The past escrita por Paola Cristine


Capítulo 27
Capitulo 9 – Desfecho


Notas iniciais do capítulo

Terceiro ano da Kaya acabando e vocês ainda não comentaram nada. Mas ai está um presentinho da Tia Paola pra vocês.



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Encontrei as garotas em meu quarto, inclusive Anne, ela estava aterrorizada por causa do que havia visto, e depois de algumas horas ela continuava a falar:

— Que horrível, Diggory não merecia isso, ele era tão bom, ele adorava agradar Cathy e Cady.

— Anne, calma, agora já não há mais nada a se fazer! – Falei e ela suspirou e sentou ao meu lado na cama – Como estão Cathy e Cady?

— Arrasadas, elas adoravam ele, falavam que ele dava doces a elas sempre que voltava de Hogsmead.

Abracei ela e ficamos assim até que em alguém bateu na porta, corri para abri-la e me surpreendi ao ver a pessoa que estava parada ali.

— Lu-Luna?

— Oi Sanchez – sua voz saiu um pouco tremula – me pediram para entregar isso.

Ela estendeu um pedaço de pergaminho e as meninas ficaram olhando.

— Quem pediu Luna? – Perguntei, mas ela já havia saído pelo corredor.

— De quem é o bilhete Kay?

— Não sei Anne.

Abri o bilhete com cuidado.

Kay,

Potter está bem, não se preocupe. Venha até minha sala para conversarmos, preciso muito te contar algo.

S.S

— Preciso sair – falei pegando um casaco – depois conversamos.

— Kay, está tarde, se pegarem você andando nos corredores a essa hora pegará uma detenção.

— Eu preciso ir Beth, darei um jeito de não encontrar ninguém.

— Onde é que você vai? – Anne perguntou.

Sai correndo, sem dar mais respostas.

Andei rápido, mas prestando atenção para não fazer barulho, até que vi a velha gata de Filch.

— Shh, sai gatinha, se Filch me pega eu...

— Você o que Sanchez?

Fiquei paralisada, ele estava em pé do meu lado, com um sorriso que dizia que eu com certeza ganharia uma detenção.

— Não acha que está tarde para sair do salão comunal? Vamos, eu verei que detenção ganhará.

Eu sabia que ganharia minha primeira detenção, nem Beth que vivia aprontando tinha levado uma, Severo iria ficar tão decepcionado.

— Filch? O que Sanchez faz aqui?

Reconheci aquela voz imediatamente.

— Ah, professor Snape, ela estava andando pelos corredores, e não me disse o porquê.

Encarei Filch, como ele podia dizer isso, nem deu chance de me explicar.

— Deixe-a comigo, levarei direto ao Flitwick.

Muito a contragosto Filch nos deixou ir.

— Me siga – Severo disse olhando o zelador virar o corredor.

Segui-o até sua sala, assim que entramos ele fechou a porta.

— Você não pensou que ele poderia apanha-la fora da cama?

— Sim, quando encontrei aquela maldita gata tentei espanta-la, mas ele já estava ao meu lado!

— Tudo bem - ele disse se acalmando – a culpa é minha, não especifiquei que poderia vir amanhã.

— Severo – encostei minha mão em seu braço – o que houve?

— Kay, você tem que entender que as coisas estão ficando muito perigosas.

— Como assim?

Ele baixou os olhos e suspirou.

— Ele voltou Kay.

— Ele quem?

— O Lord das Trevas, foi ele quem matou Diggory!

Ele parecia beirar o desespero, e isso me assustou, sabia que você-sabe-quem era a pessoa que mais deveria temer.

— Ah meu Deus, Severo! Ele vai tentar chegar até Harry Potter!

— Ele já tentou. O professor Moody, não era ele mesmo, e sim um dos comensais da morte, um dos seguidores do Lord das Trevas.

— Como sabe disso Severo?

— Depois de você dizer que viu Moody levar o Potter para o castelo, eu avisei a Dumbledore e fomos até a sala dele, onde depois de tomar Veritasserum ele disse tudo – ele ficou em silencio.

— Severo? O que é que não está me contando.

— Na-nada Kay.

— Por que você não o chamou de você-sabe-quem? Por que o chamou de Lord das Trevas?

— Kay, não...

— Severo, o que está me escondendo?

Poderia ser minha imaginação, mas pareceu que seus olhos se encheram de lagrimas.

— Kay, por favor!

— Eu é que peço Severo!

— Eu fui um deles! – Ele gritou.

Senti algo apertando meu coração, não podia ser verdade.

— Voc-você foi um comensal?

— Eu pedi para vir aqui para pedir que tome cuidado, já que agora o perigo está mais perto e não para falar de minha vida – o modo como ele falou, deu a entender que ainda seguia nisso.

