Agentes escrita por Ana Cdween


Capítulo 15
Ciúme


Notas iniciais do capítulo

E ai galera, como vão? Retorno das férias na sexta feira, provavelmente retorno com a dobradinha de capítulos quarta e sexta. Aguardem.



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Jane

Quando acordei John dormia tranquilo ao meu lado, fiquei observando seu sono, na verdade seu corpo, cada pedacinho, algumas cicatrizes novas e até misteriosas, algumas manchas na pele da barriga, parecendo marcas de estilhaços de balas pelas quais eu conhecia bem, mas não deveriam se passar de marcas do acidente que ele sofreu semanas atrás.

Observei a perna e parecia bem melhor, nada de inchaço e a pele estava sequinha, o que indicava uma cicatrização perfeita, meu marido tinha uma saúde incrível, forte como um touro, e bota força nisso, reparando bem deviam ter crescido uns 5cm de músculo naquele braço e os ombros pareciam ainda mais largos, desci um pouco o olhar pousando nas coxas e reparei John usando minha cueca favorita, não consegui segurar a gargalhada, era tão sexy e eu adorava dobrar o elástico grande do quadril. Mexi-me bem devagar tocando suas coxas torneadas e quentes, fiquei olhando para ele enquanto meus dedos acariciavam sua barriga e depois desci de novo para as coxas, o que ele tanto sonhava? Ou estaria fingindo dormir apenas pelo prazer de me deixar sozinha e explora-lo um pouquinho?

Resolvi testar e desci a mão tocando a frente de sua cueca tocando John intimamente, se ele estivesse acordado automaticamente se mexeria, porque ele tinha uma sensibilidade estranha naquela região, mas eu entendia bem. Quando eu toquei ele nem se mexeu, continuou com os olhos fechados e as mãos atrás da cabeça, tão macho que chegava a me arrepiar inteira. Pesei um pouco a mão ainda na cueca dele e não resisti beijando seu peito delicioso e nu. John continuou dormindo.

A verdade é que eu estava excitada e doida para ele acordar, talvez eu estivesse fértil, porque esse tipo de coisa nunca acontecia, por semanas eu e John dormimos e acordamos sem nos tocar sexualmente, eu sempre centrada no trabalho e ele a mesma coisa, sexo era cada vez mais raro, e cada vez mais intenso, mas quem não curte uma rapidinha às vezes?

Eu estava só de calcinha, o que me dava uma vantagem enorme em deixa-lo louco. Meu Deus, quanto tempo eu fiquei fora? Porque parecia que o corpo de John tinha mudado tanto, isso porque estamos mais ativos do que nunca e ando passando mais tempo no corpo dele do que no meu próprio.

Lhe dei um tapa na coxa, dando um estalo ecoando pelo quarto, eu sorri e enterrei meu rosto no peito dele cobrindo de beijos e lambidinhas provocantes. Senti seu corpo inteiro arrepiado e uma mão surgiu nas minhas costas, leve, acariciando enquanto um gemido rouco sai da boca dele.

–-Humn, delícia. Ele mal terminou de falar e tampei sua boca com meus lábios lhe dando um beijo meio sufocante.

–-Fica quietinho, John Smith. Desci lhe cobrindo de beijos e mordidas, segurei suas mãos entrelaçando meus dedos nos dele, desci mais beijando sua barriga, ele gargalhou ainda rouco pela sonolência, mas ainda era o cara mais safado que eu já tinha conhecido em toda minha vida. Desci brincando com o elástico da cueca dele com meus dentes, depois soltei uma mão e puxei a cueca um pouco para baixo, eu estava afim de intimidade e doida para retribuir o carinho que recebi na noite passada, a massagem, os beijinhos, todo aquele cafuné gostoso de madrugada.

Meu celular tocava enquanto John ofegava gemendo meu nome, aquilo era estranho, era hora de ir para o escritório e lá estava eu nas preliminares de um sexo matinal delicioso, mas convenhamos, nada melhor pra iniciar o dia do que uma bela foda com um homem gostoso que sempre dá o melhor de si até arrancar a última gota de dignidade do meu corpo. Eu fiquei destruída, John arrematou mordendo meu pescoço, enquanto se movimentava com tanta força que nossa cama parecia pedir arrego. Ficamos exaustos e fiquei também com uma fome enorme que quando acordei daquele cochilo pós orgasmo, eu desci para a cozinha abrindo todos os armários a procura do que comer. Fiquei mais perdida do que nunca!

