Skeletons In The Closet escrita por OmegaKim


Capítulo 10
DEZ: O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEEE!!! Bom, vcs nem sabem o sufoco que foi pra escrever e postar esse capitulo. Só pra vcs saberem essa é a terceira versão do pov do Finnick, pq eu consegui perde as duas primeiras 'rsrs. eu e minha sorte, mas deixa quieto.O importante é que saiu. ALELUIA!! kkk
Bom, segue aí pra vcs o capitulo inteirinho do Finnick.
Ah, adorei os reviews do cap passado, é muito bom quando tem retorno assim. Me deixaram muito feliz!!! :-)
Bem vindos leitores novos e boa leitura.



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Capítulo DEZ: O começo do fim.

Finnick

Olho pro céu antes de sair do prédio onde moro. Está nublado, mas nenhum pouco frio. Na verdade, parece que alguém virou uma tigela sob Nova York fazendo com que ficasse tudo abafado, tornando o clima nenhum pouco parecido com o inverno que tem sondado a cidade esses dias. Coloco meus óculos escuros e sigo em frente. Estou sem o carro hoje, Annie insistiu tanto em ficar com ele hoje que depois de tudo que eu fiz, apenas deixei.

Minha força de vontade indo pro ralo junto com minha sanidade.

Pego um táxi e digo o endereço do lugar que quero ir: uma loja de ternos. O casamento é daqui mais ou menos um mês. Annie já tem seu vestido e eu preciso ter um terno, porque segundo ela não posso usar o meu mesmo terno que usei no jantar com a mãe dela.

Adentro o lugar que Annie me indicou – mandou eu ir. É uma loja sofisticada, logo de cara vejo que os ternos daqui são de qualidade. Uma garota magrela de estatura média com doces olhos azuis e o cabelo escuro amarrado num rabo de cavalo, me guia por entre as variedades de ternos e logo engatamos numa missão de achar algo decente pra eu usar no meu casamento.

– O que o senhor acha desses? – vejo através do espelho a moça me estender dois modelos de blazers, um azul escuro e outro preto como petróleo. – O azul vai destacar a cor dos seus olhos e o preto vai lhe dar um ar de elegância.

Estico minha mão direita e peço o azul, que ela me dá prontamente. Experimento, observo pelo espelho o caimento do casaco. Viro de lado e aliso ele. Pra mim parece bom, mas assim que me viro pra que a vendedora me diga se ficou bom ou não, acabo por encontrar uma careta de desaprovação em seu belo rosto. Sua expressão é engraçada, por isso me permito dar um sorriso mínimo.

– Não combinou com a calça.

Mesmo?

Parece perfeito pra mim, mas como meu senso de moda é igual a zero resolvo acreditar nela. A moça me passa o blazer preto e visto. E no espelho eu vejo um noivo elegante e pronto pra ir pra igreja e casar, nenhum pouco confuso ou cheio de falhas e principalmente, nenhum pouco parecido comigo.

– Ah, esse sim! Ficou perfeito! – ela diz exultante. – Agora sim o senhor parece um noivo elegante.

Assinto sem entusiasmo e tiro o terno depois que a moça sai. Acabo por levar esse terno, que segundo a moça, é no estilo smoking com a gravata borboleta verde pra combinar com meus olhos. Saio da loja, coloco meus óculos escuros e sigo em frente pra qualquer lugar. Não quero ir pra casa ainda, minha cabeça tá cheia. Acho que uma boa caminhada pode me ajudar a desanuviar minha mente e acima de tudo, encontrar uma solução decente pra isso que estou vivendo.

Ao passo que vou andando, meu corpo entra no piloto automático e minha mente começa a vagar. Num determinado momento, cogito entrar em uma cafeteria, tomar um café, sentar em um dos seus bancos e apenas ficar lá, não pensando nas horas. Mas é apenas um breve momento, pois meus pés acabam por passar direto, indo pra bem longe daquele lugar.

O que eu vou fazer?

