Pov James
Preciso descobrir por que essa mulher a odeia tanto, e por que Lene parece tão frágil, mas com sempre seu sorriso doce e inocente.
– Então, já que acabamos, eu preciso ir , não gosto de deixar a Lisa sozinha, ainda mais agora que o bebe está quase nascendo - diz Brad com os olhos brilhando
– Oh, mande um abraço pra ela por mim, Brad, se puder - diz Lene sorridente
– Claro que mando, enfim, já estou indo, tchau cara - ele diz se levantando e eu faço o mesmo e logo em seguida me dá um abraço
– Tchau - respondo simplesmente e o vejo sair porta a fora
– Eu também já vou - diz Lene
– mas já? - digo um pouco decepcionado - queria conversar mais algumas coisas com você - e ela me encara surpresa
– desculpe James, mas eu preciso ir e começar a arrumar as minhas coisas, vou pra casa da Mary hoje - ela diz
– Sobre isso.. Lene, eu acharia melhor se você se mudasse pra aqui - digo e ela arregalha os olhos
Pov Lene
O que? Morar com o James? fiquei muito confusa agora
– Como? mas ..por que? - pergunto
– Minha família não vai acreditar que arrumei uma namorada .. ou pior .. uma noiva em 2 meses .. vou dizer a eles que estamos juntos a 1 ano que é um tempo aceitável já que vamos nos casar daqui há 3 meses - diz ele
– Nossa .. mas eu vou atrapalhar a sua privacidade, James .. não quero incomodar - digo e ele me olha com um rápido brilho nos olhos que nunca vi antes
– Lene, você vai morar comigo por 4 anos, então é melhor se acostumar logo .. e o natal já está chegando ..e vou te anunciar como minha noiva no dia da ceia - ele diz calmamente se sentando no sofá
– Você vai me levar pra uma ceia de Natal? - pergunto um pouco nervosa, não que eu não tenha modos, eu sei me comportar nesse tipo de ocasião, pois sempre ficava em pé na sala de jantar, enquanto Dominique fazia suas refeições, então sei essas coisas de etiqueta, mas, eu nunca comemorei o natal, não sei nem o que eles fazem numa ceia, só sei preparar as comidas, pois eu era obrigada a ajudar aqueles chefes metidos que minha tia contratava, e depois de exausta de tanto conzinhar e limpar, depois que eu jantava, sempre na cozinha, ela me mandava ficar no quarto.
– Sim , Lene, tem algum problema com isso? - ele me pergunta com uma sobrancelha erguida e como Dominque está morta não preciso ter medo da verdade agora
– é.. é que .. eu não tenho roupa pra esse tipo de ocasião, James - digo de cabeça baixa - e eu tenho medo de não saber me comportar em um evento desses
– Não se preocupe, a Maria, minha governanta pode te ajudar a comprar roupas pra você - ele diz
– Mas não quero que você fique gastando dinheiro comigo - digo indignada e ele sorri de canto
– você será minha esposa, Lene, e terá que se acostumar com luxo e presentes - ele diz
– Não ligo pra isso - digo e ele sorri novamente e ergue minha cabeça com sua mão e fico paralisada pois nossos olhares se encontram
– Eu sei - ele diz me encarando intensamente, o que está acontecendo aqui? , sinto minhas bochechas começarem a esquentar e logo me afasto
– Eu ... eu preciso ir, James - digo me despedindo de Apolo com um carinho e indo em direção a porta
– ok, e Lene .. sobre se comportar no jantar de natal .. você foi criada no luxo então obviamente sabe etiqueta - ele diz ao meu lado
– Sim, eu sei me comportar, mas o que eu quis dizer ..foi .. foi que ..- não consigo terminar, ele não vai acreditar em mim
– Foi o que? - ele me encara curioso
– Deixa pra lá .. você vai rir de mim - digo já quase saindo mas sinto uma mão em meu braço de repente e sinto um pouco de dor já que se não fosse pela maquiagem daria pra ver as marcas roxas das agressões de Dominque
– Me diz, não vou rir de você - ele diz sério
Pov James
O que ela tanto receia de me dizer?
