Dentro de um Abraço escrita por Machene


Capítulo 4
A Menos Que...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Eu quero avisar que fiz alterações muito significativas na fanfic "Beijo Doce", a primeira da saga de fics da Fairy Tail. O primeiro detalhe está no capítulo 1, em que as asas da fada Vitalina apareceram com as cores do outono, porém a história se passa em meados de abril e nessa época é primavera no Japão. Pode parecer um ponto insignificante, mas eu sou perfeccionista com as minhas histórias, então corri atrás de uma nova imagem para representar as asas dela e acabei fazendo uma montagem. O segundo detalhe está no capítulo 2, que é a explicação sobre o ritual das fadas durante o Solstício. Eu misturei algumas informações e precisei fazer uma senhora pesquisa para corrigir o problema. Além disso, algumas frases dos dois capítulos foram modificadas.
O terceiro detalhe importante é que no capítulo 5, o último, quando a fada Vita espera todos irem embora da sua casa, ela mostra para a Lucy uma última pintura que fez da sua irmã Vivienne. Não vou dizer qual é, mas tem uma nova imagem acrescentada, então quem ainda não tiver visto é só correr lá na página e conferir! Não se esqueçam do coments, pra que eu saiba se a história está agradando até agora.



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Cap. 4

A Menos Que...

— Eu ouvi certo? – Charlie questiona – Está nos dizendo que Acnologia e Zeref...?!

— São inimigos, pois é. – Vitalina sorri orgulhosa de ter tamanho segredo guardado por tanto tempo – Na verdade, sendo mais exata, eles estão mais pra existências bastante indesejadas, de modo que nem mesmo os dois suportam um ao outro.

— Se importaria de explicar essa história direito? – Phanterlily pede.

— Ok. Sentem-se. – o grupo se acomoda na grama e ela cessa o bater de asas para o corpo pousar suavemente em frente a eles, não menos confortável – Se lembrem de que eu não gosto de repetir as coisas, mas se tiverem dúvidas dignas eu explico novamente.

— Certo. – Lucy responde por todos, então Vita tosse.

— Muito bem... O caso é que recentemente eu descobri um diário da minha irmã. A Vivienne, eu não sei se cheguei a comentar com vocês antes, devia ser a responsável por orientar a próxima geração da Fairy Tail ao invés de mim. Ela era a mais velha de nós.

— Não, você nunca mencionou isso. – Erza diz pelos demais.

— Pois é... É claro que a Vivi não chegou a ocupar essa posição; nem planejávamos monitorar a sua guilda nessa época! Mas, enquanto ela estava viva, montou esse diário e colocou nele diversas informações. Minha irmã escreveu até o dia da sua morte, então o conteúdo dele contém relatos que ela compartilhou com o seu amado.

— O dragão? – Levy pergunta retoricamente – E que informações são essas?

— Naquele diário ela explica por que o dragão apareceu na Ilha Tenrou machucado. Eu havia dito que ninguém sabia o motivo, não é?! – todos acenam em acordo – Então, a razão disso foi porque ele havia brigado com Acnologia!

— Mentira! – Happy coloca as patas nas bochechas – Por quê? Quando foi isso?

— Aí já quer demais! Não sei “quando”! – a fada resmunga – Mas aquele dragão se refugiou na nossa ilha buscando, de fato, um abrigo para curar suas feridas. Desse jeito, aquela bruxa que o transformou em humano a pedido da Vivi não podia ter se unido por acaso com o dragão negro! Só não sei dizer se foi um plano dela ou do Acnologia, mas os dois queriam atacar o Refúgio das Fadas, cada um pelo próprio motivo. Já tenho uma teoria sobre a razão dele, e ela envolve o mago das trevas.

— Zeref? – Natsu arqueia uma sobrancelha, cruzando as pernas – E qual é?

— Bom... Eu me recordo perfeitamente do problema de vocês com aquela porta que voltava no tempo, Eclipse. – alguns acenam aguardando-a prosseguir – Enfim, quem fez o projeto daquela máquina foi o Zeref. Uma de suas muitas criações, eu admito, geniais.

