava do descaso dele com a limpeza e organização, mas depois de tanto falar, tentar faze-lo mudar eu desisti, eu apenas limpo e não digo mais nada, mas por algum motivo ele limpou tudo hoje, o que será que John ta armando pro meu lado?

Sai e dirigi o mais rápido possível pro escritório, queria terminar a missão logo de uma vez porque quanto mais cedo terminasse mais tempo eu teria para me recuperar antes de ir pra casa, já que em todas as missões eu fico exausta e depois tenho que ficar inventando explicações sobre meu cansaço pro John.

Por mais que minha vida fosse uma mentira completa pra ele eu evitava aumentar as mentiras porque quanto mais eu mentia mais eu me enrolava, e por mais que nosso casamento estivesse uma droga eu não queria que ele descobrisse sobre minha identidade assassina, pois se ele descobrisse teria de mata-lo.

John

–-Sabe Edd às vezes eu penso em contar para Jane sobre meu trabalho porque essa mentira está nos afastando, mas eu a conheço e sei que ela surtaria. Fico imaginando a reação dela e tenho a sensação de que teria que mata-la depois que contasse.

–-Acha que consegue contar John?

–-Várias vezes, depois de uma noite louca de sexo, ficamos exaustos e por muitas vezes senti vontade de contar, só pra ver a reação dela, ai imaginava ela dizendo: Não acredito que faço sexo com um assassino! E nós dois riamos juntos, mas acho que é só imaginação minha, porque talvez ela surte e depois chore nos meus braços e peça o divorcio.

–-Acho que vai levar uma bela surra dela.

–-Jane nunca me bateu!

–-Ah não é? E aquela vez que chegou com alguns roxos e arranhões?

–-Ah Edd é diferente, sexo selvagem meu caro, selvagem!

–-Me poupe dos detalhes.

–-Foi você quem começou Edd.

–-Jane era incrível não era? Pelo menos você falava dela antes.

–-Ela não era incrível, ela é incrível, só estamos desgastados pelo tempo, monotonia no casamento, você sabe Edd, já foi casado, só que a diferença é que seu casamento não durou um ano, ai fica difícil de você me entender.

–-Mas eu te entendo John.

–-Além do mais já estou arrumando um jeito de melhorar as coisas...

–-Vem pra noite comigo John, afinal está na hora de sair dessa fossa, dar umas e outras por ai, há quanto tempo não transa?

–-Nada disso Edd, to falando da minha mulher, vou dar um jeito de melhorar as coisas entre nós, se for pra fazer sexo quero sexo com ela, eu sou homem, tenho minhas necessidades, mas quando me casei com ela prometemos um ao outro fidelidade e não vou quebrar esse voto sagrado.

–-Minha nossa John, quanta baboseira saindo de você, o garanhão dos garanhões...

–-Edd já chega, tira essas ideias da sua cabeça, eu não vou sair com você e não vou trair a Jane. Eu a amo e quero o bem dela, não estamos muito bem nos últimos tempos, mas uma traição ia acabar com tudo que construímos até hoje, e eu gosto de ter alguém do meu lado, gosto de dormir acompanhado, comer ao lado dela todo dia...

–-Eu durmo acompanhado...

–-Edd você mora com a sua mãe.

–-Você sempre mete ela no meio, já chega disso...

–-Vamos trabalhar vamos? Essa conversa ta ganhando um tom muito ácido vindo de você Edd.

–-Até parece que você não está acostumado.

–-Estou acostumado, mas não sou obrigado.

Entrei no meu escritório e fechei todas as persianas, me liguei a Atlanta e fiquei apenas recebendo informações da missão, teria alguns dias para me preparar até o dia de agir.

Jane

Quando eu cheguei e entrei no elevador passei pela revista de porte de equipamento e fui informada sobre as últimas novidades da missão de hoje. Jas me esperava na porta com uma bolsa, eu teria de ser rápida se eu quisesse voltar pra casa cedo hoje.

–-Ficou assim Jas, eu entro usando o disfarce de usuária de drogas, executo a missão pelo centro, corto o chefe na entrada, os dois seguranças dele eu ponho pra dormir em minutos, depois vou para os vendedores, lá dentro, eu compro a droga, faço meu papel de drogada surtada e quando os fornecedores aparecerem dou cabo deles também.