– Tá .. é que eu .. - ela respira fundo e desvia o olhar para o chão, ela sempre faz isso quando parece estar nervosa ou envergonhada - eu nunca comemorei o Natal, então por isso tenho medo de fazer vexame na ceia, pois eu nunca estive em uma
Meu coração se aperta nesse estante, não compreendo .
– Mas .. Lene .. me explica isso melhor .. como isso é possível? - digo desnorteado
– Dominique me proibia, ela me trancava no sótão .. quer dizer .. no quarto - ela corrige rapidamente nervosa
– Mas por que essa maldade toda? - digo irritado e com os punhos fechados com essa mulher, ainda bem que já morreu
– Depois eu te conto a história, como já disse é um pouco longa, vou em casa, arrumo minhas coisa e volto pra cá, então eu te conto tudo que quiser saber - ela diz
– Tudo bem, mas eu te levo lá, já dispensei o motorista e já está anoitecendo - digo e ela só afirma com a cabeça
Nunca quis tanto que o tempo passasse mais rápido do que como esse dia, quero saber tudo o que ela me esconde, pois ela já é uma amiga pra mim .. e bem lá no fundo .. sinto que não vai demorar muito para eu sentir algo a mais por ela.
Passa -se mais de meia hora, quando finalmente chegamos na mansão, e logo descemos e um senhor de terno e gravata vem em nossa direção
– quem é você? - ela aponta pra Lene
– Sou a sobrinha de Dominique - diz Lene
– Aaah .. é você - ele a olha com um olhar de nojo que me seguro para não quebrar a cara desse babaca
– Sim, é ela, algum problema com isso ? - digo com meu tom desafiador e ele demonstra um pouco de medo
– Não .. só saiba, querida, que você tem até amanhã cedo para ir embora daqui, a casa já foi vendida e os novos donos chegam amanhã - ele diz
– Eu sei .. só vim pegar minhas coisas .. - ela diz
– Muito bem - ele diz e lança mais um olhar de nojo pra ela mas logo vai embora pois se assustas com meu olhar fuzilador que lanço pra ele
– Idiota - murmuro e Lene dá uma risada que me deixa feliz
– Não ligue pra isso, James - diz ela enquanto adentramos na casa
– Mas ele te tratou mal, isso é inaceitável - digo ainda irritado
– Como se ele fosse o primeiro que faz isso .. - ela diz baixinho esperando que eu não escutasse
– O que disse? - fingo
– Nada não - ela diz rapidamente e fico com aquilo em meu pensamento, quem ousou destratar ela no passado?, se eu encontro essa pessoa, irá se arrpender
Subimos para o segundo andar e logo avistamos a grande escadaria que leva pro sótão e chegamos no seu quarto/sótão ela vai em direçaõ ao armário jogando as roupas dentro de uma mala mediana e ao mesmo tempo joga alguns livros numa mala menor. Me sento na cama e só a observo e em questões de minutos ela já se senta ao meu lado
– Pronto - diz
– Só isso? - pergunto apontando pra mala, como que cabem tudo nessa mala mediana?
– Nunca tive muitas coisas .. - ela diz suspirando - então vamos?