— Nem que nós não soubéssemos disso já seria fácil de acreditar! – o mago do gelo grunhe – Quase morremos quando aquela porta maldita foi aberta!

— É uma infeliz tendência do desgraçado para criar coisas perversas. Mas esse não era o resultado que ele devia esperar. A viagem no tempo tinha um propósito definido, e sem dúvida o destino temporal certo. Zeref estava muito curioso sobre a vida e a morte. Queria entender o seu sentido, desde o conceito até a ação, e de repente ficou obcecado. Tudo isso para tentar ressuscitar seu irmão mais novo, falecido há alguns anos.

— Espera ai, então Zeref tinha um irmão? – Jellal, estupefato, pausa e pega ar.

— É. Mas... – Vitalina cerra os olhos – O que um dia foi seu irmão não pode sequer receber o rótulo de ser humano. Não mais... Zeref alterou seu DNA original.

— Um instante... – a maga das runas a interrompe novamente – Não diga que ele...

— O irmão de Zeref é E.N.D. – a resposta imediata mantem um silêncio atônito nos peitos dos presentes, mortificando o ambiente por alguns segundos – Ele desejou que os seus últimos suspiros fossem cessados pelas mãos de seu próprio irmão, revivido como o demônio mais poderoso das bestas criadas para encontra-lo e mata-lo. Isso só significa que o desespero de Zeref está chegando ao limite. Logo, não haverá volta para ninguém.

— Mas... – Juvia começa ainda desnorteada – Por que ele faria isso?

— E como. – Gray complementa – Ressureição dos mortos não é tabu?

— Sim, por isso eu disse! Não me ouviu falar que ele certamente já está no ápice do seu desespero? – a fada bufa, sacudindo as mãos – Zeref não escolheu ser um mago das trevas, ele foi amaldiçoado! Possivelmente deve ter sido a ira do Criador, Ancselam. O caso é que de tanto mexer com esse tabu para tentar reviver o seu irmão, o idiota acabou descobrindo um dia, da pior maneira existente, a dor por brincar com regalias divinas. A criança quis brincar com fogo e terminou se queimando... E queimando todos ao redor.

— Como você sabe disso? – Charlie questiona, vendo-a suspirar.

— Estava tudo escrito em mínimos detalhes no diário da minha irmã. Apenas ela e o dragão tinham conhecimento dessa história, além de Acnologia. Ninguém mais sabia.

— Acnologia conhece a história de Zeref? Então sobre eles serem inimigos...

— Exato, meu caro gato negro, os dois se conhecem a mais tempo do que sua guilda foi criada. Se sua mestra, Mavis, ou algum dos primeiros fundadores já ouviu um relato ou só boato sobre a chacina da Academia Mágica de Mildian, o que eu até duvido muito, afinal, ela foi desfeita há mais ou menos 400 anos, então podem perguntar e vão confirmar o nome do culpado pelo trágico desfecho: Zeref. – os amigos se entreolham e alguns engolem a seco, pesando as palavras – Claro, não foi culpa dele realmente. A sua maldição despertou naquele momento. – Vitalina puxa o ar com força, cruzando os seus braços, e suas asas batem rapidamente refletindo o nervosismo dela – Seja como for, os professores e a leva enorme de alunos, todos morreram em questão de segundos.

— Se... – Jellal pondera – Se Acnologia conhece Zeref, então foi ele quem contou a história para o dragão por quem sua irmã se apaixonou?

— Talvez. O que dá para confirmar de fato é: ele sabia. Aquele dragão contou umas informações muito interessantes para a Vivienne. Quando eu li isso, imaginei se não foi por saber demais que ele acabou sendo atacado. Acnologia poderia ter contado ao outro dragão a história de Zeref, mas me pareceu fazer mais sentido que ele tivesse descoberto tudo por conta própria e acabou tentando fugir com a informação.

— Se fosse assim, então o Refúgio das Fadas... – Lucy pausa, prevendo a tortura de suas próximas palavras e imaginando se a própria Vita chegou ao mesmo raciocínio que vaga em sua mente – Teria sido atacado por uma rixa de dragões.

