Death And All His Friends escrita por fukkk


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Não percam o interesse, pessoal. As coisas vão esquentar logo menos hahaha



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Pov Lissa

Este dia era um dia como os outros (ou era para ter sido): cheio de deveres. Começava meu dia, pontualmente, às 7h00. Tomava meu café com Christian, tomava banho e ia para a Reunião do Conselho. Às 9h50 a reunião já havia acabado e então ia cumprimentar os guardiões em serviço e seguia para meu gabinete. Chegando lá, avistava a muralha de papeladas em cima da minha mesa, as assinava (muito tediosamente, porque quase todas continham as mesmas coisas como recursos de mais guardiões para um moroi nobre, mais dois apartamentos na corte e por aí vai) e entregava para minha assistente. Tudo seguia horário, sem atrasos e sem delongas; metodicamente como deveria ser a rotina de uma rainha.

Às 13h00 tinha um almoço marcado com alguém, normalmente um moroi nobre que requisitava este "privilégio". Mas hoje em especial, tinha outra convidada: Jill. Nossa relação estava praticamente estabelecida, com uma tremenda dificuldade no início devo admitir. Sempre fui acostumada a ter um irmão e depois que o perdi, juntamente com meus pais naquele acidente, tinha me acostumado a carregar o fardo de ser a última Dragomir. Até pouco tempo. Veja, quando a conheci, não tinha noção de como isso podia ser verdade pois acreditava na fidelidade de meu pai perante minha mãe mais do que tudo nesta vida. Uma irmã que clama o seu parentesco do dia pra noite não é algo a se acostumar assim tão rápido. Conforme fomos nos aproximando, pude notar as nossas semelhanças, não só física mas também mentalmente. Além dos olhos cor jade, tínhamos percepções muito parecidas mesmo tendo sido criadas de maneiras e em mundos diferentes. Agora, antes de mais nada, achava a existência dela uma benção. "Estou tão feliz que tenha tido tempo para mim hoje, Liss. Sua vida é tão corrida! Não aguentaria ser uma Rainha com tanta maestria como você", disse Jill quando chegamos em meus aposentos para almoçarmos. "Também estou muito feliz! Não pensei que fosse me livrar do capricho de alguns nobres... mas, oh, olha só aonde estamos", respondi. Por mais que gostasse de coisas simples, e creio que Jill também, a refeição era requintada. Possuía um chefe especialmente para mim que ficava a minha disposição 24h. Um luxo no qual eu não necessitava. Sentamo-nos à mesa e ouvimos o chefe dizer o prato do dia: coq-au-vin (não entendo a mania das pessoas acharem que se falar o nome da comida em francês à tornará melhor; era simplesmente carne de galo ao vinho). Eu e Jill começamos a conversar sobre assuntos variados que incluía meu deveres de Rainha, os gafes cometidos durantes as várias Reuniões do Conselho, minha vida com Christian, o término das aulas de Jill, o recém iniciado romance quase proibido dela com o Eddie e etc. Nada fora do comum. "Você viu o novo affair da Dária Badica? Um menino de 19 anos! Sei que nesses tempos modernos tudo é possível, mas ela é quarenta anos mais velha que ele!", disse Jill indignada. "Ora, quando se há dinheiro, o amor nunca se acaba... Mas quem sabe eles não tenham se apaixonado quando ela deu uma Bentley de presente pra ele? Ah, um brinde ao amor", brindamos e rimos juntas. De fato havia muita coisa estranha na nobreza, e acredite, isso era o de menos.

Quando terminamos de comer, senti que Jill queria dizer algo que estava segurando desde o começo de nosso encontro. E por fim, ela disse: "Sabe Liss... eu sei que é difícil para você falar sobre isto... mas... é que... hãn...", tentava dizer algo, e eu meio que já sabia o que era: "Desembucha", eu disse. "Tá, mas não fique brava comigo ok? Então, é que o Eddie tem tentado procurar a Rose por algum tempo e fina...", antes dela conseguir completar a frase eu a interrompi: "Chega! Por favor, não comece com isto de novo. Já lhe disse milhões de vezes que não quero saber sobre ela. Por que você e Eddie ainda insistem nisso? Ela se foi! Para sempre, está morta para mim e para o restante.". Fazia dois anos que Rose havia ido embora misteriosamente e de repente. Procuramos por ela por todo os Estados Unidos, fizemos várias missões de resgate pensando que ela havia sido sequestrada por strigois. Torturamos muita gente que pensávamos que poderia saber o paradeiro dela, subornamos a polícia humana e pagamos até por detetives. Nada. A procuramos incessantemente por um ano e nada! Depois de várias tentativas, chegamos à conclusão de que ela não havia sido sequestrada por strigois ou partido em uma missão louca para ajudar um de nós; ela havia partido por conta própria. Essa foi a pior dor que já senti em minha vida, maior até de quando perdi minha família. Nunca imaginei que fossemos nos separar, viveríamos uma vida toda juntas, ela me protegeria. Era isso que estava destinado a nós duas. Mas ela foi egoísta, me abandonou no momento mais desafiador de minha vida, me deixando sozinha e desolada. Ela não cumpriu o dever dela.