John desceu silencioso e me agarrou enquanto eu tentava fazer ovos mexidos e fritava alguns bacons fatiados. A camisola que tinha o cumprimento até a coxa foi parar na altura dos seios, ele me encoxou enquanto foi subindo e subindo e só não me deixou nua porque impedi aquelas mãos mais rápidas que eu já tinha visto. John daria um belo atirador, um belo agente, talvez chamasse atenção demais com aqueles olhos azuis sempre tão excitantes que me faziam ficar de 4 só com uma piscadela. Mas era atrapalhado demais, não dava para recruta-lo, seria perda total em todas as missões, ele ficaria em casa comigo usando a bela pontaria e a rapidez para coisas mais íntimas e só minhas.

A verdade é que eu estava farta da minha rotina regrada e um tanto quanto ousada, estava sendo bom dar uma diversificada, ainda mais com John me ajudando a dar uma chacoalhada no corpo, apesar da perna machucada, estávamos indo bem, nos divertindo como nunca.

Comemos os ovos com bacon vendo TV na cozinha mesmo, depois tomamos uma banho de banheira juntos, conversando e fazendo brincadeiras, acabamos molhando o banheiro inteiro e na hora de sair John, quase caiu um tombo já perto do closet. Saímos para almoçar, optamos por um local perto, já que não poderíamos demorar por conta da fisioterapia. Quando retornamos, Sara, a fisioterapeuta já estava na porta. Eu fiquei observando enquanto dirigia para a garagem.

Era uma moça alta, loira e com o corpo mais sexy que eu já tinha visto, agora imagine John nessa situação. Eu me irritei porque quando abrimos a porta, a moça o cumprimentou com um beijo, já eram íntimos dessa forma? Mandei que entrasse e ela parece ter se sentido intimidada, porque se diminuiu quando me viu olhar John e eu sorri radiante tentando não mostrar incomodo.

Fui até cozinha e liguei a cafeteira, fui o mais rápida que pude, pois não queria deixa-lo sozinho com a miss corpo perfeito. Servi três xícaras e levei até a sala onde John estava com a moça, conversavam desinibidos como se se conhecessem há anos!

Me sentei ao lado dele e tentei parecer mais normal possível, sorrindo e sendo o mais simpática do que normalmente.

–-Então você tem filho. Tentei parecer cordial.

–-Sim, dois meninos e uma menina, o mais novo tem 6 meses.

–-Ah, ainda é um bebê.

–-Sim, eu voltei ao trabalho agora, John é meu primeiro paciente, posso estar meio enferrujada.

–-Ah não se preocupe, meu marido é muito atlético, não lhe dará problemas, não é amor?

–-Vou ser um bom menino.

Eu olhei fuzilando John e apertei sua coxa até ele sentir dor, porque ele esquivou o corpo e segurou minha mão me olhando indignado, apertava meus dedos enquanto eu serrava os dentes tentando disfarçar minha raiva.

–-Vocês querem ter filhos? A moça percebeu e após sentir vergonha, quebrou o gelo tentando relevar a situação.

–-Ainda não, somos jovens e estamos em fase produtiva no trabalho, vamos esperar mais um pouco, sabe como é a vida.

–-Mas filhos não atrapalham, na verdade, é o contrário, não tem coisa melhor do que chegar em casa depois de um dia difícil e receber carinho e atenção.

–-Humn, é, deve ser gratificante, mas enquanto não temos filhos, eu e John fazemos esse lance de carinho e atenção.

–-Ah entendo, é sempre bom ter alguém mesmo.

–-E seu marido? Deve ser doido em crianças! Acho que eu disse com certo nojo, porque John apertou ainda mais forte meus dedos e agora quem sentia dor era eu.

–-Não sou casada, usei material genético de um doador desconhecido, meus filhos não tem pai. Eu me espantei e não consegui disfarçar. –-É estranho, eu sei, sempre recebo essas caras quando conto para os outros, mas o fato é que nenhum homem por quem me relacionei quis filhos e eu sou doida em crianças, desde muito pequena, eu fui até babá quando adolescente.

–-Ah claro, me desculpe a indelicadeza, é que não é muito comum, me desculpe mesmo...

–-Eu sonho em ter filho! John disse autoritário enquanto me cortava.

–-Vamos ter querido, é só uma questão de tempo. Devolvi enquanto olhava nos olhos dele meio sem jeito.

–-Bom, vamos começar, Senhor Smith? A moça interveio.

