Guerreiros escrita por L M


Capítulo 5
仲人


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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A carruagem balançava conforme estava se aproximando da cidade.

Hana olhava pela janela e avistava várias garotas com longos vestidos e belas, os olhares firmes destacavam a coragem e cada uma parecia tão confiante quanto as outras.

Hana estava com as mãos tremendo, preferia está em qualquer outra situação do que esta. Os vários garotos que são filhos de guerreiros estavam olhando e admirando as demais garotas, talvez escolhendo suas futuras noivas, o que fez Hana ficar ainda mais amedrontada:

–Não precisa ter medo, Hana. Quanto menos esperar termina.-falou Natsumi sorrindo levemente.

Hana a encarou lembrando das palavras do pai, e então sorriu para a irmã o que lhe fez se sentir melhor.

Não estava com um Sol muito forte, o céu estava nublado e ventava frio. Hana saiu da carruagem e ergueu a cabeça, enquanto sua mãe lhe entregava um leque azul escuro com um dragão desenhado; Natsumi saiu em seguida sorrindo levemente e Hana tratou de imitá-la, mesmo não sentindo queria demonstrar confiança, porque afinal de contas, ambas as garotas eram filhas do mais forte guerreiro e do clã de fogo.

Emi ia atrás das filhas com a mesma pose e atrás da mesma as duas avós do mesmo modo caminhavam em meio as pessoas. Algumas cumprimentavam por respeito outros apenas as admiravam como as mulheres do honorável guerreiro de fogo.

Hana ia observando olhares sobre si e sorriu discretamente sobre o leque a frente dos seus lábios, apenas lhe incomodava o leve fato de ser mais baixa do que Natsumi e quando estão próximas isso se evidenciava com mais facilidade.

As mulheres se encaminhavam para perto de um grande templo enfeitado com faixas rosas claro e vermelho forte, as outras garotas começaram a se aproximar com os mesmos leques com o símbolo de seus clãs. Na frente do templo haviam várias flores e pedras coloridas, uma grande árvore-de-cerejeira rosa estava posta ao lado a entrada, tão grande e bela que Hana se sentia minúscula.

Natsumi segurou sua mão passado confiança e Hana agradeceu mentalmente por isso. As garotas se fixaram na varanda de madeira do templo que possuía quadros de mensagens e o telhado era azul e dele estavam pregados lustres e velas.

Natsumi se sentou em uma cadeira e se mostrando superior começou a se abanar com o leque olhando tudo ao seu redor. Hana se manteve de pé encarando os olhares feios que as demais garotas estavam lançando para elas:

–Santo Deus! Espero que olhos-ruins não nos dê azar, porque senão iremos explodir este templo pela quantidade.-falou Hana fazendo Natsumi rir de leve:

–Apenas as ignore, somos superiores Hana.-falou a garota erguendo mais a cabeça e evidenciando seu belo rosto:

–É fácil para você falar. Meu Deus! Parece que sou apenas uma criança boba perto de vocês, sou pequena demais.-falou Hana resmungando:-E esse maldito vestido é uma verdadeira tristeza!

–Pare de reclamar, a casamenteira pode ouvir. Não reclamar é uma das coisas que uma noiva não deve fazer.-falou Natsumi:

–Não ligo!-falou Hana.

O vento continuava forte conforme mais garotas chegavam, nenhuma ousava se aproximar de Natsumi ou Hana o que deixava a pequena garota ainda mais nervosa. Hana se virou e ficou contemplando a paisagem, olhando o céu cinza e as vegetações bem longe nas montanhas verdejantes, as borboletas que passavam e a melodia suave de uma flauta.

O barulho de uma porta se abrindo ecoou fazendo os rostos das garotas se voltarem para a entrada do templo, onde uma velha gorda de maquiagem exagerada chegava com um minúsculo leque e uma prancheta. Ela andava mancando devido talvez, pensava Hana, pelos sapatos estarem bem apertados:

–Mā dai kangei! Que suas vidas sejam abençoadas e floresta caiam sobre suas cabeças, belas damas aqui presente!-falou a velha casamenteira:-Então começaremos, avaliarei todas, uma por uma. Perguntas diferentes e respostas diferentes, quero saber quem será a melhor noiva!