"Escuta Lissa, eu sei que isso é duro para você mas está na hora de você encarar os fatos e perceber que talvez ela não tenha sido tão egoísta quanto você pensa que foi. Às vezes é preciso se colocar no lugar do outro, perceber o quão difícil era essa vida para ela. Todos tem os seus problemas e defeitos e está tudo bem, encaramos isto. Mas talvez ela não tenha conseguido encarar isso da maneira correta e a única forma que ela encontrou de se ver livre disto era fugir! Vocês desistiram muito cedo! Simplesmente aceitaram o suposto fato de que ela fugiu por impulsos egoístas e mesquinhos... ninguém sabe se ela está passando por apuros ou se precisa da nossa ajuda. A verdade é que vocês não ligam pelo fato de ela ser uma Dhampir e porque a gente vem primeiro! Mas se fosse o contrário, ela teria rodado o mundo à sua procura", Jill disse com tanta convicção e fúria que quase acreditei em seu discurso. Quase. Era fácil demais para ela dizer isto, não era ela que tinha trazido Rose da morte, que tivera um laço com ela por tantos anos, que havia sido destinada à ser sua protegida e não era ela que considerava Rose além de uma melhor amiga, uma irmã. Não, ela não teria me abandonado se tudo o que sentia fosse verdadeiro. "Se ela fugiu porque estava com "problemas", então por que ela não nos deixou ao menos uma carta? Ou por que ela não pediu minha ajuda? A verdade é que ela queria se manter livre de nós e viver outra vida, por isso que ela não nos deixou nenhuma explicação", respondi. "Ok. Se ela tivesse vindo conversar com você sobre isso, o que você poderia ter feito? Você abdicaria de tudo para tentar ajudá-la? Faria de tudo para mantê-la confortável?", um silêncio cortante pairou entre nós e então Jill continuou: "É, você não teria abdicado nada. Mas ela abdicou a vida inteira dela por você. Não sei se havia tempo restante para ela cuidar da própria vida ou fazer o que queria fazer. Não havia tempo para sonhos ou realizações. E tudo isso porque ela estava ocupada demais cuidando da sua vida e te protegendo. E sabe o que acho? Apesar de tudo, ela gostava de fazer isso. Mas, como dizem, cada um leva o fardo que aguenta", disse. Isso não era justo, então respondi: "Como você pode dizer que não fiz nada por ela? Se não fosse por mim, ela não teria conseguido provas para a inocência dela pela morte da rainha Tatiana. E o principal, ela não teria retornado do mundo dos mortos!", Jill me olhou triste, como se ela não esperasse isso de mim e respondeu: "Bom, vou embora. Se quiser saber sobre o que descobrimos sobre ela, sabe onde me encontrar".

E foi assim que o nosso almoço agradável terminou. Ela me deixou na sala sozinha e muda. O que ela tinha dido me tocara, mas por algum motivo eu não conseguia tirar a ideia de abandono da Rose. Não conseguia suportar este trauma. Às 2h30 tinha um encontro com Daniela Ivashkov (mãe de Adrian), mas ao invés de ir ao encontro dela, pedi que minha assistente desmarcasse. Tinha que resolver este assunto, por isso fui ao encontro de Christian, e consequentemente, de Dimitri. Quando finalmente os encontrei perto do café principal, Christian logo me viu e me abraçou e Dimitri fez uma reverência (coisa que costumam fazer com reis e rainhas): "Vossa Majestade", ele disse. "Meu amor, você não sabe o quanto estou feliz em te encontrar agora, mas você não deveria estar com Daniela?", perguntou Chris. "Deveria, mas não estou. Tenho algo urgente à tratar com vocês. Bem, mais especificamente, com o Guardião Belikov", eu disse. "Claro, Majestade. Que assunto é este?", respondeu Dimitri. Ao invés de convidá-los para ir à um lugar mais calmo e conversarmos com calma, fui direto ao assunto: "É sobre a Rose... parece que a Jill e o Eddie sabem aonde ela está". E depois de proferir estas palavras, tomei uma decisão: iria atrás de Rose.


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Notas finais do capítulo

Desculpe-me pelos capítulos não tão longos, mas é que estou em semana de provas na faculdade e estou correndo contra o tempo. Mas semana que vem estarei praticamente de férias e irei postar capítulos maiores. Beijos e comentem!



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