The Bastard Heir escrita por Soo Na Rae, Lady Ravena


Capítulo 5
Capitulo 5 - Princesa, não chore.


Notas iniciais do capítulo

http://sofia-veras.wix.com/thebastardheir

♚ Minhas princesas, este é o site da história... Eu definitivamente odeio essa Wix, oh coisinha complicada. Arrependo-me de não ter feito no blogspot normal, mas eu comecei e não estava a fim de apagar todo um trabalhão. As únicas matérias estão em “As Matriarcas de Hessen e Overath”, que conta a história do reinos principais da história. E em “Personagens do Castelo”, que conta a personalidade desses personagens que vimos até agora.

♚Meus amores, inicialmente eu e a Meell tínhamos uma ideia de mistério para a mãe da Hannelore, contudo nós mudamos, acontece que o capitulo já estava pronto e fica assim mesmo. Iriam ser duas mulheres, aí ficaria o mistério de quem seria a verdadeira mãe dela. O nome da falecida é Cristina, Willian era apaixonado por ela, mas eles não puderam ficar juntos. Sobre a identidade, a identidade mesmo sobre quem era Cristina, aí vocês terão que descobrir no decorrer da história. Digamos que isso é uma questão de segurança para Hannelore, por isso ela não sabe ainda.

♚Eu dei uma editadinha no capitulo 2, quando a Genova menciona “aquele é seu tio”. Foi falta de atenção mesmo nossa, o nome “Otto” deveria estar ali hehehe. Vamos fingir que isso nunca existiu...

♚Capitulo grande, mas vale muito a pena. Por que talvez o próximo só saia agora na semana que vem. Deem a maior parte dos créditos a Meell, pois eu só fiz os primeiros parágrafos desse, a outra parte eu não saberia como fazer sozinha. Então eu lhe agradeço Meell.



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Capitulo 5.

Princesa não chore. Aja, tome atitudes.

A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável - Mahatma Gandhi

Guinevere's Tears 

Nada funciona como nós pensamos. Mas por quê? Será tão impossível termos algo chamado tranquilidade ou pelo menos algo próximo disso? Esse era o seu primeiro dia em sua nova morada, mas Hannelore já começara a sentir o peso de ser uma princesa. A herdeira de um trono. Por um instante nossa nova princesa imaginou estar finalmente saindo de um livro de contos tristes, para um livro de contos de fadas. Entretanto, para a tristeza de Hannelore... Ela vivia no mundo real.

As paredes se elevavam ao redor, brancas, com suas cortinas vermelhas. O chão de pedra parecia frio, porém muito mais quente que seu peito naquele momento. O ar parecia pesar no espaço, como se a gravidade empurrasse Hannelore ainda mais para baixo.

— Vieram pegar Lory! — após ouvir as palavras de Dominique, a princesa tratou de limpar imediatamente as lágrimas de seu rosto e saltou para fora da cama em direção a janela.

— Me pegar? Do que está falando, Dom? O quê... — Hannelore falou tão depressa que foram necessários vários segundos até Dominique as assimilar, percebendo que a amiga havia se perdido em seus pensamentos, Edith revirou os olhos e se levantou da poltrona.

— Ela não quer dizer “pegar” no sentindo literal, digo assim, tirar daqui. Não é nada disso, Alteza — Edith esticou as mãos e Hanne as segurou, pensando estar em segurança, porém a outra loura a puxou com um solavanco para fora da cama, colocando Hannelore de pé e saltitando em direção a porta — O que Dominique quer dizer é que... Bem eu não sei se “pegar” foi à palavra mais correta. Eles vieram conhecê-la minha querida, apenas isto.

— Me conhecer? Os reis católicos? — Hannelore com sua fiada intuição sentiu que Edith estava escondendo alguma coisa a mais, a bem da verdade, mesmo com o pouco tempo que lhe conhecera, Hannelore viu que Edith era péssima em mentir. Esse parecia ser mais um trabalho para Wanda e Cora... Oh céus por que viera lembrar-se dela agora? Bom, pelo menos Wanda parecia ter caráter.

— Espere! – Dominique saltou da escrivaninha, como um verdadeiro felino, e agarrou os ombros de Hannelore, puxando-a pelas costas. - Precisamos arrumar a Lory! Eu conheço muito a moda espanhola. Saiba que os espanhóis não gostam muito de coisas coloridas e ousadas, algo mais escurou e discreto está de ótimo tamanho. Edith faça algo simples nos cabelos dela e eu vou pegar o vestido no guarda roupa. Será que Bel trouxe doces? — Dom batia as palmas animadas e fazia todos os procedimentos da escolha da roupa rapidamente.

— Apenas me recuso a usar vermelho junto com preto, nunca gostei dessa combinação — disse Hannelore já sentada em uma cadeira enquanto Edith escovava seus cabelos.

