Agentes escrita por Ana Cdween


Capítulo 12
Pizza


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora galera, é que dá um trabalhão pra eu conseguir internet e ainda postar pelo iPad é péssimo, mas eu faço tudo por vocês e o capítulo está lindo. Boa leitura 😍😍



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John
Jane dizia não querer sair de perto de mim e eu verdadeiramente não queria que ela saísse um só minuto, ela foi tomar uma ducha e eu já fiquei me sentindo meio só.
Tentei relaxar, ver tv, mas eu só queria que ela descesse logo e de preferencia que vestisse algo bem leve, queria vê-la descompromissada e tranquila.
Ela não demorou a descer e eu tinha acertado, porque eu amava quando ela vestia moletom, ficava tão sexy, claro, eu ainda preferia quando ela usava apenas uma camiseta larga ou até melhor, quando não usava nada. Sentou-se ao meu lado e ficou quieta, mas ela parecia meio perturbada.
–-A gente pode conversar? Ela quebrou o gelo.
–-Vá em frente.
–-Quero me desculpar pela estupidez daquela hora e dizer que estou muito arrependida e espero que possa esquecer do quanto sou idiota. Respirou tão fundo que ela até mudou de cor.
–-Tenho que admitir que você é mesmo uma idiota às vezes, mas é bom ouvir você pedir desculpas. Eu disse tentando lhe passar confiança.
–-Obrigada. Ela sorriu lindamente. --Ainda tá de pé aquela massagem?
–-Não é uma massagem propriamente dita, são alguns apertões. Eu disse fechando os pulsos já imaginando minhas mãos nela. --Eu posso fazer, mas isso depende. Não quis me servir de bandeja.
–O que isso vai me custar?
–-Nada demais, estou bonzinho hoje, só quero que faça aquela torta de limão deliciosa que só você sabe fazer!
Ah, como eu queria comer a torta dela.
–-Eu até pensei mesmo em fazer querido, mas precisaria ir ao mercado e não quero deixar você aqui, então pensa em outra coisa que eu possa fazer em troca da massagem.
–-Tá Jane, não precisa de nada não, só pega um creme lá em cima. Vi os olhos dela mudarem de cor quando disse que não poderia fazer a torta.
–-Tá bom. Ela subiu as escadas devagar, até pude ouvir um gemido quando ela jogou o pescoço de uma lado para o outro.
Resolvi tomar um copo de água antes de por as mãos naquela nuquinha cheirosa, mas quando cheguei no meio da cozinha deixei a muleta cair, uma tragédia porque eu não conseguia abaixar para pegar e fiquei apenas olhando a droga no chão sem poder fazer nada.
–-John? Eu ainda analisava minha perna ferrada me impossibilitando de fazer algo tão simples como abaixar e pegar algo no chão. --Amor? A voz dela invadiu o ambiente.
–-Cozinha, vem aqui e me ajudar, por favor?
E ela veio saltitante, mas seu rosto mudou quando me viu daquele jeito
–-Aconteceu um imprevisto aqui, derrubei a muleta e não consigo me abaixar para pegar.
–-Me assustou, não pode fazer essas coisas.
–-Tá bem, desculpa, só queria um copo de água.
Me justifiquei tentando mudar aquela cara de susto dela.
–-Só me avisa quando precisar de alguma coisa, vai ser mais seguro.
–-Então agora sou 100% dependente de você? Brinquei para quebrar o assunto meio pesado.
–-Diga-se que sim. Ela levantou aquelas sobrancelhas sexys.
–-Na verdade, eu sempre fui, meu amor. Me aproxime devagar, eu sentia o perfume dela tão próximo a mim, queria sentir sua pele gelada e reconfortante ao mesmo tempo. Levei uma mão no pescoço dela e me aproximei mais, ela fechou os olhos como se esperasse pelo beijo. Eu estava doido para beija-la, mas seria fácil demais para ela, se ela me beijasse, eu aceitaria, mas resolvi não iniciar o beijo. ---Você parece tensa. As palavras saltaram da minha boca e quando dei por mim que ela não me beijaria, eu só me afastei.
Ela sorriu disfarçadamente, Jane era esperta e sabia muito bem o que eu queria, mas era a mais orgulhosa e difícil que eu conhecia. Tomei a água enquanto a encarava.
–-Me sinto mal disposta mesmo, ainda quer me dar aqueles apertões?
Eu não disse nada, apenas balancei a cabeça enquanto ainda a analisava. Estendi a mão a mandando ir para sala, mas na verdade, eu só queria ver aqueles quadris balançando enquanto ela andava.
Na sala eu sentia o clima de confusão, porque ainda não sabíamos como ia ser esse lance da massagem, eu com essa perna ferrada tinha movimentos limitados, então iria ser algo difícil usando o sofá.
Ficamos frente a frente, acho que ela percebeu minha cara pensando em como faríamos, mas logo eu tive uma ideia, seria meio sexual e difícil de controlar, mas eu me sairia bem, afinal, ela não iria querer nada mesmo.
–-Senta aqui. Sinalizei para ela sentar no vão da minha perna, depois joguei os braços para trás esperando o espetáculo começar. Jane tiraria a camiseta e depois o sutien, deixando a mostra aqueles peitos deliciosos, aquela barriguinha irresistível e as costas desenhadas.
Ela tirou a camiseta bem devagar e me instigou ainda mais, era incrível como Jane mantinha a forma trabalhando em frente a um computador por várias horas, sem praticar nenhum esporte além de uma corrida comigo no final de semana. Ela tinha tudo no lugar, aquela barriga feminina e sexy, aquelas coxas fartas, aquele bumbum durinho e macio ao mesmo tempo, seios fartos e naturais, tudo torneado, mas sem excesso, era digno de tirar o chapéu todas as vezes que ela vestia uma roupa mais sexy, pena que ela parou de me agradar e usar umas lingerie, talvez fosse a chance para gente ir para um país tropical, com praia e ela se esbaldar dentro de um biquíni e é claro, fazer minha alegria.