Não posso ficar com Johanna tanto quanto não posso criar um leão no meu quintal. A morena sempre foi minha parceira em tantas coisas, sempre me ajudou em tudo que precisei. E quando fui pra Amazônia e acabei por conhecer Annie, apenas fui parar lá por teimosia, por ter um coração quebrado, por querer fugir da única pessoa que sempre foi meu refujo. Quando minha única parente morreu deixando uma herança bem gorda pra mim, eu que era só um garoto quase gastei tudo em bobagens porque estava com tanta raiva de ser um cara sozinho. Johanna me encontrou assim: sozinho, perdido. Ela me ajudou a não gastar todo o dinheiro e a aplicar o dinheiro em ações. E, acho que foi aí que começou alguma coisa entre nós. Começamos a nos ver de uma maneira diferente, não mais como só colegas de escola que participam do mesmo grupo social. Eu parei de implicar com ela e ela parou de encher meu saco, sempre tínhamos sido difícil um com o outro. Isso aconteceu em um ano, eu tinha 16 anos.

Tive que aprender muita coisa, mais porque agora eu não tinha mais ninguém do que por ter sido emancipado. Mas aprendi acima de tudo que aquela garota de temperamento difícil que nunca escondia o que pensava, fazia meu coração bater mais rápido. Talvez, todos aqueles anos de implicância para com ela não fossem nada mais que uma máscara para um sentimento maior.

A primeira vez que nos beijamos foi depois que ganhei o campeonato de natação. Eu lembro da cara dela de falsa satisfação dizendo que eu não nadava tão mal assim, lembro de ter saído da piscina e enlaçado sua cintura e colado minha boca na dela na frente da escola inteira. Lembro que namoramos depois daquilo por uns poucos meses e lembro, principalmente, que o que ela sentia por mim não era tão forte e tampouco grande pois acabou mais cedo do que eu queria. No entanto, já era, já era pra mim. Eu estava apaixonado, irremediavelmente apaixonado por ela.

Johanna seguiu em frente e eu também, mas por algum motivo ela me ligava nas madrugadas de um dia qualquer pra me contar como foi seu dia. Ria, aquele riso que disparava bombas em cada nó de veia do meu corpo e nos seus piores dias, a morena me procurava, adentrava o meu quarto como uma louca e me beijava. Eu deixava, eu aceitava esses míseros momentos de sentimento que ela me dava e em troca disso, eu dava-lhe amor. Amava Johanna de todas as maneiras, porque de repente não importava se ela saia com a cidade inteira ou dormia com alguém diferente toda noite, era pra mim que a morena voltava. Era para os meus braços que ela corria quando alguém a machucava ou quando ela precisava tão desesperadamente fugir desse mundo louco e respirar, ela vinha respirar no meus braços com a cabeça dela enfiada na curva do meu pescoço...

Estava tão perdido em lembranças e sentimentos que nem consegui evitar um esbarrão em alguém. Levantei minha cabeça pra pedir desculpas, mas acabei encontrando um rosto familiar.

– Peeta? – tiro os óculos escuros pra ter certeza de que é ele.

– Oh, Finnick. – o loiro tem várias sacolas de plástico nas mãos, ele passa todas elas pra uma mão só e depois me estende a mesma. – Desculpa e oi.

Aperto sua mão.

– Eu que peço desculpas, o distraído era eu afinal. – sorrio sem graça.

– Tudo bem. – fala e solta minha mão. – O que faz aqui?

E é só então que olho em volta e percebo que andei muito. Meus pés me trouxeram pra uma feira e logo o nome me vem à mente. Estou na Greenmarket, que é uma espécie de feira ao ar livre com frutas, legumes e qualquer tipo de comida fresca que acontece duas vezes na semana.

– Ah. Aqui? – tento achar uma desculpa, porque “me deixei levar” não soa bem. – Dando uma volta. E você?

– Sempre venho aqui, sempre está cheio de novidades.

Ah, agora me lembro. Peeta é cozinheiro, tem um restaurante no centro. Annie me disse isso há um tempo, o problema é que eu não estava exatamente prestando atenção.

Olho em volta do loiro, ele está sozinho constato e logo uma pergunta me vem: Onde está Katniss? Eles são namorados, pelo que eu lembro da época de escola e estavam juntos no baile de reencontro o que deve reafirmar isso.

– Sim, isso aqui é incrível. – dou-lhe meu sorriso interessado, mas depois acabo por perguntar mais por educação do que por qualquer outra coisa. – Onde está Katniss?