Em alguns minutos Hannelore já estava pronta, trajava um vestido acobreado com finos laços dourados do corpete até a saia, seus cabelos loiros estavam presos em fitas fios de ouro a uma trança embutida e por fim, Dominique pôs em seu pescoço um colar de perolas. Hannelore passou a mão pela sua roupa e suspirou pensativa, estava linda. Quando era criança, as servas do Castelo Siegburg que costuravam de bom grado as suas roupas, contudo com os tecidos velhos que sobravam da roupa de Gisele, ou às vezes Gisele em sua bondade oferecia suas roupas a Lory, mas quando cresceu Hannelore se viu obrigada a fazer suas próprias vestes se não quisesse morrer no frio austríaco. Agora estava ali, trajando uma roupa digna de... Princesa.

“Essas coisas são lindas, mas por que eu sinto que ainda falta alguma coisa, ou melhor, por que estas coisas não me deixam completamente feliz? Eu pensei que princesas eram felizes, mas ainda falta algo...”.

Dominique espirrou um pouco de perfume em si mesma e sorriu. Edith se observava no espelho, tentando encontrar alguma imperfeição em seu rabo de cavalo perfeito. Hannelore não pôde deixar de sorrir para ambas. Elas pareciam prestes a encontrar o homem de suas vidas, ou alguém de tal importância. Passou pela mente de Hanne que talvez a aparência dissesse muito mais ali, e não estava acostumada com o ambiente. Mas tinha de conseguir chegar ao nível delas, saber todas as Casas nobres de Overath, conhecer príncipes e ser amiga de famílias reais. Era esse seu dever como princesa e como futura governante de Overath. Empurrou uma madeixa atrás da orelha e observou a cintura de seu vestido.

— Não precisa se preocupar, está muito bonita — Edith disse, em tom polido de cortesia.

— Você também está simetricamente perfeita — contradisse Hannelore. Os olhos de Edith a avaliaram por algum tempo, antes dela assentir e agradecer. Era um elogio não tão forte quanto o dela, porém valia muito mais. Hannelore já tinha notado como Edith buscava a simetria perfeita em tudo. Dominique assustou-a, agarrando seu pulso e correndo em direção a porta do quarto.

— Vamos perder o príncipe! — exclamou, já descendo os degraus com agilidade e habilidade invejável. Hannelore pisou em falso por diversas vezes, porém Edith acompanhava logo atrás, ajudando-a a se levantar quando falhava.

O corredor da escada em espiral era estreito, por isso as paredes serviam como corrimão. A poeira se acumulava pelos cantos e o teto tinha teias abandonadas. Quando alcançaram o final dos degraus, Dominique topou de frente com uma figura que Hannelore ainda não havia visto pelo castelo. Um homem alto de cabelos loiros e de expressão afiada. Ele abriu um sorriso sereno, quebrando qualquer ângulo mal-encarado que Hannelore pudesse encontrar. Era mais um dos bondosos e calorosos habitantes de Overath. Aquele povo tinha uma necessidade indescritível de sorrir. Queria que todas as pessoas do mundo fossem assim. Ele deu espaço para as três e fez uma cortesia. Dominique não se importou em pedir desculpas, apenas continuou correndo, e como por impulso, Hannelore a seguiu pelo corredor, até a Biblioteca, e então o Salão dos Quadros, as escadas do segundo andar e... Sentiu o pé falhar definitivamente. Caiu de joelhos e rolou, ficando de costas para o chão. O vestido se enrolou nas pernas e sentiu os nervos das costas repuxando.

Apenas borrões, a dor não permitia que ouvisse qualquer outra coisa além das batidas do próprio coração. E então Edith, perguntando-lhe se estava machucada seriamente. Sentiu os dedos frios de Dominique tocando seu joelho. A pele estava sensível, principalmente ao toque, porém não havia cortado. Levantou-se com a ajuda delas e sentiu que cada passo era uma fisgada em seu corpo inteiro. Enrijeceu. Só restava mais uma escada. E o Salão Principal. Mas por que estavam tão desesperadas? Por que precisavam encontrar o príncipe agora?

— Acho melhor cuidar disto. Pode ter torcido. — Edith disse. Porém Dominique balançou a cabeça, os cachos castanhos balançando ao lado dos ombros.

— Ela está bem. Só precisa de um beijinho. — Dominique se ajoelhou, curvou-se e beijou a marca vermelha no joelho de Hannelore. O calor subiu por suas bochechas, enquanto via a menina lá embaixo, fazendo o que possivelmente aprendera com sua mãe. “Uma mãe, que lhe deu um beijo quando machucou o joelho”. — Viu? Está melhor. Vamos.

— Você é uma criança. — Edith revirou os olhos, porém continuou descendo as escadas. Hannelore colocou o braço sobre os ombros de Dominique e segurou-se ao corrimão da grande escada que ligava o Salão Principal aos demais salões do castelo. Demorou mais do que o esperado, porém a dor não parecia mais tão grande.