Eu consegui visualizar o corpo dela todinho e olha, foi difícil segurar a excitação que isso me causou.
Ela veio na minha direção ainda usando o sutien, virou o bumbum do meu lado para se sentar, eu quase agarrei aqueles quadris e a pus sentada no meu colo, mas eu não podia, tinha que ser de outra maneira. Ela se sentou bem na pontinha do sofá, não me tocou e não tirou o sutien.
Pousei minhas mãos naquela nuca frágil e senti a pele macia dela que se arrepiou toda. Apesar de durona, Jane sempre foi uma mulher muito sexual, sempre sabia muito bem o que queria e onde queria, a nuca e as costas sempre foram um lugar onde eu podia tocar a vontade, na verdade, o corpo todo, mas as costas sempre recebiam uma atençãozinha depois de um dia de trabalho, eu conseguia ouvir a voz dela dizendo “faz carinho nas costas da sua mulher, faz?”.
Ela continuava tensa e eu insistia em aperta forte sua nuca. Desci para os ombros, mas aquelas alças do sutien me incomodavam, então, desci para as costas. Acho que ela percebeu meu desconforto, porque num salto jogou os braços para trás tentando abrir o fecho. Eu não deixei que fizesse, segurei suas mãos e entrelacei em seus dedos, suas mãos eram frias como sempre, não consegui resistir quando vi seu corpo arrepiado e tão gostoso que a puxei para mais perto, ela nem tentou se soltar, ficou entregue muito rápido, Jane devia estar mais excitada do que eu.
–-Eu tiro. Disse bem próximo da nuca dela e pude vê-la respirando fundo tentando ainda manter o controle, essa era Jane que eu tinha me casado.
Desci as alças no sutien entre beijos e mordidas leves para provocar aquele instinto mais furioso e sexual dela. Eu sentia uma vontade forte de tirar logo a camiseta e sentir o corpo dela, mas resolvi enlouquece-la ao máximo, não queria que existisse espaço para ela parar ou pior, para gente brigar, então continuar com as caricias até deixa-la doida, ela jogou o corpo para trás e estava muito ofegante. Abri seu sutien e instintivamente agarrei seus seios, eram macios e estavam quentes. Minha boca continuava a chupar aquelas costas e aquela nuca gostosa, eu olhava o corpo dela de costa e era definitivamente muito atraente, aquela pele branquinha e sensível, aquele cabelo preso no alto, aquela nuca cheirosa e excitante, aquelas costas sensíveis ao toque e chamativas, tão chamativas que minha boca se perdeu por lá. Eu sabia que estava fazendo um bom trabalho porque Jane estava com muito tesão, suas mãos estavam inquietas até se agarrarem as minhas coxas.
Eu a enchia de beijos e chupões, mas senti uma dorzinha que já me incomodava assim que começamos, quando abri os olhos e olhei, tinha sangue na minha perna ferrada.
–-Para Jane! Mas era como se ela estivesse em algum tipo de transe, porque não parou de castigar minhas coxas me apertando e me instigando. --Olha minha perna.
–-Seus pontos.
Ela se levantou muito rápido e me fez levantar também, abaixou minha calça e se agachou. Imagina só a situação: eu excitado e só de cueca, minha mulher gostosa e sem roupa ajoelhada bem na minha frente, um prato cheio pra gente travar um sexo selvagem ali no tapete da sala, mas infelizmente eu tinha essa porra de perna machucada que tinha começado a me incomodar e atrapalhar na missão de trazer minha mulher de volta. --Mas não fiz esforço.
–-Você andou, ficou em pé muito tempo, fez esforço sim, queria o que?
–-Droga.
–-Momento meio improprio para isso acontecer, mas melhor assim, menos risco de isso ter dado merda.
–-Tá falando sobre a gente transar ou sobre minha perna?
Será que Jane estava mesmo falando que se a gente tivesse transado seria uma merda?
–-Sobre sua perna enquanto a gente transa.
–-Humnm.
Ela estava com um papo diferente, geralmente ela me joga um balde de água fria e acaba com minhas expectativas de ganhar um chamego. A puxei pelo braço a ajudando se levantar.
–-Eu posso dar um jeito nisso, senta e dessa vez não sai daqui.
–-Sim Senhora!
Disse enquanto a olhava nos olhos.
Ela pegou a camiseta, vestiu e subiu logo para o quarto, provavelmente para pegar a caixa de remédios.
O sutien dela estava no chão, próximo ao meu pé, peguei e não resisti em me lembrar do momento em que agarrei os seios dela a fazendo se arrepiar.
–O que foi que houve aqui?
Ela começou a rir tão espontânea quanto quando eu a conheci. --Não sei John. Sua perna dói? Se agachou mais uma vez e deu uma analisada no ferimento.
–-Dói um pouco sim.
Ela deu mais alguns sorrisos, parecia mesmo feliz pelo fato da gente ter se pegado forte daquele jeito.
–-O que houve ai? Perguntei esperando que ela olhasse para mim.
–-Vai sobreviver, agora fica quietinho. Ela limpou o sangue da minha perna, eu sentia suas mãos frias e rápidas me fazendo o curativo. --Prontinho.
–-Sério? Não vou morrer? Tentei descontrair!
–-Bobo. Pode devolver meu sutien?
–-Para quê?
–-Para eu vestir, vai que a campainha toca.
Se sentou ao meu lado, bem colada a mim, Jane estava afim de contato hoje, talvez fosse porque ela fica sensível nesse dias.
–-Sabe Jane, tenho uma fantasia com isso.
–-Fantasia com o que?
–-A gente, pós sexo tendo de abrir a porta para alguém, a pessoa ficando sem graça e ao mesmo tempo pensando no quanto somos sexuais, entende?
–-Humnm, então tá.

