Eu ri, segurando a cintura de Lidya para que ela não caísse.

— Errou de novo. — Provoquei, meus lábios em sua orelha. Ela girou para me beijar.

— Mesmo assim, ainda ganho de você.

— Venha, então.

Nós dois pegamos nossas espadas e lutamos, entre provocações, até que ela me derrubou com uma rasteira. Dei-lhe um soco de leve no braço, que ela retribuiu.

— Ainda tem muito o que aprender, garotinha. — Provoquei

— Ensine-me, então.

Eu ri e fi-la pegar sua espada. Fiquei atrás dela, uma das mãos em sua cintura, a outra junto com a sua, que segurava a espada, ditando a força e a velocidade dos golpes.

— Concentre-se, Lidya. Você sabe se virar com uma espada, mas ainda é inexperiente.

— Nunca gostei de espadas. Detesto estar no meio do combate.

— Mas gostou de combater Caos. E se saiu bem.

— É diferente. Aquela nem parecia eu. Foi como ... Um transe. Jamais consegui fazer nada parecido de novo.

— Transe ou não, você é uma deusa. Tem inimigos. Precisa saber se defender.

— Eu sei lutar, Ares. — Lembrou delicadamente — Não sou nenhuma donzela indefesa. Não precisa se preocupar comigo.

— Eu que o diga, morena. — Brinquei, esfregando meu rosto em seus cabelos, que haviam se soltado do coque que ela fizera. — Mesmo assim, vou me sentir mais tranquilo desse jeito. Por mim, ok?

—Está bem — Cedeu, virando-se para mim novamente — Por você.

Voltamos a lutar. Ela me derrubou de novo, sua espada ameaçando minha garganta. Afastei a lâmina despreocupadamente, usando dois dedos.

— O que achou dessa, bocudo?

— Você até que tem estilo. — Elogiei. — Para uma novata.

— Ainda tenho que treinar muito.

— Não se preocupe com isso, amor. Caos ainda vai demorar muito tempo para mostrar aquela cara feia de novo.

— Eu tenho tido uns sonhos ultimamente. Sonhos com a volta de Cronos. Exatamente como da primeira vez. E não parecia que ia demorar muito.

— Se ele vier e tentar fazer mal a você, eu quebro a cara dele.

Lidya riu fracamente da minha piada ruim e voltamos a treinar.