Quando olhou ao redor, Hannelore viu um grupo parado diante da porta de entrada, um grupo pequeno. Genova estava lá, sorrindo e segurando as mãos de outra mulher, com vestes de vinho, um véu cobrindo os cabelos castanho-dourados e os olhos claros como um riacho. Era linda, muito mais do que Hannelore poderia imaginar que uma mulher seria. Ao lado dela, um homem rechonchudo e não muito sorridente, meneava a cabeça quando Genova falava com ele. O oficial dos mensageiros, o homem a quem Dominique pediu para enviar uma carta a sua amiga Catarina, também estava lá, carregando as malas dos recém-chegados. E entre eles, um pouco deslocado, um jovem cabisbaixo mergulhava-se em pensamentos. Hannelore pôde notar, pelo modo que ele movimentava o peso do corpo nos pés, que ele estava em outro mundo.

— Bel! – Dominique jogou-se em uma corrida, até os braços da dama de vinho. A mulher recuou assustada com a reação da menina, mas logo retribuiu seu abraço. Edith se aproximou de Hannelore e sussurrou em seu ouvido: “Rainha Isabel”. Hanne piscou os olhos, maravilhada com a proximidade de Dominique e a Rainha. O rei não esboçou reação, parecia frio, quase rabugento. — Nando! — Dominique o abraçou rapidamente, ele novamente não se movimentou. Quando ela se voltou ao garoto imerso em pensamentos, seus olhos vagaram para dentro do mundo dele e por um segundo, Hannelore pôde sentir que ela estava se perdendo lá. Então o rapaz ergueu os olhos, cinzentos como o inverno e meneou a cabeça para Dominique. Antes que Hannelore pudesse perguntar, Edith sussurrou: “Rei Fernando, Príncipe Eduardo".

— Rainha Isabel, por favor, deixe-me apresentá-la à minha sobrinha, Princesa Hannelore. Ela também chegou não faz muito tempo ao castelo. Poderão dividir o desconforto inicial. — Genova sorriu, aproximando Dominique do círculo. — Rei de Aragão, minha sobrinha e herdeira de Overath.

— É um prazer — o rei se curvou, segurando sua mão e a beijando rudemente. Ele tinha uma barba áspera que fez cócegas em Hannelore. Segurou-se para não rir. — Princesa, este é meu segundo filho, Eduardo. Pode chamá-lo pelo nome. É um garoto um pouco introvertido, mas muito inteligente. Irão se da bem, aposto.

— Claro que se darão bem! — Genova exclamou, sorrindo. — Dominique, por favor, chame o primeiro ministro...

— Não é preciso, minha querida. — o homem loiro atrás de Genova disse. Hannelore lembrou-se: era o mesmo homem com quem Dominique havia esbarrado. O primeiro ministro, Hartwig Hauser. — Rei e Rainha de Aragão e Castela, sejam bem-vindos ao castelo de Overath. Nosso monarca irá recebê-los no jantar, creio que estão muito cansados pela viagem que fizeram até aqui.

— Realmente — Rainha Isabel concordou, gentilmente.

— Nosso quarto já está preparado? — Rei Fernando indagou, e o primeiro ministro confirmou apressadamente. — Então, coloque as malas lá. — ele se virou para o mensageiro, que de repente era um cargueiro. Ele assentiu e começou a arrastar um dos baús de roupas, quando Edith o parou no ato.

— Deixe-me ajudá-lo, senhor — disse, agarrando o outro lado do baú.

— Não é seu dever — o rei cortou-a.

— Também não era o dever dele. — Edith sorriu, sendo o mais simpática possível, e levando o baú para as escadas. Dominique olhou para ela e para as outras malas. Saltou sobre uma tentou puxá-la sozinha. Em vão. O príncipe Eduardo riu das tentativas da menina e se ofereceu para ajudá-la.

— Isso não é seu dever, filho. — o Rei Fernando tentou impedi-lo, porém Eduardo deu de ombros, ergueu o baú sobre o ombro e sorrindo para Dominique.

— Isso é injusto! — ela reclamou.

— Você que é fraca demais. – o menino riu e começou a caminhar em direção às escadas. Genova estalou os dedos e duas serviçais surgiram, levando a última bagagem. Por fim, restavam apenas eles. Os reis se entreolharam.

— Desculpe o meu filho. Ele é... Um pouco... Rebelde.

— Não se preocupe Vossa Majestade, ele se mostrou muito humilde e prestativo. – Genova sorriu. — Aposto que será um bom rei.

— Se ele for rei – Fernando deu de ombros, dando as costas para eles e partindo em direção às escadas. Rainha Isabel curvou a cabeça e só voltou a erguê-la quando seus olhos límpidos estavam turbulentos.

— Me perdoe. Meu marido e meu filho não se entendem muito bem. Fernando é uma pessoa muito teimosa... E Eduardo herdou essa teimosia. Mas eles nunca concordam.

— Não se preocupe, minha Senhora. Seu filho ainda tem tempo suficiente para mudar. Mas ele me parece muito bondoso. Um marido respeitável. — Genova respondeu.