Ficamos em silêncio olhando para o nada, ela pousou a cabeça no meu ombro e a mão na minha coxa, dei-lhe alguns beijinhos na cabeça e suguei sua mão na minha. --Não quer continuar de onde paramos? Sugeri ainda fissurado no que tinha rolado.
–-A gente não pode, John.
–-A gente não pode ou você não quer?
Insisti.
–-Sua perna sangrou com mínimo de esforço que você fez e eu você sabe muito bem, quando estou nesses dias fico muito dolorida, John. Eu sabia a resposta.
–E muito excitada.
–-Eu sei, mas é complicado, dessa vez é muito complicado.
Eu a entendia, sexo com menstruação nunca foi um problema para nós, afinal, os chuveiros servem para isso, mas essa perna estava me matando, eu realmente sentia uma dor bem chata e desconfortável nela agora.
–-Tudo bem querida, eu sei esperar.
–-Humnm, bobinho.
Jane tinha uma voz doce.
–-Você ligou para chamar o Alfred para jantar aqui?
–-Acabei me esquecendo, vou lá em cima pegar o celular.
Levantou tão rápido que seu cheiro veio até mim como vento.
–-Não quer seu sutien? Eu disse quando ela começou a subir as escadas.
–-Pode ficar com ele. Se virou e vi seu rosto de safada, aquele rosto mais lindo do mundo.