— É... – a fada sorri tristemente – É uma conclusão muito... Real. Por causa dela eu não tive coragem ainda de mostrar o diário da Vivienne pros meus pais, ou pra qualquer um. Tenho medo do que os membros da realeza vão dizer. – ela suspira de novo – Claro que é apenas uma teoria, porque para solidifica-la nós precisaríamos descobrir a origem, ainda infundada, da motivação de Acnologia pra evitar que outros descobrissem sobre a trágica história de Zeref. A teoria não pode ser sustentada, mas recai facilmente se levar em consideração a inimizade dos dois. Como eu disse, eles são existências indesejadas e graças a isso ambos rejeitam o mundo que também os despreza, tal qual um ao outro.

— Isso é estranho. – Natsu fala de repente e todos o encaram – Se eles trabalhassem juntos poderiam dominar o mundo em pouco tempo, então por que escolheram brigar?

— Uma boa pergunta, mas não diga isso nem brincando! – Gajeel rosna desgostoso – Sozinhos os dois já fariam um estrago imenso, imagine unidos!

— Ele tem razão. – concorda Vitalina – De fato, pelas notas da Vivienne, esses dois não parecem ligar pra isso. Provavelmente desejam a morte. Zeref de certo, do contrário não teria tanto trabalho criando demônios a partir do éter que constitui a própria magia.

— Então eles foram criados com base nesse princípio? – Lily indaga.

— Sim. Pela informação que o dragão deu a Vivi, o mago negro os chamou bem no começo de “Etherias”, graças à origem. Posteriormente os demônios ficaram conhecidos apenas como obras do livro de seu criador. Porém, isso realmente não importa agora.

— E por que Vivienne achava que Zeref e Acnologia desejam a morte? – a loira faz a pergunta, observando a fada cerrar os olhos e sorrir melancolicamente.

— Se fosse condenada a passar o resto da vida destruindo tudo que toca sem querer, você aguentaria continuar vivendo? – o grupo pausa para refletir e aos poucos todos são preenchidos com um sentimento de pena, provavelmente compaixão – Por isso eu disse, quando nos conhecemos, que vocês deviam tentar encontrar o mago negro e restaurar o corpo da sua mestra Mavis o quanto antes, para ela poder beijá-lo. Essa é, de verdade, a melhor maneira de acabar com a dor do coitado. Nem se pode dizer que está vivendo.

— Só porque ele está sofrendo também não quer dizer que precisamos convencer a Primeira a beijá-lo! – Erza franze o cenho – Deve haver outra maneira!

— Não entendo realmente a finalidade dessa relutância. Já conversaram com ela?

— Sim, mas ela não disse nada. – Lucy responde e então Vita cruza pernas e braços numa postura indígena, resmungando de olhos fechados por alguns segundos.

— Talvez Mavis não tenha entendido ainda o que eu desejo repassar a vocês. Ela só compreendeu superficialmente minhas palavras. – ela conclui por conta própria – Mavis confirmou alguma coisa a mais sobre o Zeref, disse algo sobre o que sentia por ele?

— Na boa, eu tenho quase certeza que quem está entendendo errado aqui é você. – Vitalina levanta repentinamente afobada, indignada.

— Não me desrespeite dragão do ferro! – ela bate suas asas sem sair do chão – Não faça um juízo errado. Eu realmente simpatizo com vocês, mas se não quiserem a minha ajuda, podem se virar sozinhos. Não ligo, nem trabalho pra vocês!

— Calma Vita! – Levy pede, se levantando assim como os outros – Ignore o Gajeel, por favor! Ele fala muita besteira sem pensar, você deve saber bem!

— Olha só... – a fada toma fôlego, fazendo um sinal de calma com as mãos – Posso entender a obsessão de Zeref pelo irmão porque eu também desejo preservar a memória da minha irmã. Vivienne era minha inspiração, e eu a respeitava muito, por isso se a sua memória fosse denegrida de alguma forma jamais poderia me perdoar! Eu prometi que a substituiria monitorando a terceira geração da Fairy Tail, contudo, como uma promessa pessoal a ela, também me comprometi a preservar e repassar sua crença do grande poder do amor. Achei que podia unir o útil ao agradável e fazer os dois serviços de uma vez só ao incentiva-los a se darem melhor, mas pelo visto me enganei.