A Rainha ergueu os ombros, consolada e pediu licença aos recepcionistas. Hannelore olhou para a tia e o primeiro ministro. Ambos pareciam pensativos, mas logo notaram sua presença e Genova disse:

— Querida, o que foi? Pode voltar a andar pelo castelo, ou ir a Biblioteca.

— Mas... O que houve aqui? Parece que... — Hartwig interrompeu Hannelore que ficou observando a expressão do primeiro ministro.

— Não se preocupe, minha princesa. Rei Fernando nunca foi conhecido por sua doçura. — e sorriu — Mas você por outro lado me parece o próprio mel derretido. Por favor, não se preocupe com assuntos triviais.

Hannelore se limitou a assentir. O primeiro ministro conversou com Genova sobre assuntos que diziam respeito ao rei e que seriam acertados durante o jantar de boas-vidas as Majestades Católicas. Hanne sentia-se solitária. Suas companheiras haviam se entretido com os reis, provavelmente para parecerem boas garotas. Arriou os ombros, prestes a se encaminhar para as escadas, quando sentiu as mãos surgindo em sua pele. Virou-se, espantada. Havia se arrepiado até a espinha, porém era apenas Wanda, sorrindo. Wanda tinha cabelos negros e grossos, longos e ondulados, ela possuía uma beleza exótica. Uma coisa rara na Europa, sua beleza se assemelhava a da Rainha Isabel, embora não fosse exatamente uma beleza muito natural. Os lábios dela estavam pintados de vermelho e os cílios alongados.

— Finalmente te encontrei. — disse, com empolgação. Hannelore se permitiu esquecer os problemas e questionamentos anteriores, caindo de cabeça na nova cena com sua dama de companhia. Wanda a soltou. – Já está tudo pronto.

— Pronto? Para o quê?

— Para a cavalgada, é claro. — e puxou a barra de seu vestido, mostrando as botas que contradiziam com o babado azul claro. Hannelore abriu um meio sorriso. Wanda segurou sua mão e a puxou. Já estava começando a se acostumar com aquilo, ser levada para os lugares, guiada por outra pessoa.

Hannelore não estava animada apenas porque gostava de cavalos e porque amava cavalgar, mas porque finalmente teria um tempo a sós com Wanda. Conseguira conhecer o lado perfeccionista de Edith e o animado de Dominique. Mas ainda lhe faltava saber quais segredos Wanda escondia. E pelo modo que os olhos da morena se moviam, parecia esconder muitos mistérios interessantes.

Wanda a conduziu para a parte de trás do castelo, que ainda não tinha visto. As cozinhas, onde a maioria dos criados estava. Atravessaram os postos de trocas dos soldados, Hannelore vermelha como pimenta, fechando fortemente os olhos para não olhar os homens. Os estábulos ficavam na parte de trás do castelo, próximo ao bosque, mas perto o suficiente para chegar lá em menos de um minuto, andando. Wanda cumprimentou o rapaz que cuidava dos cavalos e pediu por suas mascotes “Areia” e “Tempestade do Deserto”. Hannelore não entendeu os nomes até vê-los. Areia era uma égua amarelada, com olhos como ouro derretido. Mansa, paciente e carinhosa. Atendeu ao chamado de Wanda imediatamente, oferecendo-lhe o focinho para que fosse acariciado. Tempestade do Deserto, por outro lado, era completamente negro, bravio e carrancudo. Bufou com a aproximação de Wanda, embora não tentasse mordê-la.

— Tempestade veio da Arábia. É um puro sangue, um cavalo criado para viagens longas e árduas no deserto. Areia é africana, veio do Marrocos no norte da África, onde também há um deserto, porém ela é uma égua comum. Creio que seja melhor cavalgar com ela, já que não está muito acostumada. — Wanda sugeriu — Tempestade é arisco até mesmo comigo. Estamos juntos há três anos e ele ainda me morde quando bato forte demais em sua barriga.

— Tudo bem. Eu cavalgava cavalos comuns.

— Você sabe cavalgar? — os olhos de Wanda brilharam.

— Sim. Os duques me permitiram, quando um carroceiro abandonou um cavalo velho perto da propriedade.

— E você gosta de correr? — Wanda atirou a perna para cima e subiu sobre Tempestade de Areia, como se fosse à coisa mais simples do mundo. Ela nem ao menos havia utilizado os arreios para isso, apenas seu próprio impulso, e Tempestade era alto para um cavalo. Hannelore tentou ignorar isso.

— Sim. Na verdade eu nunca pude correr, pois o cavalo era velho e se cansava facilmente. Eu... Já apostei uma corrida contra o cão da família. — sorriu, porém Wanda balançou a cabeça, parecia decepcionada.

— Não. Isso não. Estou falando sobre correr de verdade, atravessar vales inteiros em minutos e se esquivar da chuva.

— Esquivar da chuva?

Wanda bufou.

— Você nunca desafiou a chuva? Você não é uma princesa! Todo mundo que sabe cavalgar já desafiou a chuva. Eu consegui em uma leve garoa.

