O início ou o fim? escrita por escritoraanonima


Capítulo 4
Desabafo


Notas iniciais do capítulo

Oiii genteeee!! Voltei!!!

Pessoal quero agradecer a crazy bitch e a fics por favoritarem a fic! Muito obrigada!! s2s2s2

Sim, eu deveria ter postado ontem. Porém este capítulo ficou bem grande e eu demoro pra revisar, consequentemente demorei pra postar.

Bom, este capítulo está triste e finalmente vocês vão descobrir TUDO!!! Ou quase Tudo??? Sobre o que houve entre João e Bianquinha!!

hahahaha estão felizes? Porque eu estou!!!!

Boa Leitura, amores! Encontro vocês lá embaixo.



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Não sabia se tinha feito a escolha certa, desde que tive aquela conversa com a K eu não parava de pensar que talvez ela tivesse razão. Eu fugi por tempo demais, deixei tudo pra trás e, além disso, estava sendo tão dura com todos. Com a Bruna por nunca conhecer o pai e o avô. Com a Karina por privá-la todos esses anos de viver seus sonhos. Estava sendo dura comigo mesma. E involuntariamente com todos que deixei pra trás.

O Brasil não havia mudado em nada, mas parecia que havia se passado uma eternidade desde a última vez que estive no Rio. A saudade não cabia no coração. E o medo também não.

Eu sabia que voltaria a vê-lo rápido e era esse o meu maior medo. Parei para olhar a minha volta por um instante e percebi que todas as minhas roupas estavam em Nova York. Isso era bom. Eu poderia voltar quando quisesse, mas ao mesmo tempo era ruim afinal o que eu e Bruninha iríamos vestir? Milhões de ideias se passaram pela minha cabeça.

– K, vamos passar no shopping antes de ir?

– Nossa Bianca! Credo...!! Mal chegou ao Brasil e já retomou aos velhos hábitos.

– Não é isso, K! Mais percebeu que eu e a Bruninha não temos roupa alguma?

– Puts, é verdade! Então vamos.

Fiquei feliz que ela não questionou muito, a verdade era que eu queria adiar ao máximo a chegada. Sei que uma hora ou outra não teria como, mas pra mim quanto mais longe estivesse esse momento mais tranquila eu ficava.

Fizemos um ótimo passeio no shopping, compramos uma mala grande pra mim com a Bruna, roupas, sapatos e tudo o que iríamos precisar para passar pelo menos um tempo no Brasil. Aproveitamos e demos uma passadinha no salão e seguimos pra ‘’casa’’.

Era estranho falar sobre a nossa antiga casa como casa, sei que é difícil de entender, mas durante cinco anos eu realmente senti que meu aconchegante apartamento em Nova York fosse a minha casa. Porém eu também não conseguia me referir a essa casa do Rio como algo diferente de casa. Dá pra entender? Era estranho estar voltando.

K e Bruna pareciam estar se divertindo mais do que nunca, desde o avião até o trajeto que nos levaria de volta a nossa antiga vida. Eu ficava feliz pela felicidade delas.

Acredito que há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la dentro de si mesmo sem atuações. Deixá-la escapar pelo nariz, pelos olhos, vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.

Quando o táxi estacionou, toda a coragem que eu reuni durante o caminho se foi. O medo me invadiu e tudo o que eu desejava naquele momento era voltar no tempo e nunca ter entrado naquele avião.

Mas eu já estava ali, não dava mais pra fugir. Resolvi parar de me esconder, eu iria voltar a ser forte de novo, tinha problemas para resolver no Brasil. Reuni novamente todas as minhas forças e carregando Bruna no colo segui em frente.

Tocamos a campainha e pareceu uma eternidade até que a Dandara viesse atender. Quando ela abriu a porta pareceu estar em choque, lágrimas brotaram em seus olhos ao mesmo tempo em que um sorriso iluminou seu rosto.

– Meninas! Oh meu Deus, são vocês mesmo? – correu e nos deu um abraçou apertado. – Eu não acredito! Entrem! Entrem!

Entramos e senti nossa vida estar de volta. Toda a vida maluca e cheia de emoções estava ali de novo só esperando que atravessássemos a porta.

– GAEL! GAEL! OLHA SÓ QUEM VOLTOU! – Dandara gritou.

Meu pai veio correndo, e quando nos viu ali não conseguiu conter as lágrimas. Chorou. E nos abraçou apertado. Aquele dia estava uma grande mistura de sentimentos, de emoções, de arrependimentos, eu sabia que esse dia ainda não havia acabado muito mais estava por vir.

Conversamos um pouco, eu e a K contamos pros dois tudo o que podíamos. Em respeito a mim não falamos o porquê de termos partido e embora eles perguntassem sempre fugíamos do assunto. Meu pai não ficou nada feliz em saber que eu e o João tivemos uma filha.

Era a primeira vez que eu pensava o nome dele em todos esses cinco anos, e imaginar que ele poderia entrar por aquela porta a qualquer momento me dava calafrios.