— Desculpe senhorita fada... – a gata branca, voando ao lado de Erza, levanta a sua pata – Eu não estava presente na primeira reunião, então gostaria de entender sobre essa magia a qual você se refere. Todos deram uma explicação muito vaga.

— Eu imagino. – Vita cruza os braços de novo – É realmente frustrante falar com o maior gosto e terminar sendo mal interpretada, ou nesse caso nem um pouco entendida! Mas não é culpa dos gatos, então tentarei explicar novamente, entretanto desta vez serei curta e grossa...! O amor é uma emoção denominada pelos antigos seres místicos como a “magia suprema”, pois quando as pessoas tem alguém para amar elas se tornam fortes.

— Faz sentido. – o Exceed preto sorri – Quando se tem alguém para proteger, é um motivo a mais pra lutar. As pessoas se motivam a não perder.

— Isso! – a fada sorri aliviada – Fico feliz que agora estejam me dando ouvidos! A “magia suprema” descrita não se trata de uma força bruta e sim da confiança interior, do tipo quando você se sente forte por estar motivado. Vejam que a Fairy Tail criou encima da parceria os conceitos de “família” e “amizade”, sobre os quais sua turma se sustenta para meter a porrada em todos os inimigos. Tá ótimo, mas é só irmandade! Precisam se prender a alguém com outra conexão para alcançar a forma mais pura do amor.

— Mas nós somos unidos mesmo não tendo laços de sangue, o que mais você quer?

— Parece que você ainda não está conseguindo assimilar as coisas direito, filho de Igneel. Essa não é a minha história, é a de vocês! – Vitalina gesticula e ri nervosamente – Já se perguntaram por que a espécie humana diz que “conto de fadas” é toda a história finalizada na frase “e viveram felizes para sempre”? Nós fadas amamos levar felicidade aos outros; é da nossa natureza! E eu estou a um bom tempo dizendo a vocês que a sua está bem ao lado! – os casais se entreolham envergonhados, excerto Natsu e Happy, que se encaram e cortam o clima – Ok... Vocês dois, olhem pro outro lado.

— Oi Charlie! – os olhos do gato azul brilham e a gata vira o rosto com um bico.

— Se não podem demonstrar seus sentimentos facilmente, por que não começam se abraçando? E quando o fizerem, agarrem-se forte e não soltem mais! – o grupo tímido a encara esperando risadas de deboche, algo indicando a piada, e nada acontece – Vamos lá, é sério! Façam de conta que é só outro exercício. Cada parceiro abraça sua parceira. – eles relutam até obedecerem; os Dragon Slayers prendem as companheiras pelos seus pescoços com real força, todavia tudo corre bem, excerto para o mago celestial, que bate o peito com força na armadura da titânia, e para Gray, quando Juvia desfalece em água.

— Então... – Jellal tosse rubro, se afastando de Erza enquanto o mago do gelo tenta acordar a mulher chuva – Acha que é simples assim? Se chegarmos e abraçarmos Zeref, a magia negra dele se dissipa no ar, e se fizermos isso com Acnologia ele vai desistir de matar toda criatura viva? – a moça abre os braços como se fosse óbvia a resposta.

— Se ainda está difícil de assimilar isso, eu vou moer a minha explicação e jogar no liquidificador pra bater tudo numa vitamina. Quem sabe bebendo isso desce de uma vez pela garganta de vocês! – irritada, ela massageia as têmporas e plana em círculos – Olha só como suas trapalhadas me deixam! Ah, francamente, cuidar de tantas crianças é bem estressante! – visivelmente aborrecido, Natsu faz uma careta.

— Ei, também não precisa descer o nível! – a fada bate rapidamente as asas e fica a centímetros de distância do conjunto, achatando o nariz do Salamandra com o indicador da mão direita e inclinando o corpo para cima conforme continua a falar.

