Indeterminado escrita por Hont91


Capítulo 3
Capítulo 3, Pego uma carona com cavalos voadores


Notas iniciais do capítulo

Esse é mais curtinho, pros meus padrões neh xD



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Assim que Arthur disse o nome do tal Percy uma imagem diferente apareceu, a principio pensei que tinha algo de errado já que não vi nada. Então ouvi uma voz ao fundo, parecia um filme, cerrei os olhos me concentrando um pouco, logo consegui ver mesmo no escuro, era uma sala de cinema quase vazia, de um filme em preto e branco. As duas pessoas na imagem não estavam prestando atenção no filme, já que estavam ocupados demais se beijando.
“Yuck! Que nojo cara!”. Arthur chamou atenção e os dois se afastaram na hora assustados e olharam para a imagem.
“Arthur!”. O garoto tinha olhos verdes, cabelo preto rebelde, que tinha sido penteado com muito gel numa tentativa falha de ‘ficar bem arrumado’, era bronzeado e parecia forte, e agora parecia irritado. Eu tentei segurar a risada.
Não preciso dizer que o Arthur estava se dobrando de rir.
“Hahaha...”. Ele riu sem humor e cruzou os braços.
Então a garota se inclinou sobre ele para nos ver melhor. Ela era bonita, tinha cabelos loiros, olhos cinzas nebulosos e parecia ainda mais irritada que ele.
“O que foi que aconteceu? Você não esta mandando essa mensagem de Iris só pra rir neh?”. Ihhh ela tava irritada mesmo.
Foi então que notei, os dois tinham um colar de contas igual ao do Arthur, ela tinha 9 contas, 9 verões, e ele tinha 5 delas, eles também eram do acampamento.
“Suponho que esses sejam os tais Percy e Annabeth que o tal Quiron falou certo?”. Como pensei o nome chamou a atenção dos dois, e Arthur parou de rir.
“Ok ok, desculpa estragar o seu... Errr....”. Tive a impressão que ele ia dizer algo que não devia, mas encontrou os olhos da garota e mudou de idéia. “... Encontro... Mas nós temos um probleminha”.
Ele então resumiu nosso encontro com a quimera e nossa conversa com Quiron, e quanto mais ele falava mais sérios os dois ficavam, até que enfim ele acabou.
“Cara, não podia escolher outro dia?”. Disse Percy, a mão na testa escondendo o rosto num ato teatral.
“Estamos perto, em 5 minutos estamos ai, tente deixar ele vivo”. Eu tive a impressão de ouvir um ‘ou senão’ vindo dela... Mulheres são assustadoras.
“Certo!”. Acenou Arthur. “Ah, e da próxima vez vão direto pra um motel, do jeito que vocês tavam atracados era melhor que um cinema!”.
Pude ver os dois ficando vermelhos e prontos pra argumentar pouco antes da água se desligar. Nosso tempo tinha acabado.
“Esses dois tem muuuuito azar”. Disse Arthur enquanto saia andando do lava-jato, eu o segui.
“Mereço algumas explicações agora ou você vai continuar dizendo que é melhor não saber?”.
Ele me olhou, e pareceu pensar seriamente em explicar, depois deu de ombros e saiu andando.
Controlei meu impulso de chutar ele no meio da rua e o segui.

Encontramos um estacionamento vazio algumas quadras depois e esperamos.
5 minutos depois assim, exatamente como disseram, os dois apareceram, pareciam bravos e pelo jeito tinham brigado no caminho.
“Percy! Annabeth! É bom ver que não pararam em nenhum motel no caminho!”.
Os dois ficaram vermelhos, mas pelo punho fechado da garota seria melhor o Arthur parar.
“Não fiquem assim, eu tenho certeza de que vocês já devem ter avançado bastante nessa re-la-ção de vocês... Ou será que vocês ainda...”. E abriu um sorriso malicioso.
O sorriso desapareceu um segundo depois quando a garota enfiou o punho na boca dele, o derrubando no chão. É, eu gostei dela.
“Não liguem, ele é sempre assim”. Tentei me desculpar.
“Ah, já estamos acostumados”. Respondeu o Percy, recebendo um olhar frio de Annabeth.

Ela se adiantou e esticou a mão para mim.
“Annabeth Chase, filha de Atena”. Espera, eu ouvi isso direito? Ela disse Atena?
“Ah, uhum...” Eu disse enquanto apertava a mão dela, logo Percy também se apresentou.
“Perseu Jackson, filho de Poseidon... Pode me chamar de Percy”. Atena e Poseidon?
Apertei a mão dele e olhei para Arthur.
“Isso não é uma pegadinha certo?”.
Foi então que eles notaram.
“Você ainda não explicou a ele?”. Exigiu Annabeth.
“Tipo assim, tava difícil, e eu não sou lá grandes coisa em luta, achei melhor esperar até chegar ao acampamento, onde é seguro”. Arthur se explicou.
Eles iam começar uma discussão, quando eu perdi a paciência.
“Será que da pra alguém parar de dar desculpas do tipo ‘quando chegar ao acampamento’ e me explicar o que diabos aconteceu na minha vida? Eu fui perseguido, enfrentei uma quimera, fugi do terceiro andar, explodi parte do orfanato e acabei de ver alguém mandar mensagem usando um jato d’água!!!” Gritei com eles.
Todos ficaram quietos, até que Percy tocou a mão no meu ombro sorrindo.
“Calma, no inicio é todo mundo assim vem, te explico no caminho”.E então assoviou.
Eu não entendi por que ele assoviou até que eu vi uma sombra, e olhei para cima, a tempo de ver 4 cavalos com asas descendo dos céus, um deles era negro.
“Blackjack! Bem na hora” Disse Percy e montou no cavalo negro, Annabeth escolheu outro e Arthur já amarrava sua mala em um terceiro. E eu estava de boca aberta.
“Pe-pegasus?!”
Os cavalos me olharam com uma expressão de: ‘quem é o otário?’, Percy riu e acenou pro único que já não tinha cavaleiro.
“Como eu disse, te explico no caminho”.
Pessoas normais diriam que não sabem andar a cavalo, que tem medo de altura, provavelmente sairiam gritando e ligariam para seus psicólogos dizendo que finalmente teve um ataque dos nervos, ou exigiria respostas. Eu apenas suspirei e subi no cavalo voador que ainda parecia me achar um otário.
E então saímos voando.