–-Claro! John se levantou e eu continuei sentada ainda meio chocada pelo que John tinha dito assim, sem pensar, mas eu tinha me esquecido que ele era sempre assim, falando e agindo sem avaliar o peso e as consequências. Ele me estendeu a mão e me olhou magneticamente esperando que eu segurasse sua mão e me levantasse, desviei o olhar e me levantei sem tocá-lo.

–-Vão lá para cima, vou só colocar as xícaras na cozinha.

–-Hoje eu trouxe um tapete de borracha, John, vamos malhar no chão mesmo, a cama é ótima, mas é meio íntimo e muita gente não gosta...

–-Eu não ligo!

–-Mas eu trouxe, vou buscar no carro, é rapidinho.

–-Vou até a cozinha com minha esposa e já volto, fique a vontade.

–-Obrigada.

John me acompanhou devagar, coloquei as xícaras na pia e me virei olhando para ele tentando ao máximo disfarçar minha indignação.

–-Posso acompanhar sua malhação ou você quer esse tempo sozinho com a fisioterapeuta gostosa?

–-Para querida, ela só veio fazer o trabalho dela, não tem nada demais. Ah e se você quer saber mais, não faz meu tipo, eu gosto de morenas fartas, já viu as coxas dela?

–-John!

–-Estou brincando, meu bem, pare de ciúmes, vem cá me dar um beijo e me acalma, não te contei, mas ontem quando tive a primeira sessão de fisio eu quase morri de dor, é muito estressante, dói pra porra, não é nada legal, não tenho nem vontade de olhar para o decote dela de tanta...

–-Cala a boca John, vai logo lá pra sala.

–-Você vem comigo, não quero ir lá sozinho para você ficar com ciúmes e brigar comigo, porque eu quero repetir aquela sacanagenzinha que fizemos hoje de manhã, heim! Olha para mim, foi uma delícia, não foi? John se aproximou passando a mão na minha perna subindo um pouco a saia que eu usava.

–-Mais tarde a gente conversa, Senhor Smith.

–-E meu beijo?

–-Vai lá pedir beijo para sua médica loira siliconada.

–-Olha que eu vou, heim?

–-Seu cachorro! Grudei na camisa dele com força, queria na verdade lhe dar um belo soco no estômago, mas ao invés disso peguei leve beliscando sua costela enquanto ele tentava me roubar um beijo.

–-Vamos, amor?

–-Não quer mesmo ficar sozinho com sua nova amiga íntima?

–-Jane chega, vamos lá, eu preciso de você e quero que fique lá comigo, já não basta ontem que você não veio e nem me avisou.

–-Você sabe muito bem o porquê, John, não fiz por mal e já pedi desculpas.

–-Eu sei querida, só brinquei, tá bom? Agora vamos logo, pare de ser birrenta.

Soltei-me dele e fui andando, quando entrei na sala principal a mulher tinha montado um local onde John faria uma série de exercícios, ele veio logo atrás e com ajuda minha e da Sara, ele se deitou no chão, esticou as pernas movendo somente a perna machucada, levantando e baixando.

–-Isso John, já vai aquecendo porque hoje vou pegar pesado com você. Sara disse enquanto sorria sem graça para ele deitado no chão.

Eu me sentei numa poltrona e fingi olhar para a janela do lado de fora, mas a verdade é que eu escutava com atenção cada coisinha que eles conversavam, cada reclamação e gemidos de dor de John.

Depois que percebi que ele realmente estava sentindo muitas dores eu me sentei no tapete de borracha que ele estava deitado e deixei que ele deitasse a cabeça nas minhas pernas e fiquei acariciando seu cabelo. Ele me olhava dentro dos olhos enquanto Sara puxava e forçava a perna dele em todas as direções. Ele segurou meu joelho nu, pois eu ainda estava com a saia e apertou forte quando a fisioterapeuta fez ele levantar a perna no ar com duas caneleiras de 5kg. A situação estava crítica, ele não tinha muita força quando isolava a perna ferrada.

Depois de mais uma série de massagens com um gel gelado John se sentou e me puxou pela cintura me dando um beijo na cabeça.

–-Posso usar o banheiro?

–-Claro, segunda porta a esquerda.

Sara saiu nos deixando um pouco a sós.

–-Como eu me sai?

–-Bem e você vai ficar melhor, só precisa fazer isso todos os dias, até ter controle dessa perna, assim vai poder voltar a fazer todas as coisas que costuma fazer.

–-Tomara que não demore muito, querida, a dor é insuportável, é pior do que a dor que senti depois da cirurgia, quando a morfina passou.