— Olhe aqui, eu já estou prestes a explodir! A minha paciência tem limite, e vocês estouraram a mísera que restava! – ela se afasta um pouco, cruzando os braços – Eu vou embora, mas antes vou dar uma última informação, para ver se desta vez as coisas fluem com menos de um mês. – Vitalina joga os cabelos para trás – Quando eu disse antes que Mavis ainda pode recuperar o seu corpo original, vocês perguntaram do assunto e ela foi obrigada a confirmar tudo. Agora, voltem pra casa e perguntem sobre Lumen Histoire, a arma mais poderosa da Fairy Tail, e vejam se essa história não conecta com a anterior.

— Espere! – Charlie a impede de voar para longe, surpresa assim como os demais – Lumen Histoire deveria ser a salvação da Fairy Tail no nosso maior momento de crise, e você está sugerindo que os antigos mestres da guilda escondem um segredo sobre ela?

— Não é uma sugestão, é uma afirmação. Ah, e o que aconteceu com sua “senhorita fada”, gatinha? – a Exceed franze o cenho, corada pela provocação, e fica sem reação ao sentir sua bochecha direita ser apertada de leve temporariamente – Não se preocupe; sua precursora certamente tem tanta dúvida de usar aquilo quanto todos os outros que sabem dela, a essência e localização. Na verdade, agora vocês sabem que existe uma solução a mais para o problema da destruição iminente provocada por Zeref e Acnologia.

— E um beijo pode detê-los com mais eficácia que a arma secreta da Fairy Tail?

— Comece com um abraço, e a magia negra se dissipará no ar. Você mesmo disse isso, certo, mago celestial?! – o rapaz faz uma careta de dúvida, fazendo-a rir, então em um arremesso rápido Vita pega a gata pela cauda e joga para Lucy segurá-la – Se acham que até agora eu estive brincando, tirem a prova com os próprios olhos hoje. Quando o mago imortal e o dragão da destruição fizerem seu movimento à beira do eclipse lunar, pode ser tarde demais para salvar a vida. A história começa onde um milagre acontece.

— Isso é uma previsão? – Charlie questiona ainda atônita, se recompondo.

— Mesmo se pudesse ler o futuro, não haveria necessidade para constatar o óbvio. – a fada sorri e faz uma reverência no ar, olhando diretamente para Lucy ao levantar sua cabeça – Desejo boa sorte às duas fadas. Que sua luz nunca se apague. – ela voa e ganha distância rapidamente, acenando sem se virar – Nós nos veremos de novo, em breve!

— Com quem ela estava falando? – Juvia se questiona, e enquanto seus amigos dão início a uma discussão a maga estelar continua mirando o rastro de pó deixado no ar.

...

— Então, em resumo, eu estou limitada a duas escolhas: ou encontro uma forma de retornar ao meu corpo verdadeiro para tentar deter a destruição de Zeref pessoalmente, ou Lumen Histoire será ativado. – Mavis reflete sobre os olhares dos membros da guilda e fita os mensageiros recém-chegados, pairando os olhos – Qual sua opinião, Lucy?

— A minha? – todos a encaram – Mas por que quer saber minha opinião, Primeira?

— Eu sei que você sabe a razão. – as duas trocam um olhar carinhoso por um tempo e deixam os demais curiosos de sobrancelhas franzidas – Vitalina nos escolheu para dar nosso jeito de salvar a humanidade, e tudo mais na Terra. Não podemos desapontá-la de maneira alguma, certo?! – a loira sorri mais tranquila.

— Oi, espera aí! – o Dragneel se atiça – Do que vocês estão falando?

— As “fadas” que ela mencionou antes de ir... – Levy relembra – São vocês duas?

— Ao que tudo indica, sim. – Lucy responde um tanto constrangida.

— Mas por quê? – Juvia questiona meio curiosa e bastante chocada.

— Porque eu tenho uma conexão com Zeref, e Lucy... – as duas trocam um olhar – Ela tem uma forte conexão com E.N.D.

