A Missão escrita por StefaniPPaludo


Capítulo 48
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo pequeno, mas que deixa um gostinho de quero mais =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617123/chapter/48

No dia de descanso, acordei antes do sol aparecer, vesti a farda comum dos soldados, prendi meus cabelos em um coque e sai o mais rápido possível. O quartel ainda estava escuro, e fui para a base de treinamento dos alunos. Chegando lá, encontrei Júlio esperando em pé na porta, também de farda e segurando uma mochila.

– Bom dia. - ele disse, sem sorrir, apenas por educação.

– Bom dia - retribui, mas com um sorriso.

– Vamos? - ele colocou a mochila nas costas e se dirigiu a mim.

Confirmei e saímos, eu seguindo ele, pois não sabia onde iríamos. Passamos pela área aberta do quartel e continuamos andando para um pouco além. Nunca tinha ido para aqueles lados e de longe avistei uma espécie de galpão enorme.

O galpão era o lugar onde os aviões eram guardados. Entramos e passamos por aviões de caça, jatinhos, e aviões monomotor. Júlio foi para a outra entrada do galpão, onde havia uma pista larga de decolagem e um avião monomotor já preparado.

Ele fez sinal para mim me aproximar e chegamos perto do pequeno avião. Pelo jeito era naquele que iríamos andar. O avião tinha apenas dois lugares, mas era o suficiente para nós.

– Um avião menor chama menos atenção - ele me viu olhando o avião. - E também é mais fácil de dirigir.

Subimos no avião e Júlio, é claro, era quem dirigiria. Eu havia aprendido a dirigir um avião no treinamento, mas só tinha dirigido em simulações e não me sentia confiante o suficiente. Além disso, aposto que Júlio não ia deixar que eu dirigisse.

Nunca tinha andado em um avião daqueles, era completamente diferente de um avião comercial, que transporta passageiros. Naquele tipo quase nem percebemos que estamos voando, mas nesse sentimos todo o impacto do ar, observamos a altura aumentando, o chão ficando lá em baixo. É muito emocionante e dá uma sensação de liberdade indescritível.

Júlio ficou concentrado na decolagem e depois mais um bom tempo calado apenas dirigindo. Quando alcançamos a parte da Floresta, a paisagem ficou melhor ainda vista de cima. O contraste do verde da mata com o azul do céu e o amarelo do sol era maravilhoso.

– É lindo! - comentei

– É sim. - ele concordou comigo.

Achei que era uma boa hora para começar as perguntas que eu tanto queria:

– Estamos seguros aqui?

– Sim, o avião é quase novo e eu tenho experiência em dirigir esse tipo. Não se preocupe. - ele falava comigo sem tirar os olhos da frente, como se tivesse dirigindo um carro. Sua voz hoje estava mais suave, e mais alegre.

– Não é isso que eu quero dizer. Tipo, posso falar o que eu quiser? - não tinha certeza se não existiam câmeras nos aviões também.

– Pode. Eles não colocam câmeras nos aviões, pelo menos não nos pequenos. - ele respondeu adivinhando meus pensamentos - Seria desperdício. O céu é o lugar onde temos mais privacidade, hoje em dia.

Pensei no que eu queria saber primeiro. Eram tantas coisas. Ele ainda me devia uma explicação de como pretendiam derrubar o governo e eu queria saber outras coisas também, que vinham me incomodando a alguns dias. Mas escolhi começar com uma coisa mais fácil, pra ir preparando o clima:

– O final da Floresta é muito longe?

– Não sei. - Júlio admitiu decepcionado consigo mesmo por não saber uma coisa dessas.- Não temos informação nenhuma sobre isso. Vamos ter que ir para o horizonte e cuidar a onde a floresta acaba. É o único jeito.

– E se ela não acabar? Pode ser que em todo esse tempo a natureza tenha tomado conta e tudo que antes era cidade tenha voltado a ser a floresta e mata como era no início.

– Nós vamos até um certo ponto. Se continuar a ter floresta é sinal que devemos ser os únicos habitantes de mundo.

Ele nem bem terminou de dizer isso, o avião começou a entrar em turbulência. Tremendo de um lado para o outro. Júlio tentava controlar o avião, mas sem sucesso. Sua expressão era séria, concentrada e determinada. Eu ao contrário dele, estava assustada e com medo. Minhas mãos estavam agarradas a lateral do banco.

Percebi que o avião começou a descer e a ficar cada vez mais instável.

– Júlio - eu gritei, como se ele pudesse fazer alguma coisa naquela situação.

– Eu sei. - ele gritou de volta, mas sua voz não demonstrava tanto medo quanto a minha - Estou perdendo o controle o avião. Vou tentar pousá-lo.

E assim o avião começou a descer cada vez mais. Parecia que a cada momento ia despencar no chão. O passeio que começou tão bom, tinha virado um pesadelo. E eu sabia que era o fim. Não tinha como escapar daquilo. O avião estava caindo.

Júlio ainda tentava bravamente pousar o avião, mas não estava conseguindo muita coisa. Eu queria gritar para ele desistir, mas achei melhor não. Ele tinha que tentar até os últimos instantes manter nossas vidas a salvo.

O avião começou a alcançar o chão. Ele estava indo de bico, para bater com a parte da frente, mas Júlio usou toda a força que tinha para puxar o avião para cima a tempo. Pude ver as veias de seu braço e de seu pescoço saltando para fora, e sua cara de dor. Acabou dando certo, apenas a parte traseira do avião colidiu com o chão.

Foi um baque enorme. Quase como uma explosão. Minha cabeça bateu com força contra a lateral do avião. Senti uma dor forte, e não consegui me mexer. O avião mais uma vez bateu no chão e depois disso não consegui ver mais nada. Desmaiei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sou muito má em terminar logo nessa parte, né?? Hahahaha (risada maléfica)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Missão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.