–-No começo é assim mesmo John, mas já já você se acostuma e vai tirar de letra.

–-Foi bom você ficar aqui comigo, me deu força nesse último exercício.

–-Vou ficar aqui todos os dias, John.

–-Por mim ou por ela, Jane?

–-Por você meu bem, mas também para me certificar de que ela não venha te querendo para pai dos filhos dela.

–-Deixe de bobagem querida, você vai ser a mãe dos meus filhos, nem que sejam cachorrinhos.

–-Cachorrinhos? Mas eu já tenho você que é um cachorrão, é suficiente.

–-Humn, sou cachorro não!

–-É sim! Eu sussurrei e depois me aproximei tocando a testa dele com um beijo. –-Ainda quer aquele beijo? Ele sorriu e eu o beijei feroz, segurei seu rosto e ele segurou o meu, ficamos lá brincando com os lábios até sermos interrompidos por Sara, derrubando algo no tapete.

–-Desculpa, foi só uma coisa que estava no bolso da minha blusa, não é nada demais. Agora vou te ajudar a se levantar John, para que eu possa ir. Senhora Smith, fique com esse gel, faça massagens na perna dele duas vezes por dia, é muito importante, porque com os exercícios a perna pode inchar.

–-John adora minhas massagens, não será nenhum problema para nós.

–-Ótimo, agora preciso ir.

Ela recolheu tudo e colocou no carro, até tentei ajudar, mas a moça deve ter percebido meu desconforto porque saiu correndo de lá, ou talvez ela precisasse trocar as fraudas sujas de um de seus três filhos. Eu pensei e acabei rindo alto e despertando a curiosidade de John.

–-Gostou dela, querida?

–-É ótima profissional, mas seria melhor se fosse homem.

–-Porque?

–-Você é meu marido e é estranho uma mulher numa calça de ginastica dessas, marcando até a cor da lingerie ajoelhada com a bunda virada para sua cara enquanto ela massageia sua perna.

–-Eu nem percebi, não tirei meus olhos de você depois que você sentou ali comigo.

–-Sua sorte é que você é bem discreto John, porque se ela se engraçar para cima de você, eu mato ela, não importa se ela tem três filhos ou não. Falei com indiferença novamente da parte dos três filhos.

–-Acho que isso tudo é ciúmes.

–-Ciúmes?

–-Claro, você viu o quão mudou enquanto ficou sentada ali comigo? Nem parecia você, Jane, mesmo assim eu gostei, porque você ficou ainda mais sexy.

–-O que eu fiz?

–-Você ficou perto de mim com unhas e dentes afiados, armada, qualquer deslize dela achei que você iria realmente matá-la.

–-Sabe que eu não mato nem uma mosca, querido.

–-Isso é o que você diz, mas aquele dia que passou no sinal vermelho, vi bem do que você é capaz, tenho dó se encontrar essa moça na rua, vai atropela-la.

–-Nunca faria isso, a não ser que aconteça algo fora do planejado, ai primeiro eu acabo com você, depois vou atrás dela.

–-Ah vai acabar comigo como?

–-Você sabe muito bem querido.

–-Humn daquele mesmo jeito que acabou comigo hoje de manhã?

–-Não, vai ser bem mais dolorido, sangrento e nada prazeroso.

–-Nossa nem te reconheço, você nunca diz essas coisas agressivas.

–-É bom você não conhecer esse meu lado John!

John se sentou no sofá enquanto eu fui para a cozinha lavar a louça. Quando eu estava quase terminando ele veio devagar, usando as muletas e fazendo barulho.

–-Que papo foi aquele de que você me faz massagens e de que eu adoro?

–-Mas você não gosta?

–-Você nunca mais fez, nem me lembro qual foi a última vez.

–-Mas agora eu vou lhe fazer umas massagens!

–-Só por obrigação.

–-Assim você me magoa John.

–-Mas é verdade Jane, você mal me faz um carinho.

–-Não é bem assim e você sabe.

–-Tá bom, não quero briga, só quero que saiba que eu gosto sim das suas massagens e do seu carinho.

–-Que carência John.

–-Não precisa debochar querida, só queria dizer a importância que essas coisas tem.

–-Nunca achei que ligasse pra isso John, afinal você está sempre ausente e...

–-Já entendi, vou pro quarto descansar, mais tarde vou trabalhar um pouco aqui na minha sala, se importa?

Acenei um não com a cabeça sem olhar pra ele e continuei lavando a louça. Ele saiu andando, deixando as muletas apoiadas no balcão.