–-Ai depois você volta pra casa, pro seu marido e pro seu disfarce de casal perfeito.

–-Acordou envenenada hoje Jas.

–-Nada disso querida, só não entendo porque ainda mantem esse casamento fútil e...

–-Já chega Jas, John não me atrapalha em nada, muito pelo contrário, ele me faz manter um pé no mundo real.

–-Odeio esse seu mundo real.

–-Não me faça te odiar Jas!

–-Já que não consigo te fazer pedir o divorcio pelo menos posso te chamar pra um jantar hoje?

–-Tenho uma bomba pra você resolver pra mim.

–-Lá vem...

–-John me chamou pro almoço hoje, só que vou estar em campo então quando ele ligar preciso que dê uma desculpa bem dada e diga que vejo ele em casa hoje pro jantar, as 19hr.

–-Sempre sobra pra eu partir o coraçãozinho dele, e nosso jantar hoje à noite?

–-E você adora deixa-lo frustrado. Vou jantar com meu marido.

–-Sobe e corre duas horas na esteira.

–-Vai me punir por não jantar com você?

–-Antes você era uma amiga mais presente.

–-Sou casada, minhas prioridades mudaram querida.

–-Prioridades! Jane na sala de equipamento já está tudo preparado, nessa mochila tem algumas roupas, você vai precisar, se troca e vai pra esteira.

–-Tenho que ficar acabada não é?

–-Tem que ficar acabada e parecer exausta então você pode malhar por duas horas, pode usar a Cindy de saco de pancadas e o que mais você quiser.

–-Ou eu posso ligar pro John, ir pra casa e mandar vê, seria bem mais saudável.

–-Jane por favor, vamos manter o foco aqui ta bem? Além do mais todas sabemos que John não anda...

–-Jas não me provoca.

–-Parei! Então suba pra academia, eu subo lá em breve pra gente conversar.

–-Okay mamãe.

–-Jane!

Dei de ombros gargalhando da cara da Jas, ela sempre arrumava um jeito de falar que meu relacionamento com John esfriou no ultimo ano. Me troquei colocando uma roupa leve para correr na esteira. Quando subi na academia Cindy que iria me acompanhar na missão já estava correndo. Cindy era uma moça muito magra e branca que chegava a assustar. Foi escalada para essa missão por conta da sua aparência de doente.

–-Oi Cindy ta correndo há quanto tempo?

–-Oi chefe só uns 40min.

–-Me chama de Jane. Cindy vê se não vai desmaiar ta? Para ou diminui o ritmo, não precisa se matar logo nas preparações da missão.

–-Não se preocupa Jane, to bem, to acostumada, no meu antigo departamento eu malhava muito antes das missões, sempre era mandada nessas missões de viciados e drogados, sempre me sai bem.

–-Ainda bem porque eu nunca precisei parecer uma drogada.

–-As meninas daqui me disseram que é a primeira missão onde você não vai usar a sua beleza como arma.

–-Elas disseram isso? Meus Deus que...

–-Não se preocupe, ela só falaram bem de você e do seu disfarce.

–-Meu disfarce?

–-Ah disseram que ele é um gato e bem sucedido, mas disseram que vocês não andam muito bem.

–-Ah ta falando do John. Ele é um gato mesmo, tem grana porque ele trabalha pra isso.

–-Que mais?

–-Porque quer saber do meu marido?

–-Sou curiosa e você nunca fala dele.

–-Olha todo mundo aqui sabe do meu relacionamento com John, porque não pergunta pra elas?

–-Jane elas não sabem o que falam, nem Jas sabe direito o que se passa, achei que você podia ser sincera comigo.

–-E porque eu seria?

–-Porque sou a única pela qual a Jas não conseguiu fazer odiar seu marido?

–-Todos odeiam John? Coitadinho ele não sabe de nada.

–-Vamos lá Jane, fala ai.