Jane
Peguei o celular e desci rápido, John tinha deitado no sofá, ainda sem a calça e com meu sutien nas mãos. Eu me senti na poltrona do lado dele e liguei para o Alfred.
–-Oi.
–-Ah, você de novo?
–-Nossa, Alfred.
–-Resolveu aquele seu probleminha na cozinha?
–-Sim, me sai bem.
–-Você sempre se sai, querida.
–-Liguei para te fazer um convite.
–-Humnm, que chique, diga!
–-Porque não janta aqui hoje?
–-E comer sua comida? Deus me livre!
–-Alfred, estou falando sério.
–-Não sei se posso, não sei o horário que saio hoje, vai ter festa aqui no salão do prédio, vou fazer a recepção e tirar aquele extra, sabe como é!
–-Ah, que pena, foi John quem deu ideia.
–-Ah é? Fiquei lisonjeado em ser convidado pelo deus grego ai.
–-Não vem mesmo?
–-Hoje não dá querida, adoraria ir.
–-Não tem problema, marcamos o dia que você puder, só me avisa!
–-Claro.
–-Humnm, já estou com saudades.
–-Falsa!

Gargalhei e pude ver que John também riu comigo.
–-Vou desligar e deixar você trabalhar, qualquer dia desses eu vou ai para buscar minhas coisas.
–-Humnm, então vai voltar para casa do amado.
–-Não é bem assim Alfred, mas não vou entrar em detalhes.
–-Ele ta ai perto, é?
–-Tá sim.
–-Ai que delícia, manda lembranças para ele, por favor.
–-Pode deixar.
–-Quer algo daqui? Hoje eu não consigo levar, mas quem sabe amanhã ou depois?
–-Faria isso por mim?
–-Por você não, eu quero ir ai ver o John!
–-Alfred!
–-Estou brincando querida, pode dizer o que precisa e eu levo, se você deixar eu entrar no seu apartamento, é claro.
–-Pode entrar, ainda não resolvi o lance das chaves, então a porta está aberta. Preciso de pijamas, roupas limpas que estão na cômoda e o que mais você encontrar e julgar importante, confio em você!
–-Certo, eu pego tudo que conseguir e levo para você, não se preocupa.
–-Por favor, não esquece o pijama, porque não ficou nenhum aqui e com esse frio eu não durmo sem.
–-Humnm, eu vou esquecer só para você ter de dormir pelada e grudada no maridão!
–-Por favor, Alfred!
–-Tá bom querida, agora preciso voltar para o trabalho, um beijo e cuida dele direitinho, não deixa faltar nada, nada!
–-Tá bom, pode deixar, um beijo.