— O que é desafiar a chuva?

— Correr rápido o suficiente para que nenhuma gota te toque. – Wanda sorriu, notando a perplexidade de Hannelore. Ela balançou os ombros. – É impossível, você sempre vai acabar ensopada, mas é divertido correr pela chuva. Ah, olhe... – ela suspirou – Parece que alguém veio estragar nossos planos.

— Como? – Hannelore virou o rosto por cima do ombro e viu, parado a porta do estábulo, outro jovem, muito diferente do moribundo tratador de cavalos. Havia despido o casaco e o sobretudo de lã, vestindo uma camisa de linho branca, com mangas curtas e gola larga. Parecia um cavaleiro, com calças de pano e botas de andar no pântano. Nada como um príncipe.

— Desculpe atrapalhar, senhoritas — ele se curvou levemente.

— Não se preocupe. Seus assuntos são mais importantes. — Wanda piscou e acenou para a amiga. — Nos vemos mais tarde, Hanne. Nada de besteiras, ouviu? — e riu, dando adeus ao príncipe e deixando o estábulo. Eduardo esperou que ela saísse antes de finalmente abrir a boca e dizer:

— Faz alguns dias que estou querendo muito falar contigo, princesa Hannelore. Desde que soube de sua autorização papal. Como deve saber, o Papa é muito amigo de meus pais.

— Claro. Os Reis Católicos, não? – disse, rindo, e então notou que havia dito a coisa mais banal e ridícula. Porém Eduardo apenas concordou com a cabeça. Hannelore estava falando em alemão, sua língua materna, e ele parecia compreender tudo, até mesmo falava com um sotaque quase imperceptível. Quantas línguas ele saberia falar? Com certeza, grego e latim. Será que sabia inglês?

— Planejei o momento milhares de vezes em minha mente, sonhando em conhecê-la. Nosso mensageiro disse que é uma dama muito bela. Mas não imaginei que fosse tanto.

— É gentileza de sua parte. — ruborizou, tentando escolher as palavras mais fáceis e corteses que conseguia encontrar. Eduardo abriu um sorriso vitorioso, como se sua investida tivesse dado certo. Não era possível! O príncipe estava mesmo... Flertando? Lembrou-se do que Wanda havia dito “Nada de besteiras, ouviu?”. O rubor se apoderou violentamente de suas maçãs, destacando-se na pele branca. Virou o rosto, evitando que o príncipe a visse. — O senhor também é muito bonito.

— Tolice. Só está dizendo isso para não deixar de ser gentil. Uma dama deve ser gentil, mas nunca mentirosa. — Eduardo acariciou a cabeça de Tempestade. Hannelore viu o movimento e abriu a boca para alertá-lo de que o cavalo era arisco. Tarde demais. O cubo de açúcar entre os dedos de Eduardo foi parar diretamente nos dentes do animal, que engoliu com gosto e pediu mais. — Viu só? Um truque que aprendi com um vendedor ambulante, enquanto vinha para cá. Trate seu cavalo como um rei que ele o tratará como um bom servo.

Hannelore reprimiu a gargalhada.

— A fiz rir. — Eduardo estudou seu rosto — Isso é bom. Quero fazê-la rir mais vezes.

O coração de Hannelore deu um salto rápido e intenso e foi obrigada a abaixar o rosto. Eduardo notou e sorriu. Ele deveria estar se achando um vitorioso completo, ou um galanteador perfeito. Ou que ela era boba e fácil demais. Hannelore deu um beliscão no próprio braço, para afastar aquilo, porém só lhe causou dor. O príncipe montou o cavalo com a mesma habilidade de Wanda, porém Tempestade deixou com tranquilidade, mastigando seu terceiro cubo de açúcar.

— Princesa, vamos cavalgar. Já é final de tarde, o pôr do Sol está encantador.

— Desculpe, príncipe Eduardo, mas...

— Ed. Chame-me de Ed — ele piscou — E eu posso chamá-la de Hanne?

— Príncipe, eu realmente preciso...

— Ah, por favor. Só um pouco. O pôr do Sol não demora nem uma hora.

Cerrou os punhos.

— Eu não quero, obrigada. – respirou fundo. – Preciso encontrar minhas aias. Combinamos de jogar xadrez na biblioteca.

— Pensei que o jogo oficial de tabuleiro de Overath fosse Dak-Tak. – Eduardo ergueu uma sobrancelha.

Hannelore não sabia o que era Dak-Tak, e muito menos como encontrar outra mentira para soltar. A verdade é que estava ficando nervosa demais e precisava sair dali. Nunca fora cortejada por rapaz algum, o máximo de contato que tinha com homens eram os vendedores ou jardineiros que volta-e-meia visitavam a casa dos duques. Quando voltou seus olhos para Eduardo, porém, notou que ele estava sorrindo, sorrindo gentilmente. Quase tão doce quanto sua mãe, quase tão gentil quanto Genova e tão bondoso como Dominique. Não queria lhe dizer que estava desconfortável com tudo aquilo, afinal para ele deveria ser simples flertar com uma garota. Ele deveria ter muita experiência romântica e não sentiria vergonha.