Não sabia desse lado da Cindy, ela sempre tentou me agradar e já havia percebido que ela não ligava muito pro que a Jas dizia. À medida que fomos malhando contei algumas coisas da agencia pra ela, falei sobre as meninas, principalmente sobre a Jas e só quando saímos e fomos pro campo de missão falei sobre John, porque ela insistiu muito.

–-Olha em Bogotá foi assim: eu estava em missão, tinha de dar cabo de um ditador, tinha um esquema armado, era entrar, detonar e sair, mas quando eu cheguei lá o cara já tava morto. Eu sai doida de ódio, começou um tiroteio e entrei num hotel pra me abrigar, mas a policia estava a procura de turistas desacompanhados e quando entrei dei de cara com vários oficiais que me perguntaram em espanhol se eu estava sozinha, foi quando John entrou na história, ele estava no hotel na hora certa e sozinho e me serviu de disfarce. Eu estava tão chocada por não ter concluído a missão que não conseguia entender o civil, apenas acompanhei John quando ele me puxou pelo braço, foi ai que conheci ele, me casei, fim.

–-Jane essa parte eu conheço, quero saber do seu sumiço.

–-Ah, então é isso que quer saber, do porque eu sumi em missão, achei que todos soubessem.

–-Elas acham que sabem, mas eu tenho certeza que você sumiu pelo John e não porque estava com medo de aparecer e contar que não tinha matado o Varron.

–-Nossa não tem nada haver com a missão, até porque o homem estava morto mesmo! Eu fiquei com John a noite toda, tivemos uma noite ótima, bebemos, dançamos, tomamos chuva, transamos enquanto tiros eram disparados do lado de fora, foi uma noite louca. Eu fiquei sem dar noticias, não retornei as chamadas, perdi meu ponto e não voltei pra van.

–-Quanto tempo?

–-Menina você é muito bisbilhoteira.

–-Vamos trabalhar juntas Jane, vamos lá, me conta.

–-Uma semana.

–-E você estava com John?

–-Não nos desgrudamos mais. Ficamos nos escondendo, bebíamos de bar em bar, dormimos juntos todas as noites cada dia num hotel, nos entregávamos todas as noites. Não tive como resistir. Todos acharam que eu tinha me perdido na missão, que eu tivesse morrido em campo, até Jas me encontrar e me arrastar pra cá de novo.

–-E John?

–-Ele não sossegou até me encontrar e ficamos juntos, fiquei noiva seis semanas depois dele me encontrar, e to casada até agora.

–-Não é um disfarce como dizem!

–-Jas diz que é uma distração.

–-Não acho que te distraia não.

Cansei de falar de mim, da parte do meu relacionamento que não existia mais, de uma parte feliz e que eu desejava muito. Cortei o assunto logo de cara.

–-Preparada pra entrar?

–-Sempre!

Eu e Cindy entramos, parecíamos duas drogadas doidas, incrível como ela entrou no disfarce de viciada. Nós duas tínhamos olheiras e uma maquiagem preta carregada. Foi rápido e fácil demais, demos cabo de 4 ao mesmo tempo. Quando vi Cindy saiu correndo do cômodo, eu não entendi então entrei para ver. Lá dentro, era escuro e tinha cheiro de sangue e podridão. Haviam 7 corpos, mutilados e fediam muito. Eu estava meio enjoada e sai passando mal. Quando cheguei ao escritório vomitei muito, fiquei no banheiro por horas até ter certeza de que estava bem.

John

Meu dia foi um tédio no escritório, missão em campo só em alguns dias e ainda por cima quando liguei pro escritório de Jane para marcarmos o almoço, Jas me informou que ela estava consertando um servidor do outro lado da cidade e que comeria por lá. Por um momento fiquei triste porque queria conversar algo sério com ela, depois fiquei irritado porque Edd almoçou comigo e ele sabe ser chato às vezes, na verdade, quase sempre.

Jane

Cindy entrou no banheiro onde eu estava, começamos a conversar sobre a missão, ela me disse que também passava um pouco mal, e disse ter descoberto a identidade dos corpos, eram todos viciados e mendigos. Provavelmente estavam devendo para os traficantes e como não puderam pagar foram mortos.

–-Cindy porque veio pra cá?