Desliguei o telefone e encarei John.
–-Ele não vai poder vir, fechou um evento lá no prédio hoje, mas vamos marcar outro dia desses! Ele mandou lembranças.
–-Alfred é um bom homem, gosto dele, é o único em quem eu confio com você!
–-Nossa John, ele ficaria feliz de ouvir isso, principalmente pelo amor platônico que ele sente por você!
–-Ele já sabe Jane, da última vez que brigamos fui até ele para pedir conselho, porque Edd estava numa fase difícil.
–-Conselho? Não imagino Alfred te dando conselho.
–-Ah, ele é ótimo nisso, tem sensibilidade e sabe lidar bem com você.
–-Sabe lidar comigo?
–-É Jane, ele viveu bastante tempo com você, ele sabe como deve agir, Alfred me ajudou bastante, devo favores a ele.
–-Nunca tinha me contado que tinha uma relação baseada na sensibilidade com o Alfred.
–-Não é nada disso Jane, é que
... John deu uma pequena pausa e mudou a face. --...é que às vezes eu me perco, não sei como lidar com a situação sem machucar você ou sem piorar as coisas, e como você e Alfred se dão tão bem e Jas não gosta de mim, ninguém melhor que ele para me ajudar, entende?
–-Tudo bem querido, não precisa se explicar.
–-Então somos só nós dois, se importa se a gente pedir uma pizza?
–-Acho uma ótima ideia, estou com preguiça de ir para cozinha.
Comemorei por dentro porque não tinha a mínima ideia do que preparar para o jantar.
Comemos pipoca enquanto víamos um filme, John me deu um espaço no sofá bem ao lado dele e ganhei até uma massagem no pé enquanto assistíamos juntos.
–-Quer subir e tomar um banho?
–-Se eu subir não posso mais descer, não é?
–-Em termos sim, porque tenho medo de quando você for descer acabar se machucando.
–-Vamos subir depois do jantar então, deixa eu me sentir normal só mais um pouquinho.
–-Não fala assim, você é normal, só que eu tenho medo de você cair da escada.
–-Tudo bem querida, você tem razão.
–-Vamos pedir a pizza?
–-Pode pedir a que você gosta.
–-Ta bom!
Sorri e levantei pegando o telefone. --Porque a gente não sai para comer?
–-Pode ser, bom que dou uma saída antes de ficar trancado no quarto no andar de cima..
–-Para de falar assim John, quer ou não quer comer fora?
–-Quero muito!
–-Então vou me vestir e trazer uma roupa para você, fica aqui, vou ser rápida.
–-Não vou muito longe mesmo.
–-Não pode sair daqui, entendeu?
–-Tá bom, anda logo então.

Olhei bem para ele, encarei com severidade porquê queria que ele me levasse a sério, não queria que ele saísse andando e acabasse se machucando ainda mais.
Subi e me troquei o mais rápido possível, peguei uma calça e um suéter para ele. Desci e ele estava sentado todo torto no sofá, parecia entediado e quando me viu até bufou como se sentisse raiva.
–-Eu te ajudo. Me ofereci com as calças dele na mão.
–-Me da a blusa que eu já visto. Passei a calça pela perna machucada dele e subi até a coxa, ele se levantou e terminou de vestir. --Queria passar um perfume.
–-Eu pego para você lá em cima, senta ai.

Subi correndo para pegar o perfume, peguei minha bolsa e mais um casaco para ele.
–-Não estou com tanto frio assim.
–-Não precisa vestir agora, só para o caso da gente precisar.
–-Sente aqui
. Ele me segurou pelos braços me puxando para mais perto para que eu sentisse seu cheiro.
–-Seu cheiro é bom. Toquei o pescoço dele e me aproximei mais para sentir o cheiro mais de perto.
–-Seu cheiro é bom e sinto saudades.
–-Eu estou aqui, John.
–-Você está aqui mesmo, querida?
–-John!
–-Esquece. Vamos?