— O demônio de Zeref? – Gray diz aturdido, tal qual o restante – Que “conexão”?

— Eu também quero saber. – Natsu se posta de frente para sua parceira e ela acaba desviando o olhar entristecido, provocando medo e desconforto no jovem.

— Antes de tudo, mestra... – Mirajane sussurra em seu ouvido e a menor acena.

— Claro... Pessoal! – os olhares se dirigem a ela novamente – Não devem ficar com receio de E.N.D. Ignorem esse assunto por enquanto, a nossa prioridade será encontrar Zeref. Eu tenho assuntos pendentes com ele. – ela desce do balcão e caminha na direção do porão – Assim, é chegada a hora de todos conhecerem o maior segredo da Fairy Tail. Sigam-me! – aos poucos todos fazem uma fila e a acompanham, em direção ao futuro.

...

{No dia seguinte...}

— E o que faremos agora, Primeira? – Lucy indaga com aflição, sentada ao lado de Mavis no banco mais afastado do South Gate Park de Magnólia.

— Damos o próximo passo. – o espírito responde – Sempre em frente Lucy.

— Mas... – a loira sente a vontade de chorar retornando, então tenta limpar com as mãos suas lágrimas perturbadoras – O Natsu é E.N.D., Etherias Natsu Dragneel!

— É... Eu sei. – as duas olham para o chão, entristecidas – Sinto muito pelo choque. Não achei que descobriríamos o segredo de Zeref assim. Só você sabe disso?

— Acho que sim. Vita usou jogos de palavras o tempo todo, mas me encarava e em seguida olhava pro Natsu. – a moça limpa o rosto com um lenço do bolso – A Vitalina descobriu naquele diário da Vivienne toda a verdade. O dragão da sua irmã era o Igneel, na certa! Ele soube do Natsu e deve ter tentando salva-lo, então Acnologia quis mata-lo para impedir, porque tem medo do seu poder de destruição e resolveu elimina-lo. Zeref precisa daquele idiota pra destruir o mundo, por isso é inimigo dessa encarnação do mau agouro! – a maga estelar pragueja – Vita tentou disfarçar dizendo que não era possível.

— Se eles são inimigos de fato, e ela não estava apenas distraindo todos da verdade, isso significa que eles tentarão destruir um ao outro quando encontrarem os meios de provocar Natsu, para ele liberar a fúria de demônio dentro dele.

— Os dois idiotas querem ver tudo queimar, literalmente. Será uma chacina. – Lucy lamenta ainda mais – E pensar... Há vários dias, quando conversamos sozinhas na casa dela, a Vita me mostrou uma pintura da irmã com o dragão. – as duas se olham – Agora estou ainda mais segura que era Igneel, mas apenas Natsu poderia reconhecer e ninguém mais viu a imagem. Ela garantiu que nós somos compatíveis, disse estarmos destinados um ao outro, e nos desejou toda felicidade negada a sua irmã e o dragão dela. A Vita me mandou ser corajosa e gentil, seguir em frente, da mesma maneira que você disse agora, porque se desistisse jamais veria a “luz da magia”. Falou pra ser alguém que “acredita”.

— E não vai fazer o que ela disse? – a jovem encara a menor com estranheza – As fadas são seres da luz, Lucy. Ela sabia do que estava falando. A menos que as pessoas se importem nada vai mudar, e o amor pode ajudar nessa transformação. Nós somos sua esperança de demonstrar isso aos outros. Por que não começa conversando com Natsu?

— E como eu posso falar com o Natsu sobre sentimentos se existe um buraco negro enorme no nosso caminho? Eu passei a noite me revirando na cama, pensando nisso! – Mavis a observa aborrecidamente e suspira, cruzando os braços e balançando as pernas.

— Deixe-me perguntar uma coisa... Se o Natsu fosse criado por um demônio desde criança, ao invés do Igneel, acha que ele seria uma pessoa diferente de quem é hoje?

— O que quer dizer? – a loira com olhos vermelhos endireita a coluna, fungando.

— Você se incomodou com o jeito dele quando o conheceu?