Assim que a pergunta sai da minha boca percebo que fiz mau em fazê-la. Peeta parece desconcertado, leva a mão a nuca numa tentativa de ganhar tempo.

Será que terminaram? Droga! Eu devia ter prestado atenção no que Annie me disse sobre o loiro, com certeza ia evitar esse embaraço todo dele e o meu.

– Está no trabalho. – ele diz por fim.

Finjo que estou vendo as horas no meu relógio.

– Puxa. Estou atrasado pra encontrar Annie. – minto. – Foi um prazer, Peeta. – estendo minha mão pra que ele aperte, o que ele faz sem hesitar querendo sair da minha presença tanto quanto quero sair da dele.

– O prazer foi meu. Até. – o loiro inclina a cabeça pro lado em saudação e vai embora.

Logo sou eu quem vai embora. Deixo outra vez meu corpo entrar no piloto automático. Meus pés acabam me levando para o prédio onde meu amigo Gale está morando provisoriamente. Entro sem cerimônia no mesmo, deixo que o porteiro me anuncie e assim que Gale abre a porta do seu apartamento, eu entro sem esperar que ele me convide e sigo direto para o pequeno bar que ele tem em sua sala. Encho um copo com uísque e tomo o líquido num gole só, apenas depois de encher mais um copo pra mim é que viro pra encarar meu amigo.

– Oi.

Gale fecha a porta, vem até mim, para ao meu lado e me encara. Mas logo ele se vira para o bar e encher um copo pra si de uísque.

– Então, o que aconteceu? – toma um gole e me encara.

– Por que acha que aconteceu alguma coisa?

– Está com uma cara de que aconteceu alguma. – diz. – Então, o que é?

– Johanna. – digo com um suspiro e me viro de frente pra bancada do bar, deixo que meu copo com o líquido intocado descanse em cima.

– Que surpresa. - ironiza. – Dormiu com ela?

O meu silêncio responde por mim. SIM, SIM E SIM!

Vejo pelo canto de olho, Gale soltar o ar pela boca meio irritado. Acho que eu no lugar dele também ficaria irritado se tivesse que escutar a mesma história muitas vezes sobre a mesma pessoa. Afinal, ele é a única pessoa com quem eu tenho desabafado por anos sobre minha frustração com Johanna, esse relacionamento que não soma em nada na minha vida. Do mesmo jeito que ele tem desabafado comigo sobre Katniss.

– Ah, cara. – ele fica na mesma posição que a minha, deixa o copo meio vazio na bancada. – Você sabe o que eu penso disso.

Claro que eu sei. Que eu devo desistir, que eu devo seguir em frente, que eu devo parar de esperar o momento que a morena me olhará diferente. Mas como eu posso fazer isso se ele mesmo não faz? Se ele mesmo não desiste da Katniss?

– O problema agora é que você vai casar, Annie está grávida... Se fosse há um ano, estaria tudo bem você poderia ficar nesse negócio com a Johanna numa boa, mas cara a Annie não merece isso.

Não! A doce e atenciosa Annie não merece isso, de ninguém e muito menos de mim.

Sou um canalha. Estou machucando a única pessoa que me ama por causa de outra que não sente nada por mim.

Fazer isso com a Annie é tão errado quanto abandonar filhotinhos de animais na rua ou dirigir embriagado, você não faz porque é errado ou pela adrenalina. Você faz porque é inevitável, é como se existisse uma linha invisível amarada ao seu corpo que te puxa e puxa e puxa até que você faz... com o coração pesado, mas faz. Com a cabeça ao léu, mas faz e continua fazendo e fazendo...

– Eu não consigo parar. - murmuro mais pra mim do que pra Gale.

Eu não consigo parar é uma desculpa tão chula, tão fraca pra tudo que eu ando fazendo com a minha noiva. Traição e mentiras, é nisso afinal que se resume os valores que minha avó deixou pra mim? Se ela me visse agora morreria de desgosto.

– Nos casamos em Las Vegas. – lembro e bebo duma vez todo o líquido do meu copo. Deposito o mesmo de volta na bancada com um baque surdo e torno a enche-lo.