— Talvez eu possa te ensinar — disse, de repente, quebrando o silêncio.

— Ensinar? — Hannelore ergueu novamente o olhar.

— A jogar Dak-Tak. É bem simples. Mas você precisa ir ao seu encontro de amigas, não? Desculpe-me ser tão deselegante. Apenas queria conversar um pouco com a mulher que será minha esposa.

O cérebro de Hannelore desligou por tempo suficiente para que balbuciasse:

— ...sua o quê?

— Esposa. — Eduardo arqueou as sobrancelhas — Ora, é claro. Não sabe? Iremos nos casar quando eu completar dezesseis. O que será daqui três meses. Vim conhecer minha prometida.

— Mas como...?

— Não acredito que seu pai firmou a aliança de casamento com Aragão sem te contar. — Eduardo exclamou. — Faz duas semanas que isto foi decidido.

— Mas eu só soube que era uma princesa há um dia!

Eduardo piscou, atônito, e de repente ruborizou. Parecia completamente desorientado, sem jeito, como uma barata tonta sem saber para onde correr. Ele engoliu em seco e acariciou a cabeça de Tempestade. Após recobrar os sentidos, olhou-a nos olhos.

— Hannelore, não é preciso contar a uma princesa que ela irá casar. Somente vista-a como uma noiva e a coloque em uma igreja. Assim são as coisas.

— O quê? — sentiu a fúria tomando suas veias — Eu não tenho domínio sobre minha própria vida? Não posso escolher com quem irei me casar? —sua continuava calma, porém a raiva começava a aflorar tons mais altos. — Isso é injusto! Eu nem mesmo escolhi ser princesa, não escolhi nada disto!

— Não é dever de uma mulher escolher, mas sim obedecer — disse o príncipe como se fosse obvio.

— Você me dá nojo. — vociferou. Tempestade relinchou, recuando. Hannelore só notou que estava dominada pelo ódio quando o próprio cavalo negro arábico recuou assustado dela. Controlou-se o máximo que pôde. — É uma pena que sua vida possa ser cheia de escolher, Vossa Alteza.

— Você acha que eu escolhi isso? – os olhos cinzentos de Eduardo se tornaram negros. — Você acha que eu quero me casar com uma completa estranha, bastarda e irritadinha? Já perguntou se eu escolhi você? Meus pais um belo dia apareceram dizendo que iria me casar com Princesa Hannelore, de Overath e pronto. Estava decidido. Pare de bancar a coitadinha, Vossa Alteza, pois você não é a única injustiçada do mundo. — ele saltou do cavalo e apontou o dedo para ela. — Eu estou no mesmo barco que você. Mas não vim aqui ouvir sua reclamação. Conte isso para suas amiguinhas, na sua reunião de xadrez ou sei lá o quê.

Hannelore mordeu os lábios, irritada. Como ele ousava falar daquele modo com ela? Para onde fora o jovem gentil e cortês? Lançou lhe a mão, acertando seu rosto com os dedos. A marca vermelha ficou na bochecha direita de Eduardo, enquanto ele a apalpava.

— Nunca fale assim comigo outra vez. — afastou-se dele, andando de costas, em direção à saída do estábulo. — Você não tem o direito de apontar o dedo para mim ou de inferiorizar minhas amigas. Pode me chamar de coitadinha, mas não deboche delas. Ou terei de tomar medidas mais dramáticas.

Virou as costas, abandonando-o com seu ódio.

º º º

Hannelore foi chamada a sala do rei após o jantar. Havia jantado na torre, recusando qualquer convite dos reis de Aragão ou de Genova. Permitiu apenas que criadas lhe trouxessem a comida. Esperava que Dominique, Edith, Wanda e Cora fossem lhe confortar, mas ninguém apareceu na porta. Sentia-se sozinha, solitária e tremendamente arrependida pelo que havia falado ao príncipe Eduardo. Ele não merecia. Havia descontado sua surpresa e ira nele. Teria de lhe pedir perdão mais tarde.

Enquanto caminhava em direção à Sala dos Quadros, ouviu os ruídos de pés pequenos. Seriam ratos? Duvidou. Notou um vulto perto da janela. Esquivou-se para trás de um pilar e agarrou a criatura pela cintura. Ela exclamou, caindo. Só então Hannelore reconheceu a garota.

— O que você pensa que está fazendo? — Dafne resmungou, irritada, levantou-se e bateu a poeira do vestido sujo e remendado. — Você derruba todos que vê?

— Pensei que fosse um assaltante.

Dafne a encarou.

— No castelo? Um assaltante dentro do castelo? O que a faz pensar que, com todos os nossos guardas, um assaltantes entraria no castelo e você o deteria?

Hannelore ruborizou.

— Perdoe-me, eu agi por impulso.