— Bem... – Lucy pausa e pensa com calma – Quando se conhece o Natsu qualquer um poderia acha-lo estranho, até mesmo ficar assustado com o seu espírito destruidor! – as duas riem – Mesmo assim, ele me encantou. O Natsu me salvou de ser traficada junto de várias outras mulheres, e estávamos num navio! – ela se empolga contando a história – Ele pulou naquela embarcação, mesmo sabendo que ia passar mal, e aí salvou a minha vida! Eu achei que nunca mais fosse vê-lo de novo, depois dele já ter me ajudado antes quando o mesmo traficante se passou por um Dragon Slayer charlatão! Natsu pulou bem na frente do cara, quando eu ia ser hipnotizada pela magia “Charme” dele. Depois disso, ele me deu a sua mão e... – sua voz diminui, ponderando todas as palavras com carinho – Me trouxe para a Fairy Tail. Eu nunca vou esquecer...

— Então, que diferença faz a sua origem? – ambas sorriem e concordam.

— Tem razão mestra. Eu não posso defini-lo pelo que ele é e sim por quem! Natsu é o meu melhor amigo, um ótimo parceiro, e mesmo que aquela cabeça quente oca fique invadindo o meu apartamento e me deixando louca tantas vezes com as suas trapalhadas infantis, eu... – a moça põe a mão sobre o peito, sentindo-o quente – Eu não me importo.

— Ora... – a menor se diverte com a resposta, cruzando as mãos – Então realmente o ama. Deve ser o destino mesmo, afinal, só há duas maneiras de se livrar do “Charme”: sabendo sobre a magia ou quando encontra o amor da sua vida. Mira estava certa.

— “Certa”? Sobre o quê? – a maga pergunta ainda meio paralisada.

— Desde quando suas marcas da guilda sumiram daquela vez, ela disse que vocês se apaixonariam e formariam casais em breve. Parecia um pressentimento forte.

— A Mira disse isso? – Mavis acena confirmando – Bem, é verdade que os outros também já brincaram muito com a gente, mas pensei que fosse só isso, brincadeira.

— E errou. Quase todos os membros da guilda apoiam a união de vocês, e eu digo quase porque não estou contando com a sua turma. – elas riem de novo e de repente o calor no peito de Lucy aumenta, assim como iniciam nós em seu estômago feito o bater de asas de borboletas, tudo somado ao repentino sorriso quando a loira tem a visão do atraente rapaz de cabelos rosados vindo até as duas numa correria de preocupação.

— Mestra Mavis, eu não vou contar a ninguém sobre o Natsu. – ela se levanta – Ele pode ser o que for, mas pra mim sempre será Natsu Dragneel, o dragão da minha vida.

 

Fim


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Notas finais do capítulo

Oi minna! Então, acabou esta fic, agora só na próxima. Ela já está pronta, é a "Competição Amistosa", mas eu ainda devo fazer algumas alterações até o Dia dos Namorados, em junho. Antes de encerrar, eu acho que devo explicar uma coisa importante. A série de Fairy Tail se passa num plano diferente da história original, mas ainda com base nela. Isso quer dizer que embora as coisas aconteçam dependendo do rumo da obra inicial, as informações passadas na sequência de fanfics não seguem o mesmo padrão temporal. Por exemplo, na primeira fic, "Beijo Doce", a fada Vitalina aparece para o grupo de protagonistas da guilda falando sobre E.N.D., a maldição de Ancselam e o fato que Zeref e Mavis se conheceram muito antes da Fairy Tail ser criada.
Essas notícias só começam a ser dadas a partir do Arco da Tartaros, onde o anime está agora, mas nesta continuação as novidades da Vita são sobre a relação entre Igneel, Acnologia, Zeref e E.N.D. Isso só é relatado no mangá, bem depois da dissolvição da guilda, e, no entanto, na história da série só se passou mais de um mês entre as aparições da fada, portanto a linha de tempo e alguns detalhes extras da obra original (como o término da Fairy Tail) podem ser ignorados. Bem, dito isso, espero que tenham gostado da leitura e até a próxima!



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