–-Jane como você sabe temos concorrência, e é uma concorrência violenta. No ano retrasado eu me envolvi com um cara, o nome dele era Robert. Ele era gentil, carinhoso, mas estava sempre ausente. Saímos juntos por diversas vezes, viajamos pra Londres, eu estava em missão e o levei junto, tudo perfeito, só que eu não sabia que ele era da concorrência, e que só se envolveu comigo pra poder estragar a missão e sermos descobertos. Geralmente quando um agente é descoberto ele se sacrifica ou vai para aquela ilha trabalhar por debaixo dos panos, eu fiquei um ano naquele inferno, eu estava disposta a dar cabo da minha vida até que finalmente fui enviada pra cá.

–-O que fez com Robert?

–-Eu o matei, não tive escolha, ou ele ou eu. Foi bem doloroso porque eu gostava dele.

–-Eu mataria John se descobrisse uma coisa dessas.

–-É mais simples quando não tem amor envolvido, mas eu fiquei com ele tempo suficiente para eu gostar de verdade então foi difícil pra mim.

–-John não teria capacidade de guardar um segredo desses por tanto tempo, ele se atrapalha sempre que menti, sempre descubro as coisas que ele tenta esconder.

–-Robert me enganou bem.

–-Me sinto melhor agora, quero ir pra casa.

–-É eu também vou, Jas que me perdoe, mas hoje não fico até as 5 hr aqui não.

–-Ela não vai falar nada se você descer comigo.

–-Então vamos.

As duas saíram do escritório juntas e cada uma entrou em seu carro.

John

Passei a tarde inteira com Edd e mais dois agentes discutindo a próxima missão. É incrível que mesmo eles sendo profissionais ainda não tenham se acostumado com o sangue e os cadáveres. Ficaram comentando como isso afetada cada um deles. Eu estava calado e tudo que queria era ir embora. Foi um dia de merda, não rendi quase nada porque no final das contas a missão que planejava já estava nos trilhos, pronta pra ser colocada em pratica.

Jane

Quando cheguei em casa ainda me sentia um pouco enjoada e meu corpo doía muito, tudo que eu queria era comer alguma coisa e cair na cama, dormir como se não houvesse o amanha, mas me lembrei que tinha desmarcado o almoço então jantaria com John hoje. Algo especial? Eu me perguntava.

John

Já chegava a hora de ir pra casa, não sei se ligo para Jane pra perguntar se ela pensou em algo para o jantar e se precisa que eu compre algo ou se levo uma pizza ou a comida japonesa que ela tanto gosta.

–-Querida?

–-Oi amor.

–-Tava aqui pensando no jantar, já que você não almoçou comigo, quer sair pra comer? Quer que eu compre algo e leve?

–-Ah compra uma pizza John, não to a fim de cozinhar.

–-Ta tudo bem? Ta com a voz estranha.

–-To cansada, meu dia foi longo, cheguei a pouco em casa.

–-To saindo agora, vou passar e comprar a pizza, em 1hr to em casa.

–-Tudo bem.

Desliguei o telefone, peguei meu casaco, as chaves e sai trancando minha sala. Passei na pizzaria favorita dela, já que queria agrada-la teria de fazer direito.

Quando me aproximei de casa resolvi voltar um pouco e parei numa padaria do bairro. Lá tinha um doce que Jane adorava e ela ficava feliz quando eu comprava pra ela. É um cookie de café e chocolate, ela come com sorvete de creme e sei que em casa tem sorvete, porque ela adora sorvete.

Cheguei, estacionei o carro e entrei esperando encontra-la na cozinha, mas Jane não estava lá, e nem na sala vendo tv como ela faz quando chega mais cedo do trabalho, devia estar no banho. Arrumei a mesa pro jantar, escolhi um vinho para acompanhar a massa, guardei os cookies no armário e subi para procura-la.

A encontrei no quarto, deitada na cama, dormindo meio torta, como se estivesse capotado ali, de qualquer jeito. Ela vestia a roupa do trabalho, só tinha tirado os sapatos. Ela nunca faz isso, nunca deita na cama com roupa que usou fora de casa então tem algo de errado com ela hoje.

Seu rosto estava abatido, e quando segurei sua mão percebi que ela estava gelada.