— Tudo bem. — Dafne suspirou — Agora eu preciso ir.

Virou as costas e desapareceu nas sombras. Hannelore ficou no silêncio por algum tempo, antes de continuar caminhando. Bateu na porta de seu pai e ouviu-o dizer para que entrasse, assim que entrou segurou a barra do vestido e fez uma reverência, após isso tomou coragem e se pronunciou:

— Majestade, eu sei que agi inapropriadamente para uma princesa, mas prometo que... — estancou. Príncipe Eduardo estava parado diante da mesa de seu pai. Encarando fixamente a mesa do mapa. Parecia constrangido.

— Sim, Hannelore? — o rei disse — Sente-se ao lado do Infante Eduardo, por favor.

Relutante, Hannelore caminhou até lá e sentou-se. Eduardo se remexeu, inquieto. Sentia o clima frio e pesado na sala. Ninguém ali estava gostando do que fazia, ninguém ali queria estar no seu lugar. Hannelore, por fim, quebrou o silêncio.

— Eu já ia me desculpar com Eduardo, juro. Estava pensando em lhe mandar uma carta...

— Qualquer coisa que tem de dizer, diga agora, diante dele. – o rei a cortou.

Hannelore sentiu os músculos se tornando aço.

— Me desculpe pelo modo rude como agi, príncipe Eduardo.

— Igualmente, princesa Hannelore. — ele balbuciou.

O rei suspirou.

— Crianças... Vocês ainda têm muito que aprender com a vida. Mas não se preocupem com isto. O menino dos estábulos me explicou tudo o que aconteceu. Eduardo, você disse coisas demais para minha filha, e Hannelore, você agiu como uma garota comum da cidade, não como uma princesa, minha herdeira. Quero que ambos melhorem suas atitudes. Principalmente pelo futuro que terão juntos.

— Sobre isto, rei Willian, eu gostaria de conversar com o senhor a sós. – interveio.

— Sim, pode dizer.

— Sozinha.

— Diga aqui. — o rei exigiu — O que você quer?

— Sobre meu casamento, não tenho certeza se é isto que eu quero para minha vida. Não pude escolher ser ou não uma princesa, nem pude escolher ser ou não uma bastarda. Eu nunca tive muitas escolhas em minha vida, mas com certeza o meu casamento eu quero que seja uma escolha real. Não quero me casar com um estranho, igualmente Eduardo. Ambos não concordamos com isto.

Eduardo não se pronunciou.

A porta, uma batida soou. Era o primeiro ministro Hartwig, que entrou sorrindo, curvando-se diante das realezas e se sentando ao lado do rei. Aparentava logo de cara um aspecto bem mais descontraído e humorado, mas ainda sim, sua presença deixou Hannelore mais nervosa. Não sabia se podia pedir aquilo, mas tinha de tentar.

— Majestade, o senhor não poderia me deixar viver um pouco mais ou mesmo conhecer melhor outras pessoas? Não tenho qualquer experiência romântica e muito menos acho que seria um dia capaz de amar Eduardo.

— Eu tenho de discordar — Eduardo ergueu a cabeça. — Sei que pareci um idiota rabugento, mas não sou deste jeito. Fiquei irritado, sim, mas nunca gritaria novamente contigo, nem mesmo lhe bateria.

— Me desculpe, mas você apontou o dedo para mim. — Hannelore revidou.

— Crianças, parem com isto. — Rei Willian soltou um suspiro longo e cansado. Hannelore sentiu-se mal por estar dando tanto trabalho para seu pai. Ele não merecia aquilo. – Entendo muito bem o que você tem a dizer sobre o casamento. Ninguém realmente quer se casar por interesse. Mas entenda que nós não vivemos nossa vida, mas vivemos a vida do povo. Fazemos de tudo pelo povo. Incluindo se casar.

Abaixou a cabeça, triste.

— Eu entendo, Majestade — Hannelore iria se pronunciar novamente, mas o rei abaixou a cabeça, também parecia triste.

— Eu sei de uma solução para este probleminha — anunciou o primeiro ministro como se possuísse nas mãos, a solução para todos os problemas do mundo. — Pensei muito, na verdade, e com a ajuda de meus informantes, descobri que o povo não apoia a princesa. Na verdade, eles têm medo de que ela leve Overath a uma possível segunda guerra e piore nossa situação com Hessen.

— E casá-la com o filho dos reis católicos traria ao povo tranquilidade, pois eles veriam que Hannelore é uma católica devota. – o rei concordou, porém o primeiro ministro balançou a cabeça negativamente.

— O povo não precisa apenas da fé e da religião, isso nós já temos bastante. Todos nós temos conhecimento de que para a Princesa Hannelore ser uma rainha soberana, ela precisa se casar. Mas o povo precisa de incentivo maior, religião não basta. Precisa de representação, sabe... A princesa tem fazer algo que mostrasse um sentimento mais próprio de amor a seu país, mostrar que é uma verdadeira overatiana até nas escolhas matrimoniais. Sei que esta ideia parece um pouco estranha, mas creio que seja a mais adequada e talvez a mais segura.