Os olhos escuros e as rugas ao seu redor firmaram-se em Hana que engoliu em seco com a afirmação da mulher. A primeira garota fora chamada.

Hana estava praticamente amassando o leque em suas mãos, cada garota que entrava demorava séculos até retornar novamente com uma pulseira de uma determinada flor para ser avaliada. Algumas garotas saíam sorrindo outras a beira de um pranto forte e algumas desesperadas e com as mãos tremendo, porém todas com uma flor diferente em seus pulsos.

Logo, Natsumi é chamada e a mesma se ergue com exuberância entrando para a sala.

Hana fica com as mãos tremendo ao passo que sua irmã demora a sair, ela estava com medo. As palavras do pai, os gritos de sua velha avó Alli, seu pai ferido, seu irmão chorando... Tudo fora se acumulando, fazendo o peito de Hana se acelerar.

Natsumi sai da sala com os aplausos da velha casamenteira que está sorrindo de orelha a orelha. Hana vê a irmã caminhando erguida e sorrindo e em sua mão direita uma rosa dourada, o que somente sua mãe havia ganhado.

Hana engole em seco, sua garganta parecia brasa. Deus! Como ela conseguiria uma rosa dourada?! Como ela olharia para o pai se não conseguisse uma idêntica a de Natsumi.

Só restavam cinco garotas contando com ela, e Hana parecia está a beira de um infarto, o ar não chegava em seus pulmões e o vestido parecia ainda mais apertado e insuportável:

–Honō ryū Hanna!-chamou a casamenteira.

O peito de Hana se inflamou e disparou como se a mesma tivesse sido atingida por um raio A garota tentou andar como Natsumi, mas o que conseguiu foi se desequilibrar tendo que se segurar nas bordas de madeira, as risadas ecoavam e Hana cometeu o erro de encarar as outras garotas que a encaravam como se a pequena garota fosse uma presa fácil de ser abatida.

Hana entrou dentro da sala, onde haviam vários quadros e uma mesa de centro. Deus! Será que ela se lembraria de tudo o que a velha Alli berrou para ela no dia anterior?!

–Você é muito pequena!-avaliou a casamenteira. Hana a encarou com os olhos meio arregalados:-Nem se desenvolveram as curvas adequadas, parece mais uma tábua.

–Ora, senhora..-começou Hana, porém a mulher foi mais rápida a batendo a prancheta em seu estômago, fazendo-a ficar ereta:

–Tem certeza de que é irmã da adorável Honō ryū Natsumi?-perguntou a mulher.

Hana a encarou com total surpresa no olhar, como ela ousava se referir a ela como uma bastarda comparada a Natsumi?!

–É claro, senhora-falou Hana retirando a prancheta do estômago:

–Pelos seus maus modos, posso garantir que talvez não. Tem muitas famílias que adotam filhos, você não seria a primeira e nem a última-falou a mulher caminhando fazendo anotações.

Hana sentia seu sangue ferver:

–Ferve a água, por gentileza.-falou a mulher:-Uma noiva sempre deve está disposta.

–Como queira.-rosnou Hana amassado seu leque:

–Seu temperamento é bem nervoso.-falou a mulher:

–Impressão sua, senhora.-falou Hana indo até o enorme caldeirão e o colocando no fogo com certa dificuldade:

–Coloque mais lenha e reacenda o fogo, garota!-ordenou a mulher.

Hana suspirou e fez o que a mulher ordenou, colocando muita lenha e fazendo o fogo subir com mais intensidade e o calor tomar conta da sala:

–Vamos aos questionamentos.-falou a velha casamenteira comendo um chocolate que estava em cima de um pote.

Hana se colocou ajoelhada do outro lado da mesa e ficou em posição conforme ouvia a mulher mastigando o chocolate:

–O que você espera de sua vida casada?-perguntou a mulher:-Se algum homem guerreiro querer você mal desenvolvida.

As palavras da mulher lhe atingiram como um tapa. O que era isso afinal?! Um clone com mais peso de sua avó Alli?! Hana suspirou e apertou as mãos em punho não desviando o olhar da mulher gorda a sua frente que sorria sadicamente em sua direção:

–Eu espero ser feliz, senhora. E fazer meu marido feliz também.-falou Hana com um sorriso.