John

Jane estava mais sexual do que nunca e eu adoro quando ela fica assim, sempre excitada e afim. Me acordar com sexo oral foi algo diferente. Ela sempre sabe como me surpreender.

Fizemos amor como loucos, minha perna até doeu, mas não deixei que isso me atrapalhasse, continuei até deixá-la exausta, ela me mordia e me arranhava pedindo por mais beijos, mais amassos, mais velocidade e mais força. Sempre era intenso. Eu tinha uma mulher sensacional na cama e tinha sempre de estar preparado para o que viesse, e era imprevisível, o que tornava ainda mais excitante.

Ficamos meio confusos na cozinha, a fome apertava e já era quase hora do almoço quando desci e Jane preparava o café. Ovos e bacon. Comemos e subimos para dar um trato no quarto, pois tinham roupas espalhadas para todos os lados, a cama estava desfeita e o banheiro ainda mais revirado. Tomamos um banho de banheira antes de sairmos pra almoçar fora.

Quando retornamos, Sara já estava na porta pronta pra sessão de fisioterapia. Logo de cara Jane não gostou dela, percebi pelo olhar e os gestos em proteção. Minha mulher ficou armada pronta pra atacar. O papo sobre filhos não foi agradável e acho que acabei falando demais.

Os exercícios foram duros e exaustivos, minha sorte é que Jane baixou a guarda um pouco e se sentou comigo enquanto Sara me fazia levantar uns pesos com a perna ferrada, era doloroso e até meio humilhante. Eu parecia fraco e vulnerável.

Depois que Sara foi embora, tive um papo com Jane e o clima pesou um pouco, não quis estender a papo e me retirei, ela sempre jogava na minha cara o porquê de nosso casamento ser sempre uma droga, minha ausência, meu desleixo, minha preguiça, tudo eu, a responsabilidade era sempre minha, só minha.

Tomei uma ducha rápida para levar embora o suor da fisioterapia, deitei na cama tentando dormir, minha perna latejava e minha cabeça rodava. Eu estava com muita dor, mas não pediria a ajuda de Jane, não hoje. Procurei remédios pelas gavetas no quarto e não encontrei nada. Desci para minha sala e fechei a porta, lá tinha uma gaveta cheia de remédios e tinha whisky também.

Sentei em frente o computador e abri checando os e-mails. Vários deles eram importantes, inclusive do Edd. Ele não tinha vindo me visitar e nem me ligado. Teria Jane dito algo para ele ter sumido assim?

Abri e respondi todos eles, peguei o telefone e liguei para a casa do Edd.

No terceiro toque a mãe dele atendeu.

–-Oi. Ela tinha uma voz engraçada.

–-Loly, é o John, tudo bem?

–-John, que bom que ligou, está tudo bem?

–-Estou sim, Edd está por aí?

–-Está no escritório desde ontem, aconteceu algo grave por lá.

–-Ah claro, vou ligar lá para falar com ele.

–-Como vai sua mulher? Como é mesmo o nome dela?

–-Jane, está muito bem sim, obrigado por lembrar dela.

–-Nunca me esqueço, ela não gosta do meu Edd porque ele desencaminha você.

–-Não é que ela não goste dele, ela tem ciúmes dele, Loly.

–-Ela tem que parar com isso, você é um bom rapaz e Edd não faz nada para ela ter ciúmes.

–-Eu sei disso, mas sabe como são as mulheres.

–-Complicadas meu querido, deve domá-la e mostrar quem manda.

–-Sim Loly, sou eu quem mando. Agora preciso desligar. Até logo.

–-Até meu filho.

Desliguei e teclei ligando para o escritório.

–-Edd?

–-Eai queridão, tudo numa boa?

–-Tô indo, e aí no escritório?

–-Estou bem também, viu? No escritório uma zona, precisa voltar logo e colocar ordem nessa droga.

–-O que houve?

–-O de sempre, agentes de primeira viagem fazendo merda e eu tendo que arrumar a bagunça.

–-Quem foi dessa vez?

–-Marlon.

–-Aquele filho de uma puta.

–-Tem mais John, se prepara porque é bomba das grandes.

–-Desembucha logo.

–-Will desertou.

–-Ah qual é, só pode estar brincando, ele disse...

–-A mulher dele tá grávida, ele pulou fora.

–-E o contrato?

–-1 milhão, John.

–-Tá falando sério?

–-É muito dinheiro, mas é verdade.

–-Vão recrutar?