Positivei com a cabeça. Fomos até o carro, eu tentei ajudar o máximo que pude, mas ele estava andando bem com as muletas, eu abri a porta do carro e o ajudei a colocar a perna lá dentro.
Entrei, coloquei o sinto e apertei o botão para abrir o portão da garagem.
–-Quer sentir meu cheiro, John?
Ele virou o rosto me olhando meio desconfiado. Deu de ombros e se aproximou, me aproximei dele e abri o casaco deixando todo meu pescoço a mostra. Ele se aproximou e puxou o ar, eu sentia sua respiração quente na minha pele. Ele se aproximou mais e me deu um beijo no pescoço me fazendo arrepiar dos pés a cabeça. Eu pousei a mão na cabeça dele sentindo seu cabelo curtinho.
–-Assim você me enlouquece. Sussurrou no meu ouvido e depois endireitou-se no banco ao meu lado colocando o cinto.
Dirigi devagar, John ligou o som e não conversamos o caminho todo. Ele parecia feliz e sempre cantarolava trechos das músicas.
–-Pizza? Quebrei o gelo.
–-Para mim pode ser qualquer coisa.
–-Não sai preparada para nada sofisticado.
–-Esta linda, não se preocupe com isso.
–-Obrigada, mas você quer comer o que, querido?
–-Já disse que qualquer coisa.
–-Então eu quero pizza.
–-Ótimo!

Paramos na pizzaria de sempre, entramos e logo decidimos pela pizza de sempre.
–-Precisamos inovar, John.
–-Eu sei, a gente tenta, mas não resiste a de sempre!

Aguardamos uns 20 min e a deliciosa pizza de picanha cremosa chegou, pude ver os olhos de John brilharem, ele ainda era aquele John do começo do relacionamento, doido por carne e cerveja, até dei uma podada nisso, mas ele não perdeu as origens, não era tão ruim assim, a não ser quando ele planejava churrascos e as coisas saiam do controle porque ele bebia demais.
–-Querida, você está bem? Estou te achando tão distante.
–-Só estou um pouco cansada.
–-Talvez não tenha sido uma boa ideia sair.
–-Eu queria sair, é sério!
–-Então come mais um pedaço e a gente vai embora.
–-Estou cheia, come você, sei que você gosta.
–-Vou comer mesmo.
Ele sorriu e aqueles olhos azuis enormes brilharam olhando para o pedaço de pizza.

John
Comi o mais rápido que pude e pedi ao garçom que embrulhasse os pedaços, nada melhor que pizza no café da manhã.
Jane parecia exausta, então nem o som do carro eu liguei. Fiquei quieto e arrisquei olhar para ela algumas vezes.
Quando chegamos em casa eu me senti culpado porque ela poderia estar indo para cama descansar, mas ao invés disso, teríamos de subir as escadas, e eu não conseguia isso sozinho e ainda tinha o banho, que talvez fosse algo complicado.
–-Já te expliquei, primeiro a muleta, depois a perna boa.
–-Tá achando que é fácil?
–-John, estamos indo bem.
–-Minha perna dói muito, Jane.
–-John, por favor, não dificulta as coisas, estou com uma cólica horrível e meu corpo também dói.
–-Tá, desculpa amor, vamos subir o resto então.