— Você foi ou é um deles?

— Kaya!

— Responda Severo! – Senti as lagrimas caindo devagar por meu rosto.

— Eu não posso Kaya.

— Por que não?

— Pela sua segurança, se descobrirem sobre você, eles viram aqui para te pegar Kaya.

— Eu sei me cuidar sozinha!

— Não, você não sabe! Acha que um feitiço estuporante pode parar Voldemort? Que com o conhecimento que você tem sobre magia, conseguiria sair viva caso ele lhe lançasse a maldição da morte? Não Kaya! Você não sabe se cuidar sozinha!

— Me responda! – Gritei.

— Fui, eu só fui um deles, agora estou totalmente do lado de Dumbledore! Satisfeita?

— E porque eu não estou segura sabendo disso?

— Porque o Lord das Trevas acredita que estou ao lado dele. Se eles souberem que eu tenho um tratamento diferente com você, vai imaginar que saiba algo, e pode acabar te usando para me atingir. Ainda mais você sendo... uma nascida trouxa. Prometa que ninguém saberá disso.

— Eu prometo Severo.

— Onde fica seu salão comunal mesmo?

— Torre oeste.

— Vamos eu levo você.

E depois disso ele me deixou na porta do salão comunal, assim que cheguei em meu quarto Anne correu para me abraçar.

— O que foi? – Perguntei.

— Ela estava achando que tinham feito com você o mesmo que com Diggory. – Beth respondeu.

Eu suspirei, dei um beijo na testa de Anne e fui até minha cama.

— Onde estava? – Vic perguntou.

— Andando.

— Com quem estava? – Anne disse.

— Com ninguém.

— Olha Kay, nós nunca duvidamos de você, mas dessa vez não tem como acreditar, você recebeu um bilhete de alguém e saiu correndo, logo depois de tudo o que aconteceu. E você sempre desaparece sem nem dizer onde vai, isso desde que entramos aqui, tudo bem, no primeiro e segundo ano você tinha “aulas extras” de poções, mas este ano não tem desculpa. E sabemos que não estava com Andy. Agora, nos deve explicações – Beth falou autoritária.

— Eu só fui a biblioteca, precisava parar de pensar em tudo o que aconteceu, e o bilhete, era só uma pequena carta de Ariana que alguém achou e me devolveu.

Elas me olharam como se soubessem que menti, mas eu apenas dei boa noite e deitei para dormir. Estava quase pegando no sono quando senti alguém deitar-se ao meu lado.

— Sei que pode já estar dormindo Kay, mas eu e as meninas só estamos preocupadas, não sabemos onde vai a cada vez que some. Boa noite – Anne sussurrou.

—//-

Mais de um mês havia passado e Dumbledore não havia dito nada sobre o acontecimento do torneio, exceto quando pediu para que não incomodássemos Harry Potter com perguntas sobre o que houve. Víamos todos os dias uma Cho desconsolada, e como não tínhamos mais aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, acabávamos usando o horário para ficar no jardim. Passei a tomar cuidado com o que dizia quando ia ver Severo, dizia que iria à biblioteca, o via um pouco e depois ia mesmo para lá, algumas vezes Vic me acompanhava, o que impedia que eu pudesse ve-lo, e seguíamos direto para a biblioteca.

Neste período era quase impossível ver Potter. Cheguei a perguntar para Gina como ele estava, ela disse que ele só falava com Hermione e Rony e quando não estava com eles passava o tempo todo sozinho e calado. Senti muita pena do garoto, eu sabia como ele devia estar se sentindo, afinal, poucos eram os que sabiam sobre o retorno d’Aquele-que-não-deve-ser-nomeado.

Durante a última noite em Hogwarts, depois de arrumarmos os malões descemos ao salão principal, onde a decoração não era como esperávamos, todos imaginavam que a decoração estaria em tons verdes e prateados, mas no lugar disto apenas um fundo negro fora colocado atrás da mesa dos professores.

A mesa lufana era a mais calada de um salão quase silencioso, e o diretor se levantou para fazer a fala que fecharia mais um ano de estudos.

— O fim – disse Dumbledore olhando para todos – de mais um ano.

Ele fez uma pausa e seu olhar pousou na mesa da Lufa-Lufa.

— Há muita coisa que eu gostaria de dizer a todos vocês esta noite, mas, primeiro, quero lembrar a perda de uma excelente pessoa, que deveria estar sentado aqui – ele fez um gesto em direção à mesa da Lufa-Lufa –, festejando conosco. Eu gostaria que todos os presentes, por favor, se levantassem e fizessem um brinde a Cedrico Diggory.

