A Missão escrita por StefaniPPaludo
Não deu para mim escrever durante os três dias na floresta. Sempre tinha alguém comigo, e eu não quero que ninguém suspeite que mantenho um diário. Então achei melhor não arriscar e deixá-los muito bem guardados.
No geral o treinamento dos soldados foi bom. Mas vale ressaltar aqui algumas coisas. Entre elas que o Thomas estava fazendo de tudo para me irritar e me fazer explodir em frente a turma. Ele criticava o tempo inteiro o meu método de ensino, querendo me dizer o que era correto e o que eu deveria fazer. Eu prestava o mínimo de atenção possível para não dar a ele o que ele queria.
O único problema foi quando em uma dessas vezes Danilo resolveu se meter. Então quando o Thomas o ofendeu, eu não pude mais me controlar, porque uma coisa era falar mal de mim outra bem diferente era falar das pessoas que eu amo. Acabei fazendo o que eu tentava evitar, entrei no joguinho do Thomas e discuti com ele.
E era isso mesmo que ele queria. Me tirar do sério. Mostrar que eu não era perfeito. Mas eu consegui recobrar um pouco da racionalidade e me lembrei que eu era o seu superior. Essa era uma forma de atingi-lo também. E foi o que eu fiz. Recordei a Thomas quem estava no comando e fiz com que ele acatasse uma ordem minha, fazendo assim que toda a discussão acabasse, sem mais problemas.
Depois desse episódio eu fiquei sentado, ainda tentando voltar a ficar tranquilo e não me deixar abalar por Thomas, quando uma coisa estranha aconteceu. Liss veio ver como eu estava. Ela disse que havia presenciado tudo e que não era pra mim escutar o que o Thomas havia dito, que eu era um ótimo professor. Inclusive melhor que o Alexandre.
Por incrível que pareça suas palavras me acalmaram, e acabaram me acalmando até demais. Eu me senti a vontade ali com ela e estava quase falando as coisas sem pensar. Mas quando, ela tocou a minha mão, eu acabei percebendo o que eu estava fazendo. Aquele toque macio, da sua mão encostando na minha, foi quase como um alarme para mim. Rapidamente tirei minha mão de perto da dela e recobrei o meu lado soldado, que não deveria ter me abandonado nenhum minuto.
Eu tinha que consertar as coisas, e fiz o que era preciso. Mostrei a Liss, quem eu era, que não precisava de seu apoio, sabia muito bem me virar sozinho. Aquilo doeu fundo em meu peito, mas era preciso. Eu era o sargento ali, tinha que manter o controle e não precisar de ninguém. Ela devia ajudar alguém que precisasse mais do que eu, que naquela hora era o Danilo.
Falando sobre os dois, Danilo e Liss, tive uma conversa interessante com eles. Eles se ofereceram para serem os primeiros vigias, o que me surpreendeu, e então Danilo, como era seu costume, ficou puxando assunto hora com ela, hora comigo. Ele ficou um pouco chateado quando eu o tratei como soldado, porque ele já havia me dito várias vezes que odiava isso, mas eu não podia tratá-lo diferente. Lá ele era meu aluno e ponto.
Como eu ia dizendo, ele ficou chateado com a maneira como eu o tratei, e então reclamou que eu deveria largar um pouco o posto de sargento. Achei a sugestão interessante e decidi me soltar um pouco mais, foi ai que começamos a conversar e um assunto interessante acabou surgindo. O do governo.
Aproveitei a oportunidade e disse para eles um pouco sobre como eu via todo o governo. Como eles gostavam de nos mandar e de nos usar como objetos. Eles pareceram entender o que eu quis dizer e se mostraram cada vez mais interessados no assunto.
Contei um pouco mais, e dei um jeito de não falar mais nada, para que não arrumem confusão com isso antes do tempo. Logo eles irão aprender sobre isso, e aí sim entenderão tudo. Será a partir desse dia que os chamarei para participar da missão, e tenho quase certeza que ambos aceitarão.
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