Quando subimos o último degrau comemoramos juntos, nos abraçamos calorosamente e fomos para o quarto. Ela me ajudou a tirar a roupa e entrou no box comigo usando calcinha e sutien.
Não quis fazer nenhuma pergunta e também não falei mais nada, ela estava me ajudando tanto que era injusto ficar incomodando, ainda mais com essas dores menstruais que eu tinha conhecimento de serem terríveis, já vi Jane chorar algumas vezes por isso, aliás, era uma das únicas coisas que a deixava vulnerável e ainda mais frágil.
Vesti uma camiseta e uma cueca e deitei na cama, Jane desceu e pegou a caixa de remédios com gaze e algumas pomadas para fazer curativos nos pontos. Aquelas mãozinhas delicadas mais uma vez fizeram uma belo trabalho, porque eu podia colocar a coberta na perna sem ter o risco de enroscar e me ferir ainda mais.
–-Aprendeu isso onde, querida?
–-Corpo da paz!
–-Ficou incrível, muito obrigada.
–-De nada, agora fica aqui, vou pegar água para deixar na beira da cama, vou me trocar e já volto.

Ela ainda vestia um roupão e ficava a todo momento arrumando um jeito de sair do quarto, eu sabia que ela não dormiria comigo.
–-Jane, sei que a gente ainda não conversou e nem fizemos as pazes, mas também sei que quando você está com essa cólica, dormir bem quente e junto comigo te faz bem e você já me disse até que alivia, então, se você quiser dormir aqui comigo, eu não...
–-John, talvez não seja bom pra sua perna.
–-Não vou insistir, mas acho que também tá precisando de cuidados.
–-Eu vou ficar bem, não se preocupe.

Ela saiu e retornou vestida com um hobby tentando esconder o que vestia por baixo, deixou água na mesinha de cabeceira e me deu um beijo na testa.
–-Qualquer coisa você me chama, pode me ligar ou pode até mesmo me gritar, estou aqui do lado.
–-Obrigado Jane, e toma um remedinho para essa cólica e se aquece bastante.
–-Pode deixar, boa noite.
–-Boa noite, meu amor.

Ela sorriu e saiu fechando a porta.
Virei para o lado e fechei os olhos, imaginei ela dormindo naquela cama enorme que era a nossa cama, com aquele corpo frio e ainda por cima sozinha, acho que dormi, mas fui interrompido depois de algum tempo.
–-John, ainda me deixa dormir aqui? Ela vestia uma camisola preta linda que dei a ela talvez no dia dos namorados, só não lembro quando.
–-Claro!
Ela veio meio sem jeito e se deitou ao meu lado, com a barriga encostada em mim e um dos braços no meu peito. Fiquei fazendo carinho no cabelo dela.
–-Eu posso cuidar de você sem segundas intenções.
–-Ainda bem, porque meu útero está me matando.
–-Calma que já já acaba.

Ela respirou fundo no meu pescoço.
–-Você disse sem segundas intenções, não é?
–-Sim.
–-Se importa de dormir de conchinha então?
–-Boba, eu sei me controlar!
–-Não parece!
–-Só que na maioria das vezes eu esqueço.

Ela sorriu e depois ficou de lado e me abracei a ela, massageando sua barriga, sentindo suas pernas geladas nas minhas e não resistindo aquela nuca despida e cheirosa cobrindo-de beijos.
Quando acordei ela ainda dormia aninhada a mim, parecia bem mais leve do que na noite anterior, lhe dei um beijo na testa e fiquei apenas a olhando dormir. Eu estava doido para usar o banheiro, mas não queria acordá-la. Fiquei lá quieto até a mão dela se mexer no meu peito.
–-Bom dia.
–-Bom dia, John.
–-Dormiu bem?
–-Sim e você?
–-Também.
–-Sua perna não doeu nada?
–-Essa noite não, mas acordei com ela latejando, começou a doer um pouco e está insuportável.
–-Vamos comer alguma coisa e te dou os remédios.
–-Preciso usar o banheiro urgente.
–-Porque não me acordou, John? Ficou ai segurando.
–-Queria que você descansasse o máximo.
–-Agora acordei, vai logo para o banheiro.
–-Eu vou. Dei um beijo na testa dela e me levantei indo ao banheiro.
–-John, vou preparar o café, volta pra cama, tá bom?
–-Sim Senhora.


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Notas finais do capítulo

Xo Jolies



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