Todos obedeceram; os bancos se arrastaram e os alunos no salão se levantaram e ergueram seus cálices e ouviu-se um eco uníssono, alto e grave: Cedrico Diggory.

Olhei para a ponta de nossa mesa, onde Cho chorava baixinho ao ouvir o nome dele.

— Cedrico era o aluno que exemplificava muitas das qualidades que distinguem a Casa da Lufa-Lufa – continuou Dumbledore. – Era um amigo bom e leal, uma pessoa aplicada, valorizava o jogo limpo. Sua morte nos afetou a todos, quer vocês o conhecessem bem ou não. Portanto, creio que vocês têm o direito de saber exatamente como aconteceu.

Olhei diretamente para a mesa dos professores, onde até mesmo Severo estava de olhos arregalados, imaginando o que Dumbledore diria.

— Cedrico Diggory foi morto por Lorde Voldemort.

Cho que já chorava, ficou apavorada e suas lagrimas caiam cada vez mais, o salão todo começou a murmurar sobre isso, todos muito assustados.

— O ministro da Magia – continuou Dumbledore – não quer que eu lhes diga isto. É possível que alguns pais se horrorizem com o que acabo de fazer, ou porque não acreditam que Lorde Voldemort tenha ressurgido ou porque acham que eu não deva lhes informar isto por serem demasiado jovens. Creio, no entanto, que a verdade é, em geral, preferível às mentiras, e qualquer tentativa de fingir que Cedrico Diggory morreu em consequência de um acidente ou de algum erro que cometeu é um insulto à sua memória.

Agora todos tinham sua atenção voltada ao diretor.

— Há mais alguém que deve ser mencionado com relação à morte de Cedrico – continuou

Dumbledore. – Estou me referindo, naturalmente, a Harry Potter.

Algumas pessoas inclusive eu e minhas amigas viramos para ver onde Harry Potter estava sentado.

— Harry Potter conseguiu escapar de Lorde Voldemort. E arriscou a própria vida para trazer o corpo de Cedrico de volta a Hogwarts. Ele demonstrou, sob todos os aspectos, uma bravura que poucos bruxos jamais demonstraram diante de Lorde Voldemort e, por isso, eu o homenageio.

Dumbledore virou-se para Potter e ergueu sua taça mais uma vez. Quase todos do salão se levantaram e brindaram a ele, exceto alguns alunos da sonserina que se recusaram a levantar e tocar em suas taças.

Quando todos se sentaram mais uma vez, o diretor continuou:

— O objetivo do Torneio Tribruxo era aprofundar e promover o entendimento no mundo mágico. À luz do que aconteceu, o ressurgimento de Lorde Voldemort, esses laços se tornam mais importantes do que nunca.

Depois desta fala, todos começaram a jantar, olhei para a mesa de Gina onde notei que Potter estava um tanto atordoado com o que acabara de acontecer.

— Kay. Então quer dizer que ele retornou mesmo?

— Se Dumbledore diz, eu confio nele Anne.

No outro dia enquanto os alunos do primeiro ano esperavam as carruagens, todos estávamos nos despedindo dos alunos das outras escolas.

Andy e eu havíamos acabado de nos despedir e combinar de manter contato por cartas quando Anne começou a me puxar.

— Hey Kay, estão todos indo, vem logo.

E nos aproximamos de onde as garotas de Beauxbatons estavam.

— Kay.

— Becca – me virei sorrindo para abraça-la.

— Quero te agradecer por cuidar de Mary, e pedir para que a ajude com as gêmeas, elas podem dar muito trabalho quando querem. Adorei conhecer a melhor amiga de minha irmã.

— Ora, não precisa agradecer, eu a considero como uma irmã.

Ela me abraçou novamente e logo Fleur e Gabrelly se aproximaram, e despediram-se.

— Senhorrita Kaya, esperro que possamos nos verr novamente – Fleur disse ao se afastar de nós.

— Também espero – sorri vendo-a passar por todos os outros alunos.

—Então Kay, como vai ser o relacionamento a distância com Davies?

— Não sei Adam, não sei.

— Kay!

Beth sorria abraçada a Anne e eu logo entendi. Puxei Vic que conversava com Daniel e logo deixei Adam sozinho e Beth empurrou Anne até ele. Assim que elas passaram por mim eu sussurrei no ouvido de Anne: “Coragem, vai dar tudo certo”. E saímos de perto deixando-os conversar.

As carruagens chegaram e eu fiquei vendo Cathy e Cady subirem em uma enquanto Vic e Beth iam na frente, logo alguém esbarrou em mim, Kyle! Beth que olhou bem neste momento sorriu.

— Kyle!