Não sei explicar exatamente o que é voar num pegasus, você não esta completamente solto, mas também não esta muito firme, quem comanda é o pegasus e você depende dele.
O inicio foi divertido, Percy e o pegasus negro, chamado Blackjack, gostavam de acrobacias e de velocidade, os outros imitaram eles, foi assustador passar por debaixo da ponte do Brooklin a mais de 160 quilômetros por hora. Ou seja, o melhor passeio da minha vida.
“Então”. Disse Percy quando paramos de fazer acrobacias e diminuímos a velocidade para poder conversar.
“Então...” Eu repeti.
Ele sorriu.
“Vamos do básico, você gosta de mitologia?”.
“Tipo, deuses, monstros, titãs, heróis, centauros... E pegasus?”.
Ele riu.
“É! Desse tipo”.
“Um pouco, é a única coisa que consigo entender”.
“Ok, então, o que os deuses gregos mais faziam nos tempos antigos?”.
Eu pensei um pouco.
“Brigar entre si como idiotas?”.
Percy e Arthur começaram a rir, Annabeth nos censurou com o olhar, eu entendi porque um segundo depois quando um raio caiu assustadoramente perto de mim, serio, senti até o cheiro de ozônio e tudo o mais. A cor sumiu do rosto do Arthur. Annabeth emparelhou do meu outro lado.
“Seria melhor não chamar eles de idiotas”
Eu assenti. Ela continuou.
“O que os deuses mais faziam, alem de brigar”. Ela sorriu. “Era ter casos com mortais, e desses casos normalmente nasciam heróis, sabe, Heracles, Aquiles, Perseu”.
Eu concordei.
“Agora pense assim” Era Arthur. “Que os deuses gregos estão vivos até hoje, porque tipo, eles são imortais, e que eles não mudaram nenhum pouco seus maus hábitos, e que digamos, diferente desse casalzinho aqui, eles adoram ir aos finalmentes”.
Eu ia responder, mas não consegui deixar de rir, Annabeth ficou BEM sem graça e o Percy parecia estar pensando seriamente em arrancar a cabeça do Arthur.
“Ok ok” Eu tinha me controlado depois de rir bastante. “Se fosse assim, eles teriam muitos filhos até hoje certo?”.
Eles fizeram uma pausa, me olhado, esperando eu ligar os pontos, Percy e Annabeth disseram serem filhos de Poseidon e Atena, respectivamente, então...
“Vocês tão falando serio? Deuses realmente...”.
“Existem? Sim, são chamados meio-sangues, e você também é um filho de um deus, assim como nós”.
Eu ia perguntar de quem eu era filho, mas mudei de idéia e olhei pro Arthur.
“Ele?”.
A pessoa em questão me deu um sorriso de comercial de pasta de dente, e colocou os óculos de sol nos olhos.
“Arthur Kalib, filho do deus mais legal de todos, Apolo”.
“Apolo não era o deus da musica e da poesia?” Perguntei.
“E do sol, não se esqueça do sol, e do arco-e-flecha, meu pai é superpoderoso”.
“Nesse caso como a tua poesia é tão ruim?”.
Percy e Annabeth caíram na gargalhada, Arthur cometeu o erro de tentar se defender.
“Hei! Minha poesia não é ruim!”.
“Vamos lá! A coitada da quimera parecia que ia morrer enquanto você declamava!”.
Continuamos rindo.
“Eu disse que aquela não era minha! Foi o Percy que escreveu pra Annabeth!”.
Eu não me segurei e gargalhei, enquanto o Percy tentava esganar o Arthur no meio do ar e a Annabeth ria do meu lado, isso me deu tempo para digerir toda a informação que eles jogaram em mim, meio-sangue, deuses, monstros e tudo mais. Sabe o pior? Tudo fazia sentido pra mim.
“O que é a nevoa?” Perguntei a Annabeth.
“É o que faz os mortais não perceberem os deuses e os monstros, tudo fora do normal fica muito diferente nos olhos humanos, pra se adaptar as suas explicações lógicas, tipo explosões de gás, acidentes de carros, e outras coisas assim. Porque?”.
“Ah... Por nada não”. De jeito nenhum eu ia falar que uma arvore tentou me seduzir, pelo menos não com o Arthur por perto.

Continuei em silencio durante o resto da viagem, Arthur decidiu parar de provocar depois que o Percy convenceu o pegasus do Arthur a tentar derrubá-lo, e Annabeth parecia me vigiar de vez em quando, quase como se eu fosse má noticia.
Mais tarde descobri que estava errado, eu não era má noticia, eu era uma péssima noticia.

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Notas finais do capítulo

O ministerio das fanfics adverte: falta de reviews faz mal a saude dos autores. xD