Estávamos tão bêbados naquele dia, Madge era a única que estava lá - tão bêbada quanto nós. Eu segurava as mãos dela, emocionado. Não foi um casamento glamuroso cheio de pompa e elegância, era apenas eu e ela, dizendo nossos votos. Nunca achei que isso aconteceria, Johanna finalmente sendo minha e o – melhor - me amando. Lançando pra mim aquele olhar cheio de calor e paixão. Mas como era previsto: não duramos muito. Um dia ela acordou e decidiu que não sentia mais nada por mim e saiu de casa pra não voltar mais, foi essa a nossa briga mais séria, dissemos umas coisas bem duras um pro outro. Foi essa a briga que me levou pra Amazônia, para os braços de Annie. Foi essa briga que me deixou com um coração quebrado pra lidar, disfarçar, concertar.

Ela nunca me amou. – falei um pouco mais alto olhando pro meu copo vazio.

Estiquei a mão pra pegar a garrafa de álcool, mas Gale me parou.

– Já chega, cara. – ele tinha os olhos cinzentos tristes. Talvez com pena de mim, talvez vendo a mesma verdade que eu. – Beber não vai te ajudar, não vai tirar esse sentimento todo aí de dentro.

Abaixei a mão, respirei fundo e fechei os olhos.

– O que eu faço? – soltei baixinho.

– Põe um fim nisso.

Mas de primeiro não entendi se ele falava do noivado ou de Johanna. Acho que falava dos dois, uma escolha. Um não poderia continua acontecendo enquanto o outro ainda ocupa tanto espaço. Entretanto, qual? A apaixonada, Annie que está carregando um filho meu ou a indiferente, Johanna que nunca foi capaz de sentir nada por mim além do sentimento de rotina? Porque nunca importou o quão longe eu fosse, o quão ruim a briga seja ou quão doloroso seja vê-la com outro, eu sempre voltava pra ela, voltava pra dividimos a cama juntos. Mas então há Annie, ruiva e atenciosa achando que todo o meu comportamento estranho dos últimos dias é nervoso do casamento. Ela nem ao menos sabe que já fui casado, mais uma das coisas que tenho escondido dela. Eu tenho tanto medo de perdê-la, tanto medo de que ela me odeie, tanto tanto medo...

Annie é como vidro pra mim, delicada e transparente mas que apenas um deslize pode levar tudo por água abaixo.

– Contar pra Annie? – pergunto meio hesitante.

– Isso também, mas você tem que resolver isso com a Johanna.

Assinto meio grogue, acho que todo aquele álcool tá começando a fazer efeito.

– Decidir... – digo e não sei porque mais rio. Solto um riso amargo pra isso.

Preciso decidir.

O caminho até em casa é como um borrão. Há um trafego ruim, um taxista que xinga algumas pessoas e seus carros. E, finalmente, há Annie que tentou cozinhar o jantar. Mas colocou tanto sal no frango que ficou impossível comer o mesmo sem adquirir uma pressão alta. Acabamos pedindo uma pizza, e comemos na frente da tv com ela encostada em mim, eu posso sentir o cheiro dela, morango, por causa do creme corporal que ela usa, e nesses segundos que tenho o corpo dela encostado no meu com o calor dela passando pra mim, sinto meu coração aquecer. Acho que é isso: Eu não a amo do jeito que ela merece, mas eu posso fazer isso. Posso aprender e posso me tornar o homem certo pra ela e, definitivamente, posso parar de insistir no grande nada que Johanna sempre me dá e seguir em frente, com uma certa ruiva do meu lado.

Posso começar dando um fim nisso, em Johanna, nesse sentimento...


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Notas finais do capítulo

Ufa gente!
Foi uma loucura escrever esse capitulo, pq tipo eu já vivi isso. Já senti e fiz tudo que isso que o Finn tá fazendo, não to dizendo que é certo. É apenas que pode acontecer com qualquer um ser vitima desse tipo de amor (se é q pode ser chamado assim).
Bom, o fato é que quero comentários, opiniões sobre o grande dilema de Finnick. E digam se querem que ele fique com a Annie ou sozinho, pq pra Johanna já tenho um rumo.
bjs e até o próximo. E se preparem que o Capitulo onze é o jantar de noivado o que significa que todos os sete vão estar reunidos num mesmo ambiente... rsrs. #surpresas.



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