— Oi Kay, tudo bem?

— Tudo sim. E você e Vic se acertaram?

Ele deu um suspiro desanimado.

— Ela me odeia Kay, só por causa da casa para qual fui selecionado há 5 anos! Mas eu gosto tanto dela, gostaria de voltar a conversar com ela.

— Então – Beth falou sorrindo e puxando uma Victorie muito corada – acho que está na hora de se acertarem.

Andamos em direção a entrada onde os alunos do segundo ano haviam acabado de pegar as carruagens. Olhamos para onde havíamos deixado Adam e Anne conversando e vimos que ela não tinha ido junto com seu respectivo ano.

Logo subimos também em uma carruagem, e Vic logo aparece correndo com medo de perder a carruagem. Beth e eu estávamos conversando e nem notamos ela subir.

— Então minha mãe me mandou uma carta dizendo que comprou um amasso numa lojinha de animais, e disse que quando as aulas voltarem eu posso traze-lo para Hogwarts – Beth falou.

— O que é um amasso? – Perguntei.

— Ele parece o que os trouxas conhecem por gatos – Vic respondeu.

— E você? – Beth perguntou a ela

— Não, minha mãe comprou um furão para mim, não sou muito chegada a amassos.

Beth e eu reviramos os olhos.

— Ela quer saber sobre você e Kyle.

— Ah, - ela corou – bem, voltamos a nos falar.

— Só isso? Sem beijo? – Beth olhou-a indignada.

Eu ri, e depois começamos a imaginar o que havia acontecido entre Anne e Adam. Eu sabia que eles ficariam juntos, afinal eles se gostavam tanto.

Durante a viagem de trem ficamos juntas e logo Josh chegou e sentou entre Beth e Vic e eu fiquei sozinha no outro banco. Depois de um certo tempo conversando Adam e Anne entram e sentam ao meu lado, ambos sorrindo.

Fora a bagunça que fizemos quando eles contaram que estavam namorando o resto da viagem foi muito tranquila, e quando descemos vi o senhor e a senhora Weasley esperando pelos filhos, fui cumprimenta-la e depois de me despedir de todos os meus amigos atravessei a barreira e encontrei meus pais me esperando. Meu pai ajudou a colocar as coisas no porta-malas e a gaiola de Hoot foi entre Ari e eu no banco de trás, Ari estava emburrada enquanto fazia carinho no bico da minha coruja.

— Que houve Ari?

— Nada!

— Mamãe, porque Ari está emburrada?

— Sua irmã está de castigo Kay.

— Porque?

— Em casa contamos direito.

Quando chegamos, fui guardar as coisas e Ari resolveu me ajudar, mas ficou o tempo todo calada, enquanto meus pais faziam o jantar. Quando terminamos, descemos as escadas e começamos a comer. Depois de jantar perguntei novamente o porquê de minha irmã estar de castigo.

— Bem, - meu pai começou – ela insistia muito para ir a casa de uma amiga no fim de semana passado, nós não deixamos pois era muito longe e ela ficou um tanto brava.

— Então – minha mãe resolveu concluir – a deixamos sozinha na sala e ela quebrou aquele meu vaso preferido de flores.

— Mamãe, eu já disse, ele quebrou sozinho!

— As coisas não quebram sozinhas Ariana!

— Mas foi isso eu ju...

— Chega! Vá para seu quarto ainda está de castigo.

Ela saiu muito chateada em direção ao quarto.

— E como foi a escola filha?

Contei tudo sobre o torneio tribruxo, mas escondi a parte em que Diggory morreu e sobre aquele-que-não-deve-ser-nomeado, e conclui dizendo que o vencedor foi Harry Potter.

Assim que meu pai saiu para tomar banho contei a minha mãe sobre Andy, e ela ficou muito feliz e disse que queria conhece-lo e eu disse que ainda era muito cedo pois nós ainda estávamos só saindo.

Depois de tomar banho passei no quarto de Ariana e pedi para ela me contar tudo novamente.

— Então eu fiquei chateada e quando eles me deixaram sozinha eu fiquei brava, e o vaso explodiu, assim de repente.

— Ari, vamos combinar assim, eu vou tentar te ajudar a sair quando estiver aqui em casa e quando eu não estiver você vai controlar suas emoções, e se algo de diferente acontecer você vai dar um jeito de me contar o mais rápido possível ok?

— Você acredita em mim Kay?

— Sim Ari, acredito.

Ela me abraçou sorrindo e depois confirmou que iria me escrever. Fui para meu quarto e percebi que aquelas férias seriam agitadas.


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Notas finais do capítulo

Obrigada, por lerem e me digam, o que acham que vai acontecer daqui para a frente?



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