– Vamos - me levanto pegando sua mala numa mão e entrelaçando nossos dedos em outra, e ela se surpreende tanto como eu no que parece, uma sensação de choque que percorre meu corpo depois desse ato, me viro para encará la e ela está corada .. e sempre fica linda assim
Descemos em silêncio e no caminho de volta ela liga para a Mary e explica sobre o nosso trato e dou graças que a velha jura segredo e compreende
– Tá, vou me cuidar, sim, Mary, eu te aviso se o James aprontar - ela diz gargalhando e eu me vejo hipnotizado por esse sorriso, e gosto de vê la assim - ok, tchau
– Desculpe por isso .. eu e Mary nos apegamos muito - ela diz envergonhada
– não se desculpe, minha fama não é uma das melhores - digo
Estaciono o carro na garagem e subimos o elevador em silêncio, e quando entramos no apartamento damos de cara com Maria acariciando Apolo
– Olá! você deve ser a escolhida! meu anjo, você é muito bonita! - diz Maria com um sorriso enorme, reviro meus olhos mas ela tem razão, ela é realmente muito bonita, como um anjo, meu anjo .. espera . o que está acontecendo comigo?
– Oi, obrigado pelo elogio, me chamo Marlene Jones, mas a senhora pode me chamar de Lene - diz Lene, educada e doce como sempre
– Não precisa de formalidades comigo, e me chame de Maria - diz Maria com a mesma expressão encatanda de Brad, Lisa e até meu pai
– Ok - ela diz, sempre tímida
– Então, Lene, venha, vou te mostrar o nosso quarto - digo e ela me encara com surpresa
– Eu vou preparar o jantar - Maria diz, e sai
– James .. nosso quarto? - ela diz um pouco apreensiva
– Sim, Lene, eu sei que é estranho pois somos só amigos, mas minha mãe vive me fazendo visitas inesperadas e ela com certeza ia desconfiar de um casal que dorme separado
– Mas .. eu já disse que não quero incomodar e nem tirar sua privacidade - diz ela sempre corada
– Você não vai incomodar, tenha certeza disso - digo e ela suspira e concorda a cabeça
Chegamos ao meu quarto e ele é grande com uma cama de casal com lençóis escuros, banheiro suítes grande também, e um amplo closet do lado, levo ela até a uma parte do closet
– Pode colocar suas coisas aqui - digo
– Toda essa parte do closet pra mim? , não precisa, minhas coisas cabem em duas gavetas - ela diz sorrindo fraco e isso me incomoda
– Claro que pode, e comprarei mais roupas pra você - digo
– obrigado .. mas nada muito caro ok? - ela me encara e dou um sorriso pois ela é tão boa
– Tá bom, vamos jantar então? - digo e ela assente
Vamos em direção a sala de jantar e percebo que ela parece pensativa, como se estranhasse algo. Nos sentamos na mesa, e Maria nos serve, uma deliciosa lasanha, e Lene encara com os olhos brilhando
– Gosta de lasanha, lene? - pergunto curioso
– Sim, e sempre gostei de preparar também - ela diz se deliciando na comida
– Sabe cozinhar? - pergunto surpreso
– Sei .. - ela diz com um sorriso mas um brilho de dor no olhar
e quando ia perguntar o motivo daquele olhar meu celular toca e rapidamente atendo
– Brad? pode falar - digo
– VAI NASCER, JAMES! minha filha vai nascer! - ele diz nervoso mas sinto seu sorriso até do outro lado da linda
– Me diz em que hospital que vocês estão que vou pra ai agora! - digo e Lene me observa curiosa
– No Saints Hospital - ele diz
– To indo pra ai - digo
– Valeu irmão, tenho que ir - ele desliga
– Lene .. me desculpe por interromper o jantar, mas a Lisa entrou em trabalho de parto e preciso conhecer minha afilhada, mas você pode continuar o seu, a Maria te faz companhia - digo
– Eu posso ir com você? - ela pergunta receosa - sei que não sou da família mas eu adoro bebes - ela diz com os olhos brilhando
– Claro que pode, e você é da família, Lene, mesmo sendo minha esposa de mentira - digo pegando a chave do carro mas ela me surpreende com um abraço apertado
– Obrigado, James, você está me dando uma coisa que nunca tive - ela me solta e vejo que está com os olhos marejados
– E o que é? - pergunto

– Amigos