Rei Willian piscou os olhos.

— E o que seria Hartwig? — perguntou o rei e Hannelore notou o quanto o soberano parecia confiar em seu ministro, os dois pareciam amigos de longas datas.

— Minha ideia é que os principais nobres deste país disputem em uma competição que tem como prêmio a mão de Hannelore. E isso significa que a senhora, minha princesa, poderá escolher seu marido, entre os candidatos, além de conquistar o amor do povo, afinal estaria se casando com um varão de seu próprio país — o homem sorriu para ela. – Isso a agradaria, Vossa Alteza?

— Bem... — Hannelore ficou um pouco receosa, afinal ela seria uma espécie de prêmio, mas em compensação ela poderia escolher o seu marido, então percebeu que não havia outra saída. — Eu adoraria, parece um plano fantástico!

Rei Willian coçou a barba.

— De fato é uma ótima ideia — concordou.

— Não! — Eduardo de repente disse. – Não... Não podem rejeitar a aliança agora. Meus pais e eu viemos até aqui por causa disto. Não podem romper a paz. Não depois de pedir ao Papa para que concedessem a Hannelore o direito de herdeira legítima.

— Você não queria que nos casássemos... – Hannelore revidou.

— Sim, mas... — Eduardo mordeu os lábios — Isso foi antes. Pensem bem no que seria melhor para o país: estar vulnerável contra a Itália ou agradar os camponeses com um joguinho banal?

— Alteza, a Itália não nos ameaça em nada, mesmo ela sendo aliada de Hessen... — o primeiro ministro disse, calmamente. — Temos a aliança com a Inglaterra, Polônia, Hungria e se tudo der certo, em breve com o Sacro Império, e para mim o que mais importa é o bem-estar de meu povo. Se eles estiverem felizes com suas casas, suas famílias e seu rei, isto basta.

— O senhor pode competir pela mão de Hannelore, se quiser. — o rei interpôs.

Eduardo piscou os olhos.

— Competir pela mão de uma garota?

Hannelore sorriu.

— Isso é um desafio grande demais para Vossa Alteza?

Eduardo encarou-a e então abriu um sorriso.

— Claro que não. Aceito de bom grado. Mas é melhor avisar para os outros varões que eu já venci.

Hannelore sentiu animação florescendo ainda mais. Não conseguia acreditar que teria direito de escolher seu marido! As lágrimas de alegria se formavam nos cantos dos olhos, enquanto imaginava um conto romântico que teria.

— Então anunciaremos a competição amanha, na Quinta-Feira. — o rei Willian decidiu.

— Quinta? Mas nesta quinta já? — perguntou Hannelore e Hartwig respondeu.

— Isso! Não podemos perder tempo, Alteza. Ordenarei que enviem cartas aos nobres de todas as nossas regiões e todos tem até a próxima sexta para respondê-las. No sábado os competidores chegarão ao castelo e no Domingo faremos o Torneio em homenagem a Vossa Alteza.

— Está decidido — o rei concordou. – Estão dispensados, todos.


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Notas finais do capítulo

Eis ai a ficha de inscrição.

https://docs.google.com/forms/d/1bqcXbF6zixSY1VVN2hyV9sFdQrWYNJ9s7_JY5PFY8d4/viewform

Inicialmente a ideia era colocar rapazes do povão na competição, mas sejamos realistas. Se a Hannelore já está com problemas, imagine um plebeu? Seria complicado por alguém que não entende nada de politica no seio da corte. Entenderam? Por isso a ideia dos nobres. Sem contar que eu pelo menos, nunca vi uma seleção de nobres rapazes, ou seja, uma inovação.

Na ficha haverá uma pergunta. Qual sua região? Elas são como condados. Overath é dividida em regiões e dentro dessas regiões, existem diversas cidadezinhas, vilarejos e povoados espalhados.
Será um representante de cada região, por isso eu não fiz por cidades. Se não seria gente pra caramba. Caso você queira dar um nome a cidade onde você vive na história, fique a vontade, seria até menos trabalhoso pra gente, eu recomendo pesquisar cidadezinhas alemãs e austríacas, de preferência as menos conhecidas. Se não quiser, não tem problema, eu e a Meell faremos isto.
Eu me inspirei na Itália, Portugal e França medieval nesse quesito das regiões. Duques, marqueses, condes e barões, esses são os nobres. Os nobres são espalhados pelo país, muitas vezes o titulo é apenas uma maneira de status e prestigio a família, contudo lhes dá poder sobre o terreno em que vivem, contudo o monarca reinante é quem manda em tudo e pode tirar e dar o título em quem quiser. Todos os títulos são hereditários. Escolham o titulo e a região em que vivem, basta isso. Você pode ser o nobre, filho do nobre ou sobrinho.

Bem minhas princesas, eu desejo-lhes boa sorte! Beijos.