A mulher suspirou em desânimo, anotando algo em sua folha que fazia o coração de Hana disparar em um ataque:

–Saberia cozinhar e servir seus futuros sogros e fazer tudo o que mandarem?-perguntou a casamenteira.

Hana franziu as sobrancelhas e a encarou com surpresa:

–Perdão, mas eu serei da família deles ou a empregada deles?-perguntou a garota:

–Isso é um dever de noiva!-falou a casamenteira:

–Ser escrava doméstica?!-indagou Hana enfurecendo a velha senhora:

–É o que noivas fazem, se não se sentiu satisfeita a porta para a rua é serventia da casa!-gritou a mulher e Hana a encarou com os olhos arregalados:

–As noivas fazem em seu ponto de vista.-falou Hana:

–Chega! Está mesmo disposta a ser uma noiva?-indagou a mulher:-Você nem mesmo parece ser da família, não precisaria honrar ninguém.

Hana a encarou com ódio e suas mãos começaram a suar e a levemente arder com uma fumaça se acumulando em cima de suas cabeças:

–Eu sou sim filha de meu pai Chang! E eu quero dar honra a minha família, como minha irmã fez!-gritou Hana:

–Acontece, garota, que você não chega aos pés de sua "irmã".-falou a mulher:

–Cale-se!-falou Hana se levantando:-O que é isso?! Meu teste ou a senhora está tentando acabar comigo?!

–Quero saber se está preparada!-falou a mulher também se levantando:-E pelo que posso ver nem um espinho nesse seu pulso magrelo poderia sevir de exemplo já que nem nisso você chega!

–Por que esse ódio, senhora?-perguntou Hana com raiva em seu tom de voz:

–Eu as avalio pelo que vejo, e você nem de longe parece uma noiva.-falou a mulher:

–A senhora não tem o direito!-falou Hana rosnando pela raiva:

–Você é uma desonra!-falou a mulher:

–Pasudearu!-gritou Hana e então ouvi-se um barulho alto de explosão.

Hana e a mulher viraram-se dando tempo de ver o grande caldeirão de água fervendo explodir e entornar água quente por toso os lados e as chamas do enorme fogo ir queimando a água em ebulição:

–Deus do céu!-grita a casamenteira:-O que você fez, garota?!

–O que a senhora me mandou!-gritou Hana olhando horrorizada a cena:

Hana tenta apagar o fogo, porém a mulher a empurra para o lado pegando seus jarros de flores e jogando pelas chamas, fazendo seu vestido se queimar e a maquiagem borrar pelo excesso de calor:

–Fogo! Fogo! Fogo!-gritou a casamenteira saindo correndo pela porta da frente.

Hana a seguiu correndo e segurando o vestido em sua mão, conforme o fogo ocupava todo o templo e a fumaça escura começava a ser vista. A garota saiu do templo e viu a casamenteira gritando horrores com sua mãe enquanto estava sendo amparada pelas outras garotas:

–Sua filha é uma desgraça! Uma maldição! Nunca trará honra a nada que fizer, é a desonra do clã de fogo!-gritava a mulher.

Hana a encarou embasbacada, ela somente havia sido insultada pela velha casamenteira e isso mostra desonra?!

Hana se aproximou da mulher que fingia um choro falso e exageradamente alto, a menina puxou a mulher pelo braço gordo e a olhou com verdadeira raiva:

–Diga a verdade!-gritou a menina:-Eu não fiz nada além de me defender!

–E ainda é mentirosa!-gritou a mulher tapando a boca:-Você nunca trará sua família honra!

–Como ousa....?!-gritou Hana pronta para arrancar os cabelos da casamenteira.

Porém o grande leque de sua mãe se fez presente na sua frente com ela na sua frente. Hana nunca vira o olhar mais odioso que sua mãe lhe lançava, um olhar de pena, tristeza e... Desonra?!

Não! Não! Não!

Hana tentava se explicar, mas olhando ao redor todos a encaravam com pena e descalço. Até sua avó Azami puxá-la pelo braço para longe dali, porém os olhos da mãe não saíam de sua mente e sua pele arrepiou-se com o que havia acontecido.

Mas Hana deixou-se levar pelas mãos da avó e foi em meio as pessoas embora dali o mais rápido que suas pernas aguentavam correr.


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Notas finais do capítulo

:D