–-Jane! Jane!

–-Que bom que chegou, estou cheia de fome.

–-Vem, vamos descer.

Ajudei-a se levantar, ela colocou o sapato e descemos juntos. Quando ela viu a mesa posta seu rosto se iluminou, por algum motivo ela ficou feliz por aquilo.

–-Que bela surpresa.

–-Já que não vamos sair pra comer achei romântico uma mesa bonitinha.

–-Romântico é?

–-Eu sou romântico.

–-Não, não é!

–-Jane, qual é? Você nunca reclamou.

–-É porque eu não ligo pra isso, estamos bem, não estamos brigando, é isso que me importa.

–-Estamos bem?

–-Estamos, qual o problema?

–-Problema nenhum mesmo, você tem razão.

Eu comecei a comer meu pedaço de pizza, ela deu um gole no vinho e depois mordeu a pizza. Continuamos a comer em silencio. Jane sempre foge das conversas, tem esse tipo de comportamento, se recusa a dizer que tem coisa errada, ela vive no mundinho perfeito dela, tem a casa perfeita, o trabalho perfeito, tudo, meticulosamente perfeito no jeito dela. Talvez Edd tenha razão, talvez eu precise sair, curtir outras pessoas, transar, eu preciso muito transar, eu sei que a Jane precisa também, eu sinto o corpo dela tenso e sei como ela descarrega essa tensão em mim na cama, mas porque toda vez tem que partir de mim? Porque só eu tenho que procura-la? Eu sempre dou o primeiro passo.

Jane

John me acordou segurando minha mão, tão delicado, ele sempre teve um jeito peculiar de me acordar, um tapa no bumbum, uma mordida na barriga, uma chupada no pescoço, ele era grosseiro e mesmo assim gostoso, mas hoje estava diferente.

Quando eu desci e vi a mesa posta não pude conter o riso, o que será que ele estava planejando?

Mas... Eu acabei com tudo quando ele veio com um papinho de conversar sobre nós. John eu quero ação! Ação! Será que é tão difícil assim saber que estou louca pra transar?

O silencio me torturava, mas eu não podia dizer nada, estava exausta e depois desse papo fiquei tensa, eu odiava meu corpo tenso, doía ainda mais, meus músculos me castigavam, John bem que podia me fazer uma massagem! Mas ele não ia, acho que machuquei o ego dele. Devo pedir desculpas?

Ele se levantou da mesa, levantou a sobrancelha me olhando e subiu as escadas, provavelmente foi para o quarto tomar um banho e dormir, acho que estraguei os planos dele, e os planos dele envolviam uma bela noite de sexo, comigo! Droga estraguei tudo.

Coloquei a louça na lavadora, desliguei as luzes e subi pro quarto, ele estava no banho. Fui até o closet e comecei a me despir, coloquei um roupão, prendi o cabelo num coque alto e frouxo, criei coragem e entrei no banheiro, ele estava de costas e não virou quando eu entrei.

–-Esta muito frio. Eu tirei o roupão e entrei no box com ele.

–-Um pouco.

–-Vai ser uma madrugada difícil.

–-Pode ligar o aquecedor, quando te acordei pro jantar você estava gelada.

–-Não era pra eu ter dormido, só deitei pra pensar um pouco, meu dia foi tenso.

–-Hum, quer falar sobre isso?

–-Não, eu to bem agora, só preciso descansar.

Ele não falou mais nada, desligou a ducha, e saiu. Nem no banheiro ele se secou, retornou de roupão, escovou os dentes ainda em silencio e voltou pro quarto. Quando eu sai ele já estava na cama, mas não lia o jornal, nem assistia algum canal de esporte como sempre fazia, a tv estava desligada e todas as luzes apagadas. Fiz besteira né? Sim Jane. Meu subconsciente respondia.

Me vesti, escovei os dentes e fui pro quarto, estava com muito frio e doida pra me deitar e dormir.


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Notas finais do capítulo

Quero reviews em todos capítulos :) me favoritem, coloquem pra acompanhar a história e é claro, sempre que possível recomendem a fic. Me ajudem a elevar o sucesso e ele depende inteiramente da colaboração de vocês! Boa leitura



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