–-A chefe vai esperar você retornar e provavelmente vai fazer uma reunião, estamos sem opções de agentes e tem missão pra todos os lados.

–-Então a coisa tá quente?

–-Muito, volta logo John e vai ficar rico. Edd riu muito do outro lado da linha.

–-Eu sou rico, Edd.

–-Eu sei, por isso sou seu amigo.

–-Me conheceu quando eu não tinha nada, Edd.

–-Eu estou te gozando, cara.

–-Edd, por quê não veio me visitar?

–-Achei que não tinha necessidade, afinal, sua mulherzinha está cuidando de você.

–-Não fala assim dela Edd, já pedi.

–-Foi mal cara, força do hábito.

–-Vai se fuder, cara.

–-Mas mudando de assunto, sua perna já está boa?

–-Já estou fazendo fisioterapia, logo eu volto para botar ordem no pedaço.

–-Que bom cara, é entediante não ter alguém para vadiar depois do expediente.

–-Tenho que parar com isso Edd, pelo bem do meu casamento.

–-Que isso, não pode esquecer seu amigo aqui.

–-Não é esquecer Edd, é parar de farra, ficar mais com a Jane para não ter esse lance dela jogar as coisas na minha cara.

–-Mesmo que você ande na linha, faça tudo em casa e ainda foda com amor e carinho, ela vai sempre arrumar algo para pegar no seu pé...

–-Mulheres...

–-Ainda bem que você ainda pensa assim, meu caro, ainda bem.

–-Vamos deixar de lado tudo isso, alguma coisa que eu possa fazer daqui de casa?

–-Tem sim, Rob Smith é um homem poderoso...

–-Smith?

–-Isso mesmo John, dono de cassinos pelo mundo inteiro, mas isso é o menor dos problemas, ele agora lidera um esquema de prostituição de menores e para piorar, tem laranjas dentro das prefeituras de vários distritos aqui em EUA. Dá pra acreditar?

–-O cara é uma máquina de fazer dinheiro.

–-Estamos observando ele e todo o esquema desde a semana passada, tem 17 câmeras nos estabelecimentos dele e temos equipes prontas para atacar, mas antes precisamos descobrir onde ele guarda o dossiê com os nomes de todos os envolvidos no caso da prostituição, ou seja, até esse dossiê aparecer esse filho de uma mãe não pode morrer.

–-Ainda por cima estão assegurando a proteção dele?

–-Isso mesmo, são ossos do ofício.

–-Onde eu entro nisso?

–-Você vai vigiar algumas das câmeras escondidas porque estou há muito tempo sem dormir e não dou conta de tantas câmeras.

–-São quantas mesmo?

–-Até agora 17, mas estão ampliando o cerco.

–-Beleza, me manda a criptografia das câmeras e eu vigio daqui.

–-Estou mandando no fax, novas regras na segurança dos e-mails.

–-Saquei. Vou desligar antes que Jane desconfie dessa conversa.

–-Claro, pensa melhor naquele assunto de me deixar na mão e parar de vadiar, somos uma boa dupla.

–-Tá Edd, fui.

Desliguei antes que ele falasse mais sobre esse assunto.

Esperei o fax que demorou uns 10 min, abri o programa de monitoramento e digitei as criptografias, quando digitei a última, Jane bateu na porta.

–-Amor, está tudo bem?

–-Estou sim, estou arrematando um projeto, peraí que vou abrir a porta.

–-Não precisa, Jas me ligou, me quer no escritório, você vai ficar bem?

–-Pode ir.

–-Quer que eu traga o jantar?

–-Você que sabe.

Eu não gostava quando ela saia a noite, me preocupava, mas é o trabalho dela, não tenho como proibi-la e nem ficar bravo, quando eu a conheci ela já tinha essa rotina. Era muito complicado, recebia chamadas no meio da noite, quando estávamos numa festa ou pior, quando estávamos nas preliminares, já aconteceu de ligarem no meu aniversário, no aniversário dela, quando viajávamos e até mesmo em feriados, não respeitavam nenhuma data e sem falar que Jane nunca tira férias ou tem folgas. Eu até questionava, mas o trabalho era a vida dela.

Vi quando ela saiu e fui até a cozinha pegar umas cervejas porque as do meu frigobar eu já tinha tomado. Como eu estava com saudades de uma cervejinha gelada!

Fiquei bebendo e observando a tela projetando as câmeras, 4 câmeras Edd tinha me passado, era o que eu daria conta.


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Notas finais do capítulo

Xo Jolies



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