Mesmo com todo o stress de saber sobre a Bruna, meu pai não resistiu aos seus encantos e logo já era todo amores com a neta que adorava ser paparicada. Não queria nem ver quando essa menina arranjasse um namorado, Mestre Gael ia ficar pior que quando foi comigo a K. Pensar assim me fez sorrir.

A atmosfera estava feliz no apartamento. Todos conversavam animadamente e contavam sobre suas vidas durante aqueles cinco anos.

Dandara e Gael estavam esperando um filho quando partimos. E a Dandara perdeu, porém recentemente descobriram que ela estava grávida de novo e claro, desta vez eles estavam tomando muito cuidado com tudo.

– MAS O QUE?

Todos nós paramos ao ouvir as vozes do João e do Pedro ecoar pelas paredes do apartamento. Eu gelei.

– João meu filho... – Dandara começou – senta aqui que a gente precisa conversar.

– Esquentadinha?

– Cabeludinho! Que saudade! – Karina pulou em seu pescoço o abraçando.

– Epa, epa! Sem saliência na minha sala! – Papai protetor (como sempre) gritou.

– Ai pai, deixa disso! Pedro será que podemos conversar lá fora? Eles precisam resolver uns assuntos, e a gente também.

Eles saíram e deixaram quatro adultos tensos e sem saber exatamente o que dizer pra trás. A única que estava toda feliz e saltitante era a Bruninha.

– Mamãe! Mamãe! Quando é que eu vou conhecer meu papai? – Bruna falou toda feliz e pulando no meu colo

– Mamãe? – João perguntou confuso.

– Filha, fica quietinha agora. Precisamos conversar sério.

Isso fez com que a Bruna parasse e como se entendesse o que eu falei se aninhou em meus braços e ficou quieta. Resolvi acabar com o silêncio e despejei tudo. Tudo o que eu sentia desde que havia partido.

– Algumas coisas aconteceram para eu e a Karina partir. Mas houve apenas um motivo. Eu estava fugindo. – todos olharam pra mim como se eu fosse louca, mas não me abalei e continuei. – Eu já sofri muito pelo Duca e por toda a história que tivemos juntos, e quando eu comecei a namorar o João era um sentimento diferente sabe, tudo estava ocorrendo bem diferente do que eu previa, porque com o João eu sentia que podia ser eu mesma. Entreguei-me de corpo e alma pra você. Mas você jogou isso fora. Jogou fora como se nada do que havíamos vivido valesse à pena. Eu não suportava mais olhar pra você e não suportaria ter que conviver com você, então eu parti. – terminei já entre lágrimas, João olhava pra baixo e percebi que ele sabia do que eu estava falando – Tudo começou quando eu descobri que estava grávida da Bruninha, foi uma notícia impactante, eu não sabia direito o que fazer, mas a primeira coisa que se passou pela minha mente foi contar pra você. E tudo o que você me deu em troca foi se declarar pra Vicky em praça pública como se eu nunca tivesse existido. – estava esgotada não conseguia mais falar, eu só gostaria de ficar sozinha, me esconder, fugir como todos esses anos – Você me quebrou. Mas eu estou esgotada, não consigo mais falar sobre isso. Pelo menos não hoje, eu preciso ficar sozinha e amanhã terminamos a conversa.

– Bianquinha... – João começou.

– Não me chama assim. – falei – Dandara será que você poderia me emprestar a chave do seu antigo apartamento?

Senti que meu pai iria protestar, mas entendeu que era o melhor.

– Claro querida. Tome.

Peguei a Bruna, minhas malas e fui. Não aguentava mais ficar ali, sei que não poderia mais fugir, mais estava esgotada de tudo. Entrei no apartamento e fiz a Bruna dormir. Tomei um banho bem quente e também deitei para descansar. E pela primeira vez, em cinco anos, eu dormi.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto com ele e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nós voltaremos, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre. Há outra parte de mim que gostaria de conhecer uma nova pessoa. Seria mais fácil fazer isso porque amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de você. No entanto, este é o paradoxo: Embora sinta muitíssimo a sua falta, é por sua causa que não temo o futuro. Porque você foi capaz de se apaixonar por mim, deu-me esperança, meu querido. Ensinou-me que é possível seguir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que tenha sido a nossa dor. E à sua maneira, me fez acreditar que o verdadeiro amor não pode ser negado.


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Notas finais do capítulo

EAIIII, MEU POVO?!?! O QUE ACHARAM?!

Sim, esse capítulo ficou grande! E confesso que fiquei com um pouco de medo de ter ficado confuso, mas espero que vocês tenham gostado.

Só pra resumir ISSO NÃO FOI TUDO QUE ACONTECEU PARA A BIANCA IR EMBORA, é o resumo. Na verdade, é tudo o que a Bianca sabe, mas claro que tem muita coisa por trás. Se tem Vicky, tem armação com certeza, não é minha gente?

Vocês ficaram com raiva do João? EU ESTOU COM RAIVA DELE! Mas se acalmem porque vem muito mais coisa por aí...

Enfim, comentem se gostaram ou não, o que acharam, deem sugestões e até o próximo capítulo!!

Beijinhoooooos! :*



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